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No Dia Mundial sem Tabaco…

… propomos algumas mudanças. Sabemos que os personagens a seguir talvez não concordassem totalmente com elas, mas o que vale é a intenção. 🙂

Faça como Anais Nïn, troque o cigarro pela arte:

Anais ok

Faça como Freud, troque o cigarro por uma gentileza:

Freud ok

Faça como Bukowski, troque o cigarro por uma gostosura:

Buk ok

Faça como Jack Kerouac, troque o cigarro por uma brincadeira de criança:

Kerouac ok

Faça como Mark Twain, troque o cigarro pela alimentação natural:

mark twain ok

Faça como Hunter Thompson, troque o cigarro por um esporte saudável (nem que seja ping pong):

Hunter ok

Faça como Truman Capote, troque o cigarro por uma invenção de moda:

capote ok

E, por fim, faça como William Burroughs, troque o cigarro por uma boa causa:

Burroughs ok

Papai Noel é pop

Essa é pra voltar a acreditar que Papai Noel existe: Andy Warhol vestido de bom velhinho ao lado de Truman Capote. Com direito a pirulito e cachorrinho… A foto faz parte do material de making off da sessão feita em 1979 pelo badalado fotógrafo Mick Rock. Warhol e Capote eram amigos e se falavam com frequência. Em Diários de Andy Warhol, publicado em dois volumes na Coleção L&PM POCKET, o autor de À sangue frio, Bonequinha de Luxo e Os cães ladram, aparece com frequência.

Sábado, 2 de junho, 1979. Truman telefonou e está furioso com Lee Radziwill por ter deposto contra ele no processo de Gore Vidal. Foi assustador. Disse que ela vai “cagar giletes” depois que ele aparecer no The Stanley Siegel Show de terça-feira para “dizer umas verdades sobre ela”. E ficou dizendo, “E aí, você não concorda? Você não concorda? Qual o problema, você não está dizendo nada”. Foi realmente horrível. Eu disse, “Olhe Truman, ela está tão fraca agora que pode até se suicidar”. E ele disse: “Tanto pior”. E, “Se eu contasse a você todas as coisas que ela disse sobre você…” Eu disse que não me importava, que nunca pensei nela como uma amiga. ( Trecho de Diários de Andy Warhol)

Descobertos poemas e pequenos contos inéditos de Truman Capote

Nova York, verão de 2014, Truman Capote havia morrido há 30 anos, mas duas pessoas acreditavam que ele poderia surpreender o mundo mais uma vez. Por isso, a jornalista Anuschka Roshani e seu marido, o editor Peter Haag, editores da obra de Capote em alemão, viajaram de Zurique para os Estados Unidos. Foram à procura de uma coisa que a maioria dos especialistas em Capote nem acreditavam que existisse.

Truman Capote morreu em 25 de agosto de 1984 na casa de sua velha amiga Joanne Carson, ex-mulher do apresentador de TV Johnny Carson, em cujo programa Capote era convidado frequente. Um dia antes de morrer, o escritor entregou à Joanne a chave de um armário de estação de ônibus, mas não especificou sua localização. Lá, disse Capote, estavam textos e cartas, material que seu editor acreditava estar no cofre de um banco, mas que ele resolveu colocar em uma estação. “Parece que ele quis ter uma diversão após a morte”, diz Anushka Roshani. Pois era esse material que a dupla, em princípio, estava buscando.

O que eles acabaram encontrando, no entanto, foi um outro tesouro. Na biblioteca pública que fica na antiga propriedade de Capote, Anuschka e Peter depararam com 34 caixas de papelão com quase 50 anos de escrita. Com uma lupa em mãos – porque a letra de Capote era minúscula –, eles começaram a vasculhar incansavelmente os papéis. Até que encontraram algo que os deixou satisfeitos: uma dúzia de poemas escritos quando Capote tinha entre 14 e 17 anos. Alguns foram publicados há mais de 70 anos, em um jornal do ensino médio, mas a maioria nunca viu a cor de uma tinta impressa. Além dos poemas, também foram encontradas vinte histórias curtas criadas muito antes do autor escrever “Bonequinha de Luxo”.

Mas como foi possível que tal preciosidade ficasse escondida em uma biblioteca durante 30 anos? A explicação é falta de verba para contratar um bibliotecário ou pesquisador que catalogasse o material.

Ao ler as histórias recém descobertas se percebe que Truman Capote era precocemente talentoso. Há belos textos sobre solidão, amor, crime e morte. Temas que depois seriam explorados em sua escrita. Muitos deles têm como cenário o sul dos EUA, onde ele passou a infância.

Agora, o próximo passo do casal é vasculhar todas as estações de ônibus americanas.

Em 2015, este material será reunido e publicados em inglês pela editora Random House, em Nova York, e em alemão pela Kein & Aber, editora de Peter. Mas se você lê em alemão atenção para boa notícia: quatro destas histórias inéditas serão publicadas na edição 42 da revista “ZEIT magazin” que sai na próxima quinta-feira, 9 de outubro, e pode ser lida online. 🙂

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A capa da Revista Zeit Magazin que sai no dia 9 de outubro e que trará quatro textos inéditos de Truman Capote.

 

Picasso e Capote pelas lentes de Robert Capa

Famoso por suas coberturas de guerra, Robert Capa se tornou um ícone na história mundial da fotografia. Mas nem só de fotos impressionantes em preto e branco de conflitos pelo mundo se fez o talento de Capa: ele também fotografou escritores, pintores, modelos e atrizes utilizando filme colorido, compondo um acervo de imagens (até então quase desconhecido) que finalmente vem a público numa exposição no International Center of Photography de Nova York. Entre os modelos de suas fotos estão Pablo Picasso e Truman Capote:

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A mostra será aberta ao público no dia 31 de janeiro e segue até 4 de maio, no International Center of Photography de Nova York, e inclui também inclui suas últimas fotografias feitas na Indochina em 1954.

Truman Capote, o garoto saltitante do The Smiths

Nascido em 24 de setembro de 1924, o escritor Truman Capote estaria comemorando seus 89 anos hoje. Polêmico e excêntrico, Capote foi fartamente fotografado ao longo de sua vida – ele morreu cerca de um mês antes de completar 60 anos em 1984. Em uma dessas fotos, feitas por Cecil Beaton, Capote aparece no frescor de seus 25 anos, dando um salto do tipo que se via nos comerciais do leite Molico. Em 1985, essa imagem foi usada para estampar a capa do single “The Boy with the Thorn in His Side”, da banda inglesa The Smiths.

A capa do single do The Smiths com Truman Capote saltitante

A capa do single do The Smiths com Truman Capote saltitante

Ao ser lançado, “The Boy with the Thorn in His Side” alcançou o 23º lugar na parada inglesa e ainda hoje segue embalando festas dos que cultuam os anos 80. Sobre a letra, foi dito que Morrissey teria se inspirado em Oscar Wilde para escrevê-la. Mas ele mesmo fez questão de negar isso. A versão do single é um pouco diferente da que foi lançada no disco “The Queen Is Dead”.

Em homenagem a Capote, de quem a L&PM publica dois livros, vamos cantar  “The Boy with the Thorn in His Side” com Morrisey:

Andy Warhol sem máscaras

Andy Warhol foi o único convidado que compareceu sem máscara à famosa festa “Black and White Ball” de Truman Capote, realizada em 28 de novembro de 1966 no Plaza Hotel em Nova York. Nesta foto, o próprio anfitrião aparece na frente dele devidamente mascarado.

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A amizade entre os dois durou décadas e boa parte dela está registrada nos Diários de Andy Warhol da Coleção L&PM Pocket.

As celebridades de Richard Avedon

Em 15 de maio de 1923, há exatos 90 anos, nascia Richard Avedon, um dos maiores fotógrafos que o mundo já conheceu! São dele alguns dos registros mais célebres de grandes nomes da literatura, da música, do teatro e do cinema, como Marilyn Monroe, Andy Warhol, Allen Ginsberg, William Burroughs, Bob Dylan, Picasso, Tennesse Williams, Truman Capote e vários outros.

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Originais de “Bonequinha de Luxo”, de Truman Capote, vão a leilão pela internet

 Folha online – 24/04/2013 – Por Redação

Os originais do romance “Bonequinha de Luxo” (“Breakfast at Tiffany”), do escritor norte-americano Truman Capote, serão leiloados on-line entre os dias 18 e 25 de abril pela casa R.R. Auctions, informou o “Los Angeles Times”. Os organizadores esperam atingir lances mínimos de US$ 250 mil (R$ 504 mil).

O texto de “bonequinha de Luxo” é escrito em uma máquina de escrever, mas Capote fez inúmeras alterações manuscritas no romance original. Em particular, ele alterou o nome da personagem principal de Connie Gustafson para, o hoje icônico, Holly Golightly.

O famoso romance de Capote foi publicado originalmente em 1958. “Bonequinha de Luxo” conta a história de uma jovem que se muda para Nova York.

O livro ganhou imensa popularidade devido à adaptação ao cinema, em 1961, por blake Edwards, com Audrey Hepburn no papel principal.

O leilão virtual contará, ainda, com uma série de itens relacionados à indústria cinematográfica de Hollywood, como fotos de James Dean, Humphrey Bogart, Clark Gable, Carole Lombard e Judy Garland.

Bonequinha_luxo

“A arte não é água destilada”

Por Janine Mogendorff*

Um dos primeiros livros no qual trabalhei quando comecei aqui na L&PM foi Os cães ladram: pessoas públicas e lugares privados, de Truman Capote. Já tinha lido – e ficado muito impressionada – com A sangue frio, edição que comprei num supermercado em Montevidéu, em alguma das muitas férias de verão que passei por lá. Confesso que já tinha ouvido falar muito de Truman Capote, especialmente desse clássico da não ficção e de Bonequinha de luxo, mas nunca tinha lido seus outros textos.

Os cães ladram traz justamente uma seleção de textos curtos escritos entre as décadas de 40 e 70. A riqueza da obra reside no fato de possibilitar múltiplas leituras: há um tanto de material biográfico, alguns exercícios de estilo, tudo regado com muito humor, sarcasmo e tendo como alicerce a força do relato jornalístico. E foi aí que o livro me conquistou. Para Capote, o jornalismo, assim como a câmera, não pode ser totalmente puro, “pois afinal a arte não é água destilada: impressões pessoais, preconceitos e a seletividade subjetiva comprometem a pureza da verdade cristalina”.

O jornalismo, na sua leitura, existia para ser subvertido. No prefácio, ao falar sobre a construção do perfil de Marlon Brando, um dos grandes textos do livro, nos conta: “Minha alegação era que a reportagem poderia ser uma forma de arte tão elaborada e excitante quanto qualquer outra modalidade da prosa – ensaio, conto, novela – uma teoria que poucos defendiam em 1956, ano em que o texto foi impresso, em oposição a hoje, quando sua aceitação tornou-se até algo exagerada.” É ainda no prefácio que ficamos sabendo de onde veio a inspiração para o título inusitado do livro, entre outras revelações.

Mas vamos a Os cães. A obra pode ser dividida em três partes. Na primeira, Capote faz uma viagem memorialística à infância, passando pelo primeiro estágio na New Yorker, relembrando o primeiro livro (Summer Crossing) e resgatando algumas viagens e lugares pitorescos, estes últimos reunidos sob o título de “Cor local”. Na segunda parte, aparece “As musas são ouvidas”, um dos textos que ele mais apreciou escrever. O volume termina com “Observações”, que reúne célebres perfis de, entre outros, Louis Armstrong, Humphrey Bogart e Marilyn Monroe, além de um corrosivo autorretrato: “Você é cruel?”, pergunta Truman Capote para ele mesmo. “Ocasionalmente. Nas conversas. Vamos dizer o seguinte: eu preferiria ser meu amigo do que meu inimigo.”

Para conhecer um pouco mais sobre o autor, recomendo os dois filmes que foram feitos sobre o processo de criação de A sangue frio, ambos com interpretações soberbas: Capote, de 2005, protagonizado por Philip Seymour Hoffman (que, inclusive, ganhou o Oscar por sua interpretação), e Confidencial (Infamous), de 2006, protagonizado por Toby Jones. Um dos poucos casos no qual é difícil escolher o melhor. Ambos trazem, com um olhar singular, esse Capote que está explícito nas entrelinhas de Os cães ladram.

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.

Quando Andy Warhol expôs… os outros

Quarta-feira, 2 de setembro, 1981 – Colorado-New York. Os jornais só falam de mim e da minha idade. Todos contam minha idade. (…) Por alguma razão todos nós dormimos no caminho para o aeroporto, exceto Chris, que disse que iria passar a noite em Denver e ir ao Baths. Observar aquele touro deve tê-lo excitado muito. Cheguei a New York, nosso motorista estava esperando por nós. Deixei Fred e ele me deu minha roupa de baixo que estava em sua maleta e aí deixei Bob em casa. Dei uma gorjeta para o motorista ($40)…

A capa dos diários publicados em 1989 pela L&PM

O trecho acima – que mostra exatamente por onde andava Andy Warhol há 30 anos atrás – faz parte de Diários de Andy Warhol, publicado pela L&PM em 1989 e que está sendo preparado para voltar ao mercado em dois volumes, na Coleção L&PM POCKET. De 1976 até sua morte em 1987, A.W. telefonava todas as manhãs para a escritora Pat Hackett, sua amiga e colaboradora, e relatava os acontecimentos das últimas 24 horas: onde tinha ido, o que tinha feito, quem tinha visto e o que achava de tudo isso. O relato que começou despretenciosamente, com o passar do tempo transformou-se no diário mais sincero e compulsivo já escrito por uma personalidade deste século. Após a morte de A.W., “Diários de Andy Warhol” foi organizado por Pat, publicado e provocou processos e arrepios nos billionaires e mega-stars internacionais. Mick Jagger, Ronald Reagan, Truman Capote, John Lennon e Yoko Ono, Fellini, Pelé, Jack Nicholson, Madonna e mais centenas de pessoas famosas estão expostas em comentários que vão do chocante ao hilariante: “A plástica de Truman [Capote] é a primeira que vejo que funcionou realmente bem. A papada dele desapareceu e tinha estado ali durante anos. A única coisa errada é a cicatriz sobre a orelha que ainda tem cinco centímetros…”

“Diários de Andy Warhol” é um relato de quase 800 páginas que, ainda em 2011, sairá em dois volumes no formato pocket que poderão ser adquiridos separadamente ou em uma Caixa Especial. O primeiro volume vai do final de 1976 ao final de 1981 e o segundo contempla de 1982 até 1987.

E vem mais Andy Warhol por aí: a L&PM vai lançar também a vida de Andy Warhol na Série Biografias e ainda o livro “América”, com textos e fotos de sua autoria. Assim como nos seus diários, “América” expõe e mostra celebridades no backstage e em momentos de descontração. Warhol carregava sempre uma câmera com ele e, nesta obra, registra muitas das cenas citadas em seus diários. Como o facelift de Truman Capote:

Uma das fotos do livro "América": Truman Capote clicado por Andy Warhol após o seu "facelift"