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Legos literários

Como o Dia da Criança passou há pouco por nós, ainda estamos no clima de brincadeira. É por isso que separamos alguns Legos que parecem saídos diretamente das páginas de alguns clássicos. Separamos aqui algumas histórias que fazem parte do catálogo L&PM:

"Romeu e Julieta", de Shakespeare

“Romeu e Julieta”, de Shakespeare

"O retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde

“O retrato de Dorian Gray”, de Oscar Wilde

"O grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald

“O grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald

"Assassinato no Expresso Oriente", de Agatha Christie

“Assassinato no Expresso Oriente”, de Agatha Christie

"Drácula", de Bram Stoker

“Drácula”, de Bram Stoker

"Orgulho e preconceito", de Jane Austen

“Orgulho e preconceito”, de Jane Austen

"O médico e o monstro", de Robert Louis Stevenson

“O médico e o monstro”, de Robert Louis Stevenson

Via http://lego-stories.tumblr.com/

“O médico e o monstro” no Festival de Teatro de Curitiba

Começou no dia 26 de março e termina no domingo, 7 de abril, o Festival de Teatro de Curitiba. Ao todo, esta que é a 22ª edição do evento, somará 32 espetáculos com ingressos que vão de R$ 60,00 a R$ 30,00. A dica para hoje (05/04) e amanhã (06/04) é a peça “O médico e o monstro”, a partir do texto de Robert Louis Stevenson. A montagem é carioca, tem direção de Cesar Augusto e ganhou uma boa pitada de comédia, já que, na peça, a poção de Dr. Jekyll é misturada ao café intragável da empregada Minerva. As apresentações acontecem às 21 horas no Teatro da Reitoria. Os ingressos podem ser comprados pelo site do Festival.

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45. Um começo para os novos leitores

Por Ivan Pinheiro Machado*

No Brasil, os projetos e planos para alfabetização de adultos tem tido maior ou menor impulso, dependendo dos políticos que estão no poder. Temos uma excelente marca no que diz respeito à alfabetização infantil, chegando o índice a 96% entre 7 e 14 anos. Mas, lamentavelmente, ainda temos mais de 15 milhões de adultos analfabetos (acima de 15 anos). Darcy Ribeiro, o grande educador, era contra o investimento do Estado na alfabetização de adultos. Para ele o importante era investir tudo o que fosse possível nas crianças, “pois elas é que fariam o futuro do Brasil”. Uma tese respeitável. Darcy era maravilhoso e radical. Hoje, a ideia considerada mais democrática é a de que os adultos analfabetos têm o direito de aprender a ler.

O problema sempre foi que tipo de livro os recém alfabetizados poderiam ler para aperfeiçoar-se no domínio do idioma e da escrita. A regra básica era que uma pessoa de 50 anos que aprendiam a ler só tinham a sua disposição, para o seu nível de habilidade, livros infantis. Homens e mulheres recém alfabetizados, que possuem intensa história de vida, mas que no entanto só conseguiam ler livros para crianças. Até que alguém percebeu que poderia ser diferente.

Em 2003, depois de uma conversa com o Ministro da Educação recém empossado do governo Lula, Senador Cristovam Buarque, um homem apaixonado pela questão da educação no Brasil, nós desenvolvemos um grande projeto no sentido de adaptar livros clássicos brasileiros e internacionais para que pudessem ser lidos por adultos recém alfabetizados.

Este projeto foi elaborado e apresentado para a UNESCO que não só endossou-o, como financiou parte dele. A coleção foi batizada de “É só o Começo” e o projeto e produção envolveram mais de 30 pessoas, entre professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, escritores-adaptadores, ilustradores, designers e revisores. Esta equipe multidisciplinar foi responsável pela elaboração de 12 títulos dos quais 11 já estão nas livrarias. O pessoal especializado em alfabetização que comandou o processo de adaptação explica na abertura de cada livro os critérios utilizados: “Os livros são baseados nas edições integrais dos clássico. Na coleção “É só o começo” os originais são adaptados especificamente para um público de neoleitores, segundo critérios linguísticos (redução de repertório vocabular, supressão ou mudança de pronomes, desdobramento de orações, preenchimento de sujeitos etc.) e literários (desdobramentos de parágrafos, eventual reordenação de capítulos e/ou informações, ênfase na caracterização de personagens etc.) que visam oferecer uma narrativa fluente, acessível e de qualidade”.

Os consagrados desenhistas Edgar Vasques e Gilmar Fraga foram chamados para ilustrar os textos e o resultado foi um sucesso fulminante. Mas de 200 mil livros foram distriuídos para programas de neoleitores, seja pela iniciativa privada seja por instituições como SESI e secretarias de educação de vários estados brasileiros.

O médico e o monstro“, de Robert Louis Stevenson, chegou esta semana e o próximo volume da coleção (e último) será a daptação de “Frankenstein” de Mary Shelley. Veja aqui os outros títulos disponíveis. E, para entender melhor este projeto, assista a um vídeo que fizemos para a L&PM WebTV.

As capas dos títulos da Coleção "É só o começo" com destaque para o mais recente lançamento

* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo quinto post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Autor de hoje: Robert Louis Stevenson

Edimburgo, Escócia, 1850 – † Vailima, Samoa, 1894

Filho de um engenheiro civil, estudou Direito, abandonando o curso para dedicar-se à literatura. Residiu na França e, depois, na Escócia. Em 1883, publicou o romance A ilha do tesouro, obtendo prestígio imediato junto ao público. Em suas obras de ficção, Stevenson manteve o gosto pela aventura e pelo fantástico, com notável capacidade de análise psicológica das personagens. O livro que lhe deu maior popularidade, no gênero de romance de aventuras, foi O médico e o monstro, no qual aborda as duas naturezas antagônicas da alma humana. Seus últimos romances reproduzem a frustração do homem diante do contraste entre o desejo e a realidade. Ensaísta, autor de livros infantis, somente depois de sua morte passou a ser considerado um autor vigoroso e original.

OBRAS PRINCIPAIS: A ilha do tesouro, 1883; O médico e o monstro, 1886; A flecha negra, 1888; O senhor de Ballantrae, 1889; As aventuras de David Balfour, 1893; Nos Mares do Sul, 1893

ROBERT LOUIS STEVENSON por Jaime Cimenti

Por que ler os clássicos? Ítalo Calvino já nos disse por que na sua famosa obra, e vale a pena conferir. Mas por que ler Robert Louis Stevenson, um clássico contador de histórias, falecido em 1894? Está certo, em vida sua reputação literária flutuou. Uns o chamavam de ensaísta afetado, sem originalidade, outros diziam que era apenas autor de narrativas para crianças (como se isso fosse pouco). Passados cinqüenta anos de sua morte, os julgamentos do tempo e do público (os que mais importam) lhe fizeram justiça, assim como a avaliação da crítica mais desapaixonada, feita com a ajuda do tempo e do distanciamento necessário.

A ilha do tesouro e O médico e o monstro, clássicos, entre outros trabalhos, colocaram o contista, poeta, ensaísta, romancista e escritor de obras infanto-juvenis, para sempre, no restrito rol dos melhores autores de literatura do mundo. Homem de saúde frágil, depois de muito andar pelo mundo obrigou-se a viver numa das ilhas Samoa até morrer, prematuramente, aos 44 anos. Os nativos o adoravam e o chamavam de Tusitala, contador de histórias. Autor também de A flecha negra, Tales and novels, New Arabian Nights, dois volumes, Nos Mares do Sul e do maravilhoso livro de poemas para crianças A Child’s Garden of Verses (1885), além de muitos outros trabalhos ensaísticos e de ficção, Stevenson, na vida, tinha dois grandes interesses: escrever e se divertir.

Mas o certo é que seu gosto por viagens, aventuras, divertimento e fantasia produziram uma obra maior. Seus melhores ensaios analisam com percuciência a condição humana. Suas narrativas, além de grandes doses de imaginação, ação e criatividade, trabalham aspectos de topografia, história e vão fundo, muito fundo, na análise psicológica, refletindo sobre aspectos morais relevantes. Especialmente em O médico e o monstro, o escritor escocês aborda com profundidade as divisões e as naturezas antagônicas da alma humana. Seus poemas, embora não demonstrem genialidade extrema, são bem-escritos, originais e, no caso de A Child´s Garden of Verses, reveladores de uma sensibilidade especial. Seus contos trabalham muito bem a ironia, o horror, o suspense e os diagnósticos morais. Enfim, o tempo, os leitores, os nativos de Samoa e os críticos estão certos: Stevenson é um excelente contador de histórias, um imortal narrador. Sabia como contar e tinha muito a dizer. Essa combinação sempre funcionou. Para alegria dos leitores que gostam de leitura com prazer.

Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Para melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.

A última viagem de Robert Louis Stevenson

A luz intermitente das tochas de 200 samoanos cortava o caminho que levava a um dos lados do Monte Vaea, Upolu, Samoa. Enquanto isso, outros cavavam uma sepultura no topo. Pelo caminho íngreme, com o estandarte do barco Casco sobre ele, ía o caixão, levado na altura dos ombros dos homens mais poderosos do lugar. Depois que Robert Louis Stevenson foi colocado para descansar no cume do Vaea, o chefe Samoa proibiu o uso de armas de fogo na montanha. Assim, as aves não seriam perturbadas e poderiam cantar sobre seu túmulo.

A cerimônia de adeus a Robert Louis Stevenson, no alto do Monte Vaea, no dia 3 de dezembro de 1894

Robert Louis Stevenson chegara em Samoa em 26 de junho de 1888 a bordo do Casco. Com ele, foram sua esposa, sua mãe e uma empregada francesa. A viagem, que tinha como objetivo tratar a saúde do escritor, deveria durar alguns meses. Mas acabou se transformando em um exílio voluntário que se prolongou até o momento de sua morte, por hemorragia cerebral, em 3 de dezembro de 1894. Stevenson tinha apenas 44 anos e deixou uma obra inacabada: Weir of Hermiston. 

O barco Casco, a escuna que levou Robert Louis Stevenson a Samoa

De Robert Louis Stevenson, a L&PM publica A Ilha do Tesouro O médico e o monstro na Coleção L&PM POCKET e também na Série Ouro – Clássicos do Horror.

Frankenstein está mais vivo do que nunca

A primeira vez que o mundo ouviu falar nele foi em 1818, quando o livro de Mary Shelley foi lançado. Quase dois séculos depois, o monstro criado pelo Dr. Victor Frankenstein continua totalmente cool e talvez só perca no quesito “popularidade do horror” para Drácula. Se bem que alguém lembra de ter visto o conde como estrela de comercial de medicamentos para as articulações? Já o nosso querido Frankenstein

A L&PM publica Frankenstein em pocket e acaba de lançar a Série Ouro – Clássicos do Horror que reúne Drácula, O médico e o monstro e… Frankenstein.