Arquivo mensais:agosto 2017

Uma história cultural do século XX

Paris Boêmia, Paris Libertária e Paris Ocupada, que têm como subtítulo “Os aventureiros da arte moderna”, é um dos mais importantes trabalhos publicados sobre a história política e cultural da primeira metade do século XX.

Ele demonstra como pintores, escultores, coreógrafos, teatrólogos, cineastas, filósofos, poetas, romancistas e músicos enfrentaram a tradição e lançaram as bases da nova arte, revolucionaram o pensamento e encararam os grandes desafios do novo século. Juntos, os três volumes somam quase 1.500 páginas onde Dan Frank parte de Paris para mapear meio século de revoluções artísticas e luta política.

Nesta trilogia de grande fôlego encontramos a história e os protagonistas de todas as correntes importantes que revolucionaram a arte moderna; as ideias e os intelectuais que deram origem e militaram em movimentos políticos como nazismo, fascismo, anarquismo, socialismo e, finalmente, a formidável resistência na Segunda Grande Guerra, onde os intelectuais e os artistas combateram o fascismo lado a lado com o povo e os soldados.

Entremeados com os fatos estão as mulheres, os homens, as anedotas, as curiosidades, tudo escrito num texto claro e saboroso. Modigliani, Alfred Jarry, André Breton, Scott Fitzgerald, Matisse e tantos outros em suas peripécias por Montmartre; Paris ocupada pelos nazistas que invadiam ateliês de pintores como Picasso, perseguiam escritores como Malraux, Gide, Breton; Hemingway, o grande romancista, no front como chefe de brigada combatendo na resistência à Franco na Espanha e na reconquista de Paris. O legendário fotógrafo Robert Capa, o homem que fez as grandes imagens da guerra, Saint Exupéry, o piloto de combate e os intelectuais envolvidos com a revolução russa, a guerra civil na Espanha e o pesadelo nazista. São centenas de histórias e personagens geniais. O resultado é um enorme painel que traduz tudo que se viu, viveu e aprendeu na cidade por onde tudo passou. Num tempo onde todos se entregavam de corpo e alma na missão de transformar o mundo. (Ivan Pinheiro Machado)

PARIS TRIO POCKET

A trilogia de Dan Franck acaba de chegar à Coleção L&PM Pocket.

Vem aí um novo filme de Mogli

O Livro da Selva, obra mais famosa de Rudyard Kipling, vai ganhar uma nova adaptação para a tela grande. O filme que conta a história do menino Mogli dessa vez está sendo produzido pela Warner Bros e vai se chamar Jungle Book: Origins. Ele tentará superar o sucesso da adaptação feita em 2016 pela Disney. Assim como seu antecessor, também será uma versão live-action.

O diretor, Andy Serkis, é um super conhecedor da técnica que mistura atores com efeitos especiais (aquele lance de filmar num fundo verde, interagindo com o nada). E mais do que isso: Serkis é o ator que interpreta Cesar de Planeta dos Macacos, King Kong e também o Gollum de Senhor dos Anéis — colam aqueles fioszinhos nele e o cara manda ver.

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Em Jungle Books: Origins, além de dirigir, Serkis vai dublar o querido urso Baloo. Aliás, os atores dessa versão são in-crí-veis. Presta atenção:

LIVRO DA SELVA ATORES NOVO FILME

O lançamento na América do Norte está previsto para 19 de outubro de 2018. Enquanto isso, que tal ler (ou reler) O livro da selva de Rudyard Kipling? A L&PM publica em formato convencional, pocket e e-book.

Napoleão continua sabendo das coisas

Napoleão Bonaparte nasceu em 15 de agosto de 1769 em Ajaccio, capital da Córsega. E, ao longo de sua intensa vida de general, comandante e imperador, deixou um legado de pensamentos que foram reunidos no Manual do líder, publicado na Coleção L&PM Pocket com tradução de Julia da Rosa Simões. São frases que seguem sendo atuais:

“O governo precisa ser posto à prova continuamente.”

“Os grandes poderes morrem de indigestão.”

“Jamais as assembleias reuniram prudência e energia, sabedoria e vigor.”

“Nada funciona num sistema político em que as palavras não condizem com as coisas.”

“A verdadeira sabedoria das nações é a experiência.”

“É preciso demonstrar mais caráter na administração do que na guerra.”

“Qualquer associação é um governo dentro do governo.”

Amazon adaptará diversas obras de Agatha Christie para a TV

Concorrente do Netflix, a Amazon também é um canal streaming que produz séries originais. E a Amazon acaba de fechar uma parceria com o canal de TV BBC para produzir uma série baseada em obras de Agatha Christie.

A primeira adaptação, que já está em fase de produção, é Punição para a inocência (Ordeal By Innocence), publicado pela L&PM em pocket e e-book. Bill Nighy, Alice Eve e Ed Westwick são alguns dos nomes que estão no elenco.

O livro tem como história central a família Argyle e a sua ovelha negra, Jacko, acusado de ter matado a matriarca da família em um arroubo de loucura. Depois que Jacko morre na prisão, uma reviravolta acontece quando um homem chamado Arthur Calgary aparece para afirmar que o rapaz era inocente e para colocar toda a família sob suspeita.

Como outra parte da parceria com a BBC, a Amazon também está obtendo direitos exclusivos de transmissão premium para outras duas adaptações de Agatha Christie preexistentes da BBC One:  E não sobrou nenhum  e  Testemunha da acusação . Isso tudo acrescenta-se ao que pode ser algo de Agathainnaisance (sim, esse sufixo precisa ser aposentado), o que com o assassinato totalmente separado de Kenneth Branagh  no filme Orient Express para lançamento em 10 de novembro.

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Os escritores e seus pais

Louis, pai de Allen Ginsberg:

Allen aponta para Louis em 1969

Allen aponta para Louis em 1969

Frederick, pai de Agatha Christie:

A jovem Agatha joga um jogo de tabuleiro com seu pai no jardim de casa

Agatha joga um jogo de tabuleiro com seu pai no jardim da casa

Heinrich, pai de Charles Bukowski:

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O jovem Charles posa ao lado da mãe e do pai

Carl, pai de Charles Schulz (com o neto no colo):

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Três gerações: Charles Schulz, criador de Peanuts, com seu filho e seu pai

Leo, pai de Jack Kerouac:

O pequeno Jack Kerouac com seu pai Léo e sua mãe Gabrielle

O pequeno Jack Kerouac com seu pai Léo e sua mãe Gabrielle

Charles, pai de Arthur Conan Doyle:

O garotinho é Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, aos seis anos de idade

O garotinho é Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, aos seis anos de idade

 

Joseph Conrad: mais do que um escritor, um personagem

O premiado escritor colombiano Juan Gabriel Vásquez é fã de Joseph Conrad. Mais do que isso: é seu biógrafo. Mais do que isso ainda: Conrad é um dos principais personagem do livro de Vásquez, História secreta de Costaguana, romance de ficção publicado pela L&PM em 2011. Em História secreta Vásquez cria uma trama em que um tal José Altamirano conhece Conrad durante a construção do canal do Panamá. Do encontro dos dois surge o que poderia ser chamado de um dos grandes roubos da literatura: a apropriação indevida por Conrad da vida de Altamirano para criar a famosa obra Nostromo. Tudo fruto da imaginação de Juan Gabriel Vásquez. Mas que usou o seu vasto conhecimento sobre a vida, a obra e a personalidade de Conrad para inseri-lo na trama.

“(…) um dos contrabandistas era um jovem dois anos mais moço que eu, camareiro com salário nominal, de origem nobre, de crenças católicas e jeito tímido, cujo sobrenome era impronunciável para o resto da tripulação e cuja cabeça já começava, clandestinamento, a arquivar o visto e o ouvido, a conservar casos, a classificar personagens. Porque sua cabeça (embora o jovenzinho ainda não o soubesse) era a cabeça de um contador de histórias. Será preciso que lhes diga o óbvio? Tratava-se de um tal Korzeniowski, de nome Jozef, de nome Teodor, de nome Konrad.

Conrad, quando ainda era Korzeniowski, aos 17 anos

Jozef Teodor Konrad Korzeniowski – futuro Joseph Conrad – nasceu em 3 de dezembro de 1857. Aos 17 anos, virou marinheiro. Em 1878, depois de uma tentativa frustrada de suicídio, passou a servir em um barco britânico para escapar do serviço militar russo. Aprendeu a falar inglês com apenas 21 anos, idioma que dominaria de tal forma que seria considerado um dos maiores escritores da língua inglesa. Conrad usou suas experiências para escrever obras como o maravilhoso O coração das trevas, livro que serviu de inspiração para Coppola em “Apocalipse now”. Além dele, a Coleção L&PM Pocket publica, de Conrad, A linha de sombra, A flecha de ouro, Juventude e Os duelistas. Conrad morreu em 3 de agosto 1924. Aliás, o livro de Vásquez começa justamente com a notícia de sua morte:

Melhor dizer de uma vez: o homem morreu. Não, não basta. Serei mais preciso: o Romancista (assim mesmo, com maiúscula) morreu. Vocês já sabem de quem estou falando. Não é mesmo: Bom, vou tentar de novo: o Grande Romancista da língua inglesa morreu. O Grande Romancista da língua inglesa, polonês de nascimento e marinheiro antes de escritor, que passou de suicida fracassado a clássico vivo, de vulgar contrabandista de armas a Joia da Coroa Britânica, morreu. Senhoras, senhores: Joseph Conrad morreu.