Arquivo mensais:fevereiro 2014

Brasileiros nos Diários de Andy Warhol

O escritor Antonio Bivar leu os Diários de Andy Warhol e fez, para a revista Joyce Pascowitch, uma seleção dos brasileiros (entre outros) que passaram pela vida do pai da pop art e seus comentários a respeito deles. O texto foi publicado em duas partes, nas edições de janeiro e fevereiro, e você pode ler as duas clicando na imagem abaixo:

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(clique para ler as matérias)

 

Martha Medeiros e a lista nacional

POR TRÁS DAS LISTAS

Valor Econômico – 28/02/2014 – Por Joselia Aguiar

Listas só com autores nacionais não costumam ser preparadas pelas livrarias e veículos da imprensa. A disputa de nacionais com estrangeiros é quase sempre inglória para os primeiros. A literatura daqui representou 4,8% do faturamento do mercado em 2013, informa a GfK. A estrangeira, com 21,3%, manteve-se como o maior dos segmentos. Para chegar a um posto entre os dez mais vendidos o título precisa alcançar num mês a marca de 15 mil exemplares vendidos. A meta a atingir numa lista exclusivamente de nacionais é bem mais razoável: 2 mil. Num ranking de 50 de literatura brasileira elaborado pela GfK, o primeiro lugar tem Paulo Leminski, com a antologia Toda poesia. Martha Medeiros surge em segundo e quinto com, respectivamente, A graça da coisa e Feliz por nada. Fernanda Torres está em terceiro com seu romance de estreia, Fim e Luis Fernando Verissimo, em quarto e décimo, com Diálogos impossíveis e Os últimos quartetos de Beethoven

(Via Publishnews)

Sucesso: "A Graça da coisa", de Martha Medeiros já está na 22ª edição.

Sucesso: “A Graça da coisa”, de Martha Medeiros já está na 22ª edição.

 

Basquiat no palco

Está em cartaz no Sesc Consolação, em São Paulo, o espetáculo “In the place – um lugar para estar” sobre a vida e a obra de Jean-Michel Basquiat. É teatro, mas Basquiat não deixa de pintar para contar a sua história no monólogo interpretado pelo ator Alex Mello, sob a direção de Gilberto Gawronski.

bass

O espetáculo começa com um painel em branco, onde o texto escrito pelo próprio Alex Mello ganha cor e forma com tintas e pincéis, recuperando fatos da infância do artista, o início da carreira grafitando muros, a escalada para o sucesso em Nova York, a relação com a heroína e a morte por overdose aos 27 anos. Além de recriar no painel imagens que remetem aos desenhos do pintor, Mello também risca palavras soltas e poemas. Detalhe: cada espetáculo resulta num painel diferente.

Personagens como o grande amigo e incentivador Andy Warhol não podiam ficar de fora do espetáculo. A relação deles era bastante próxima, com direito a dezenas de registros nos Diários de Andy Warhol.

Quarta-feira, 18 de maio, 1983. (…) Paige [a namorada de Basquiat] está chateada – Jean Michel Basquiat está realmente usando heroína – ela ficou chorando, me pedindo para fazer alguma coisa, mas o que eu posso fazer? Ele furou o nariz e não podia mais cheirar coca, e acho que ainda queria estar chapado com alguma coisa. Acho que queria ser o mais jovem artista a desaparecer.

Terça-feira, 13 de setembro de 1983. Jean Michel apareceu, estava drogado e excitado, trouxe uma pintura para me mostrar. Me contou uma história de que queria comprar um maço de cigarro e aí fez um desenho e vendeu por 75 centavos e uma semana depois a galeria dele ligou e disse que tinha um desenho dele lá e se deveriam comprar por $1 mil. Jean Michel achou engraçado. E é. E estava subindo para ver se alguém comprava uma pintura dele por $2. Quer dizer, porque agora as pituras dele saem por $15 mil e aí ele queria ver se alguém daria $2 por uma.

“In the place – um lugar para estar” está em cartaz até 28/2 (sexta) com sessões às 20h e ingressos a R$10.

Bukowski animado

O ilustrador Jonathan Hodgson fez uma uma animação baseada no poema “The Man with Beautifull Eyes” de Charles Bukowski. O curta tem pouco menos de 6 minutos e foi produzido para a rede pública de TV britânica Channel Four e ganhou prêmios em vários festivais internacionais, incluindo o Bafta, o mais importante da Grã-Bretanha. Assista à versão legendada em português pelo blog Velho Bukowski:

A L&PM publica boa parte da obra poética de Charles Bukowski nos livros O amor é um cão dos diabos e Textos autobriográficos, ambos na Coleção L&PM Pocket.

Eis o poema que inspirou a animação, ainda sem tradução oficial para o português:

the man with the beautiful eyes – Charles Bukowski

when we were kids
there was a strange house
all the shades were
always
drawn
and we never heard voices
in there
and the yard was full of
bamboo
and we liked to play in
the bamboo
pretend we were
Tarzan
(although there was no
Jane).
and there was a
fish pond
a large one
full of the
fattest goldfish
you ever saw
and they were
tame.
they came to the
surface of the water
and took pieces of
bread
from our hands.

Our parents had
told us:
“never go near that
house.”
so, of course,
we went.
we wondered if anybody
liveed there.
weeks went by and we
never saw
anybody.

then one day
we heard
a voice
from the house
“YOU GOD DAMNED
WHORE!”

it was a man’s
voice.

then the screen
door
of the house was
flung open
and the man
walked
out.

he was holding a
fifth of whiskey
in his right
hand.
he was about
30.
he had a cigar
in his
mouth,
needed a shave.
his hair was
wild and
and uncombed
and he was
barefoot
in undershirt
and pants.
but his eyes
were
bright.
they blazed
with
brightness
and he said,
“hey, little
gentlemen,
having a good
time, I
hope?”

then he gave a
little laugh
and walked
back into the
house.

we left,
went back to my
parents’ yard
and thought
about it.

our parents,
we decided,
had wanted us
to stay away
from there
because they
never wanted us
to see a man
like
that,
a strong natural
man
with
beautiful
eyes.

our parents
were ashamed
that they were
not
like that
man,
that’s why they
wanted us
to stay
away.

but
we went back
to that house
and the bamboo
and the tame
goldfish.
we went back
many times
for many weeks
but we never
saw
or heard
the man
again.

the shades were
down
as always
and it was
quiet.

then one day
as we came back from
school
we saw the
house.

it had burned
down,
there was nothing
left,
just a smouldering
twisted black
foundation
and we went to
the fish pond
and there was
no water
in it
and the fat
orange goldfish
were dead
there,
drying out.

we went back to
my parents’ yard
and talked about
it
and decided that
our parents had
burned their
house down,
had killed
them
had killed the
goldfish
because it was
all too
beautiful,
even the bamboo
forest had
burned.

they had been
afraid of
the man with the
beautiful
eyes.

and
we were afraid
then
that
all throughout our lives
things like that
would
happen,
that nobody
wanted
anybody
to be
strong and
beautiful
like that,
that
others would never
allow it,
and that
many people
would have to
die.

Wagner na biografia de Nietzsche

Você já deve ter escutado algo como: “Se por acaso você passar pela minha cidade, não deixe de me visitar”. Na maioria das vezes, é preciso concordar, esse convite feito por mera educação. Só que ao escutar isso vindo da boca do grande compositor Richard Wagner, o então jovem professor Friedrich Nietzsche fez questão de honrar o convite. E chegou insesperadamente na mansão de Wagner, na cidade suíça de Tribschen. Mas como o dono da casa estava em plena composição do terceiro ato de Siegfried, sua esposa, Cosima, propôs ao rapaz que ele voltasse outro dia. E ele realmente voltou. Não apenas uma, mas várias vezes, a ponto de se tornar amigo íntimo dos Wagner.

A relação do filósofo com o compositor é contada em Nietzsche, de Dorian Astor, o mais novo volume da Série Biografias L&PM. Abaixo, dois pequenos trechos do livro:

O fascínio de Friedrich por Wagner tem algo de alienante, e serão necessários muito tempo e energia para que possa se libertar dessa atração. Isso porque o artista, confessa ele, tem “um encanto cativante”. Tribschen e Basileia tornam-se antípodas entre as quais Nietzsche leva de certa maneira uma vida dupla: por um lado, na presença dos Wagner, deixa-se levar por arroubos artísticos e ostentações mundanas; por outro, a universidade o reconduz a ascese das bibliotecas e à monotonia do círculo de colegas.

Nietzsche é o mais novo nome da série Biografias L&PM

Nietzsche é o mais novo nome da série Biografias L&PM

Em Tribschen, Nietzsche gostava, não sem certa ingenuidade, de que ouvissem suas próprias composições. Wagner põe um fim nas secretas esperanças musicais do jovem amigo e volta a conduzi-lo para a esfera universitária, embora o encorajando a trilhar um caminho extremamente singular, o de uma filologia “no espírito da música”, e tal será, de fato, a expressão que define O nascimento da tragédia. Encarregado de semelhante missão espiritual, mas restrito por seu mestre aos trabalhos filológicos, Nietzsche pouco a pouco se fecha e trabalha sem descanso.

A casa de Tribschen de três andares ainda está lá e agora é o Richard Wagner Museum, onde o visitante pode conhecer móveis, pinturas e objetos que pertenceram ao compositor. É lá que também que, ao lado do busto de Wagner, está o busto de Nietzsche fortalecendo a relação eterna entre dois grandes alemães.

A casa de Wagner, frequentada por Nietzsche, agora é um museu

A casa de Wagner, frequentada por Nietzsche, agora é um museu

Dentro da casa museu, lado a lado, Wagner e Nietzsche

Dentro da casa museu, lado a lado, Wagner e Nietzsche

Uma história do mundo em sétima edição

Uma história do mundo é um instigante panorama sobre a constituição da humanidade – fruto de quarenta anos de leituras e pesquisas de David Coimbra. Uma obra que acaba de chegar à sua sétima edição, mostrando que quando informação e bom humor se cruzam, o resultado só pode ser um sucessso.

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Mas como foi que derrotamos os neandertais? Trata-se de um profundo mistério. Eles tinham tudo para nos vencer. Nós, que digo, somos os sapiens sapiens, os “homens duplamente sábios”. Verdade que fomos nós mesmos que nos pespegamos esse nome, mas, enfim, talvez seja merecido. Afinal, só nós sobramos entre todas as espécies de homos: os pitecos, os erectus, os habilis e tantos mais. Logo, se o critério for a evolução dos resultados, somos mesmo duplamente sábios.

Só que bater os pitecos, os habilis e os erectus foi fácil. Alguns deles se erguiam a pouco mais de metro de altura, a maioria possuía cerebrozinhos deste tamanho e, o principal, nenhum deles desenvolveu a mais eficiente de todas as ferramentas humanas, a linguagem.

Mas com os neandertais era diferente.

Com os neandertais, o osso era mais duro e o arroz era mais solto.

(Trecho inicial da crônica “Neandertal, o solteiro feliz” que abre o livro Uma história do mundo, de David Coimbra)

Belle na Colette, em Paris

Você conhece a Belle, irmã do Snoopy? Ela não é tão famosa quanto o irmão, mas é tão fofa quanto ele! E em março, durante o Paris Fashion Week, ela será uma das estrelas da Colette, uma das lojas-conceito mais badaladas da Europa. Até o Water Bar, o famoso coffee shop que fica no interior da loja e tem em seu cardápio mais de 100 tipos de garrafas e marcas de água mineral, vai ganhar nova decoração inspirada na doce Belle.

A Colette vai lançar produtos Belle, como bolsas e capas para iPhone, além da coleção exclusiva de roupas “Belle Goes POP @ colette” desenhada por Philip Colbert, fundador da grife de pop-art The Rodnik Band. A coleção exclusiva da Belle será anunciada em breve no Twitter @BellePRGirl e na fanpage de Peanuts no Facebook.

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Os cantos de Capparelli em destaque

O Menino Levado ao Céu pela Andorinha é um livro que merece destaque. Não apenas por seu conteúdo – recheado de cantos e poemas de diferentes povos indígenas das Américas – como também pela sua belíssima forma com ilustrações de Eduardo Uchôa. O escritor Sérgio Capparelli foi responsável por selecionar e traduzir os cantos tribais. Ele conversou com o repórter Alexandre Lucchese, do Segundo Caderno do Jornal Zero Hora, sobre este trabalho e a matéria, publicada nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, pode ser lida abaixo:

Clique sobre a imagem para ler a matéria

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Alice no país dos bonecos

O grupo Giramundo de teatro de bonecos montou o clássico Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll, com técnicas de stop motion e manipulação em tempo real. São 55 bonecos que dividem o palco com o ator Beto Militani, que faz as vezes do escritor no papel de narrador da história. Fiel à tradição de incorporar novas linguagens cênicas, a companhia investiu nas tecnologias que valorizam a presença do marionetista no palco, além de dialogar com as artes plásticas, com o vídeo e com a música.

A trilha sonora com 27 músicas é assinada por John Ulhoa e Fernanda Takai, do Pato Fu – e Takai ainda empresta sua voz para Alice. Outra participação especial no espetáculo é de Arnaldo Baptista, que dubla o chapeleiro maluco.

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Neste fim de semana, o espetáculo será apresentado em Sorocaba/SP e nos dias 1, 2, 7, 8 e 9 de março segue para Santana/SP. Em maio, o grupo vem ao Rio Grande do Sul com apresentações em Novo Hamburgo no dia 1º e em Porto Alegre nos dias 2, 3 e 4.

Dois novos retratos de Shakespeare

Shakespeare era um tipo magrinho e gostava de cães. Sabemos disso graças aos novos retratos do autor de Romeu e Julieta descobertos recentemente na Alemanha. Em coletiva de imprensa realizada na Mainz Cathedral esta semana, estudiosos da Universidade de Mainz confirmaram a autenticidade dos retratos.

Um deles mostra um jovem Shakespeare, com cerca de 30 anos de idade (estima-se que tenha sido pintado em 1564), com um sorriso discreto, porém orgulhoso, exalando auto-confiança. O quadro ornava um dos quartos da “Gothic House” do jardim real de Dessau-Wörlitz, na Alemanha, e teria sido presente de Thomas Hart, um parente distante de Shakespeare, a um príncipe que habitava o aposento. O outro retrato mostra o escritor com mais ou menos 50 anos (pouco antes de sua morte) sentado em uma cadeira segurando um livro e acariciando um cachorro. É o único registro que mostra Shakespeare de corpo inteiro.

new-shakespeare-portraits

E por falar em Shakespeare, já conhece a Série Shakespeare L&PM? São mais de 20 peças com traduções de Milôr Fernandes e Beatriz Viegas-Faria.