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Os escritores e suas modalidades olímpicas

As Olimpíadas seguem a mil pelo Japão. Enquanto isso, entramos no clima e apresentamos algumas modalidades nas quais alguns autores do nosso catálogo eram campeões.

Modalidade levantamento de copo. Jack Kerouac foi atleta de verdade e fazia parte do time de futebol americano da sua universidade. Mas  por problemas no joelho acabou tendo que largar a vida esportiva. Costumava ser bom em levantamento de copo e corrida na estrada sem obstáculos.

Modalidade levantamento de copo

Modalidade lançamento de livro à distância. Agatha Christie chegou a surfar no Havaí, mas acabou percebendo que se dava melhor com os papéis do que com as pranchas. Tornou-se uma das maiores lançadoras e vendedoras de livro do planeta e foi traduzida para 45 línguas.

Modalidade lançamento de livro à distância

Modalidade revezamento de personalidade. Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernando Soares. Ninguém praticava revezamento de heterônimos com tanta habilidade como Fernando Pessoa. Ele não era um escritor, era uma equipe completa.

Modalidade revezamento de personalidade

Modalidade agarramento de mulheres. Charles Bukowski era um excelente levantador de copos e empinador de garrafas – provavelmente melhor do que Kerouac – mas dizem que ele também era um exímio atleta sexual e campeão de agarramento de mulheres.

Modalidade salto sobre mulheres

O tema geral da cerimônia de abertura será a história do povo brasileiro.

O dia de Shakespeare e Cervantes

Dizem que os dois gênios morreram no mesmo dia. Miguel de Cervantes e William Shakespeare saíram da vida para entrar na história literária no mesmo 23 de abril de 1616. Shakespeare, aliás, teria nascido nesta mesma data no ano de 1564.

Ou não. Na realidade, eles não sucumbiram no mesmo dia. Shakespeare e Cervantes provavelmente morreram ou foram enterrados com cerca de quinze dias de diferença, principalmente porque, naquela época, a Espanha católica preferia o calendário gregoriano, que se diferenciava em 11 dias do calendário juliano da Inglaterra protestante.

Mesmo assim, como cada um deles morreu em torno do 23 de abril, então 23 de abril foi o dia escolhido. Como diz Hamlet, “o pensamento faz isso”. E as pessoas dizem que foi Einstein que descobriu a relatividade.

Mas, no fim, o que realmente importa sobre esses dois autores geniais não é sua longevidade mortal, naturalmente, mas o fato de seguirem tão presentes entre nós. Infelizmente, mesmo tendo vivido na mesma época e, coincidentemente, morrido no mesmo dia (vamos considerar assim), é uma pena que nunca tenham se encontrado para trocar algumas ideias.

Ainda bem que, em homenagem a eles, se comemora o Dia Mundial do Livro em 23 de abril.

SHAKESPEARE E CERVANTES

Os jovens Romeu e Julieta de 80 anos

Na peça “Romeu e Julieta 80”, os jovens protagonistas do clássico de Shakespeare são vividos por dois atores na casa dos 80 anos: Renato Borghi (80) e Miriam Mehler (82). Avaliada com quatro estrelas pela Folha de S. Paulo (que significa “muito bom”), a peça fica em cartaz no Teatro do Sesc Ipiranga em São Paulo de 25 de janeiro a 18 de fevereiro. “O aspecto aberto da encenação cria um efeito de distanciamento crítico que faz com que o fascínio pela trama amorosa não se sobreponha à razão viva de quem lhe assiste.” escreveu Paulo Bio Toledo em sua crítica à Folha.

Ficha técnica

Direção, adaptação e iluminação: Marcelo Lazzaratto
Elenco: Renato Borghi, Miriam Mehler, Elcio Nogueira Seixas e Carolina Fabri
Direção de Arte: Simone Mina
Trilha Sonora: Daniel Maia

Serviço: 

Quando: sex. e sáb. às 21h, dom. e dia 25/1 às 18h
Onde: Sesc Ipiranga – Teatro – Rua Bom Pastor, 822 – São Paulo
Quanto: R$ 9 a R$ 30
Classificação: 12 anos

 

O dia em que morreu Cleópatra

Segundo a Wikipedia, a rainha Cleópatra morreu em 12 de agosto de 30 a.C..

No livro Cleópatra, de Christian-Georges Schwentzel, Série Encyclopaedia L&PM, o autor aborda as várias versões sobre o polêmico suicídio da ambiciosa e sedutora soberana (mas não se detém ao dia propriamente dito). Se foi na data de hoje, ou não, que Cleópatra morreu, na verdade não importa. Certo mesmo é que ela era e continua sendo uma das figuras mais célebres da Antiguidade.

CleopatraComo morreu Cleópatra? O meio empregado pela rainha para suicidar-se permanece, como sempre, coberto de mistério. A versão oficial adotada pelos romanos, segundo a qual a rainha teria sido picada por uma serpente, é discutível, mas não deve ser descartada definitivamente. (…) “Trouxeram a Cleópatra, dizem, uma serpente escondida sob figos cobertos de folhas: ela assim havia ordenado para que, ao pegar as frutas, a serpente a picasse sem ela perceber. Mas, ao abrir o cesto de frutas, ela teria visto o réptil. ‘Aí está!’ exclamou, e apersentou o braço nu à serpente. Outros afirmam que ela guardava essa serpente num vaso e que o animal, irritado ao ser provocado com um fuso de ouro, lançou-se contra ela e a picou no braço. Mas nada se sabe ao certo, em realidade, sobre o tipo de morte. Correu o boato de que ela sempre tivera veneno escondido numa agulha oca que trazia nos cabelos. Mas não se viu em seu corpo nem mancha, nem traços de veneno.

A rainha do Egito também foi eternizada por ninguém menos do que Shakespeare que escreveu a peça Antônio e Cleópatra. A morte dela, claro, também está na peça.

antonio e cleopatraVem cá, tu, criatura letal, com teus dentes afiados desata de uma vez este nó intrincado da vida. Bobinha! Minha pobre criatura venenosa, encoleriza-te e trata de me despachar. Ah, se pudesses falar, eu gostaria de te ouvir chamando o grande César de cretino, um marmanjo que foi feito de bobo.(…) Doce como um bálsamo, suave como uma brisa, acariciante… Ah, Antônio!… Sim, sim, eu te quero também. Por que ficar mais tempo… [morre]

‘First Folio’ de Shakespeare leiloado por R$ 9,5 milhões

Via jornal O Globo

Um exemplar da primeira compilação das peças teatrais de William Shakespeare superou as expectativas iniciais em um leilão realizado nesta quarta-feira. Conhecido como “First Folio”, o livro foi publicado em 1623, sete anos após a morte do autor britânico. O exemplar foi vendido pela Christie’s, em Londres, por R$ 9,5 milhões.

Shakespeare first folio

O preço estimado do livro havia sido estabelecido entre 800 mil e 1,2 milhão de libras. Além disso, foram a leilão uma cópia de cada uma das três edições posteriores (1632, 1664 e 1685), que foram vendidas por 605 mil ibras no total (R$ 3,2 milhões).

A Christie’s informou que os quatro livros foram adquiridos por um colecionador americano cuja identidade não foi revelada. No mês passado, um exemplar do “First Folio” foi encontrado em uma mansão na Ilha de Bute, na Escócia. Atualmente, existem 234 cópias reconhecidas do livro em todo o mundo.

A L&PM tem uma série inteira dedicada a Shakespeare.

“Sonho de uma noite de verão”

No embalo da chegada da estação mais festiva do ano, lembramos a divertida comédia Sonho de uma noite de verão, escrita por William Shakespeare no final do século 16, quando o autor de Romeu e Julieta, o maior dos clássicos do teatro elisabetano, ainda era um iniciante na carreira literária.

Os desencontros amorosos de Teseu, Hipólita, Hermia, Lisandro, Demétrio e Helena (que parecem ter saído da Quadrilha de Drummond) ganham um tempero cômico com as armações de Oberon e Puck para cima da bela Titânia – como a poção mágica que faz a moça nobre se apaixonar por um tecelão com orelhas de burro.

Vários séculos se passaram e Sonho de uma noite de verão continua em alta. O texto já foi explorado de diversas formas por diferentes “tribos” das artes cênicas, desde adaptações para o teatro infantil até “traduções” para os movimentos delicados da dança clássica.

No cinema, os diretores Max Reinhardt e William Dieterle fizeram a versão premiada com o Oscar de melhor fotografia e melhor montagem em 1936. Abaixo, você assiste à última cena desse filme.

No Brasil, o Bando de Teatro Olodum da Bahia realizou uma montagem da peça com elenco inteiramente negro e texto carregado de influências da cultura afro. A adaptação não podia ser mais adequada, já que verão de verdade só mesmo do lado de cá do Equador.

A L&PM Editores publica Sonho de uma noite de verão em pocket.

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Thiago Lacerda encarna Macbeth com som e fúria

Por Paula Taitelbaum

O crítico Nelson de Sá escreveu sobre a peça Macbeth, de Shakespeare, dirigida por Ron Daniels, no Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo. Em seu texto, o crítico diz que Thiago Lacerda, ator que dá vida ao personagem título, “vai do heróico ao demoníaco numa trajetória convincente e assustadora”. No sábado, 14 de novembro, eu estava em São Paulo e fui assistir à montagem no Sesc Vila Mariana. E por isso digo mais: a atuação de Thiago Lacerda é literalmente uma loucura. Ele grita, cospe, mata, ama, odeia, luta e alucina com a força e o vigor de um ator que poderia muito bem estar atuando no Globe Theatre em Londres. Há três anos atrás, o mesmo Lacerda escarnou Hamlet, sob a mesma batuta de Daniels, mas eu confesso que nem sabia.

Giulia Gam como Lady Macbeth não fica atrás e Nelson de Sá escreveu que é “sua maior interpretação no palco em muito tempo”. Eu já tinha visto Giulia num palco e sabia do que ela era capaz, afinal é uma atriz que começou nos palcos. Mas de Thiago eu não sabia o que esperar. E me surpreendi justamente porque não há uma só cena em que ele não surpreenda. A minha preferida é uma cena em que ele está enrolado em um cobertor, já totalmente dominado pelo delírio paranóico.

Se for a São Paulo, fica a dica para assistir. Além das atuações, o figurino (que lembra o uniforme do BOPE), a música, os adereços e o cenário enriquecem as atuações na medida exata. Por falar em medida, o mesmo elenco e o mesmo diretor também estão em cartaz com outra peça de Shakespeare: Medida por medida. Quinta e sábado, eles apresentam Macbeth, sexta e domingo, Medida por medida. A temporada paulista das duas peças vai até final de janeiro.

Ah, e pra quem não sabe, Ron Daniels é um dos maiores especialistas em Shakespeare do mundo.

Thiago Lacerda encarna um Macbeth primoroso

Thiago Lacerda é o tirano Macbeth em uma atuação excepcional

Nova montagem de “Otelo” tem Mel Lisboa no elenco

A atriz Mel Lisboa já incorporou Rita Lee no teatro. Agora, volta aos palcos como Desdêmona, o principal papel feminino de “Otelo”, de Shakespeare, ao lado de Samuel de Assis que assume o papel título. A montagem com direção de Débora Dubois, que estreou nesta terça-feira, 11 de agosto, no Teatro Sérgio Cardoso em São Paulo, já começou a agradar a crítica. Na Folha de S. Paulo de sexta-feira, Nelson de Sá avalia a peça como “muito boa”, só fazendo ressalvas à trilha sonora: “A cena da morte na cama é especialmente bem conduzida, com o confronto entre força e fragilidade, violência e prostração. Embora o cenário e os figurinos, principalmente aqueles de Otelo e Desdêmona, sejam bastante eficazes, o impacto de “Otelo” é garantido pela iluminação. (…) Uma exceção fica por conta da trilha de velhos hits de Caetano Veloso, com letras cuja relação com a narrativa é uma incógnita, do início ao fim.” escreveu o crítico.

Sobre Samuel de Assim, Nelson de Sá escreveu que “É um Otelo que surge íntegro, nobre, até o veneno das palavras de Iago começar a corromper toda a sua retidão, de dentro para fora.”. E Mel Lisboa também foi elogiada: “Desdêmona pode não estar entre os papéis femininos mais complexos de Shakespeare, mas Mel Lisboa consegue dar a ela, em diversas passagens, uma convincente e tocante inocência.”

Samuel de Assis e Mel Lisboa como Otelo e Desdêmona

Samuel de Assis e Mel Lisboa como Otelo e Desdêmona

Rafael Maia, Antonio Ranieri, Cesar Figueiredo, Yael Pecarovich, Glaucia Fonseca, Marcio Guimarães e Ricardo Monastero completam o elenco. Para ajudar a viabilizar a peça, o grupo realizou um financiamento coletivo pelo Catarse.com em que as pessoas puderam colaborar.

Otelo todo elenco

O elenco de “Otelo”

OTELO

Quando: Terças e quartas às 20h até 9 de setembro.
Onde: Teatro Sérgio Cardoso – Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista. Fone: (11) 3288-0136
Quanto: R$ 40,00

A L&PM publica “Otelo” em dois formatos.

Divulgado o trailer do novo filme Macbeth

Uau! Michael Fassbender como Macbeth e Marion Cotillard como Lady Macbeth é para arrancar suspiros. A nova adaptação para o cinema de uma das mais famosas obras de Shakespeare foi apresentada no último Festival de Cinema de Cannes. Esta semana o trailer começou a circular pela internet e não poderíamos deixar de postá-lo aqui:

Adaptações de Macbeth para a grande tela já foram dirigidas por Orson Welles e também Roman Polanski. Agora é a vez de Justin Kurzel assinar a direção do roteiro escrito por Jacob Koskoff. A estreia no Reino Unido será em 2 de outubro. Ainda não sabemos quando chegará por aqui, mas aguardamos ansiosos. 😉

A L&PM publica Macbeth em pocket e no volume Shakespeare Série Ouro com tradução de Beatriz Viégas-Faria.

“Otello” abre a temporada lírica no Theatro Municipal São Paulo

O Theatro Municipal de São Paulo deu início, na quinta-feira, 12 de março, a mais uma temporada lírica. O título escolhido para abertura é “Otello”, penúltima obra de Giuseppe Verdi, que foi baseada na peça sobre o mouro de Veneza, escrita por William Shakespeare.

A montagem inédita tem direção cênica do italiano Giancarlo Del Monaco e regência do maestro e diretor artístico John Neschling. Depois da estreia no dia 12, vão acontecer mais apresentações em março, nos dias 14, 15, 17, 18, 21, 22, 24 e 27.

No elenco estão nomes de destaque como o tenor americano Gregory Kunde, que será Otello, e considerado por muitos como um dos mais elegantes e completos cantores da cena lírica atual. O barítono brasileiro Rodrigo Esteves, vencedor de dois prêmios Carlos Gomes, viverá Iago. A soprano croata Lana Kos encarna Desdemona. Completam ainda o primeiro elenco Marius Brenciu, Giovanni Tristacci, Felipe Bou, Ana Lucia Benedetti, Leonardo Pace e Rogério Nunes.

Os ingressos já estão quase todos esgotados, mas para maiores informações, ligue para o teatro: (11) 26260857.

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A L&PM publica Otelo, de Shakespeare, na Coleção L&PM Pocket.