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Homem é condenado por ocultar original de Shakespeare

Vamos evitar clichês e não começaremos este texto com “a justiça tarda mas não falha” – mesmo porque às vezes ela falha. Mas não foi esse o caso do julgamento de Raymond Scott, aquele sujeito estranho preso em 2008  sob a acusação de roubar um original de Shakespeare da Universidade de Durham. Contamos a história toda nesse post, do dia 23 de junho.
Pois bem, agora, no início de agosto, Scott foi finalmente inocentado do roubo. Ainda assim, foi condenado a oito anos de prisão por ocultar um objeto roubado e tirá-lo do território britânico. Segundo o promotor, ele ainda teria rasgado a encadernação, a capa e as páginas do manuscrito. Para o juiz, Scott  praticou “vandalismo cultural de um tesouro da Inglaterra”.

Com informações da Folha de São Paulo

Era uma vez uma infância…

Paula Taitelbaum

As histórias que minha avó me contava para dormir eram repletas de medo e dor. Havia um caçador prestes a arrancar o coração de uma jovem inocente, meninas malvadas que cortavam os dedos e calcanhares só para que seus pés coubessem dentro de um sapato e, para completar, um pai que abandonava seus filhos na floresta para que morressem ao relento. Em Branca de Neve, Cinderela e João e Maria, as histórias preferidas da minha avó, a pitada de suspense era o que fazia com que elas tivessem mais graça – pelo menos pra mim. Mas no quesito horror infantil nada se compara a um livro que, há uns dois anos, encontrei nas livrarias e, sem nenhuma maldade, comprei. Falo de O triste fim do pequeno menino ostra e outras histórias, escrito e ilustrado por ninguém menos que Tim Burton, o diretor do mais popular filme do ano: Alice no País das Maravilhas. Pois no livro, Burton apresenta pequenos contos em versos que trazem personagens bizarros tentando se enquadrar na sociedade “normal”. Até aí tudo bem, mas na história do título, o menino ostra, rejeitado por todos, acaba sendo literalmente devorado pelo pai que andava meio desanimado para cumprir suas tarefas conjugais. Isso depois do progenitor procurar ajuda médica e escutar do doutor que “ostras são ótimas para o seu caso”. Escondi o livro da minha filha, coloquei lá em cima da prateleira. Por mais que as crianças de hoje já não sejam mais como as de antigamente, prefiro que ela siga com os Irmãos Grimm e suas “inocentes” histórias. Até porque a L&PM tem traduções ótimas para esses clássicos.

De Hunter Thompson para Johnny Depp

O Ricardo Lombardi encontrou três vídeos em que o astro Johnny Depp lê algumas cartas que recebeu de Hunter Thompson. A adaptação para o cinema de Medo e delírio em Las Vegas, uma das obras mais conhecidas do polêmico escritor norte-americano, foi protagonizada por Depp, que agora já trabalha também na adaptação de Rum: diário de um jornalista bêbado. Tanto o lançamento do longa quanto o lançamento do livro pela Coleção L&PM Pocket estão previstos ainda para 2010.

Sob o sol de Nova York

Um daqueles casamentos que parecia ser eterno está passando por uma grave crise. Woody Allen e Nova York vivem um momento de idas e vindas depois de anos de união estável. Em 2008, “a outra” foi Barcelona, em 2010, Londres, e em 2011 será Paris – Allen inclusive já está por lá trabalhando com a primeira dama francesa. Entre elas, Manhattan voltou de leve em Tudo pode dar certo (veja o trailer abaixo), mas há quem diga que foi uma aparição apenas para manter as aparências.

Outro relacionamento de celebridades, no entanto, está melhor do que nunca e em vias de completar bodas de cristal. É o de Frances Mayes com a Itália. Seu segundo título pela Coleção L&PM Pocket, publicado nessa semana, não só traz de novo a Toscana no título (o primeiro foi Sob o sol…, em 1996), como é uma declaração de amor: Bella Toscana. E como se não bastasse, nos Estados Unidos foi lançado em março Every day in Tuscany – Seasons of an italian life (algo como “O dia a dia na Toscana – Temporadas de uma vida italiana”). 

Outros escritores tiveram flertes com cidades, mas não chegaram a casar. Aí os romances ficaram imortalizados em, bom, romances. É o caso de Medo e delírio em Las Vegas (esse não muito romântico), Satori em Paris, Sete anos no Tibet e – por que não? –, Dançar tango em Porto Alegre.

Estreia em agosto peça baseada nos textos de David Coimbra

Os textos de Jogo de damas e Mulheres, de David Coimbra, vão ganhar em breve uma adaptação para o teatro. Nos dois livros, David defende que desde o surgimento do homo sapiens, as fêmeas manipulam e dominam os machos através daquilo que eles mais apreciam: o sexo. O objetivo delas, no entanto, seria um só – a manutenção da espécie e, por consequência, da civilização. Mas a civilização está em colapso, alerta o cronista, e é partindo desta premissa que a concepção de Sobre Saltos de Scarpin situa a ação da peça num futuro pós-apocalíptico, quando a Terra, sobrevivente do dito colapso, vive sob um regime totalitário feminino.
Longe de pretender uma projeção futura da guerra entre os sexos, a proposta de um distanciamento temporal visa o efeito cômico, estético e um olhar crítico sobre o senso comum a respeito da relação entre homens e mulheres na sociedade atual. Todos os elementos da encenação, na verdade, fazem uma caricatura das convenções sexistas difundidas na nossa cultura.

A peça simula um mundo dominado pelas mulheres / Foto: Felipe Rosa e Ricardo Mendes

A peça tem estreia prevista para o dia 13 de agosto, no Teatro Renascença em Porto Alegre, e fica em cartaz até 5 de setembro. E fiquem de olho no blog: em breve sortearemos algumas entradas.

Lançamentos na Bienal de São Paulo

No post anterior, falamos das 50 reedições deste mês.
E se em julho, que era para ser “o mês de cães danados”, já tivemos essa produção toda, agosto não poderia chegar em menor estilo. O grande acontecimento será a 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, a realizar-se no Anhembi de 12 a 22 de agosto.
E para marcar este importante evento, a L&PM terá excelentes novidades tanto entre os livros convencionais, como nos livros de bolso. Olha só:

Coleção L&PM POCKET:
Depois do Funeral – Agatha Christie
Maigret sai em viagem – Simenon
Radicci 7 – Iotti
A linha de sombra – Joseph Conrad
Lincoln (Série Encyclopaedia) – Allen Guelzo
Primeira guerra mundial (Série Encyclopaedia) – Michael Howard
Despertar: uma vida de Buda – Jack Kerouac
O amor é o cão dos diabos – Charles Bukowski
Bella Toscana – Frances Mayes

Outros formatos:
Peanuts Completo volume 3 – Charles Schulz
Anjos da desolação – Jack Kerouac
Clássicos do Horror (Drácula, Frankenstein e O médico e o monstro) (Série Ouro) – Bram Stoker, Mary Shelley e Robert Louis Stevenson
Pedaços de um caderno manchado de vinho –Bukowski
Amores de alto risco – Walter Riso
A espécie fabuladora – Nancy Huston
Videiras de cristalLuiz Antonio de Assis Brasil
Assassinato no Expresso Oriente & Morte no Nilo (Versão em Quadrinhos) – Agatha Christie

Alguns trechos dos livros novos já estão disponíveis na seção Próximos Lançamentos do nosso site.

Julho “caliente” aqui na editora

Normalmente o mês de julho – e não agosto –, é “o mês de cães danados” para as editoras. Chegam as férias e ninguém quer saber de nada. A retomada lenta e gradual costuma acontecer em agosto. Mas nós resolvemos desafiar os astros e a ressaca da Copa do Mundo e, neste julho friorento no sul e chuvoso no norte, nos dedicamos como nunca a trazer de volta grandes livros para as livrarias.

O resultado é um número expressivo de 50 reedições! Títulos como Misto-quente de Bukowski, Os duelistas e Coração das trevas, de Joseph Conrad, Vagamundo, de Eduardo Galeano, Fragmentos, de Caio Fernando Abreu, Guerra e Paz, de Tolstói, O colar de veludo, de Alexandre Dumas e muitos outros que você encontra aqui.

Uma biografia recheada de ficções

Hoje pedimos licença para publicar no blog uma pequena biografia. Em agosto, será lançado A espécie fabuladora, terceiro livro de Nancy Huston pela L&PM. A espécie… é um conjunto de ensaios sobre a necessidade dos seres humanos de encontrar um Sentido (assim, com S maiúsculo) para tudo e a consequente habilidade de formular histórias (já que todo Sentido encontrado é, na verdade, uma ficção criada por nós mesmos). E um nome insiste em aparecer em quase todos os ensaios do livro: Romain Gary, o nosso “biografado”. As inúmeras menções a ele nos deixaram curiosos, fomos pesquisar a respeito e agora dividimos nossas descobertas com vocês. É dele também a citação usada na abertura do livro de Nancy: “Nada é humano sem aspirar ao imaginário”.

Pois Romain Gary é, na verdade, Roman Kacew, um escritor russo (embora não se saiba se realmente nasceu em Moscou), filho de judeus e que cresceu na Lituânia. Nunca conheceu o pai, o sobrenome foi herdado do segundo casamento da mãe. Aos 11 anos, viu o padrasto deixar a família e, aos 14, foi morar na França com a mãe. Abandonou o “Kacew” e adotou o “Gary” quando escapou da França ocupada por tropas estrangeiras para se juntar ao exército inglês e lutar contra a Alemanha na 2ª Guerra.

Seu primeiro romance foi lançado em 1945 e ele acabou se tornando um dos escritores mais populares da França, tendo publicado inclusive alguns livros sob o pseudônimo de Émile Ajar, além de um como Fosco Sinibaldi e outro como Shatan Bogat. E é justamente a esse amontoado de pseudônimos que Gary deve a honra de ter sido o único escritor a receber duas vezes o prêmio Goncourt, concedido anualmente ao autor do melhor livro de língua francesa. Ele ganhou pela primeira vez por Les racines du ciel, e pela segunda com La vie devant soi, publicado sob pseudônimo de Émile Ajar. A Academia concedeu o segundo prêmio sem saber a verdadeira identidade do autor e boatos sobre o caso começaram a circular. O mais famoso atribuía a autoria de La vie… a um primo de Gary. A verdade só apareceu no póstumo Vida e morte de Émile Ajar.

Romain Gary e a segunda esposa, a atriz americana Jean Seberg

Gary casou e separou duas vezes, primeiro com Lesley Blanch, editora da Vogue, e depois com a atriz americana Jean Seberg. O relacionamento com Jean quase rende uma novela: quando ela engravidou, circularam boatos de que estava tendo um caso um dos integrantes dos Panteras Negras e que o filho não seria de Gary. Jean tentou o suicídio e foi encontrada quase morta em uma praia. Quando a criança nasceu, ela e Gary já haviam concordado em se separar. Alguns meses antes, ele havia descoberto que ela estava tendo um caso, na verdade, com o galã hollywoodiano Clint Eastwood.

Depois do suicídio de Jean (na segunda tentativa ela conseguiu), Gary  também matou-se com um tiro de espingarda em 1980, mas fez questão de deixar um bilhete dizendo que sua morte nada tinha a ver com o suicídio da ex-esposa e  confirmou  que ele era mesmo Émile Ajar. A nota  terminava  assim: “Me renovar, renascer, ser outra pessoa, foi sempre a grande tentação da minha existência”.

Twitter ressuscita escritores

Já há algum tempo o twitter deixou de ser um simplificado micro-querido-diário de seus usuários. Até o clássico “what are you doing?” foi substituído por um simpático “what’s happening?”. Mas além de ferramenta para publicação de notícias, divulgação de produtos, concursos e interação com clientes (oi, seguidores!), o twitter recebeu também outra função: ressuscitador de escritores. E pelos perfis dá para descobrir várias coisas sobre a personalidade de alguns dos nossos autores preferidos:

– Dostoiévski (@FDosto) não é dos mais assíduos e não posta nada desde março. Mas não é bobo e aproveitou os últimos meses para começar a seguir a musa da Copa, Larissa Riquelme.
– Os amigos Jack Kerouac e Allen Ginsberg parecem ter visões diferentes da coisa. @Jack__Kerouac, um cara simpático (ou será bisbilhoteiro?), segue mais de 300 pessoas. @allen_ginsberg não segue ninguém e parece bem assim.
– O último tweet (de dois) de Charles Bukowski (@hank_bukowski) dizia o seguinte: “Yesterday I met Adolf  H. in hell. He is fuckin stupid”. Tradução: “Ontem encontrei Adolf H. no inferno. Ele é um _ estúpido”. Talvez esse seja real, hein…

Mas nem só de fakes vive o twitter. Alguns autores da casa realmente mantêm contas no microblog, e nós fazemos questão de indicá-los para vocês: @mauriciodesousa, @thedycorrea, @carolteixeira_, @ZPgoulart e @ducaleindecker. Follow them!

Atualização: faltou listar um importantíssimo: no @voltaremos é possível encontrar as ótimas receitas do querido Anonymus Gourmet!

Especialista em Conan Doyle tenta impedir que casa do escritor seja remodelada

Escritor supervisionou a construção da casa em 1870 / Foto: Victorian Society

John Gibson, um estudioso da obra de Arthur Conan Doyle, está usando o próprio dinheiro para lutar na justiça contra a remodelação da casa onde o criador de Sherlock Holmes viveu por 10 anos.
A mansão em estilo vitoriano foi projetada pelo próprio Conan Doyle, que supervisionou sua construção em 1870. Foi lá que ele escreveu O cão dos Baskerville, e várias de suas histórias e cartas fazem referência à casa. Foi lá também que ele se reuniu com contemporâneos como Bram Stoker, autor de Drácula, e JM Barrie, de Peter Pan.
Depois da morte de Conan Doyle, a casa foi transformada em hotel até ser comprada por uma empresa especializada em remodelação de imóveis em 2004. De acordo com o projeto dessa empresa, que já foi autorizado pela justiça, a rediência seria dividida em três unidades, com outras cinco casas adicionadas em outra área, e a sala de bilhar do escritor se transformaria em cozinha e o estábulo em garagem.
Gibson agora tenta reverter a autorização concedida pela justiça e nomes de peso, como Ian Rankin e Stephen Fry, além dos descententes de Conan Doyle,  já se engajaram na campanha.