Arquivo mensais:março 2014

Sergio Faraco no Vestibular 2015 da UFRGS

O livro Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco, é uma das leituras obrigatórias do Vestibular 2015 da UFRGS. São 18 contos reunidos no volume, que faz parte da Coleção L&PM Pocket.

dancar tango em porto alegre_hd

Além da coletânea de contos de Sergio Faraco, fazem parte da lista os clássicos Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio Almeida, Esaú e Jacó, de Machado de Assis, e O guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa, todos publicados na Coleção L&PM Pocket. Clique aqui e confira a lista completa de leituras obrigatórias para o Vestibular 2015 da UFRGS.

Há 50 anos, os militares davam início à ditadura no Brasil

capa_1964_golpe_flavio_tavares.inddNa manhã do dia 31 de março, um furioso editorial de primeira página do Correio da Manhã, do Rio, é a senha que alerta os conspiradores comandados por Castello Branco, que ainda não tinham data para se rebelar: “Basta!” é o título. “Até que ponto e até quando o presidente da República abusará da paciência da nação?” – pergunta-se no texto, imitando o discurso de Cícero contra Catilina no Senado romano – a “Catilinária”, que passou à História como símbolo do poder violento e persuasivo da oratória e que o jornal carioca adotava em suas páginas. A grande imprensa do Rio e São Paulo atira-se contra Jango, participando assim da revolta de Mourão. A única exceção é Última Hora, com edições em seis capitais estaduais, mas solidária na oposição ao golpe. (1964 – O Golpe, de Flávio Tavares)

* * *

Capa - Golpe ou contragolpe.inddNo dia 31 de março, o general Amauri Kruel dirigiu-se ao QG do 2º Exército, às primeiras horas da manhã, como de costume. Seriam 7 horas quando o general Linfoldo Ferraz, em gozo de férias na estância mineira de São Lourenço, telefonou-lhe para anunciar movimento anormal de tropas e a saída do Batalhão da Polícia Militar, sediado naquela cidade. Kruel compreendeu que o movimento revolucionário, em Minas Gerais, fora antecipado. (…) Ainda na manhã de 31, o comando do  2º Exército enviou à Guanabara um oficial com a missão de informar aos comandantes dos 5º e 6º Regimentos de Infantaria, localizados no Vale do Paraíba, o levante de Minas. Deveriam, tão somente, receber ordens dele, comandante do 2º Exército e nas forças sob seu comando, no sentido de enfraquecer ou fazer abortar a revolução. Não foi possível ao chefe da nação localizar o general Kruel em suas primeiras tentativas. Atendendo afinal ao chamado, aquele militar apelou para o presidente como seu amigo pessoal e repetindo advertências anteriores, para que se libertasse do cerco das forças populares. Essas ponderações não encontraram acolhida. (1964: Golpe ou Contragolpe?, de Hélio Silva)

 

Fanatismo por Florbela Espanca

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist’rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:

“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu é como Deus: princípio e fim!…”

(De Poesia de Florbela Espanca – Volume 2Coleção L&PM Pocket)

Na poesia da portuguesa Florbela Espanca (1894-1930) pulsa um verdadeiro e ousado diário íntimo que emociona quem tem contato com seus versos. Entre os fãs da poeta está o cantor Raimundo Fagner que já musicou várias de suas criações. O primeiro foi justamente o poema acima, de um álbum de 1981, que virou um grande sucesso na época. Depois disso, Fagner já musicou o “Soneto I”, “Chama quente”, “Tortura”, “Frieza”  – em que  o cantor fazia um dueto com Amelinha – e ainda “Impossível” em parceria com a cantora espanhola Ana Belém.

Abaixo, Fagner e Zeca Baleiro cantando “Fanatismo”. Acompanhe lendo o poema:

Washington e o golpe

O jornal Zero Hora publicou uma matéria sobre o livro 1964: O Golpe de Flavio Tavares, que será lançado nesta quinta-feira, 27 de março, na livraria Saraiva do Moinhos Shopping, em Porto Alegre.

flavio

A seguir o texto de Carlos Andre Moreira na íntegra:

Em “1964: o Golpe”, Flávio Tavares disseca influência americana na queda de Jango

Dentre os lançamentos para marcar os 50 anos do golpe que derrubou Jango, 1964: o Golpe, de Flávio Tavares, é o que apresenta as provas mais recentes para a tese mais antiga. No livro, com sessão de autógrafos nesta quinta-feira, às 19h, na Livraria Saraiva do Moinhos Shopping, o jornalista apresenta documentos obtidos nos Estados Unidos que detalham o envolvimento dos EUA desde pelo menos 1962 em um projeto de desestabilização do governo.

A reportagem 1964: o Golpe é uma espécie de fruto paralelo da pesquisa que Tavares realizou, com o filho Camilo, no documentário O Dia que Durou 21 Anos, exibido nos cinemas em 2013. Alguns achados são comuns às duas obras, principalmente a sistematização das informações que comprovam que os Estados Unidos, mais do que ter interesse na queda de João Goulart, estavam ativamente envolvidos na criação do “clima de medo” que ajudaria a derrubar seu já instável governo.

– Transcrevo no livro as gravações feitas no gabinete do presidente americano quando ele e Lincoln Gordon acertam a necessidade de intervenção militar no Brasil. Mesmo que essas gravações ainda contenham muitos segundos sob censura, o que está ali já apresenta a dimensão real da participação – diz o autor.

Os americanos enviaram ao Brasil um adido militar com trânsito no exército, Vernon Walters, que conheceu oficiais brasileiros na campanha da FEB na Itália. Mas foram além. Aceitaram oferecer ajuda material e militar, enviando uma esquadra naval para apoiar uma sublevação, a conhecida Operação Brother Sam.

– Muitos dizem que os americanos não chegaria aqui a tempo do golpe, então o objetivo não seria esse, mas quem fala isso ignora que nem os americanos, nem os militares esperavam que o general Olympio Mourão agisse tão cedo. Ele se antecipou, e por isso o auxílio americano chegou atrasado – comenta o jornalista.

Tavares também recupera os bastidores do golpe no Brasil com o olhar de testemunha. À época colunista político do Última Hora, Tavares entrevistou ou conversou com os grandes personagens políticos do período.

1964: O Golpe – Flávio Tavares

Reportagem. L&PM, 320 páginas, R$ 44,90.
Sessão de autógrafos quinta, às 19h.
Livraria Saraiva do Moinhos Shopping (Rua Olavo Barreto Viana, 36 ), fone (51) 3222-7595.
O livro: Flávio Tavares reconta, em um misto de reportagem e memória, os bastidores do golpe que instaurou a ditadura militar em 1964 no Brasil, com ênfase na participação norte-americana na conspiração.

Dois anos sem Millôr

Logo ele que ria da morte, “um dia, mais dia menos dia, acaba o dia-a-dia”. Mas, em contrapartida, eu posso dizer que penso no Millôr todos os dias. Foram 37 anos de convivência, de 1974 até 2011. E vira e mexe eu me pego citando o Millôr. E assim, na prática, se vê a importância e o tamanho de Millôr Fernandes. Se admira a sua originalidade, sua genialidade, sua capacidade de verbalizar as coisas mais simples da forma mais inteligente, poética, brilhante e… simples. Hoje faz dois anos que morreu Millôr. Como não sentir falta de sua gentileza? Da sua intensa capacidade de falar coisas brilhantes, de sua enorme capacidade de calar para ouvir com profundo interesse seu interlocutor?  “Só se morre uma vez. Mas é para sempre”, ele disse. Mas o seu legado como o amigo fiel, desenhista, pintor, poeta, humorista, escritor, dramaturgo, pensador, é inesquecível. (Ivan Pinheiro Machado)

millor_lima_ivan

Millôr Fernandes, Paulo Lima (o L da L&PM) e Ivan Pinheiro Machado (o PM) no início dos anos 80

39 vezes Shakespeare

Está em cartaz na programação do Festival de Teatro de Curitiba a peça Ricardo III, de Shakespeare, uma montagem do grupo Cia. da Matilde em parceria com a SE4 Produções e o Escritório das Artes. Entre inúmeras montagens do clássico ao longo dos tempos em todo o mundo, esta se destaca por fazer parte do “Projeto 39 Shakespeare”, que pretende montar 39 peças de Shakespeare ao longo de 10 anos.

ricardo

Ricardo III abriu os trabalhos do novo projeto e estreou em outubro de 2013. O cronograma prevê três a quatro montagens anuais: para 2014 já estão programadas Tróilo e Créssida (com Maria Fernanda Cândido), Romeu e Julieta (direção de Vladimir Capella) e As Alegres Comadres de Windsor (dirigida por Cacá Rosset). A ordem das outras está sendo definida.

Confira a programação completa do Festival de Teatro de Curitiba e agende-se!

“Terror cultural”: a perseguição a editores e livreiros na ditadura

O jornal O Globo publicou, em sua edição de sábado, dia 22 de março de 2014, uma matéria sobre a perseguição a editoras e livreiros durante a ditadura militar e cita a apreensão do livro de memórias do general Olympio Mourão Filho, editado pela L&PM e apreendido ainda na gráfica, em 1978:

110_2128-LPM

Ivan Pinheiro Machado (à esq.) e Paulo Lima, da L&PM, em 1978: livro de Mourão Filho foi apreendido na gráfica

(…)

Fundada justamente em 1974, a L&PM, sediada em Porto Alegre, estreou com um livro que já testava os limites da anunciada abertura política. Era uma coletânea de quadrinhos do personagem Rango, anti-herói miserável criado pelo cartunista Edgar Vasques que ironizava o discurso grandiloquente do “milagre brasileiro”. O livro vendeu 12 mil exemplares em poucos meses e rendeu ao editor Ivan Pinheiro Machado uma visita à delegacia para explicar as piadas com símbolos pátrios.

Assim como outras editoras perseguidas, a casa gaúcha sofria apreensões de livros e tinha crédito negado em bancos (num deles, Ivan ouviu do gerente que “o coronel ligou para cá e disse: L&PM não!”). Mas sobrevivia publicando livros de políticos da oposição, como Paulo Brossard e Pedro Simon, literatura nacional e estrangeira e antologias de humor com autores como Millôr Fernandes, Luis Fernando Verissimo, os irmãos Caruso e Angeli, entre outros. O lançamento mais conturbado foi “A verdade de um revolucionário”, livro de memórias do general Olympio Mourão Filho, um dos artífices do golpe de 1964. Morto em 1972, Mourão deixou uma obra em que dava sua versão dos eventos e criticava figuras proeminentes do regime. O livro foi apreendido ainda na gráfica, em 1978, e só foi publicado no ano seguinte, depois de uma longa disputa judicial.

— Acho que foi a última apreensão de livros da história do Brasil, até chegar o Roberto Carlos… — ironiza Ivan, relembrando o início turbulento da editora, que este ano completa 40 anos. — Éramos jovens e tínhamos um idealismo, uma revolta contra aquela situação. Lembro que o Darcy Ribeiro uma vez me disse: “Mas você é editor, numa época dessas? É por isso que o mundo vai para frente, por causa da insciência da juventude!”

Para ler a matéria na íntegra, clique na imagem abaixo para ampliar o fac-símile ou clique aqui para ler o texto na versão online.

globo_lpm

Os contos de Julio Cortázar

A Casa de Cultura Mario Quintana, de Porto Alegre, promove o curso gratuito “Contos de Julio Cortázar”, com início nesta quinta-feira, dia 27 de março. São oito encontros quinzenais que se estendem até o dia 3 de julho.

Os participantes terão uma visão panorâmica da obra do autor por meio da leitura dos textos escolhidos, mediada por conhecedores da escrita de Cortázar: o escritor e tradutor Ernani Só, o músico e tradutor Sérgio Karam (responsável pela antologia A autoestrada do sul & outras histórias) e as professoras de literatura hispano-americana da UFRGS Karina Lucena e Liliam Ramos.

Cortazar

2014 é o “ano Cortázar“, que marca os 100 anos de seu nascimento, 30 anos de sua morte e 50 anos da publicação de O jogo da amarelinha. Mais informações aqui.

Lançamento nacional de “1964: O Golpe” em Porto Alegre

Nesta quinta-feira, dia 27 de março, acontece o lançamento nacional do livro 1964: O Golpe, de Flávio Tavares, em Porto Alegre, na Livraria Saraiva do Moinhos Shopping, a partir das 19h.

O livro conta a história do golpe que derrubou o presidente João Goulart e instaurou a ditadura militar no Brasil, em 31 de março de 1964. Flávio Tavares é, ao mesmo tempo, autor e personagem desta história. Como jornalista político em Brasília nos anos 60, acompanhou passo a passo os acertos e desacertos do governo de Jango e conviveu com os principais personagens civis e militares da época. No dia 1º de abril de 1964, no Palácio do Planalto, testemunhou os derradeiros momentos do presidente em fuga e, agora, revela segredos guardados durante meio século. Mais ainda: 1964: O Golpe reconstrói tudo em minúcias e revela como os Estados Unidos financiaram e apoiaram a conspiração.

capa_1964_golpe_flavio_tavares.indd

Começou a 51ª Feira do Livro Infantil de Bolonha

Começa hoje, dia 24 de março, a Feira do Livro Infantil de Bolonha, na Itália, a mais importante do mundo no segmento de livros infantis e infanto-juvenis, que tem, este ano, o Brasil como país homenageado. A feira é uma tradição entre editores do mundo inteiro que querem mostrar ou encontrar as melhores histórias e ilustrações dedicadas às crianças.

Um dos títulos que circulam no catálogo oficial do evento é A casa de Euclides, de Sérgio Capparelli, lançado no fim do ano passado pela L&PM.

capa_casa.de.euclides_24.06.2013.indd

No espaço especial reservado ao Brasil estarão expostos o trabalho de 55 ilustradores brasileiros na mostra Incontáveis Linhas, Incontáveis Histórias. Ziraldo será um dos autores homenageados, junto com o ilustrador Roger Mello. A ilustração da capa do catálogo é assinada por Ciça Fitipaldi.

A escritora Paula Taitelbaum também foi a Bolonha para participar da Feira, levando consigo seu livro de estreia na literatura infantil, Palavra vai, palavra vem (L&PM Editores). Ela nos mandou algumas imagens do primeiro dia do evento:

bolonha3

Visitantes olham os originais de ilustradores brasileiros que estão em destaque na Feira.

bolonha1

Os ilustradores de todo o mundo podem exibir mostras de seus trabalhos e deixar seu cartão de visita. O mural é livre, não precisa pedir permissão. Há varias dessas paredes pela feira. Aqui a ilustração é a grande estrela da festa.

bolonha2

Martha Suplicy discursou em italiano na abertura da feira em que o Brasil é o pais homenageado.

A Bologna Children’s Book Fair 2014, que começa hoje, segue até o dia 27 de março.