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Sherlock Holmes: o homem que nunca viveu e nunca morrerá

O mais famoso detetive da literatura nunca viveu no mundo real, mas ao mesmo tempo estará sempre vivo entre seus fãs – que se renovam a cada geração. E já que o personagem de Conan Doyle segue despertando paixões e adaptações, nada mais natural do que Londres – cidade que está diretamente ligada a ele – organizasse uma grande exposição para mostrar o que fez desse detetive um mito.

A mostra Sherlock Holmes: the Man Who Hás Never Lived and Will Never Die, que teve início no dia 17 de outubro de 2014 e vai até 12 de abril de 2015 no Museu de Londres, é a maior deste tipo dos últimos 60 anos.

Entre as peças em exibição, há a primeira edição de “Um estudo em vermelho”, peças antigas que pertenceram ao escritor, souvenirs usados por Holmes, pinturas, ilustrações, cartazes de filmes e artigos modernos como o emblemático casaco Belstaff e o sobretudo Derek Rose usado pelo ator Benedict Cumberbatch no seriado de TV exibido pela BBC.

Imperdível para quem passar por lá.

O cartaz da exposição sobre Sherlock Holmes

O cartaz da exposição sobre Sherlock Holmes

As primeira edições da primeira história de Sherlock Holmes: "Um estudo em vermelho"

As primeira edições da primeira história de Sherlock Holmes: “Um estudo em vermelho”

Conan Doyle presenteou Holmes com estes objetos: a famosa boina e o cachimbo de 1868 e um revólver Webley RIC

Conan Doyle presenteou Holmes com estes objetos: a famosa boina e o cachimbo de 1868 e um revólver Webley RIC

Ilustração de uma das histórias de Sherlock Holmes e Dr. Watson, publicada na Strand Magazine - Coleção Privada

Ilustração de Sidney Paget para uma das histórias de Sherlock Holmes e Dr. Watson, publicada na Strand Magazine

Pintura de Conan Doyle que faz parte do acervo do Museu de Londres. A tela é de 1897, autoria de Sidney Paget que ilustrou várias histórias de Holmes

Pintura de Conan Doyle que faz parte do acervo do Museu de Londres. A tela é de 1897, autoria de Sidney Paget que ilustrou várias histórias de Holmes

Cartaz de um filme australiano de 1932, da RKO Pictures, que adaptou para o cinema a segunda história do detetive, criada por Conan Doyle

Cartaz de um filme australiano de 1932 que adaptou para o cinema “O signo dos quatro”.

Conheça os títulos de Sherlock Holmes publicados pela L&PM.

Faça como…

Charles Bukowski: leia um livro no chão da sala.

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Marilyn Monroe: leia um livro para uma criança.

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Charles Dickens: leia um livro no jardim.

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Conan Doyle: leia um livro na sua cadeira preferida.

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Agatha Christie: leia um livro durante o chá da tarde.

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… Jack Kerouac e Allen Ginsberg: leia um livro com um amigo.

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Charles M. Schulz: leia um livro de quadrinhos para relaxar.

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Sherlock Holmes no túnel do tempo

Os tempos mudaram. Sherlock Holmes agora não vive sem seu smartphone e manda torpedos para os jornalistas quando quer chamar a atenção. Seu fiel companheiro, Dr. Watson, serviu na Guerra do Afeganistão e trouxe alguns traumas de lá. Seu irmão, Mycroft, é o chefão da inteligência britânica e tudo indica que ninguém tem mais poder sobre a Rainha do que ele. Cachimbo? Nem pensar… Seria antiquado demais para ele.

Tanta modernidade, no entanto, não significa que o maior detetive que a literatura já lançou não siga sendo essencialmente ele mesmo em “Sherlock”, a mais assistida série da BBC dos últimos dez anos. Holmes continua morando na Baker Street 221B, onde cultiva seus vícios e esquisitices. Londres não deixou de ser personagem de suas aventuras. E a personalidade, percepção e ironia fina do personagem não mudaram. Se bem que tenho a impressão de que ele ficou mais alto.

Ontem, vendo o último episódio da terceira temporada, fiquei pensando que não importa a época em que Sherlock Holmes viva, ele sempre será envolvente para nós. Simplesmente porque, em meio à solidão e à depressão que a vida nos impõe, ele sinaliza que é possível ser competente e se destacar na multidão. E quem não quer algo assim para elevar a auto-estima?

Sir Arthur Conan Doyle foi um dos primeiros a mostrar que a ciência poderia ajudar o mundo a se defender de seus malfeitores. Mas também fez questão de colocar a percepção de um homem imperfeito como a grande heroína da história. E isso segue presente na série da BBC. Só não tenho certeza sobre o que Conan Doyle pensaria a respeito de Mary Watson. No episódio de ontem (e se você pretende assistir não leia o que vem a partir daqui), a amada esposa do Dr. Watson revela-se uma assassina profissional que traz incontáveis cadáveres nas costas e que, mesmo assim, acaba perdoada pelo marido – e esperando um filho seu. Hmmm… Não sei não…

Vale lembrar ainda que “Sherlock”, da BBC, não é a única série moderna que explora os vícios e virtudes do detetive de Conan Doyle. “Elementary”, exibida no canal Universal, também se passa nos dias atuais e, para modernizar ainda mais, resolveu transformar Watson em mulher(ão) na pele de Lucy Liu. Mas essa eu não assisti ainda. Até porque resolvi desligar a TV e ler as histórias originais. Só a L&PM tem mais de uma dúzia de livros de Sherlock. Oba! (Paula Taitelbaum)

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Sherlock da BBC

Elementary da CBS

Elementary da CBS

 

Raridades de Edgar Allan Poe na Morgan Library

Está em cartaz na Morgan Library, em Nova York, a exposição Terror da Alma, que reúne livros, cartas e manuscritos de Edgar Allan Poe. Entre as preciosidades então algumas edições históricas de  O Corvo, exemplares raros de Tamerlane (o primeiro livro de poemas do escritor, que teve tiragem de apenas 50 cópias) e o manuscrito do conto A Tale of The Ragged Mountains.

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A documentação também revela relíquias trocadas com renomados admiradores, como Charles Baudelaire, Charles Dickens, Arthur Conan Doyle, T.S. Eliot, Vladimir Nabokov e Allen Ginsberg. De Oscar Wilde, por exemplo, pode-se ver o manuscrito de O Retrato de Dorian Gray e ler a carta mandada a Stéphane Mallarmé, na qual agradece pelo envio da segunda edição de O Corvo, traduzido pelo poeta francês. A cultuada edição de 1875, com litografias do pintor Édouard Manet, é um dos “hits” da exposição.

O toque pop fica por conta do cartaz do filme Histórias Extraordinárias, de 1968. São três episódios dirigidos por Federico Fellini, Louis Malle e Roger Vadim, e estrelados por Brigitte Bardot, Alain Delon, Jane Fonda e Terence Stamp.

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A a exposição “Terror da Alma” segue em cartaz na Morgan Library, em NY, até 26 de janeiro.

O cão dos Baskerville está por perto

Se você é do tipo que tem medo de sexta-feira 13, cuidado: O cão dos Baskerville pode estar à sua espera na livraria mais próxima. Considerada a obra-prima de Conan Doyle, esse é um dos mais famosos casos de Sherlock Holmes.  A história foi originalmente dividida em capítulos publicados na revista Strand Magazine, entre agosto de 1901 e abril de 1902 e só depois virou livro.

A primeira edição de "O cão dos Baskerville" de 1902

A primeira edição de “O cão dos Baskerville” de 1902

A trama criada por Conan Doyle narra a história da família Baskerville que, há 500 anos, é dona de um solar assolado por um passado sombrio: Hugo Baskerville, notório escudeiro que havia sido o dono da mansão durante a guerra civil em meados do século XVII, teria sido morto por um suposto cão diabólico. A partir de então, surge a lenda em torno desse maligno animal — com fogo saindo dos olhos e da boca —, que passa a assombrar a família, matando cada um dos membros que se arriscam a habitar o solar. A história teria sido confirmada após o falecimento de Sir Charles, que sofria do coração e teria morrido de susto ao ter sido abordado pelo lendário animal.

Após esta morte, o Dr. Mortimer, antigo amigo de Sir Charles, procura Sherlock Holmes e mostra-se preocupado com Sir Henry Baskerville, sobrinho e herdeiro do falecido, que pode estar prestes a ter o mesmo fim de seu tio. Holmes e Dr. Watson partem para o local a fim de desvendar o mistério.

Mais de 20 adaptações para cinema e televisão de O cão dos Baskerville já foram feitas, algumas bem próximas do original. Uma das mais famosas é de 1959 e que traz Christopher Lee no papel de Sir Henry Baskerville. Assista ao trailer:

A L&PM publica O cão dos Baskerville na Coleção Pocket.

Escritores que assinam embaixo

Quem não sonha em ter uma primeira edição assinada de próprio punho por um escritor famoso? Mesmo que algumas dessas assinaturas sejam praticamente ilegíveis, elas são pra lá de especiais, você não concorda? Veja aqui algumas delas e tente reconhecer os nomes (todos eles publicados pela L&PM). Caso tenha alguma dúvida, a resposta está no final do post.

Na ordem: James Joyce, Charles Bukowski, Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Francis Scott Fitzgerald, J. D. Salinger, Jorge Luis Borges, Leon Tolstói, Mark Twain, Oscar Wilde, Pablo Neruda, Rainer Maria Rilke.

Nem sombra de Sherlock Holmes?

É preciso boa vontade para ver uma sombra do verdadeiro Sherlock Holmes no novo filme de Guy Ritchie. Mas sombra é algo que, no apagar das luzes, vai embora. E é justamente essa a sensação que se tem no dia seguinte: findo o filme, parece não sobrar nada do personagem original criado por Conan Doyle. Se no filme anterior, Ritchie nos surpreendia com efeitos visuais impactantes, aqui eles aparecem tantas vezes que soam como uma piada repetida à exaustão. Ou seja, não tem mais graça. O que leva a crer que as risadas vindas das cadeiras iluminadas por celulares adolescentes (será que eles ficam tuitando durante o filme?) só são ouvidas porque aqueles jovens nunca leram o verdadeiro Sherlock Holmes. E vamos combinar que este filme tinha ainda mais possibilidade de se dar bem, já que coloca em cena o arquiinimigo do detetive, o Professor Moriarty. Aliás, Guy Ritchie teve a chance de, na sequência final, terminar seu filme à la Conan Doyle, exatamente como o escritor encerra o conto “O problema final” do livro Memórias de Sherlock Holmes. Na época em que Doyle criou este conto, ele não aguentava mais escrever sobre seu personagem mais famoso, de cujo sucesso havia virado refém. Então, ele o fez despencar num penhasco sem fundo, abraçado ao seu mais importante e impactante rival (cujo nome, aliás, dizem que teria inspirado Jack Kerouac na hora de batizar o herói de On the Road, Dean Moriarty). Mas não é o que acontece na tela… Embora Guy Ritchie  também nos dê a impressão de que, neste segundo filme, ele estava louco para se livrar do genial Sherlock, parece que o diretor, ex-marido de Madonna, preferiu explicar a piada. Pra quem não quer chorar (e não é chorar de rir!) com o resultado, aconselho comprar algum livro – são muitas as opções –  de Sherlock Holmes. Sai mais barato do que o ingresso de cinema. E, nas páginas, ele permanece vivo, ao contrário do que, no fundo, acontece em “Jogo de sombras”, um filme pra lá de descartável… (Paula Taitelbaum)

"A morte de Sherlock Holmes", desenho de Sidney Paget que foi feito para a edição original de "Memórias de Sherlock Holmes", de 1894

Sherlock Holmes está no Rio de Janeiro

Robert Downey Jr., que vive o detetive mais famoso da literatura no cinema, está na Cidade Maravilhosa. Chegou para a pré-estreia do filme “Sherlock Holmes: o jogo de sombras”, que acontece hoje no Rio de Janeiro. Você não foi convidado? Não tem problema… Os simples mortais que não receberam convite para o badalado (e concorrido) evento poderão assistir à cerimônia dos seus computadores, já que o site G1 promete transmitir a festa a partir das 20 horas. O filme é o segundo da série com o personagem de Sir Arthur Conan Doyle e novamente é dirigido pelo britânico Guy Ritchie (ex-marido de Madonna). Desta vez, o principal inimigo de Holmes, professor Moriarty, faz parte da trama.

Robert Downey Jr. está hospedado no Fasano do Rio, onde pediu frutas orgânicas e ficou um bom tempo na sacada olhando o movimento de Ipanema. Depois de Sherlock Holmes, há rumores de que ele faça parte do elenco da adaptação de Tim Burton para Pinóquio.

Veja mais fotos no UOL.

Baker Street, 221b

Por Paula Taitelbaum

Se você sabe um pouco sobre Sherlock Holmes, já deve ter ouvido falar no endereço Baker Street, 221b em Londres. Criado por Sir Arhur Conan Doyle, o número da morada do grande detetive e de seu fiel amigo Dr. Watson era, em princípio, fictício. A rua Baker era real, mas o 221b tinha sido inteiramente criado por ele. No entanto, tudo mudou em 27 de março de 1990 quando então o número passou a existir de verdade. Neste dia, o endereço mundialmente conhecido foi inaugurado em uma casa construida em 1815 para abrigar um museu que quer mostrar a casa de Sherlock Holmes exatamente como ela é descrita nos livros de Conan Doyle. Até os 17 degraus que levam ao piso superior estão lá.

Segundo manda a cartilha de Sherlock Holmes, ele e Watson viveram entre 1881 e 1904 no andar de cima da residência vitoriana que pertencia à Sra. Hudson. Hoje, os dois continuam lá em forma de esculturas, bonecos, souvenires e até de um ator que representa Holmes – e que concede a cada visitante uma conversa de cinco minutos. Pena que o ator, no caso, não é o Robert Downey Jr., mas nem tudo é perfeito, meu caro…

Vale dizer ainda que Sherlock Holmes não está apenas na sua casa, mas subindo pelas paredes da estação de metrô Baker Street (os azulejos têm a silhueta dele!), em uma estátua de bronze em frente à estação e também nos corações de seus tantos fãs, é claro. E por falar em fãs, no museu, você recebe um panfleto onde está escrito “antes de entrar na casa, pergunte-se em qual dessas categorias de visitante você se enquadra: a) Você já ouviu falar sobre Sherlock Holmes e já asssitiu um ou dois filmes sobre suas façanhas, mas ainda sabe muito pouco sobre o grande detetive. Você está visitando a casa por curiosidade. b) Você sabe muito sobre Sherlock Holmes! Você leu a maioria das histórias, viu todos os seus filmes na TV e é um admirador do famoso detetive. Você gostaria de visitar os aposentos para ver se eles são como você imaginou. c) Você é um perito – uma autoridade sherlockiana absoluta! Você pode discutir e debater sobre ele, pois leu e releu todas as sessenta histórias originais escritas por Sir Arthur Conan Doyle e aquelas escritas por outras pessoas – você inclusive pode ter escrito uma história de Sherlock.

Em qual destas categoria você se encaixa? Independente dela, o museu avisa que a visita será memorável e que é permitido tirar fotografias. A seguir, portanto, um álbum com as fotos que fizemos por lá. Entre nele e fique à vontade (e o melhor é que você nem precisará pagar os 6 pounds do museu por esta visita).

A L&PM publica quinze livros com a histórias do detetive Sherlock Holmes.