Arquivo mensais:agosto 2011

Autor de hoje: Bram Stoker

Dublin, Irlanda, 1847 – † Londres, Inglaterra, 1912

De família modesta, Stoker frequentou o Trinity College em sua cidade natal. Embora atraído pelo jornalismo e pela poesia, especialmente a de Walt Whitman, com quem chegou a manter correspondência, estudou ciências exatas. Funcionário e crítico teatral, esteve na Irlanda em 1876 como secretário e representante do ator inglês Sir Henry Irving, com quem dirigiu o Lyceum Theatre de Londres. Juntamente com outros literatos da época, como Stevenson, Yeats, Conan Doyle, Rider Haggard e Arthur Machen, participou de uma sociedade esotérica e ocultista, cuja temática está presente em sua obra. Sua fama internacional deve-se, sobretudo, ao romance Drácula, que narra a história do conde Drácula, da Transilvânia, um vampiro obcecado pelo amor de sua esposa, morta e reencarnada. Esse enredo tem servido, ao longo do tempo, como inspiração para filmes e romances.

OBRA PRINCIPAL: Drácula, 1897

BRAM STOKER por Rafael Bán Jacobsen

Bram Stoker é um desses autores que garantiu sua imortalidade no panorama da literatura ocidental com apenas uma obra. Apesar de ter escrito e publicado vários romances, contos e até mesmo uma coletânea de histórias de fadas para crianças, seu nome é hoje conhecido como o autor de Drácula. Indagar a respeito da importância de Stoker para as letras é buscar compreender as razões do fascínio exercido por Drácula no imaginário coletivo. Graças, fundamentalmente, às muitas adaptações cinematográficas, todos conhecem bem a história de Jonathan e Mina Harker, Van Helsing e demais membros do grupo que enfrenta e derrota o velho vampiro transilvano obcecado pela busca da reencarnação de sua amada; porém, até mesmo pelo desgaste desse tão repetido enredo, torna-se pouco aparente a riqueza subjacente a ele.

Chama a atenção a grande originalidade da obra, obtida a partir de elementos já conhecidos, a começar pelo seu mote principal, o vampirismo, que, tendo origem na mitologia da Suméria e da Mesopotâmia, já há muito fazia parte do folclore europeu, personificado mesmo em figuras históricas como a condessa Erzsébet Báthory, que, conta-se, banhavase em sangue de mulheres jovens para conservar sua beleza, e o príncipe romeno Vlad Tepes, conhecido pela crueldade de seus atos. Além disso, a decisão de contar a história por meio do testemunho de múltiplos registros – diários, cartas, notas, recortes de jornais, gravações – partiu, provavelmente, da leitura dos livros de Wilkie Collins (The Moonstone, The Woman in White). Essa estrutura narrativa, essa alternância de pontos de vista das diferentes personagens têm a propriedade de conservar intacto o mistério de Drácula, dado que este é sempre aproximado do leitor de forma indireta.

Negando-se uma voz narrativa ao conde, é reforçado textualmente seu papel como o outro, o estrangeiro, a criatura das trevas. Mesmo o estilo do romance, apelando para o sombrio, o sobrenatural e o etéreo, está vinculado à chamada literatura gótica, vertente bastante comum na Inglaterra do século XIX, da qual também fazem parte livros como Frankenstein, de Mary Shelley, e os trabalhos de Edgar Allan Poe. A própria figura de Drácula é construída sobre os dois alicerces básicos de toda literatura: eros e tânatos (amor/sexo e morte em grego). Esses elementos são fundamentais para o entendimento de nossa civilização, e a figura do vampiro surge como a síntese deles, permitindo o pleno desfrute do binômio sangue-sexo e respondendo, ainda, ao anseio da imortalidade. Sombra especular de nossos egos, com todos os seus medos e desejos, a figura do vampiro propicia a conjunção das múltiplas facetas de uma personalidade pluripotente em um ser uno e eterno, não mais dividido e fragmentado, não mais perecível ao tempo. Por trabalhar diretamente com pulsões tão básicas e universais, a saga vitoriana de Bram Stoker, narrada com fluidez e suspense constantes, além de agradabilíssima leitura, torna-se uma obra atemporal e de inegável importância.

Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Para melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.

Churrasco especial para o Dia dos Pais

A receita de hoje vem do livro Mais de 100 dicas de churrasco, de Leon Hernandes Dziekaniak. Nos primórdios do churrasco – e ainda hoje nas fazendas -, quando matavam o boi, a primeira carne que se tirava era aquela manta que envolvia a costela. Enquanto continuava a faina de carnear e desossar, os gaúchos assavam o matambre – mata hambre, em espanhol – para matar a fome, como o próprio nome diz. E até hoje a tradição continua. Quando se compra costela no açougue, se vê aquela tira de cor rosada, que devemos separar, sob a pena de ficar dura. Entretanto, enfiada, subindo e descendo pelo espeto e assada rapidamente, volta a cuprir sua função de matar ou de atiçar a fome. Cuide para que não fique seca, corte-a em pequenos pedaços, tenha a farinha por perto e sirva no Dia dos Pais. E para quem quer uma receita mais requintada, aí vai:

MATAMBRE RECHEADO

Ingredientes: uma larga peça de matambre, de cerca de 2kg; 2 dentes de alho, bem esmagados; 2 cebolas médias, bem picadas; 2 maços de cheiro verde, bem picados; 2 ovos cozidos, cortados em pedaços médios; 2 pimentas vermelhas, bem picadas; 2 copos de vinho branco seco; 3 limões galegos sumarentos; 1 linguiça calabresa, não muito forte; 1 pimentão vermelho e outro amarelo, já cozidos e cortados à juliana; 1 colher de cravo da índia, moído; 1/2 xícara de pimenta-do-reino, moída; 1/2 copo de vinagre de maçã; sal fino, a gosto.

Preparação: Estende-se o matambre sobre a mesa. Retira-se o excesso de gorduras e apara-se as pontas, para deixá-lo o mais retangular possível. Espreme-se o suco de um limão sobre ele e deixa-se assim um tempo, enquanto se prepara outros ingredientes. Depois tempera-se com o sal, a pimenta, o cravo, cobre-se como vinho e o vinagre e deixa-se em uma panela, por umas duas horas, para curtir. Na segunda etapa dos trabalhos, estende-se de novo o matambre sobre a mesa, com a parte da gordura para cima. É a hora de colocar os recheios, que são distribuídos uniformemente sobre o matambre. Repare que a linguiça, inteira, deverá ficar esticada no sentido do comprimento. Começamos então a enrolá-lo, lenta e firmemente, até ficar com a forma de um grosso salame, um rocambole de carne. Precisamos ter o cuidado de afiná-lo bem ou, melhor ainda, fechar as duas pontas para que não se percam as miudezas. Amarra-se bem, aumentando a pressão, com um barbante bem forte. A primeira parte está pronta. Agora temos que pedir licença na cozinha, e levamos a peça para a panela de pressão, onde ficará por cerca de 1 hora, coberto por água, no vinagre aromático e no vinho, e mais o resto da vinha d´alho, onde marinou. Findo este tempo, testamos a carne com a ponta da faca para ver o grau de maciez. Se aprovado, podemos servir assim quente, ou mesmo frio, como uma entrada. Porém, como temos uma irresistível vocação de churrasqueiros, espetamos com cuidado em um espeto duplo fino e levamos às brasas até tostar bem a parte de fora e esquentar mais ainda a de dentro. Trazemos quente para a tábua e cortamos em rodelas, que se mostrarão coloridas, para aprovação geral.

Sábado tem sempre uma “Receita do dia” vinda diretamente dos livros da Série Gastronomia L&PM.

Pai diz cada coisa…

Apresentamos aqui, alguns pais saídos diretamente das páginas da Série Quadrinhos L&PM. Para ampliar as tirinhas, basta clicar sobre elas. E Feliz Dia dos Pais!

Hagar, o pai Viking, parece ter muito a ensinar ao filho Hamlet

O filho de Rango sempre tem uma pergunta a fazer ao pai

Aline puxou ao pai: é carente que nem ele

Já Guilhermino, filho de Radicci, é bem diferente do pai...

Vem aí “O Grande Gatsby” na Coleção L&PM Pocket

Todo mundo sabe que Paris é uma festa! Ernest Hemingway e os demais americanos que escolheram a capital francesa para morar que o digam. Agora, imagine você de férias na Cidade Luz, aproveitando a brisa inspiradora da noite parisiense, quando é abordado por um carro com pessoas que parecem ter vindo direto do passado. Um homem sai do carro, abre a porta e insiste para que você entre. Então você entende que, na verdade, o carro não está vindo, mas indo – e levando você junto! – direto para os anos 20, quando Paris foi palco da “Geração Perdida” e o cenário que inspirou grandes escritores a criar algumas da maiores obras da literatura universal.

Bom… até aí, nada de original, pois se você assistiu ao filme Meia-noite em Paris, de Woody Allen, deve ter reconhecido o enredo. Foi imerso nesta Paris, em meados do anos 1920, que F. Scott Fitzgerald escreveu O grande Gatsby, uma verdadeira obra-prima que vai chegar à Coleção L&PM Pocket ainda este mês. A capa do livro já está pronta e aí vai ela, em primeira mão pra vocês!

O Grande Gatsby foi lançado originalmente em 10 de abril de 1925 como uma crítica ao “Sonho Americano”. Fitzgerald usou como pano de fundo a prosperidade e o glamour dos milionários de Nova York que enriqueceram a partir da Lei Seca, através do crime organizado. O livro não virou sucesso na sua primeira edição e vendeu apenas 25 mil cópias nos 15 anos restantes de vida de seu autor. Foi só depois da morte de Fitzgerald que ele caiu nas graças dos leitores e virou bestseller, sendo adaptado para uma peça da Broadway e um filme de Hollywood (em 1974, com Robert Redford no papel principal).

Atualmente, o livro é considerado O Grande romance americano e está sendo refilmado com Leonardo Di Caprio no papel de Gatsby. Aguardaremos.

 

Akropolis: uma experiência que você não pode deixar de ter

Por David Coimbra*

Há um levantamento que aponta a existência de 37 mil cidades em todo o planeta. Destas, só duas, não mais do que duas, podem ser consideradas protagonistas de transformações na História Humana.
Roma e Atenas.
As demais podem ser capitais do mundo, como Paris, Londres, Berlim, Nova York, Tóquio e Pequim. Podem ser pólos continentais, como Rio, São Paulo, Buenos Aires, Moscou e Nova Délhi. Podem ser cidades históricas, como Bagdá e Jerusalém. Mas só essas duas, Roma e Atenas, foram personagens da História.
Roma e Atenas não sediaram grandes acontecimentos. Não. Foi mais do que isso: elas atuaram como se fossem indivíduos, como se tivessem personalidade própria.
E, na verdade, elas têm.

É essa personalidade ateniense que goteja de cada linha de “Akropolis – A grande epopeia de Atenas”, precioso livro de autoria do italiano Valério Massimo Manfredi lançado pela L&PM.
Manfredi conta, sobretudo, a história e as histórias do período em que Atenas foi o centro da Humanidade, os séculos V e IV antes de Cristo. Por pouco mais de 200 páginas passeiam com naturalidade figuras da estatura de um Sócrates, de um Péricles, de um Alcibíades. Das guerras gloriosas contra o império persa até a capitulação final para o nêmesis de Atenas, a dura Esparta, toda essa grandiosa aventura é narrada como se Manfredi estivesse lá, como se ele tivesse visto o que aconteceu, conversado com os personagens, convivido com eles. E então é como se você também vivesse em Atenas, como se testemunhasse com seus olhos a fundação da filosofia e da democracia, como se presenciasse o mundo em transformação. Por isso, aí está uma experiência que você não pode deixar de ter.

* David Coimbra é escritor, jornalista e editor de esportes do Jornal Zero Hora.

Nada de dar meias pro seu pai!

Ainda não sabe o que dar de presente para o seu pai? Meias, cuecas, pantufa e pijama nem pensar! Gravata também não parece ser uma boa ideia. Garrafa de vinho você já deu no ano passado. Caneta seu pai já tem várias. Celular novo ele ganha de presente da operadora. IPad ainda está meio caro. Então, quem sabe… livros! E nem venha dizer que ele é do tipo que não lê. Até porque, aqui na L&PM, tem livros até para pais que preferem histórias em quadrinhos e receitas. Vale tudo. Só não vale esquecer dele.

CENAS DE UMA REVOLUÇÃO – Um livro perfeito para pais que gostam de cinema. Escrito pelo jornalista Mark Harris, Cenas de Uma Revolução conta a história de cinco filmes que concorreram ao Oscar 1967: Bonnie & Clyde, A primeira noite de um homem, O fantástico Doutor Dolittle, Adivinhe quem vem para o jantar e No calor da noite. A partir da história destas cinco produções, Harris traça um painel cultural do embate que estava acontecendo entre a velha e a nova Hollywood. Divertido e atual! (leia a crítica que o jornalista Goida escreveu sobre este livro)

AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA – É muito provável que seu pai já conheça este livro de Eduardo Galeano. Mas talvez ele nunca tenha visto a nova edição publicada pela L&PM – em formato convecional e pocket – com nova capa e  introdução do autor, tradução de Sergio Faraco e índice analítico. As veias abertas da América Latina é repleto de humanismo e vendeu milhões de exemplares em todo mundo. Se o seu pai é de esquerda (ou simpatizante dela), não pense duas vezes: este é o presente para ele!

CAIXA ESPECIAL GASTRONOMIA – Pais que gostam de dar uma de cheff de cozinha (ou que pelo menos tentam cozinhar) com certeza vão curtir esta caixa que reúne dez livros da série Gastronomia L&PM. Tem de tudo: receitas de carnes, pescados, churrasco, molhos, pratos lights, patisseria, aves, arroz e muito mais. Sem contar que fica linda na cozinha.

PEANUTS COMPLETO 4 – Se o seu pai é do tipo descolado (ou adora o estilo vintage) ele vai achar o máximo este livro com capa dura e formato diferenciado. Peanuts completo: 1957- 1958 é o quarto volume desta série com as primeiras tiras que Charles Schulz desenhou com Charlie Brown, Linus, Lucy, Schroeder, Violet, Patty Pimentinha, Woodstock e, claro, o cão mais querido do planeta: Snoopy. Se achar que é pouco, você ainda pode optar pela caixa com dois volumes. Que puxa! Vai ser um presentão.

A ENTREVISTA DE MILLÔR FERNANDES – O que o seu pai andava fazendo lá pelos anos 80? Ok, ok, melhor nem perguntar… É que foi nesta época que Millôr Fernandes concedeu uma grande entrevista à Revista Oitenta. Entrevista que virou um livro com as grandes pérolas do pensamento de Millôr (“Agora, esse negócio de hippie dizer que vai destruir a família é besteira; a família é um nódulo eterno”). O longo, denso e divertido depoimento permanece atual e é um presente que dá o que falar (e o que pensar).

FELIZ POR NADA – Se o seu pai for um cara romântico, sensível, que gosta de pensar na vida, filosofar sobre o amor e valoriza a família e a amizade, provavelmente o mais recente livro de crônicas de Martha Medeiros será um ótimo presente pra ele. São mais de 80 crônicas que abordam assuntos atuais, de forma leve e muito próxima ao leitor. Feliz por nada tornou-se o livro mais vendido do Brasil na categoria “não ficção” e atualmente está no topo da lista da Revista Veja.

JÔ NA ESTRADA – Seu pai gosta de uma história picante? Se a resposta foi “sim”, aqui está o livro certo pra ele. Em Jô na Estrada, David Coimbra narra, em forma de folhetim, as aventuras da voluptosa Jô e seus “seios apontados para o céu, o bumbum impecável, as pernas longas, roliças, rijas”. E o melhor é que essa descrição vem acompanhada de muitos desenhos do ilustrador Gilmar Fraga – que tratou de fazer jus à personagem.

PERVERSAS FAMÍLIAS – Calma, não se assuste com o título. Seu pai com certeza é inteligente o suficiente para entender que você está dando a ele um ótimo livro e não uma mensagem subliminar. Perversas Famílias, de Luiz Antonio de Assis Brasil, é o primeiro livro da série “Um castelo no pampa” e narra a saga da família Borges da Fonseca e Menezes, que se confunde com a história do próprio Rio Grande do Sul. E vale dizer que seu pai nem precisa ser gaúcho para se emocionar com este romance. Um verdadeiro épico.

E claro que isso não é tudo. Outras sugestões são livros de Jack Kerouac, Woody Allen, Machado de Assis, Paris: biografia de uma cidade, além dos mais recentes títulos das séries Biografias e Encyclopaedia.

“Matadouro 5” é banido de escola nos EUA

O livro Matadouro 5, de Kurt Vonnegut, foi banido do currículo da Republic High School, no estado americano do Missouri, “por conter uma linguagem tão profana, que faria um marinheiro corar de vergonha”. A obra-prima do escritor norte-americano foi publicada em 1969, em plena Guerra do Vietnã, e conta de forma irônica e até engraçada a história de um soldado que lutou na Segunda Guerra Mundial e testemunhou o bombardeio da cidade alemã de Dresden. O tom do livro é de sátira e isso não agradou a diretoria da Republic.

Eles não esperavam, no entanto, a reação da “Kurt Vonnegut Memorial Library“, que saiu em defesa da memória do escritor e, como resposta à proibição, disponibilizou gratuitamente 150 cópias de Matadouro 5 para os alunos da Republic. Basta mandar um e-mail solicitando a obra e a biblioteca providencia o envio. “Não queremos obrigar as pessoas a gostar do livro, mas sim garantir que qualquer um possa lê-lo e decidir isso por si mesmo”, escreveu a diretora da biblioteca, Julia Whitehead, em nota no site da instituição.

Além do livro de Kurt Vonnegut, a Republic High School baniu do currículo o romance “Twenty Boy Summer”, de Sarah Ockler, por conter cenas de sexo.

A pergunta que não quer calar é: em que mundo e em que tempo vivem os diretores da Republic High School ao acharem que a proibição de determinados livros vai impedir que suas crianças tenham contato com histórias e informações sobre assuntos como guerra e sexo?

40. A volta da maior enciclopédia de quadrinhos do Brasil

Por Ivan Pinheiro Machado*

Goida é o codinome de Hiron Goidanich, um dos mais versáteis e respeitados intelectuais brasileiros. Além de grande boa praça, leitor compulsivo, publicitário, jornalista cultural com mais de meio século de atividades, Goida é um dos maiores arquivos deste país. Especialista em cinema e histórias em quadrinhos, Goida sabe, literalmente, tudo sobre estes assuntos. Aquela HQ que foi publicada somente durante 4 anos na década de 40 pela Ebal, ou o nome brasileiro de algum filme “B” americano da década de 50? Ele sabe.

Foi uma consultoria preciosa nos dois grandes projetos de dicionários de cinema que  fizemos aqui na L&PM. O primeiro, do francês Georges Sadoul e o segundo do também francês Jean Tulard. Eram milhares de filmes nos seus nomes originais. E tudo isto, obviamente, tinha que ser publicado com o título com que passou nas telas brasileiras. Como se sabe, as traduções no Brasil não são nem um pouco ortodoxas… Por exemplo, o clássico “Shane” virou “Os Brutos também amam”, “Annie Hall”, de Woody Allen, se transformou em “Noivo neurótico, noiva nervosa”, enfim, só um especialista abnegado, sábio e obcecado era capaz de enfrentar este desafio na era pré-Google. E Goida sempre fez isto com a maior naturalidade. Durante décadas, ele foi crítico de cinema do jornal Zero Hora de Porto Alegre. Na década de 80, baseado no seu acervo de HQs ele fez a maior enciclopédia brasileira de quadrinhos, publicada em 1990 pela L&PM. Este livro tornou-se um clássico, desapareceu das livrarias e passou a ser um “hit” no site “Estande virtual” de livros usados.

A capa da primeira edição da "Enciclopédia dos Quadrinhos", organizada por Goida

Agora, 21 anos depois, em colaboração com André Kleinert, ele concluiu a atualização dos verbetes e ampliou consideravelmente a “Enciclopédia dos quadrinhos”. Das 400 páginas originais da edição de 1990, a versão 2011 terá mais de 600 páginas e deverá ser lançada no final de setembro.

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Pais da literatura

Nem todos foram como Machado de Assis que, sem filhos, “não transmitiu a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”. Houve escritores que formaram grandes famílias, os que deixaram apenas um herdeiro e também alguns que nem tiveram muito contato com a prole – como Jack Kerouac, por exemplo, que nunca se relacionou com a filha Jan. 

E é pra mostrar diferentes tipos de pais “das palavras” que separamos aqui algumas fotos:

O pai de todos: Mark Twain teve quatro filhos, três meninas e um menino que morreu ainda bebê

O pai amoroso: Georges Simenon fazendo pose com os filhos Jean e Marie

O pai safado: Charles Bukowski teve uma única filha, Marina

O pai desenhista: Charles Schulz, criador de Peanuts, aqui com a filha Amy

O pai gonzo: Hunter S. Thompson mostra seu alvo para o filho Juan

O pai de criação: Robert Louis Stevenson adotou o enteado Lloyd Osbourne (em primeiro plano, abaixado) e para ele escreveu "A ilha do tesouro"

O filme dos Smurfs é sucesso de bilheteria!

Para completar um fim de semana “smurfetacular”, em que as criaturinhas azuis tomaram conta dos cinemas e até do site da L&PM, recebemos a notícia de que o filme dos Smurfs, que estreou no Brasil na última sexta-feita, bateu recordes de bilheteria e superou todas as expectativas! A animação já é a quarta maior bilheteria do ano: arrecadou R$ 10,9 milhões em mais de 920 mil ingressos vendidos em todo o Brasil.

Se você ainda não viu, não perca tempo! Só pelo trailer, já dá pra ter uma ideia do que os Smurfs estão aprontando na telona:

E depois do filme, nada melhor do que continuar no clima com as histórias do Bebê Smurf e do Smurf Repórter publicadas pela L&PM.