Arquivo mensais:fevereiro 2017

Anaïs Nin na cúpula do prazer

Além de dançar flamenco e escrever contos eróticos e ensaios feministas, Anaïs Nin foi atriz. Ela participou do filme Inauguration of the Pleasure Dome (1954), um curta-metragem “underground” de Kenneth Anger. O filme erótico-psicodélico narra uma reunião de deuses e figuras míticas na chamada “cúpula do prazer”, uma espécie de banquete visual de imagens sobrepostas, alucinações e lisergias cheias de referências ao universo de Aleister Crowley, do qual Kenneth Anger era devoto.

Anaïs Nin em cena do curta metragem  "Inauguration of the Pleasure Dome"

Anaïs Nin em cena do curta metragem “Inauguration of the Pleasure Dome”

Anaïs Nin faz o papel da deusa Astarte, que compõe o panteão do prazer ao lado de Aphrodite, Lilith, Isis, Kali, Nero, The Great Beast e The Scarlet Woman.

Dá pra assistir ao filme, na íntegra, no Youtube:

A L&PM Editores publica vários livros de Anaïs Nin, incluindo volumes de seus diários não expurgados e contos eróticos. Vale conhecer.

Bukowski no Dia Mundial do Gato

Charles Bukowski amava gatos. Tanto que escreveu textos, cartas e poemas em que citava os felinos. Muitos destes escritos foram reunidos em um volume chamado originalmente Os Cats que, breve, a L&PM lançará com o título de Sobre Gatos. E como 17 de fevereiro é o Dia Mundial do Gato, aproveitamos para compartilhar aqui trechos, fotos, um desenho e a capa do livro.

luz quente
 
sozinho
esta noite
nesta casa,
sozinho com
6 gatos
que me contam
sem
esforço
tudo que
para saber.
~*~
 
Os árabes admiram o gato, menosprezam mulheres e cães porque estes demonstram afeição e afeição é, segundo pensam alguns, um sinal de fraqueza. Bem, talvez seja. Eu não demonstro muito. Minhas esposas e namoradas reclamam porque mantenho minha alma isolada – e entrego meu corpo, talvez, puritanamente; mas voltemos ao maldito gato. Um gato é seu próprio SER. É por isso que, quando ele pega o pobre passarinho, não o solta de jeito algum. Isso é representativo das poderosas forças da VIDA que não soltam de jeito algum. O gato é o belíssimo diabo. 
[…]
Não existem espíritos ou deuses num gato, não procure por eles, Shed. Um gato é a imagem da maquinaria eterna, igual ao mar. Nós não domesticamos o mar porque ele é bonitinho mas domesticamos um gato – por quê? – SÓ PORQUE ELE NOS DEIXA. E um gato não sabe nunca o que é ter medo – finalmente – ele só se mete na mola do mar e da rocha, e mesmo em uma luta mortal ele não pensa em nada exceto na majestade da escuridão.
Bukowski-Gato-Carlton-Way-1976

Bukowski adorava gatos

Bukowski-desenho-gato-1966

Desenho de um gato ao sol

Bukowski-com-Manx-SP

Bukowski e o gato Manx

A capa de "Sobre gatos" que chegará em breve

A capa de “Sobre gatos” que chegará em breve

O mais romântico dos dias

14 de fevereiro é Dia de São Valentim, dia internacional do amor, dia dos namorados em grande parte do mundo ocidental. A origem da data tem diferentes versões. Foi o dia da morte de São Valentim, o santo casamenteiro que apaixonou-se pela filha cega do carcereiro. Também o dia em que, na Roma antiga, se festejava a fertilidade numa comemoração chamada Lupercália. E, para completar, na Idade Média, 14 de fevereiro marcava o início do acasalamento dos pássaros. O que leva a crer que não pode haver dia mais romântico do que esse.

E mesmo que, no Brasil, o Dia dos Namorados seja comemorado em 12 de junho, não há motivo para não se festejar também o Valentin’s Day. Afinal, amar nunca é demais.

Abaixo, algumas sugestões de livros da Coleção L&PM Pocket que combinam com esse dia:

Há história mais romântica do que a de Romeu e Julieta?

Sonetos para serem lidos a dois

“Kama” também significa “amor” em sânscrito

Uma história de amor vivida na Paris de 1968

Uma linda história de amor entre duas mulheres

O primeiro amor de Júlio Verne

Júlio Verne nasceu em Nantes, na França, em 8 de fevereiro de 1828. Ele dedicou a maior parte de sua obra à chamada literatura “de antecipação” – ou seja, a ficção científica – e aos romances de aventura. Sua produção literária é vastíssima e é autor, entre outros, de A volta ao mundo em 80 dias Viagem ao centro da Terra. 

Com apenas onze anos de idade, embarcou como ajudante em um transatlântico rumo às Índias. Quando seu pai, desesperado, o encontrou em Paimboeuf, foi descoberto o motivo da viagem: devolver a sua prima, Caroline Tronson, por quem era apaixonado, um colar de corais. Furioso, o pai castigou o pequeno Júlio com rigor e o proibiu de voltar a viajar.

Caroline foi o primeiro amor do escritor. Um amor não correspondido que teve efeitos sobre o adolescente Verne. Ele escreveu poemas de amor que foram respondidos com escárnio pela jovem. Aos 17 anos, Verne escreveu sua primeira peça de teatro, “Alexandre VI”, baseado na vida do Papa Alexandre VI e que dedicou-a à sua amada prima. Mas Caroline decidiu casar-se por conveniência com um homem rico. Verne f
icou tão decepcionado com as mulheres que fundou o clube chamado “Os Onze sem Mulheres”. Mas em 1856 acabou abandonando o clube ao casar-se com a viúva Honorine de Viane com quem teve seu único filho, Michel Verne, nascido em 1861.

julio-verne-facebook

 

Sobre livros sem título na capa

Leio agora que estão lançando um livro sem o título na capa. E ao contrário de uma ideia inédita, como está escrito, penso que isso, na verdade, é apenas mais uma “velha novidade”. Em 1977, portanto há 40 anos, o livro REFLEXOS DO BAILE, do grande Antonio Callado, num belo trabalho do pintor Carlos Scliar (tio do escritor Moacyr Scliar), trazia apenas o nome do autor na capa e o título na quarta capa (contracapa). Fernando Gasparian, o grande editor e intelectual, então dono da editora Paz e Terra e editor histórico jornal Opinião, sempre dizia que ao concordar em fazer o livro sem o título na capa, fez uma “homenagem à vanguarda” segundo palavras suas. Mas ele sabia que seria difícil vender o livro… E foi. Na reedição, ele colocou o título do livro na capa e aí sim vendeu muito bem como vendiam os livros do Callado. Achei importante relembrar isso para sermos justos com um editor que fez história em nosso país. (Ivan Pinheiro Machado)

A primeira edição do livro de Antonio Callado sem o título na capa

A primeira edição do livro de Antonio Callado sem o título na capa

O pequeno grande Charles Dickens

Filho de família pobre, Charles Dickens nasceu em 7 de fevereiro de 1812 em Landport, um pequeno distrito de Portsmouth, no condado de Hampshire. Era o segundo de nove irmãos e irmãs. Mas a família Dickens logo se mudou, primeiro para Chatham, no condado de Kent, onde Charles levou uma vida livre e despreocupada, e depois para Londres.

Desde muito cedo, o pequeno Charles foi obrigado a conviver com a pobreza. John, seu pai, dilapidou o patrimônio da família, e a chegada de mais sete crianças agravou ainda mais a condição de precariedade. Em 1824, John foi preso por não pagar suas dívidas, junto com a mulher e com os filhos. Charles, então com doze anos, escapou da prisão porque trabalhava em uma fábrica de graxa de sapato. A infância pobre e a sensação de abandono tiveram uma influência profunda sobre suas opiniões a respeito da injustiça, do trabalho infantil, da reforma social e sobre o mundo que criava em seus romances. Quando a família foi libertada, Charles voltou para a escola. Aos quinze anos, conseguiu um emprego em um escritório de advocacia.

Em 1834, Dickens estreou no jornalismo, no Morning Chronicle. Logo começou a escrever ficção e alcançou o sucesso como escritor com a publicação de As aventuras do sr. Pickwick. Viraria o mais célebre escritor da era vitoriana. Suas mais conhecidas histórias são Um conto de Natal David Copperfield, livro no qual o autor recria as lembranças de sua infância difícil.

(Informações retiradas do Dossiê sobre Charles Dickens que se encontra no final de Um conto de Natal da Série Clássicos da Literatura em Quadrinhos)

O pequeno Charles Dickens

O grande Charles Dickens