Arquivo da tag: Napoleão Bonaparte

Napoleão continua sabendo das coisas

Napoleão Bonaparte nasceu em 15 de agosto de 1769 em Ajaccio, capital da Córsega. E, ao longo de sua intensa vida de general, comandante e imperador, deixou um legado de pensamentos que foram reunidos no Manual do líder, publicado na Coleção L&PM Pocket com tradução de Julia da Rosa Simões. São frases que seguem sendo atuais:

“O governo precisa ser posto à prova continuamente.”

“Os grandes poderes morrem de indigestão.”

“Jamais as assembleias reuniram prudência e energia, sabedoria e vigor.”

“Nada funciona num sistema político em que as palavras não condizem com as coisas.”

“A verdadeira sabedoria das nações é a experiência.”

“É preciso demonstrar mais caráter na administração do que na guerra.”

“Qualquer associação é um governo dentro do governo.”

Anel com o qual Napoleão presenteou seu primeiro amor irá a leilão

Seu nome era Caroline du Colombier. Ela foi o primeiro amor do jovem tenente Bonaparte quando ele tinha apenas 17 anos e ela 25. Mas a paixão foi apenas platônica. Apenas passearam juntos pelo bosque e comeram cerejas algumas vezes. Mesmo assim, o futuro imperador Napoleão não deixou de imortalizar seu idílio e presenteou Caroline com um anel oval com uma cena romântica em relevo. E é esse anel que, em 26 de março, irá a leilão.

Exilado em Santa Helena, Napoleão recordou Caroline em suas memórias: “Não havia nada mais inocente do que nós. Ainda me lembro de uma manhã quente, em pleno verão (…) toda a nossa felicidade era reduzida a comer cerejas juntos.”

Uma vez casada com Mr. Garempel Bressieux — ex-oficial que a levou para viver em um castelo perto de Lyon —  Caroline trocou uma longa correspondência com Napoleão e obteve uma série de benefícios para a sua família e amigos.

Os primeiros amores de Napoleão não passaram de flertes inocentes, até que ele conheceu Josephine de Beauharnais. Em 2013, a maison Osenat vendeu o anel de noivado que ele lhe deu em 1796 por 896.400 euros. Muito menor e menos valioso, o anel dado a Caroline du Colombier será leiloado pela mesma casa de leilões e tem valor estimado entre 10.000 e 15.000 euros. Mas também podemos esperar uma surpresa, porque este amor não consumado pode despertar muitas fantasias nos fãs do imperador.

napoleao anel 3

O anel que Napoleão deu a Caroline irá a leilão em 26 de março

A Coleção L&PM Pocket publica a biografia de Napoleão Bonaparte, o Manual do Líder, escrito pelo próprio e ainda Como fazer a guerra – Máximas e pensamentos de Napoleão, frases selecionadas por Honoré de Balzac.

Os últimos suspiros de Napoleão

Em 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte, derrotado em Waterloo, traído pelos franceses e pelos ingleses, chegou à ilha de Santa Helena para morrer. Esta pequena possessão inglesa fora escolhida para ser o castigo e a prisão do grande Imperador. A volta do primeiro exílio em Elba fora uma lição sobre a capacidade de retornar do General. Ele então foi condenado ao desterro em um lugar improvável, uma ilha infernalmente tórrida, perdida no meio do Oceano Atlântico. O carcereiro, Sir Hudson Lowe, foi o homem encarregado de policiar, vigiar e humilhar Napoleão Bonaparte até sua morte. Foram seis anos de martírio. Em 5 de maio de 1821, o Imperador (como era chamado pelos franceses) morreu naquele inferno úmido e quente, corroído pela amargura e pelo câncer (embora haja a versão não oficial de que foi envenenado com arsênico lentamente pelos ingleses). No mais recente volume da Série Biografias L&PM, Pascale Fautrier, através de um texto primoroso, expõe a lógica implacável do poder, restaurando a humanidade do ícone Napoleão Bonaparte.

Napoleão Bonaparte está na Série Biografias L&PM

Napoleão Bonaparte está na Série Biografias L&PM

Abaixo, alguns trechos da biografia:

A morte, suspensa o máximo de tempo possível e mantida na expectativa pelo romance, no fim acaba sempre vencendo como sabemos. A demissão de Las Cases pelo governador Hudson Lowe (personagem estranho, também tomado de paixão por seu prisioneiro, mas de uma paixão inteiramente negativa) aceleraria o progresso da doença. A bile negra, que os antigos teriam afirmado ser seu mal secreto, acabou de fato sendo vomitada por Napoleão. Saindo de uma prostração apenas para chamar o médico Antonmarchi de “grande velhaco” e “grande malandro”, ele deu seus três últimos suspiros (segundo Bertrand) no dia 5 de maio de 1821 às 17h49.

No dia 15 de outubro de 1840, uma expedição ordenada por Luís Filipe levou as cinzas do mártir de Santa Helena para as margens do Sena. No dia 15 de dezembro, o caixão foi colocado, ao som do Requiem de Mozart, numa capela do Palácio dos Inválidos: um público prestigioso composto por todos os pintores, músicos, poetas e romancistas do romantismo francês ficou siderado tanto pelo frio daquele dia quanto pelas “forças do espírito” – como diria em sua despedida televisionada, muito mais perto de nós, um  presidente agonizante. Nada se tornara mais premente do que fazer justiça a Napoleão Bonaparte: “Monarquista no início, o romantismo oscilou para o bonapartismo poético que forneceu à lenda napoleônica o suporte literário sem o qual ela não teria obtido um sucesso tão estrondoso”, escreveu Jean Tulard.

Balzac e o imperador

Por Voltaire Schilling*

Nas suas contumazes escapadas dos credores, Honoré de Balzac, um eterno endividado perseguido por letras vencidas, conseguiu alugar, em 1828, uma pequena e modesta vila na saída de Paris. Recorreu a um nome falso para assinar o contrato. Era um ponto estratégico situado entre o observatório e um convento, o que permitiria a ele, em caso de extrema necessidade, saltar o muro dos fundos e ganhar o campo até desaparecer. Nessa nova moradia, uma das tantas em que ele viveu, condenado àquela vida de cigano fujão, colocou sobre a caixa que guardava os seus arquivos um busto de Bonaparte.

Prometera a si mesmo, naquela ocasião, inspirando-se na impressionante aventura ensejada pelo general corso, “reconquistar a Europa com a pena de águia ou de corvo”. O que Napoleão fizera com seu exército, sebmetendo o continente inteiro à sua vontade, ele se predispôs a fazer com seus livros.

(…)

Seguramente foi o exemplo de Napoleão, um sujeito que saíra do nada, nascido do mundo, que serviu-lhe de farol e modelo. Aquela soma de audácia e vontade inquebrantável que imanara da presença do general fez com que Balzac aspirando à mesma fama, se tornasse um escritor-fábrica voltado exclusivamente para a produção de livros. Trabalhador incansável, movido a doses cavalares de café fortíssimo (combustível que o matou do coração aos 51 anos) que ele mesmo gostava de preparar, enfrentava jornadas dignas de um condenado às galés.

Do mesmo modo como o jovem tenente Bonaparte, ainda nos seus tempos de anonimato, sonhava com as pirâmides do Egito ou em reproduzir as façanhas de Alexandre o Grande ou de César, a imaginação de Balzac, que deu seus primeiros passos escrevendo literatura do tipo “B”, o empurrou para vôos cada vez mais elevados.

(…)

Uma alma imaginativa feérica e borbulhante como a de Balzac não poderia jamais deixar de inclinar sua simpatia pela figura do imperador, de deixar-se dominar por aquela força da natureza que parecia levar tudo adiante, submetendo os homens e o destino à sua vontade férrea.

(…)

Portanto, nada de se estranhar que Balzac, leitor infatigável, tenha começado a coletar desde 1830 todas as frases atribuídas a Napoleão que conseguiu encontrar nos jornais, nas revistas ou nos livros de memórias dedicadas ao imperador falecido.

(…)

* Voltaire Schilling é historiador e professor e os textos acima são trechos de “Balzac e o imperador”, introdução escrita para o livro “Napoleão, como fazer a guerra – Máximas e pensamentos de Napoleão Bonaparte recolhidos por Honoré de Balzac“.

balzacenapoleao

O nascimento de um leão chamado… Napoleão

Para os que entendem de zodíaco, Napoleão Bonaparte não poderia ter nascido sob outra constelação. Aliás, o próprio nome já traz em si o signo que o iluminou durante toda a vida: Leão. Ao nascer em 15 de agosto de 1769, Napoleão logo mostrou que era um típico leonino: ambicioso, orgulhoso, vaidoso e com grande espírito de liderança. Natural de Ajaccio, capital da Córsega, ele foi o segundo de oito filhos.

Aluno brilhante, aos 16 anos formou-se como oficial de artilharia. Aderiu à Revolução Francesa em 1789 e, em 1793, depois de liderar a retomada de Toulon, foi promovido a general de brigada. Tinha 24 anos e era o mais jovem general do exército francês. Aos 27, em 1796, tornou-se comandante em chefe do Grande Exército depois de derrotar os austríacos na campanha da Itália. Iniciou aí sua fulminante ascensão. Atingiu a celebridade comandando as tropas francesas em triunfos lendários como as batalhas de Rivoli, Austrelitz e Marengo. Tornou-se imperador, foi exilado em Elba, voltou de forma triunfal. E acabou seus dias na Ilha de Santa Helena, isolado em meio ao Oceano Atlântico, onde morreu em 5 de maio de 1821 e entrou para a história como o maior líder que o mundo Ocidental já viu.

Alguém ainda duvida de que os leoninos nasceram para reinar? Mesmo assim, Napoleão costumava dizer que “um trono não passa de uma tábua forrada de veludo”.

"O nascimento de Napoleão" foi desenhado por A. Raffet em 1839. Prestou atenção nos leões?

Para saber mais sobre Napoleão, leia seus aforismos, publicados em Manual do líder e também Napoleão – como fazer a guerra com as máximas e pensamentos de Napoleão recolhidas por ninguém menos do que Honoré de Balzac.

No dia de hoje, morria o General Napoleão Bonaparte

Em 15 de outubro de 1815, Napoleão Bonaparte, derrotado em Waterloo, traído pelos franceses e pelos ingleses chegou à ilha de Santa Helena para morrer. Esta pequena possessão inglesa fora escolhida para ser o castigo e a prisão do grande Imperador. A volta do primeiro exílio em Elba fora uma lição sobre a capacidade de retornar do General. Ele então foi condenado ao desterro em um lugar improvável, uma ilha infernalmente tórrida, perdida no meio do Oceano Atlântico. O carcereiro, Sir Hudson Lowe, foi o homem encarregado de policiar, vigiar e humilhar Napoleão Bonaparte até sua morte. Foram seis anos deste martírio. Há 190 anos, em 5 de maio de 1821, o Imperador (como era chamado pelos franceses) morria naquele inferno úmido e quente, corroído pela amargura e pelo câncer (embora haja a versão não oficial de que foi envenenado com arsênico lentamente pelos ingleses).

Napoleão Bonaparte nasceu em Ajaccio, capital da Córcega, em 15 de agosto de 1869. Desenvolveu sua carreira militar justamente no período da Revolução Francesa. Aos 19 anos já era tenente de artilharia do Grande Exército francês. Aos 27 anos, em 1896 , tornou-se general de exército, quando iniciou sua fulminante ascensão. A luminosa inteligência, a vasta cultura e o enorme carisma fizeram do modesto e pequeno corso um dos personagens mais importantes, intrigantes e impressionantes da história. Muito jovem, atingiu a celebridade comandando as tropas francesas em triunfos lendários como as batalhas de Rivoli e Arcole, na Itália, Austerlitz e Marengo contra o exército austríaco. Com o golpe de 18 Brumário, ano 10, segundo o calendário da Revolução Francesa (9 de novembro de 1799, segundo o calendário tradicional), tornou-se o principal cônsul de um triunvirato que governaria a França. Sua chegada ao poder é favorecida pelos enormes problemas da época. De um lado, a França abalada pela corrupção e a desordem, por outro lado a opinião pública indignada com os políticos. Eficiente, estabilizou politicamente o país, acabou com a corrupção, deu melhores condições de vida ao povo e, em 1804, foi proclamado Imperador. Tinha 35 anos. Contraditório, brilhante, ambicioso, a verdade é que Napoleão Bonaparte deixou a sua marca na França, na Europa e no mundo. Modernizou a administração estatal, acabou com a excessiva influência da igreja, com o feudalismo, impedindo o retorno das velhas práticas anteriores à Revolução Francesa. Resumindo, Napoleão tornou-se Imperador, mas não abdicou dos princípios básicos da revolução.

Na sua agonia, lamentava: “Porque não morri antes? Tantas e tantas vezes desafiei de peito aberto as balas dos mosquetões e dos canhões”. Compreensível este amargo desabafo. O homem que se tornara lenda em vida, admirado pela bravura temerária, amado pelos seus soldados e pelo seu povo, acabou seus dias sob a tutela de um mesquinho carcereiro inglês, num cruel desterro, no meio do nada, distante dois mil quilômetros da civilização. (Ivan Pinheiro Machado)

Leia mais no livro Revolução Francesa, de Max Gallo, ou no volume da Série Encyclopaedia sobre o assunto.

Mecha de cabelo de Napoleão é vendida por US$ 13 mil

Um leilão na Nova Zelândia vendeu cerca de 40 itens da memorabília de Napoleão Bonaparte. Os objetos estavam em posse de descendentes de um oficial britânico que conviveu com Bonaparte durante os últimos anos de sua vida, quando esteve exilado na ilha de Santa Helena.

Um dos itens leiloados foi uma mecha de cabelo do imperador francês, cortada logo depois que ele morreu, em 1821. O comprador, que desembolsou US$ 13 mil, foi um londrino não-identificado pela empresa responsável pelo leilão. O total arrecadado com a venda de todos os itens foi de quase US$ 100 mil.

A palavra do homem que soube comandar outros homens

Ivan Pinheiro Machado

No dia 5 de maio, eu escrevi um texto sobre o aniversário da morte de Napoleão. Coincidentemente, poucos mais de um mês depois, estamos lançando Manual do líder, um livro especialíssimo, preparado por um grande estudioso da história francesa da primeira metade do século XIX, Jules Bertaut (1877-1959). O livro traz frases e aforismos de Napoleão Bonaparte recolhidos de toda a bibliografia existente a seu respeito. Estadista, político e estrategista genial, Napoleão é um personagem grande demais, polêmico demais, fascinante demais a ponto de render milhares de livros, lendas e filmes. Foi comparado aos grandes conquistadores como Julio César, Alexandre, o Grande e Átila, o Huno. Foi endeusado por sua coragem pessoal em episódios como a famosa passagem sobre a ponte de Arcole, na Itália, quando assumiu a vanguarda de suas tropas e enfrentou a metralha austríaca. Chefiou campanhas memoráveis, como Rivoli, Austerlitz, Marengo entre tantas batalhas célebres. Fez tremer todas as monarquias européias e o sólido reino da Rússia e seu Tzar. Este corso audacioso e pobre que lia dois livros por dia, consumindo dezenas de velas nas madrugadas parisienses, soube utilizar sua carreira militar meteórica (com 26 anos era comandante em chefe do Grande Exército francês) e sua inteligência prodigiosa para fechar o ciclo da Revolução Francesa, com o golpe do 18 Brumário em 1799 quando assumiu o poder. Sua ambição territorial e militar é polêmica, mas seu talento como administrador é inquestionável. Ele nomeou-se imperador, mas nunca abandonou os princípios da Revolução que ajudara a consolidar. A França saiu do feudalismo e do atraso com a Revolução e com Napoleão. Ele transformou em leis os princípios de proteção ao cidadão. Ele lançou os preceitos da educação para todos, criou os códigos civil e penal, organizou a administração pública e modernizou o estado francês. Consequentemente, do mundo. Por tudo isso, esse Manual do líder é um lançamento imperdível. Não apenas para entender melhor o pensamento deste homem que soube como ninguém comandar outros homens, mas também um exemplo para aqueles que buscam estimular seu espírito de comando e liderança.

Para entrar ainda mais no clima do Manual do líder, assista à cena de um filme que mostra o emocionante retorno de Napoleão da Ilha de Elba.