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Jota Quest lança clipe de música inspirada em texto de Martha Medeiros

Os mineiros do grupo Jota Quest acabam de divulgar o clipe da nova música de trabalho “Dentro de um abraço” . A faixa é de autoria do vocalista Rogério Flausino e do baixista PJ, e foi inspirada pelo texto de mesmo título da escritora Martha Medeiros.

Já o vídeo foi dirigido por Mess Santos e apresenta os integrantes tocando a faixa em um galpão em meio a fotos de seus arquivos pessoais, de fãs e de momentos históricos da humanidade.

“Dentro de um abraço” integra o mais recente álbum da banda, “Funky Funky Boom Boom”, lançado em outubro do ano passado.

Dentro de um abraço é uma crônica do livro Feliz por nada.

Dentro de um abraço

Martha Medeiros

Fico pensando nos lugares paradisíacos onde já estive, e que não me custaria nada reprisar: num determinado restaurante de uma ilha grega, em diversas praias do Brasil e do mundo, na casa de bons amigos, em algum vilarejo europeu, numa estrada bela e vazia, no meio de um show espetacular, numa sala de cinema assistindo à estreia de um filme muito esperado e, principalmente, no meu quarto e na minha cama, que nenhum hotel cinco estrelas consegue superar – a intimidade da gente é irreproduzível.

Posso também listar os lugares onde não gostaria de estar: num leito de hospital, numa fila de banco, numa reunião de condomínio, presa num elevador, em meio a um trânsito congestionado, numa cadeira de dentista.

E então? Somando os prós e os contras, as boas e más opções, onde, afinal, é o melhor lugar do mundo?

Meu palpite: dentro de um abraço.

Que lugar melhor para uma criança, para um idoso, para uma mulher apaixonada, para um adolescente com medo, para um doente, para alguém solitário? Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.

Que lugar melhor para um recém-nascido, para um recém-chegado, para um recém-demitido, para um recém-contratado? Dentro de um abraço nenhuma situação é incer-ta, o futuro não amedronta, estacionamos confortavelmente em meio ao paraíso.

O rosto contra o peito de quem te abraça, as batidas do coração dele e as suas, o silêncio que sempre se faz durante esse envolvimento físico: nada há para se reivindicar ou agradecer, dentro de um abraço voz nenhuma se faz necessária, está tudo dito.

Que lugar no mundo é melhor para se estar? Na frente de uma lareira com um livro estupendo, em meio a um estádio lotado vendo seu time golear, num almoço em família onde todos estão se divertindo, num final de tarde à beiramar, deitado num parque olhando para o céu, na cama com a pessoa que você mais ama?

Difícil bater essa última alternativa, mas onde começa o amor, senão dentro do primeiro abraço? Alguns o consideram como algo sufocante, querem logo se desvencilhar dele. Até entendo que há momentos em que é preciso estar fora de alcance, livre de qualquer tentáculo. Esse desejo de se manter solto é legítimo, mas hoje me permita não endossar manifestações de alforria. Entrando na semana dos namorados, recomendo fazer reserva num local aconchegante e naturalmente aquecido: dentro de um abraço que te baste.

 

Sherlock Holmes: o homem que nunca viveu e nunca morrerá

O mais famoso detetive da literatura nunca viveu no mundo real, mas ao mesmo tempo estará sempre vivo entre seus fãs – que se renovam a cada geração. E já que o personagem de Conan Doyle segue despertando paixões e adaptações, nada mais natural do que Londres – cidade que está diretamente ligada a ele – organizasse uma grande exposição para mostrar o que fez desse detetive um mito.

A mostra Sherlock Holmes: the Man Who Hás Never Lived and Will Never Die, que teve início no dia 17 de outubro de 2014 e vai até 12 de abril de 2015 no Museu de Londres, é a maior deste tipo dos últimos 60 anos.

Entre as peças em exibição, há a primeira edição de “Um estudo em vermelho”, peças antigas que pertenceram ao escritor, souvenirs usados por Holmes, pinturas, ilustrações, cartazes de filmes e artigos modernos como o emblemático casaco Belstaff e o sobretudo Derek Rose usado pelo ator Benedict Cumberbatch no seriado de TV exibido pela BBC.

Imperdível para quem passar por lá.

O cartaz da exposição sobre Sherlock Holmes

O cartaz da exposição sobre Sherlock Holmes

As primeira edições da primeira história de Sherlock Holmes: "Um estudo em vermelho"

As primeira edições da primeira história de Sherlock Holmes: “Um estudo em vermelho”

Conan Doyle presenteou Holmes com estes objetos: a famosa boina e o cachimbo de 1868 e um revólver Webley RIC

Conan Doyle presenteou Holmes com estes objetos: a famosa boina e o cachimbo de 1868 e um revólver Webley RIC

Ilustração de uma das histórias de Sherlock Holmes e Dr. Watson, publicada na Strand Magazine - Coleção Privada

Ilustração de Sidney Paget para uma das histórias de Sherlock Holmes e Dr. Watson, publicada na Strand Magazine

Pintura de Conan Doyle que faz parte do acervo do Museu de Londres. A tela é de 1897, autoria de Sidney Paget que ilustrou várias histórias de Holmes

Pintura de Conan Doyle que faz parte do acervo do Museu de Londres. A tela é de 1897, autoria de Sidney Paget que ilustrou várias histórias de Holmes

Cartaz de um filme australiano de 1932, da RKO Pictures, que adaptou para o cinema a segunda história do detetive, criada por Conan Doyle

Cartaz de um filme australiano de 1932 que adaptou para o cinema “O signo dos quatro”.

Conheça os títulos de Sherlock Holmes publicados pela L&PM.

Dylan e Ginsberg visitam Kerouac

Foi em 1975, durante uma parada da lendária turnê Rolling Thunder Revue que Bob Dylan visitou a última morada de Jack Kerouac, no Edson Cemetery, em Lowell. Foi acompanhado de Allen Ginsberg. Lá, em frente à sepultura do autor de On the Road, – que morreu em 21 de outubro de 1969 – Ginsberg leu, Dylan tocou, ambos meditaram e um vídeo foi gravado.

Allen (gesticulando em direção ao túmulo): “Então é isso que vai acontecer com você?”
Dylan: “Não, eu quero uma cova sem identificação.”

No prefácio de Pé na estrada (On the Road), o escritor Eduardo Bueno, tradutor da obra, sinaliza a importância de Kerouac para Bob Dylan:

(…) Bob Dylan fugiu de casa depois de ler On the Road. Chrissie Hynde, dos Pretenders, e Hector Babenco, de Pixote, também. Jim Morrison fundou The Doors. No alvorecer dos anos 90, o livro levou o jovem Beck a tornar-se cantor, fundindo rap e poesia beat. Jakob Dylan, filho de Bob, deixou-se fotografar ao lado da tumba de Jack em Lowell, Massachusets, como o próprio pai o fizera, vinte anos antes. Em 1992, Francis Coppola (o produtor), Gus van Sant (o diretor) e Johnny Depp (o ator) envolveram-se numa filmagem nunca concretizada do livro – e, apesar da diferença de idade, os três compartilharam o mesmo fervor reverencial pela obra. Cerca de vinte anos mais tarde, em 2011, Walter Salles e o roteirista Jose Rivera enfim conseguiram, com produção da American Zoetrope de Coppola, levar On the Road para as telas, com Garrett Hedlund, Sam Riley e Kristen Stewart, todos ainda na casa dos vinte anos de idade, nos papéis principais. (…)

Bob Dylan e Allen Ginsberg em frete à sepultura de Kerouac

Bob Dylan e Allen Ginsberg em frete à sepultura de Kerouac – © Ken Regan, 1975

Mostra de Dalí chega a São Paulo com obras marcadas pela presença de Freud

Quem olha desatentamente a tela “Paisaje Pagano Medio”, feita por Salvador Dalí em 1937, talvez não perceba a presença de Sigmund Freud. Mas o pai da psicanálise está ali, pintado em forma de busto de pedra, integrado à uma paisagem feita de sombra e sonho. Uma pintura que agora chega à São Paulo depois de passar pelo Rio de Janeiro.

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“Paisaje Pagano Medio”, de 1937, foi a primeira tela em que Dalí pintou o rosto de Freud. O pai da psicanálise aparece como um rochedo à esquerda. (Clique para ampliar)

A mostra que acaba de desembarcar na capital paulista é uma das maiores do pintor surrealista já realizada no país – a mesma que levou quase 1 milhão de pessoas ao Centro Cultural Banco do Brasil no RJ. Aberta em 19 de outubro, segue até 11 de janeiro no Instituto Tomie Ohtake.

"Morphologie" do crânio de Freud feita por Dalí nos anos 1930

“Morphologie” do crânio de Freud feita por Dalí nos anos 1930

Freud é presença marcante nessa exposição. Até porque nenhum outro autor ou pensador teve tanto impacto sobre a obra do excêntrico espanhol do que o médico austríaco. Após ler “A interpretação dos sonhos”, traduzida para o a língua hispana nos anos 1920, Dalí encontrou em Freud a base da invenção de seu mundo surreal, centrado no sexo e repleto de imagens significativas como muletas sustentando rostos flácidos (que críticos vêem como uma alusão à impotência sexual do artista). “Dalí era obcecado por sexo” disse Eliane Robert Moraes, especialista em literatura erótica, em matéria da Folha de S. Paulo. “Aquilo que em Freud seria doença é chamado de expressão poética em Dalí”, ela completou.

Mas o fato é que apesar da sua ligação onírica com Freud, o pintor não se interessou pelas teorias da psicanálise propriamente ditas. Quando conseguiu encontrar-se com o sábio Sigmund, ele já estava à beira da morte e quase não trocaram palavras. Foi nesse dia, no entanto, que Dalí fez mais um desenho de seu “ídolo”.

SERVIÇO

O que:  Salvador Dalí

Quando: De 19/10/2014 a 11/01/2015

Onde: Instituto Tomie Ohtake, av. Brig. Faria Lima, 201 – Fone (11) 2245-1900

Quanto: Grátis

A paixão de Anna Akhmátova e Amedeo Modigliani

Anna Akhmátova e Amedeo Modigliani. Ela, uma poeta russa vinda da aristocracia. Ele, um artista italiano sem nenhum dinheiro no bolso. Seus encontros, na Paris de 1910 e 1911, foram capazes de despertar paixões e insuflar ainda mais inspiração nesses dois nomes que acabariam por habitar o panteão das artes. Ele virou personagem em poemas dela. Ela, modelo de desenhos e esculturas dele.

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Belos, jovens e talentosos: assim eram Amedeo Modigliani e Anna Akhmátova quando se encontraram

O momento em que seus destinos se cruzaram está no livro Modigliani, de Christian Parisot, Série Biografias L&PM:

Empreendimentos que dão errado, fracassos em cadeia, ele tem a impressão que seu horizonte escurece um pouco mais a cada dia. Mas uma clareira romântica subitamente iluminará seu caminho tortuoso: seu encontro com a poetisa Anna Adreevna Gorenko, mais conhecida sob seu pseudônimo de Anna Akhmátova, uma aristocrata russa nascida em Odessa e em viagem de núpcias em Paris com o primeiro de seus três maridos, o poeta Nicolaï Goumilev, de que se divorciará em 1916.

Ela tem vinte anos quando conhece Amedeo, que tem 26. É uma mulher muito fina, de belo rosto típico, com cabelos negros, olhos rasgados. Ela lhe lembra Maud Abrantès. Ele a corteja como sabem fazer os italianos, falando-lhe de seu país e de sua arte. Enquanto seu marido está na Sorbonne para cursos ou conferências, eles passeiam longamente pelas alamedas do Jardin du Luxembourg recitando poemas de Verlaine, que os dois conhecem de cor. Ela tem uma paixão violenta por Amedeo, por esse pintor de quem não conhece nada. “Ele morava então no Impasse Falguière. Ele era um indigente, por isso no Jardin du Luxembourg sempre nos sentávamos em bancos e não em cadeiras, que era preciso alugar. Ele não se queixava de nada, nem de sua miséria, nem do fato de não ser reconhecido.”

Quando ela volta para a Rússia, Amedeo escreve-lhe cartas de amor apaixonadas. Ela lhe responde com poemas. (…) Em 1911, enquanto seu marido parte para a a África por seis meses – não sem ter pensado em guarnecer abundantemente sua conta no banco para que não faltasse nada a ela –, Anna volta para Paris e se instala no número 10 da Rue Bonaparte. Ela reencontra Amedeo; ele lhe pede para posar:

“Nessa época, Modigliani sonhava com o Egito. Ele me convidou ao Louvre, para que eu visitasse o Departamento das Antiguidades Egípcias; ele afirmou que todo o resto não era digno de atenção. Ele desenhou minha cabeça com um penteado de rainha egípcia ou de dançarina, e me pareceu inteiramente tomado pela arte do Egito antigo… Hoje chamam esse período de período negro. Ele dizia “as joias devem ser selvagens”, a propósito de meu colar africano, e me desenhava com o colar… Ele não me desenhava na natureza mas em minha casa, e me presenteava com seus desenhos. Ganhei dezesseis.”

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Os desenhos que Modigliani deu a Anna Akhmátova foram destruídos durante a Revolução Russa. Sobreviveram aqueles que ficaram com ele como estes.

A partir da publicação de seu segundo livro, em 1914, Anna Akhmátova se tornaria um grande sucesso. Foi a primeira vez na literatura russa que uma mulher não tentava competir com os homens, mas sim criar uma expressão única ao utilizar uma linguagem concisa, direta e despida de ornamentos. A Coleção L&PM Pocket publica seus principais poemas com tradução direta do russo.

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Exposição lança nova luz sobre a vida de Oscar Wilde na prisão Reading

Em 20 de novembro de 1895, seis meses depois de ter sido condenado por atentado ao pudor e homossexualismo – e de ter passado pelos presídios de Pentonville e  Wandsworth -, Oscar Wilde foi transferido para a prisão de Reading, onde recebeu o número de matrícula C.3.3. Foi nessa prisão que, em 7 de julho de 1896, o autor de O retrato de Dorian Gray testemunhou o enforcamento do soldado Charles Thomas Woolridge pelo assassinato de sua esposa, o que o inspirou a escrever “A balada da prisão Reading”. No ano seguinte, iniciaria a obra De profundis, seus escritos de cárcere.

A antiga prisão Reading, onde Oscar Wilde ficou encarcerado por dois anos

A antiga prisão Reading, onde Oscar Wilde ficou encarcerado por dois anos

Mais de um século depois, o professor Peter Stoneley, da Universidade de Reading, remexeu no baú das memórias desta prisão e fez algumas descobertas sobre a vida em Reading no tempo em que lá viveu seu mais célebre detento. Foram achadas fotos, anotações e registros que estão prestes a virar uma exposição.

Entre as descobertas estão imagens de Henry Bushnell, preso que, presume-se, teve um affair com Wilde. O Prof. Stoneley disse que o escritor provavelmente se sentiu “atraído” por ele, mas não há detalhes da relação entre os dois.

Uma das fotos de Bushnell, datada de 1895.

Uma das fotos de Bushnell, datada de 1895

A maioria dos prisioneiros de Reading não foi fotografado mais de uma vez, mas como Bushnell era reincidente, há sete “mugshots” (fotos de fichamento) dele.  Wilde mencionou em uma carta um “rapazinho de olhos escuros” e a conclusão dos pesquisadores é a de que só pode ser Bushnell, um operário e ladrão tão prolífico, ou inepto, que foi preso 21 vezes entre 1892 e 1911 e cuja incapacidade de ficar fora da prisão deixou um legado fascinante. Os sete “mugshots” de Bushnell são as únicas fotografias conhecidas de algum dos homens da classe trabalhadora jovens por quem Wilde se interessou em sua vida.

Mais fotos do "rapazinho de olhos escuros"

Mais fotos do “rapazinho de olhos escuros”

O material encontrado permitiu ainda alguns insights:

· Classe: Oscar Wilde certamente era o único prisioneiro de classe média e formação universitária a estar preso em Reading naquele período. A grande maioria dos seus companheiros eram trabalhadores.

· Crime: Os crimes mais frequentes eram pequenos furtos. Objetos típicos roubados incluem coelhos, camisas, tabaco e botas. O segundo crime mais frequente era embriaguez e desordem.

· Homossexualismo: Até onde os registros mostram, não havia outros prisioneiros em Reading, ao mesmo tempo em que Wilde estava lá, condenados por atos homossexuais. No entanto, nos anos imediatamente anteriores à sua prisão, em 1893, um marinheiro de 27 anos e um trabalhador de 32 anos foram presos em Reading por “indecência com um macho” e, em 1894, um trabalhador de 19 anos foi preso por sodomia.

· Reabilitação: Apesar de suas condições adversas, a prisão Reading, como a maioria das prisões vitorianas, efetivamente tinha uma “porta giratória” para pequenos infratores reincidentes.

· Crianças: Wilde escreveu sobre o fato de ouvir os presos crianças chorando. Nos dois anos imediatamente anteriores à sua chegada, 22 crianças foram presas em Reading, incluindo uma de sete anos de idade, condenada a um mês de prisão por atear fogo em um celeiro, uma de 11 anos que roubou um pincel e uma de 10 anos que matou um pato.

· Saúde: A saúde debilitada de Wilde é narrada a partir de um inquérito 1896, que concluiu que “a vida na prisão deve, claro, ser mais cansativa e desgastante para um prisioneiro de sua educação”.

· Wooldridge: Registros de detalhes da execução de Trooper Charles Wooldridge, o soldado cuja morte constitui o tema de “A balada da prisão Reading” revelam que, antes da execução da sentença, o médico da prisão observou que Wooldridge tinha um pescoço “bastante longo”.

Os registros sobre Woolridge que virou personagem de Wilde

Os registros sobre Woolridge que virou personagem de Wilde

A exposição “The Oscar Wilde and Reading Gaol Exhibition”, organizada pelo Departamento de Literatura Inglesa da Universidade de Reading, acontece na Berkshire Record Office, na cidade de Reading.  Ela abre oficialmente na quarta-feira, 22 de outubro, e permanece até 6 de fevereiro.

Os pesquisadores e seus achados

Os pesquisadores e seus achados

Legos literários

Como o Dia da Criança passou há pouco por nós, ainda estamos no clima de brincadeira. É por isso que separamos alguns Legos que parecem saídos diretamente das páginas de alguns clássicos. Separamos aqui algumas histórias que fazem parte do catálogo L&PM:

"Romeu e Julieta", de Shakespeare

“Romeu e Julieta”, de Shakespeare

"O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde

“O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde

"O grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald

“O grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald

"Assassinato no Expresso Oriente", de Agatha Christie

“Assassinato no Expresso Oriente”, de Agatha Christie

"Drácula", de Bram Stoker

“Drácula”, de Bram Stoker

"Orgulho e preconceito", de Jane Austen

“Orgulho e preconceito”, de Jane Austen

"O médico e o monstro", de Robert Louis Stevenson

“O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson

Via http://lego-stories.tumblr.com/

Que tal um cineminha com Cortázar?

Cortázar na tela grande! Neste sábado, 11 de outubro, será exibido em Brasília o filme “Week-end à francesa”,  baseado no conto “A autoestrada do sul”, de Julio Cortázar. Haverá também a  leitura do conto. Tudo gratuito. Veja a programação completa que vai até domingo no Cine Brasília (106 sul).

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Julio  Clique sobre a imagem para ampliá-la

A Coleção L&PM Pocket publica “A autoestrada do sul e outras histórias:

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A metamorfose de “A metamorfose”

Não bastasse Gregor Samsa – personagem mais famoso de Kafka – ter virado uma barata, agora ele também se metamorfoseou em um robô. Isso acaba de acontecer em terras japonesas (claro!), na adaptação para os palcos de A metamorfose.

E encenação que estreia oficialmente nesta quinta-feira, 9 de outubro, em Yokohama, foi concebida pelo célebre diretor japonês Oriza Hirata. Foi dele a ideia de que o personagem principal fosse encenado não por um ator, mas por um androide.

“Na pele” de Samsa está o robô Repliee S1, um androide formado por um exoesqueleto metálico que possui mãos brancas e rosto com feições humanas, desenvolvido pelo professor da Universidade de Osaka e especialista em robótica, Hiroshi Ishiguro.

O diretor Oriza Hirata já utilizou robôs em outras encenações, mas será a primeira vez que um deles atuará em outra língua que não a japonesa. “La Metamorphose Version Androide” apresenta quatro atores franceses (de carne e osso) ao lado do robô que encarnam a família de Gregor Samsa e que atuam no seu idioma.

Em novembro, A metamorfose em versão androide parte em turnê europeia, começando pelo Festival de Outono da Normandia na França.

Gregor Samsa versão androide

Gregor Samsa versão androide

 Os atores Thierry Vy Huu e Laetitia Spigarelli contracena com o robô Repliee S1, que protagoniza a adaptação para o teatro da peça 'A Metamorfose', de Franz Kafka. (Foto: Yoshikazu Tsuno/France Presse)


Os atores Thierry Vy Huu e Laetitia Spigarelli contracena com o robô Repliee S1, que protagoniza a adaptação para o teatro da peça ‘A Metamorfose’, de Franz Kafka. (Foto: Yoshikazu Tsuno/France Presse)

E por falar em versão japonesa, a Coleção L&PM Pocket publica a A metamorfose em estilo mangá. E também o texto clássico para os que preferem menos inovações.

Descobertos poemas e pequenos contos inéditos de Truman Capote

Nova York, verão de 2014, Truman Capote havia morrido há 30 anos, mas duas pessoas acreditavam que ele poderia surpreender o mundo mais uma vez. Por isso, a jornalista Anuschka Roshani e seu marido, o editor Peter Haag, editores da obra de Capote em alemão, viajaram de Zurique para os Estados Unidos. Foram à procura de uma coisa que a maioria dos especialistas em Capote nem acreditavam que existisse.

Truman Capote morreu em 25 de agosto de 1984 na casa de sua velha amiga Joanne Carson, ex-mulher do apresentador de TV Johnny Carson, em cujo programa Capote era convidado frequente. Um dia antes de morrer, o escritor entregou à Joanne a chave de um armário de estação de ônibus, mas não especificou sua localização. Lá, disse Capote, estavam textos e cartas, material que seu editor acreditava estar no cofre de um banco, mas que ele resolveu colocar em uma estação. “Parece que ele quis ter uma diversão após a morte”, diz Anushka Roshani. Pois era esse material que a dupla, em princípio, estava buscando.

O que eles acabaram encontrando, no entanto, foi um outro tesouro. Na biblioteca pública que fica na antiga propriedade de Capote, Anuschka e Peter depararam com 34 caixas de papelão com quase 50 anos de escrita. Com uma lupa em mãos – porque a letra de Capote era minúscula –, eles começaram a vasculhar incansavelmente os papéis. Até que encontraram algo que os deixou satisfeitos: uma dúzia de poemas escritos quando Capote tinha entre 14 e 17 anos. Alguns foram publicados há mais de 70 anos, em um jornal do ensino médio, mas a maioria nunca viu a cor de uma tinta impressa. Além dos poemas, também foram encontradas vinte histórias curtas criadas muito antes do autor escrever “Bonequinha de Luxo”.

Mas como foi possível que tal preciosidade ficasse escondida em uma biblioteca durante 30 anos? A explicação é falta de verba para contratar um bibliotecário ou pesquisador que catalogasse o material.

Ao ler as histórias recém descobertas se percebe que Truman Capote era precocemente talentoso. Há belos textos sobre solidão, amor, crime e morte. Temas que depois seriam explorados em sua escrita. Muitos deles têm como cenário o sul dos EUA, onde ele passou a infância.

Agora, o próximo passo do casal é vasculhar todas as estações de ônibus americanas.

Em 2015, este material será reunido e publicados em inglês pela editora Random House, em Nova York, e em alemão pela Kein & Aber, editora de Peter. Mas se você lê em alemão atenção para boa notícia: quatro destas histórias inéditas serão publicadas na edição 42 da revista “ZEIT magazin” que sai na próxima quinta-feira, 9 de outubro, e pode ser lida online. 🙂

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A capa da Revista Zeit Magazin que sai no dia 9 de outubro e que trará quatro textos inéditos de Truman Capote.