Arquivo da tag: Bienal do Livro de São Paulo

Bienal do Livro e a tentação do leitor

 Por Amanda Zulke*

Observadores inveterados, como eu, temos um banquete e tanto em eventos como a Bienal do Livro de São Paulo. Desfrutamos de momentos prazerosos com tanta gente reunida num só lugar. Hoje, por exemplo, no estande da L&PM na Bienal, presenciei duas meninas deparando-se com a mais recente edição do livro On the Road, de Jack Kerouac. Desse encontro entre a dupla e o livro, saíram gritinhos, sorrisos, beliscões de incredulidade. Era muita felicidade ver o livro desejado. Percebi que elas haviam encontrado o que vieram buscar na Bienal, e dali partiram saciadas com a compra em mãos.

Depois disso, me peguei pensando na tentação que é circular pelos pavilhões dessa enorme feira literária. Enxergamos quase toda nossa lista dos próximos livros a ler ali, lado a lado. E aí, escolher qual obra levar torna-se tarefa complicada. Outro rapaz fez a festa agarrando os pockets de Fernando Pessoa, Manuel Bandeira e Pablo Neruda. Não preciso nem dizer que estava estampada nos olhos a angústia de escolher quais levar dentre tantas opções. Ao menos o preço justo da Coleção L&PM Pocket democratiza mais ainda o acesso aos livros do catálogo da editora.

Mas enfim, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo segue a pleno nos pavilhões do Anhembi, assim como o estande da L&PM Editores. Passeando pelos corredores, o leitor é tentado a levar para casa pelo menos um livro. Mas, além disso, quem visitar a Bienal vai ver muito mais do que livros. Verá arte na homenagem aos 90 anos da Semana de Arte Moderna estampada nos livros gigantes, nos brinquedos antigos resgatados em um espaço lindíssimo chamado “Deu a louca nos livros” e nas atividades envolvendo as milhares de crianças que se aventuram nessa festa da literatura. Ah, como é bom ver quando a arte sai das páginas dos livros pra entrar na imaginação… 

*Amanda Zulke é assessora de imprensa da L&PM Editores e está na Bienal Internacional do Livro de São Paulo.

O espaço infantil da Bienal do Livro de São Paulo deste ano

Criança faz arte na Bienal

Mario de Andrade está lá, comemorando os 90 anos da Semana de Arte Moderna

"On the Road" e muito mais no estande da L&PM

Pavilhão da Bienal do Livro de SP começa a borbulhar

Por Amanda Zulke*

O cinza que toma conta do céu de São Paulo nessa quinta-feira se contrapõe ao colorido dos livros que preenche os pavilhões do Anhembi, onde acontece a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começa hoje e segue até o dia 19 de agosto. Aberta oficialmente às 11 horas, com a presença da Ministra de Estado da Cultura, Ana Buarque de Hollanda, do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e de outras autoridades, editores, livreiros e leitores, a 22ª edição da Bienal promete grandes momentos. E já começou bem, diga-se de passagem: foi emocionante a apresentação do Hino do Brasil feita pelo maestro João Carlos Martins com a Orquestra Bachiana do Sesi – SP.

Pouco a pouco, o público vai tomando conta dos corredores e estandes da Bienal.  O lema desse ano, “Livros transformam o mundo”, a curadoria de peso, que inclui nomes como os jornalistas e apresentadores Paulo Markun e Zeca Camargo, os eventos e atrações programados e, obviamente, a quantidade colossal de livros são chamarizes para essa que é a maior feira de literatura do país.

Uma variedade inacreditável de formatos, cores e gêneros de livros estão expostos em quase 500 estandes. Um desses espaços é o da L&PM, que atrai leitores e livreiros com seu catálogo multifacetado. Agatha Christie, Jack Kerouac, Shakespeare, Eduardo Galeano e Martha Medeiros convivem harmoniosamente nas prateleiras, junto de HQs, mangás, livros eróticos e muitos mais. Não há quem não se sinta contemplado nesse espaço. 

* Amanda Zulke é assessora de imprensa da L&PM e está na Bienal do Livro de São Paulo.

O estande da L&PM na Bienal do Livro de São Paulo

Uma parede só de quadrinhos da Coleção L&PM Pocket!

Claudio Willer, autor de "Geração Beat" e tradutor de "Uivo" visitou o estande da L&PM

Faltam dois dias para mais uma Bienal do Livro de São Paulo

Contagem regressiva para a abertura de mais uma Bienal do Livro de São Paulo que começa nesta quinta-feira, 09 de agosto e vai até o dia 19. Este ano, o evento homenageia os centenários de nascimento de Jorge Amado e de Nelson Rodrigues e também os 90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922. Na programação, o destaque são os encontros promovidos no “Salão de Ideias”, sob o comando de Paulo Markun. É nesse espaço que, no dia 17 de agosto às 16 horas, Flávio Tavares, autor de “1961 – O golpe derrotado”, participa da mesa “Recuperar o Passado” ao lado de Leonencio Nossa e Paulo Moreira Leite.

Dentro da programação, há ainda o “Deu a Louca nos Livros”, dedicado ao público infantil. O “# Você + Quem = ?”, dirigido por Zeca Camargo e voltado para o público jovem. O “Espaço do Professor” com foco nos educadores. O “Cozinhando com Palavras”, espaço gourmet que receberá chefs-autores. O “Telas e Palcos”, onde Rubens Ewald Filho comandará encontros com autores, dramaturgos, cineastas, músicos e artistas. E ainda o “Livros & Cia, um espaço para palestras e debates sobre temas de interesse dos profissionais que atuam nas diversas atividades de todos os elos da cadeia do livro.

O estande da L&PM Editores nesta Bienal já está sendo preparado. São 400 caixas e 24 mil livros que vão colocar à disposição do leitor as mais recentes novidades e cerca de 1.000 títulos da Coleção L&PM Pocket. Não dá pra perder.

As caixas já estão sendo abertas para preparar o estande da L&PM Editores na Bienal do Livro de São Paulo

Para ver a programação completa e ver como chegar na Bienal acesse o site oficial do evento: www.bienaldolivrosp.com.br

Sábado de calor humano na Bienal

Paula Taitelbaum

Antes que a Bienal do Livro de São Paulo acabasse, estive lá neste final de semana. A foto – que vale por mil palavras – já diz como foi andar pelos corredores do pavilhão do Anhembi no sábado à tarde. Sabe ônibus lotado em dia de final de campeonato de futebol? Foi por aí… A temperatura você não pode sentir, mas garanto que o calor humano emanava de cada centímetro quadrado. Sorte que a montanha de livros compensava o esforço e havia certos corredores em que o movimento diminuía, oferecendo um certo alívio aos caminhantes. Pra aliviar ainda mais, havia carrinhos vendendo picolé em todos os corredores.

Sábado foi de corredores lotados na Bienal / Foto: Paula Taitelbaum

Nos espaços de encontros e palestras, como no Salão de Ideias e na Sala das Orquídeas, o clima literalmente mudava graças ao ar condicionado. No espaço mais nobre, o de Ideias, Lygia Fagundes Telles, ao lado de Manuel da Costa Pinto e Ubiratan Brasil, falou sobre “como nasce um conto”. A autora infanto-juvenil contou que certa vez encontrou-se com um jovem leitor chamado Rafael que perguntou se ela tinha alguma história de vampiros. Depois de responder que não, foi procurar entre os seus escritos e encontrou um antigo conto chamado “Potira”, a história de amor entre um velho vampiro e uma índia que nasceu quando ela, menina, brincava no Jardim da Luz. Bem-humorada, perguntava toda hora por Rafael, dizendo que ele tinha que estar ali para saber que ela tinha, sim, uma história com vampiros.
Descendentes do Conde Drácula, aliás, parece que continuam na moda, pois foram tema recorrente por todos os cantos e estandes, mesmo que nas entrelinhas. A historiadora Mary Del Priori, que falou na Sala das Orquídeas (decorada com vasos de orquídeas de verdade), criticou de leve a febre vampiresca, dizendo que “ler sobre História pode ser tão prazeroso quanto ler sobre vampiros”.  No que eu concordo plenamente com ela.

Manuel, Lygia e Ubiratan no Salão de Ideias / Foto: Paula Taitelbaum

 No estande da L&PM, o movimento foi grande e eu fiquei um tempão ao lado do caixa observando o que as pessoas compravam. Vi de quase tudo: um jovem casal que levou todos os livros da Agatha Christie de uma só vez, uma menina com jeito de intelectual que comprou tudo que encontrou do Bukowski, um garoto tatuado que escolheu as Aventuras Inéditas de Sherlock Holmes, um pai que levou um livro do Garfield para os filhos e uma senhora que comprou ao mesmo tempo toda a série do Snoopy e os quatro volumes do Guia prático do português correto. Ou seja, vi os mais diferentes estilos de paulistanos adquirindo os mais diferentes títulos. E os campeões de vendas foram: Alice no País das Maravilhas, seguido pela Arte da guerra, Assassinatos na rua Morgue, A teia de aranha, Quintana de bolso e A bela adormecida e outras histórias dos Irmãos Grimm.

E assim, entre Alices e belas adormecidas, encerrou-se a 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo com um público total de 740 mil pessoas. Mas a organização do evento já divulgou que a partir das próximas Bienais, irá procurar um novo espaço que “comporte feiras de caráter internacional no século 21”. Leia-se que não sacrifique tanto os visitantes com temperaturas altas e pouco espaço nos corredores. Mas se o Anhembi, criado em 1970, é ou não é página virada, não importa. Em 2012, a L&PM estará novamente na Bienal do Livro de São Paulo.  

A L&PM bateu todos os recordes de venda na Bienal / Foto: Paula Taitelbaum

Lembranças da Bienal de São Paulo

Ivan Pinheiro Machado

A primeira vez que tivemos uma noção da força do Brasil foi em São Paulo. Mais precisamente na Bienal de São Paulo. Vínhamos do extremo Sul do país, impregnados de um certo provincianismo que animava – e ainda anima – nossos conterrâneos. Era início da década de 80 e nós, muito jovens, estreávamos com um estande. Das outras vezes em que havíamos participado, nosso espaço era coletivo. Pois bem. Nessa época, tínhamos a melhor coleção de quadrinhos do Brasil. Se você for olhar o catálogo da Editora Conrad em 2010, considerado o mais completo do Brasil, metade dos livros foram editados pela L&PM na década de 80. De Manara à Crumb, passando por Crepax, Moebius, Alex Raymond, Bob Kane e muitos outros, tudo foi publicado cá na casa. Nossa coleção, que tinha 150 álbuns, acabou no início dos anos 90 quando fomos detonados, literalmente, pela concorrência estranha da Abril e da Globo. Ficou impossível competir com excelentes grafic novels custando um terço do preço dos nossos livros. Foi então que decidimos inventar outras coisas.

Mas aquela distante Bienal de São Paulo dos idos anos de 1980 realmente impressionou. Nós, que tínhamos na cabeça a Feira do Livro de Porto Alegre, ficamos perplexos com a multidão que inundou o velho e maravilhoso pavilhão do Ibirapuera, onde foram realizadas as primeiras bienais. Formavam-se filas e mais filas na frente do nosso estande. Vendemos milhares de livros e tivemos pela primeira vez a sensação de que a L&PM estava no mapa do Brasil. E, hoje, quando vamos à Manaus, Belém, Fortaleza, Goiânia, Salvador, Aracaju, Macapá e vemos nossos livros nas bancas, nas livrarias, em nossos displays colocados em cafés, bares, postos de gasolina, supermercados, locadoras de DVDs, até em padarias e açougues, temos a sensação da forte presença dos pockets do Chuí ao Amapá. Uma cadeia que foi construída graças ao leitor, ao famoso boa-a-boca que passou por cima do silêncio da imprensa e transformou a coleção L&PM Pocket na maior coleção de livros de bolso do Brasil. Quase quase mil títulos que, até dia 22 de agosto, estão reunidos na nova Bienal de São Paulo.

O melhor e o pior dos primeiros dias da Bienal

Passados alguns dias do início da Bienal do Livro de São Paulo, já é possível fazer um balanço do que aconteceu de melhor e de pior até aqui. Vamos lá:

Melhor:

Mauricio de Sousa – Lotou o Salão de Ideias e formou filas de autógrafos gigantescas. O grande personagem do primeiro final de semana.

Recorde de público – O sábado bateu o recorde de público em apenas um dia entre todas as edições da Bienal. Cerca de 80 mil pessoas circularam (ou tentaram) nos corredores da feira.

Palestras – A organização caprichou tanto nos nomes nacionais quanto internacionais que integram a programação. E os espaços lotados mostram que valeu a pena o esforço.

Pior:

Sistema de som – Durante sua palestra no Salão de Ideias, o irlandês John Boyne, autor de O menino do pijama listrado (Cia das Letras, 2007), perguntou se estava falando o que não devia depois de ser interrompido duas vezes pelo sistema de som que anunciava para “já, já” o início de outra mesa.

Distribuidores de brindes – “Distribuidores de brindes” é gentileza nossa. A maioria do pessoal contratado para oferecer revistas e folhetos em troca de assinaturas poderia ser chamado apenas de chato mesmo. Teremos pesadelos com corredores escuros e gritos de “moça, moça” por um bom tempo.

Praça de alimentação – O problema nem era exatamente a comida ou os 50 minutos de espera de certas pizzarias, mas alguns lugares não tinham sequer um comprovante de pagamento para oferecer aos clientes. E nem estamos falando de nota fiscal.

O chato e o sucesso da “Bienal de papel”

Ivan Pinheiro Machado

A Câmara Brasileira do Livro, que está sempre atenta às novas tendências, decidiu incluir no cardápio da Bienal de São Paulo um “Fórum Internacional do Livro Digital”. Na terça-feira passada, dia 10 de agosto, quando chegamos em São Paulo, fomos direto para o auditório do Anhembi ouvir o primeiro palestrante do “fórum”,  um tal Mike Shatzkin, cantado em prosa e verso como o grande especialista no assunto “livro digital” e dono de um blog, diz ele, de grande audiência na internet.

Em poucas palavras: Mike Shatzkin, em sua animada e ensaiada palestra, disse que tudo estava acabado, não haveria mais livros, não haveria mais livrarias, só livros digitais colocados diretos na rede e super segmentados. Ou seja, conclui-se da sua palestra que não haveria mais literatura , só livros técnicos, religiosos , de auto-ajuda. E falava, falava, esbravejava. Mike Shatzkin é consultor e provavelmente é muito bem-vindo pelas empresas de tecnologia que fazem um megalobby contra o livro tradicional, tentando vender seus suportes “kindle”, “iPad”, etc… Depois de 30 minutos de conferência, o auditório, que estava lotado, foi esvaziando aos poucos. É que Mike Shatzkin é um fundamentalista e, como todo o fundamentalista, não trabalha com opiniões divergentes, com o contraditório. Enfim, Mike Shatzkin é um chato.

E para comprovar que existe o contraditório, a própria Bienal encarregou-se de minimizar o catastrofismo do conferencista. O primeiro final de semana foi impressionante.

A L&PM existe há 36 anos e participou de todas as Bienais, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro.  No fim de semana passado  foram batidos todos os recordes de venda em nosso estande, considerando todas as participações da editora em bienais. 

Claro que haverá um grande crescimento do livro digital, provavelmente alcançando consumidores que jamais leriam um livro impresso (e isto é muito bom). Mas, na minha opinião, é um erro opor um ao outro , como faz Mr. Shatzkin. Haverá espaço para os dois durante muitos e muitos anos.

Affonso Romano de Sant’Anna participa de mesa que homenageia Clarice

O Salão de Ideias, que nessa edição relembra a obra de Clarice Lispector, foi tomado pelos fãs da escritora nesse domingo. A mesa formada por Teresa Montero, José Castello e Affonso Romano de Sant’Anna comandou aquele que foi provavelmente o evento com maior participação do público até agora.
Affonso, mais do que um admirador de Clarice, era amigo da autora de A hora da estrela e contou algumas histórias interessantes. A mais engraçada tratava de um jantar organizado por ele em homenagem à escritora, e do qual ela pediu para sair 15 minutos depois de chegar.

Crianças tomam conta de espaço dedicado à Turma da Mônica

Lembra que comentamos ontem que qualquer evento que envolvesse Mauricio de Sousa era garantia de sucesso na Bienal? Pois esquecemos de mencionar um detalhe: também os eventos relacionados aos seus personagens são superconcorridos. O maior exemplo foi a enorme fila que se formou na entrada do espaço “Fábulas com a Turma da Mônica”, onde estavam instalados um parquinho e um teatro de bonecos.

Sábado de recordes no estande da L&PM

A abertura da Bienal para o público aconteceu oficialmente na sexta-feira, mas foi no sábado que os corredores e estandes ficaram realmente lotados pela primeira vez em 2010. Os vendedores do espaço da L&PM tiveram muito trabalho: foi o recorde de vendas da editora em todas as edições do evento. Pelo menos até agora.