Arquivo da tag: Os filhos dos dias

Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher

Página do livro "Os filhos dos dias" de Eduardo Galeano

Página do livro “Os filhos dos dias” de Eduardo Galeano

cartaz_filme_borboletasO filme No tempo das borboletas que retrata o período de ditadura militar (1930-1961) na República Dominicana, onde por 31 anos o povo esteve refém das atrocidades cometidas pelo general Rafael Leónidas Trujillo. Sob seu lema ou estás comigo ou contra mim, e com o beneplácito da Igreja, Trujillo mandava matar todos os que se opunham ao seu regime. Foi responsável direto pelo assassinato de mais de 30 mil pessoas.

O filme conta a saga das irmãs Mirabal: Minerva, Patria, María Teresa, filhas de um pequeno proprietário de terras que vivia na cidade de Ojo de Agua, don Enrique Mirabal, e da dona de casa Mercedes Mirabal, que desafiaram a sangrenta ditadura do general Trujillo.

Em homenagem à luta das irmãs Mirabal, o 1º Encontro de Mulheres da América Latina e Caribe, realizado em 1981, em Bogotá, decidiu criar o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher na data de 25 de novembro de cada ano.
Com direção de Mariano Barroso e as atrizes Salma Hayek, Mía Maestro, Pilar Padilla, Lumi Cavazos e Ana Martín, o filme é uma contundente denúncia da violência do sistema contra a mulher, e sua exibição nas escolas e bairros possibilita um importante debate sobre a luta da mulher por uma nova sociedade e por sua emancipação.

irmas_mirabal

As belas irmãs Mirabal

 

O último encontro com Eduardo Galeano

galeano1Daqui a dois dias, fará exatamente um ano que Eduardo Galeano falou em público pela última vez no Brasil. Em 15 de abril de 2014, depois de passar pela Bienal de Brasília – onde foi o grande homenageado – o escritor uruguaio palestrou na PUC do Rio de Janeiro. Foi um encontro emocionado em que ele comentou sentir-se sufocado de tanto carinho. Naquela terça-feira, o espaço reservado para o escritor uruguaio mostrou-se pequeno para a multidão que queria vê-lo, ouvi-lo e quem sabe até tocá-lo. O evento aconteceria em um auditório de 150 lugares, mas acabou sendo transferido para o ginásio com capacidade para 3.000 pessoas que ocuparam cadeiras e sentaram-se no chão, enquanto Galeano se acomodou sobre o palco. No encontro, ele leu trechos de seu último livro, Os filhos dos dias, e agradeceu a acolhida. Para os privilegiados que puderam estar lá, fica a lembrança não apenas de um escritor maiúsculo, como também de um homem inteligente, verdadeiro, simples, bem-humorado e simpático. Galeano partiu na manhã de 13 de abril de 2015. Deixa saudades e uma obra eterna.

A última palestra de Eduardo Galeano no Brasil aconteceu em 15 de abril de 2014 na PUC RJ. Foto Ivan Pinheiro Machado

A última palestra de Eduardo Galeano no Brasil aconteceu em 15 de abril de 2014 na PUC RJ. Foto Ivan Pinheiro Machado

Eduardo Galeano é cidadão do Rio de Janeiro

Depois de palestrar sobre futebol na Bienal de Brasília e ler trechos de Os filhos dos dias em um ginásio lotado no Rio de Janeiro, Eduardo Galeano encerrou suas aparições públicas no Brasil ao receber a Medalha Tiradentes e o Título de Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro. A cerimônia de entrega aconteceu na quarta-feira, 16 de abril, e em seu discurso Galeano falou sobre Tiradentes e dedicou a medalha ao amigo Oscar Niemeyer:

Sobre Tiradentes

Ao final do século 18, acreditava-se que as minas do Brasil durariam tanto quanto o mundo, mas cada vez havia menos ouro e menos diamantes e cada vez eram mais pesados os tributos que era preciso pagar à rainha de Portugal e sua corte de parasitas.

Para romper com a Europa, que “nos chupa como esponja”, conspirou um grupo de mineiros e fazendeiros, frades e contrabandistas de longa experiência. A rebelião se propunha converter a colônia em pátria. O Brasil queria ser república independente.

E a rebelião foi crescendo.

Antes que soasse o primeiro tiro de mosquete, falaram os delatores. Os delatores marcaram para morrer os seis que foram condenados, enforcados, decapitados e esquartejados.

O único que não delatou ninguém, e foi por todos delatado, foi o primeiro a adentrar o patíbulo na hora do amanhecer.

O alferes Tiradentes foi o primeiro a ser castigado por querer que os brasileiros fossem brasileiros, em toda a infinita dimensão da palavra liberdade.

* * * 

Eu quero dedicar esta medalha que hoje alegra meu peito à memória de meu muito querido amigo Oscar Niemeyer.

Ele foi, e continua sendo, além de toda morte, o mais entusiasta protagonista dessa louca aventura que hoje chamamos Brasil.

Que assim seja, que assim continue sendo.”

Eduardo Galeano recebe a medalha Tiradentes e o Título de Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro, dos mandatos do deputado estadual Marcelo Freixo e do vereador Eliomar Coelho.

Eduardo Galeano recebe a medalha Tiradentes e o Título de Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro, dos mandatos do deputado estadual Marcelo Freixo e do vereador Eliomar Coelho.

Em seu discurso, Galeano citou Tiradentes e homenageou Niemeyer

Em seu discurso, Galeano citou Tiradentes e homenageou Niemeyer

Galeano e o “Homem de Cor”

O canal do Youtube da PUC Rio disponibilizou um emocionante trecho da leitura que Eduardo Galeano realizou na noite de terça-feira, 15 de abril. Galeano leu “Homem de cor”, de Léopold Senghor, poeta do Senegal.

“Homem de cor” é o texto que está em 29 de Agosto no livro Os filhos dos dias, de Galeano.

gale_homemdecor

O abraço de Eduardo Galeano no Rio de Janeiro

Na noite de terça-feira, 15 de abril de 2014, Eduardo Galeano levou uma verdadeira multidão à PUC do Rio de Janeiro. Gente que queria vê-lo, ouvi-lo e, quem sabe, até tocá-lo. O evento, que aconteceria em um auditório para 150 lugares, acabou transferido para o ginásio com capacidade para 3.ooo pessoas, onde o escritor uruguaio leu trecho de Os filhos dos dias, o mais recente livro publicado pela L&PM. Hoje, o dia seguinte inunda as redes sociais de fotos e relatos emocionados com o de Caio Renan, um jovem que, logo depois do encontro, publicou um texto que transcrevemos aqui:

O dia em que ganhei um abraço de Eduardo Galeano

Um relato bobo, escrito logo depois do encontro com um ídolo

Por Caio Renan – Via medium.com/@caiorenan

A partir de uma certa idade, eu adquiri o hábito de ler. Ler bastante. A enorme quantidade de tempo dentro de ônibus pelo Rio de Janeiro me deu bastante tempo pra exercitar o hábito. Daí, como qualquer um que conheça a obra dele, tornei-me admirador de Eduardo Galeano.
A visão latina, o viés político, poético, filosófico, o gosto pelo futebol… Tudo nesse gigante inspira admiração.

Há um tempo soube que ele viria ao Rio. A data: hoje, dia 15 de abril de 2014. A partir daí enchi o saco de vários que possivelmente estão lendo isso atrás de contatos que pudessem me levar a Galeano. Uma entrevista, uma conversa, uma foto, um autógrafo… Qualquer coisa que pudesse guardar na memória eu queria. Cheguei a um uruguaio. Este é amigo de Galeano há mais de uma década, trabalha em uma mídia fundada por Galeano. Num espaço pequeno e com contato com o escritor, ele garantiu que eu poderia ter alguns minutos com o gigante.

Cheguei a PUC, encontrei a Rebeca Letieri, pegamos as senhas e entramos no auditório. Esperávamos. Mas Galeano não é um qualquer. Além de genial e inspirador, é popular. Levou uma multidão à universidade católica. Multidão ensandecida do lado de fora. Evento movido pro ginásio. Ótimo, porque todos que queriam conseguiriam ouvir as palavras de sabedoria do uruguaio. No entanto, a aproximação que queria o amigo Gabriel foi perdida. Ainda tentamos nos aproximar. Mas o mau humor atestado por Gabriel e a veemência que Galeano disse a seu editor “Não vou dar entrevistas!” encerraram qualquer esperança de contato com ele.

Depois disso, sentamos e ouvimos. Rimos, pensamos, duvidamos (tudo precisa ser questionado, afinal), aplaudimos de pé e absorvemos o que foi possível.

Na hora de sair, a surpresa. Isso era o que eu procurava: algo pra me recordar do encontro com um ídolo, com uma mente que admiro. Quando descia uma escada, fecharam meu caminho para que Galeano passasse. Depois que ele passou, fui. No fim da escada, duas moças que sorriam de orelha a orelha disseram: “Muchas gracias, Galeano!”. Ele se virou tranquilo. Sorriu, pegou a mão da primeira, deu um abraço. Repetiu o ritual com a segunda. Fez o mesmo comigo. Riu de novo. Agradeceu. E seguiu viagem.

Pode ser bobeira minha. Idolatria desmedida. Mas ganhar um abraço e um aperto de mão de um cara que escreveu obras que moldaram minha mente e tantas outras… Pra mim, foi algo que não vou deixar de lembrar. O riso de um cara que trazia um semblante tão mau humorado antes de receber o calor daqueles admiradores todos, o agradecimento e a simpatia… Vou lembrar.

Hoje, o corpo é festa.

(Momento sem foto por causa do inexplicável sumiço de Rebeca Letieri, que tava atrás de mim e quando fui pra escada, sumiu como um avião da Malaysia Airlines)

Eduardo Galeano lotou o ginásio da PUC-RJ / Foto Ivan Pinheiro Machado

Eduardo Galeano lotou o ginásio da PUC-RJ / Foto Ivan Pinheiro Machado

Foto de Ivan Pinheiro Machado

Foto de Ivan Pinheiro Machado

Eduardo Galeano no Brasil

O escritor Eduardo Galeano é o homenageado da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontece em Brasília, entre 11 e 21 de abril. O autor do clássico As Veias Abertas da América Latina fará o discurso inaugural na noite do primeiro dia do evento e, no dia 15 de abril, segue para o Rio de Janeiro, onde fará uma leitura do livro Os filhos dos dias no auditório RDC da PUC-Rio. As atividades da Bienal de Brasília e a leitura de textos no Rio são atividades gratuitas.

Convite Galeano_Facebook