Arquivo mensais:junho 2018

Carta de Einstein que fala sobre o início do nazismo é leiloada por U$ 25 mil

Uma carta de quatro páginas escrita por Albert Einstein e por sua esposa, Elsa, e endereçada a Maja Winteler-Einstein, irmã do cientista, foi leiloada nesta quinta-feira, 28 de junho, e atingiu o preço de US$ 25 mil. A carta foi escrita no dia 28 de março de 1933, a bordo do navio SS Belgenland, que deixou Nova York em direção à cidade de Antuérpia, na Bélgica, onde Einstein entregou seu passaporte no consulado alemão. O casal estava a caminho dos Estados Unidos quando Adolf Hitler foi nomeado chanceler, no dia 30 de janeiro de 1933. Durante a viagem no navio, Einstein foi informado que os nazistas tinham atacado seu apartamento na capital alemã. Além disso, tinham publicado uma placa que dizia “ainda não foi enforcado” e puseram uma recompensa de US$ 5 mil por sua cabeça. Menos de dois meses depois, o casal decidiu voltar para a Alemanha para ficar em sua residência de veraneio, na cidade de Caputh, ao sudoeste de Berlim, contra o que lhe aconselhavam amigos e colegas. Na carta, escrita apenas minutos antes de chegar em Antuérpia, como se especifica no texto, Elsa refletia sua preocupação com o estado de Tetel Einstein (filho de Albert, fruto do seu primeiro casamento) e lembrava que todos os seus amigos tinham fugido da Alemanha ou estavam presos. Na carta, a esposa de Einstein explica que o casamento está vivendo situações “profundamente tristes” e que não conseguiu conter as lágrimas ao ler uma carta dos filhos do cientista, Hans Albert e Tetel. Einstein conclui a carta com um tom que contrasta com o sentimento demonstrado pela sua esposa, talvez como sinal de aceitação do seu destino.

A carta escrita por Einstein e sua esposa Elsa que foi leiloada por U$ 25 mil.

A carta escrita por Einstein e sua esposa Elsa que foi leiloada por U$ 25 mil.

A biografia “Albert Einstein“, de Laurent Seksik, publicada na Coleção L&PM Pocket, conta um pouco sobre essa época. E de autoria de Einstein, a L&PM publica “A Teoria da Relatividade” em formatos convencional e pocket.

Um dia que tem a cor do arco-íris

28 de junho é o Dia Internacional do Orgulho LGBT+. Para marcar o dia, postamos aqui alguns trechos de livros de escritores que tinham muito orgulho de ser o que eram:

patricia_arcoiris

O cheiro abafado e ligeiramente doce de seu perfume atingiu Therese de novo, um cheiro que lembrava seda verde-escura, que era só dela, como o perfume de alguma flor especial. Therese inclinou-se mais em sua direção, olhando para seu copo. Ela queria empurrar a mesa para um lado e pular nos braços dela, enterrar seu nariz no cachecol verde e dourado que estava bem atado em volta do pescoço dela.  (Patricia Highsmith, do livro Carol)

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allen_arcoiris

Estou feliz, Kerouac, seu louco Allen
finalmente conseguiu: achou um cara novo
e minha imagem de um garoto eterno
passeia pelas ruas de San Francisco,
lindo, e me encontra nas cafeterias
e me ama. Ah, não pense que estou maluco.
Você está zangado comigo. Pelos meus amantes?
É duro comer merda, sem ter visões;
quando eles me olham, para mim é o Paraíso.
(Allen Ginsberg, do livro Uivo e outros poemas)

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oscar_arcoiris

– Ele gosta de mim. Sei que gosta. É claro que eu o lisonjeio demais, e sinto um prazer estranho em dizer coisas de que estou certo que vou me arrepender. Como norma, ele é delicado comigo, nós nos sentamos no ateliê e conversamos sobre uma porção de coisas. De vez quando, porém, ele é muito descortês, e parece sentir prazer em me causar dor. Nessas horas, Harry, sinto que sou tratado como uma flor de lapela, uma peça de decoração para deleitar-lhe a vaidade, um ornamento de um dia de verão. (Oscar Wilde, do livro O retrato de Dorian Gray)

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caio_arcoiris

Eu queria aquele corpo de homem sambando suado bonito ali na minha frente. Quero você, ele disse. Eu disse quero você também. Mas quero agora já neste ins­tante imediato, ele disse e eu repeti quase ao mesmo tempo também, também eu quero. Sorriu mais largo, uns dentes claros. Passou a mão pela minha barriga. Passei a mão pela barriga dele. Apertou, apertamos. As nossas carnes duras tinham pêlos na superfície e músculos sob as peles morenas de sol. Ai-ai, alguém falou em falsete, olha as loucas, e foi embora. Em volta, olhavam. (Caio Fernando Abreu, do livro Morangos Mofados)