Juan Gabriel Vásquez, muito prazer

Chegou às livrarias Os informantes, primeiro romance do colombiano Juan Gabriel Vásquez publicado no Brasil. Mas Vásquez é estreante apenas por aqui. Além de Os informantes, ele é autor de outros três livros que, juntos, foram publicados em mais de dez países. E como nós aqui do blog somos muito educados, resolvemos fazer as honras e apresentá-lo a vocês. Abaixo, seguem dois vídeos: o primeiro, um perfil de Vásquez produzido pelo programa colombiano Cultura Capital, e o segundo, uma entrevista feita em Barcelona, onde mora.

Banco Van Gogh: o banco que jamais aceitaria Van Gogh como cliente

Por Ivan Pinheiro Machado

Imagine um banco onde os clientes não precisam de banco. Não pedem empréstimos, nunca utilizaram o cheque especial e só podem investir se tiverem mais de R$ 40 mil. Nem jamais ficaram, como os mortais em geral, tensos na fila de espera, aguardando um gerente que certamente vai negar o emprestimozinho tão necessário para pagar uma operação cirúrgica, uma reforminha na casa ou as prestações atrasadas da faculdade do filho. Enfim, imagine um banco do qual Vincent Van Gogh jamais poderia ser cliente. Imaginou? Pois este banco, 120 anos depois da sua morte, chama-se Van Gogh. E é anunciado na televisão como o banco dos ricos, dos que não precisam de banco. E eu fico pensando. Quem imaginou isso? Será que a escolha do nome foi ignorância, mau gosto ou uma ironia tão refinada que não se consegue alcançar a olho nu? Eu vejo o anúncio do banco dourado e fico lembrando do genial, incompreendido, miserável e desesperado pintor que se matou porque a vida tinha negado o mínimo que ele precisava para viver. Aconselho aos publicitários e banqueiros que bolaram isto, que leiam a biografia de Van Gogh, coleção L&PM Pocket, R$ 19,50.

Das necessárias reuniões

* Por Tiago Maino Pinheiro

García Márquez, o Gabo, já pairava ali, ele e alguns outros mais; parecia recordar seus anos de solidão. Dostoiévski, que entre amigos atendia pela alcunha de Dodô, também adentrava sala. Reunião costumeira, cada dia em lugar diverso, reunia célebres de todos os cantos.  Tal qual Machado, o Assis, que chegou logo depois, alegando hora perdida porque mais uma feita o interpelaram pela rua no intento de explicações sobre uma dissimulada Capitu. Hemingway aportou logo em seguida, desculpando atraso fruto dum velho do mar, ou algo do gênero, que o parara a fim de contar algumas aventuras de pescador, histórias sobre certo peixe lutador.
Scliar deu ares em seguida, disse que vinha de outros lados, duma festa de castelo, a qual Eurípedes, que logo também viria ao encontro, bem podia abastecer com vinhos e tudo o mais; pois conhecia, parece, quem plenamente entendia de festeiro e embriagante assunto. Mais tarde, à entrada, junto aos Veríssimos, os quais havia encontrado pelo caminho, e já sabatinando todo mundo sobre qual era a questão, apresentou-se o garboso e eloquente Shakespeare. Dos lusitanos ares, Saramago, quase que ensaiando uma cegueira, tateou porta logo depois.
Já à mesa, Orwell infinitamente explanava sobre seu grande irmão; que espiava ali, olhava acolá, curioso de dar dó. Falando em grande, Fitzgerald mostrava-se saudoso pelo velho amigo Gatsby. Em frente, Huxley, que achou melhor ponderar sobre o vindouro, proferia sobre um admirável e novo mundo, coisa assim. Já Kafka, que se entretia com uma barata que passeava sob a mesa, bem parecia, em verdade, ter quase indecifráveis lembranças. O bichinho logo alumiou também Orwell, que de imediato trocou o assunto do irmão para o de uma fazenda que tinha bichos falantes e revolucionários; fato que despertou ainda a memória de Lewis Carroll, que logo relatou duma menina que falava com coelhos e coisas mais. Drummond, em cadeira de balanço, só observava. À porta, relatando a odisseia que passara para chegar ali, Homero também dava as caras.
Como se de caravana tivessem vindo, em discussões fartamente animadas, outros tantos de repente também adentraram local; vinham ali Clarice, Millôr, Chico, Rachel, Nelson, Vinícius, João do Rio, Alencar, Quintana, Ubaldo, Lygia, Prata. Gente boa que não findava mais. Quanto mais as figuras se aproximavam, maior vontade surgia de se chamar mais e mais convivas para aquela festa de sublimes inventores; encontro de perenes contadores da vida, os quais, sem pestanejar, faziam boa questão de abertamente deixar suas histórias contagiarem o mundo.  Júbilo inebriante. Tal reunião era sempre benquista, tanto que, já de conhecida ciência, sucedia sempre em lugares diferentes; lugares que, aliás, de forma bastante frequente, também atendiam, ou melhor, se entendiam como afortunadas e bem variadas mentes.

* Tiago Maino Pinheiro é pós-graduando em Jornalismo Digital e graduado em Letras. É autor do blog www.dascronicas.blogspot.com

L&PM em tempo real #3 – Juremir na WebTV

No segundo semestre, Juremir Machado da Silva reestreia na L&PM com História Regional da Infâmia – em 1993 ele publicou pela editora uma série de entrevistas chamada O pensamento do fim do século. Hoje ele fez sua estreia (estreia mesmo, primeira vez) na L&PM WebTV. No Palavra de Escritor mais longo que fizemos até agora, Juremir contou que vendeu melancias para conseguir sair de Santana do Livramento e que na época das vacas magras chegou a ser reprovado num teste para balconista de farmácia.  Relembrou também a cobertura da morte de Ayrton Senna (já que na época era correspondente do jornal Zero Hora em Paris) e uma entrevista com Levi-Strauss que nunca foi publicada.

Juremir durante gravação do "Palavra de Escritor" / Foto: Cristine Kist

Já a partir da próxima semana a L&PM WebTV passa a veicular o programa Livro Aberto, apresentado por Juremir na TV Universitária de Porto Alegre. O Palavra de Escritor deve  ir ao ar ainda em abril.

Encerra-se uma das melhores entre as 30 edições do Salão do livro


Ao colocar o escritor, e especialmente o escritor francês, como tema central do 30° Salão do Livro de Paris a organização do evento rompeu com uma velha tradição de homenagear países. O Brasil, por exemplo, foi homenageado em 1998. Na prática, todos os principais eventos do salão eram focados na cultura e nos autores dos países homenageados.
Este que é considerado o maior evento cultural destinado ao público da Europa parece ter reencontrado o seu rumo. Ontem falávamos que “Paris celebra os seus heróis”, e é exatamente aí que está a razão do sucesso do salão deste ano. Trinta escritores internacionais e sessenta escritores franceses foram homenageados oficialmente pela organização. Mas centenas de autores confraternizaram com seus leitores e autografaram seus livros no imenso espaço do pavilhão de Porte de Versailles.
Veja aqui a galeria de fotos do evento.
Muitos foram os adjetivos usados para celebrar o sucesso do evento, mas o que ficou como a grande lição deste Salão foi o memorável encontro entre leitores e autores. Por outro lado, a expectativa criada em torno do livro digital deu em nada. Os poucos espaços destinados a “readers” não tinham cor, nem charme, nem gente. A pesquisa do “Le Figaro”  jogou um balde de água fria nas grandes empresas de tecnologia que colocavam suas fichas em convencer o publico a aderir a leitura digital. E o Salão de Paris, nestes 5 dias por Porte de Versailles, provou que o velho companheiro  livro de papel seguirá por muito tempo atraindo e encantando multidões de leitores, como aconteceu entre 26 e 31 de março neste início de primavera parisiense.

Aznavour, Eco, Paul Auster e Salman Rushdie : o lado pop do Salão

Quem achava que os “famosíssimos” escritores internacionais seriam o “must” do salão, surpreendeu-se pelo imenso prestígio junto ao público dos escritores pariesienses e franceses em geral. No outro post já falei das filas enormes e da reverência aos autores locais.
Mas hoje é o grande dia dos astros internacionais. O lado pop do salão começou no domingo mesmo, quando Charles Azanvour baixou em Porte de Versailles para assinar seu livro de memórias. Confesso que não vi Aznavour. Sua presença era prometida no final da tarde, para promover seu livro de memórias. Ele se atrasou, para variar. Mas a fila em frente ao estande da editora Albin Michel era enorme e começara a se formar na abertura do Salão, às 10 horas de domingo. As tietes estavam lá para celebrar o “Frank Sinatra” francês que, com seus 85 anos, ainda quebra corações.
Ontem Umberto Eco deu uma voltinha causando um espetacular burburinho. Mas hoje, às 14 horas, juntamente com os escritores Enki Bilal e Jean-Claude Carrière, ele estará apresentando em grande estilo uma apologia ao “livro papel”. O vanguardista Eco, que encantou os anos 70 com sua transgressora e precursora “Obra Aberta”, está lá garantindo aos seus milhares de admiradores que o livro não vai acabar nunca no seu velho e bom suporte de papel. Sobre isso, a pesquisa promovida pelo jornal “Le Figaro” um dos mais tradicionais da França e divulgada com exclusividade no Brasil por este blog, teve grande repercussão nos debates. A pesquisa diz que apenas 1% dos franceses lêem em “readers”. Um número ridículo, diante das páginas e páginas que os jornais dedicam diariamente à “revolução dos readers. Umberto Eco ao anunciar sua conferência, disse aos jornais de Paris: sobre o quê eu vou falar ? Bom, basicamente que eu amo meus livros em papel”.
Mais tarde, às 17h, acontece o mais aguardado evento de todo o 30º Salão do Livro de Paris. Paul Auster, o grande autor de Trilogia de Nova York, encontrará o indiano-britânico Salman Rushdie. Auster é um velho conhecido dos franceses, morou quatro anos em Paris, e Rushdie ganhou o status de celebridade internacional ao ser “condenado a morte” em 1989 pelo não menos famoso Aiatolá Khomeini, que acusava seu livro Versos Satânicos de trazer ofensas ao Islã.

Paris festeja seus heróis


As fotos que ilustram este post foram tiradas no sábado. A chamada “multidão incalculável”, como diria Eduardo Bueno, acorria ao Salão por todos os meios – metrô, ônibus, táxi, tramway. Cartazes pela cidade anunciavam o salão com o simpático personagem que estiliza um livro e parece saído de uma história em quadrinhos. Ao pé do cartaz o endereço da web e todas os meios de transporte com o número certinho das linhas para chegar a Porte de Versailles.

Franceses lotam os corredores do Salão / Fotos: Ivan Pinheiro Machado

O número de visitantes até aqui foi o suficiente para os organizadores festejarem o grande sucesso deste em relação a outros salões, do tempo em que a organização homenageava países. Homenagear 90 escritores, dentre os quais 60 franceses, foi o golpe de mestre. No bom sentido, é claro. O público parisiense quer saber mesmo é dos seus autores, seus heróis. Enormes filas se formavam em frente aos estandes onde escritores dedicavam uma hora para dar autógrafos aos fãs. Mal comparando, lá em Porto Alegre, a famosa Feira do Livro já foi assim. A fórmula é infalível. E o Salão de Paris pulsa ao reverenciar seus livros e autores. Hoje e amanhã, último dia, os holofotes estarão voltados para as celebridades internacionais como Umberto Eco, Salman Rushdie e Paul Auster. Eles circularão nos estandes de seus editores confraternizando com o público e participarão de conferências e debates.

Bernard Werber durante sessão de autógrafos / Foto: Ivan Pinheiro Machado

Nesse final de semana passaram por lá os mais festejados e populares autores franceses, como Bernard Werber (autor da trilogia “As Formigas”), que, apesar de ter vendido 18 milhões de exemplares em todo o mundo, é literalmente – e reclama disso o tempo todo – ignorado pela critica francesa. Sua fila de autógrafos era digna de um Paulo Coelho, assim como eram também as filas da belga Amelie Nothomb e da nossa querida Nancy Huston, autora do festejado Marcas de nascença. Muitos outros escritores de grande prestígio em Paris como Georges Balandier, Emmanuel Carrère, Patrick Rambaud (se escreve assim mesmo) e Philippe Jaccottet compareceram sob o crivo seletivo dos “convidados especiais” do Salão, e várias mesas redondas desenvolviam o tema “o futuro do romance francês”. Uma questão tão penosa quanto difícil, pois a crítica hegemônica das grandes publicações culturais ainda é dominada pelo intimismo do velho nouveau roman que, apesar de ter perdido muito público nos últimos anos, é quem dá as tintas no “quem é quem” nas letras francesas.

E-books: muito barulho por nada

O mote shakespereano cabe como uma luva depois de se percorrer esse imenso Salão. No final de um corredor secundário perto da praça de alimentação, um estande com meia dúzia de curiosos expõe vários tipos de readers. Ao lado, um auditório alugado pela Sony anunciava uma palestra sobre “a leitura do futuro”. Entrei e vi um japonês falando um bom francês, auxiliado por slides superproduzidos, tentando convencer uma plateia que não ocupava nem um terço dos 150 lugares que o futuro já havia chegado. Afora neste pequeno setor do pavilhão não vi mais nada sobre leitura digital.
Quem passeia pelos acolhedores corredores do grande pavilhão está totalmente alheio ao marketing fabuloso das empresas de tecnologia. A multidão que enfrentou as filas e a garoa parecia se sentir feliz naquele ambiente cheio de cores e formas. Feliz como se fica quando se está entre bons companheiros. A onda digital chegou ao livro apenas pelos jornais via os espetaculares lances de marketing das empresas.
Uma pesquisa – a primeira feita sobre os e-books na França – publicada com estardalhaço pelo influente diário conservador “Le Figaro” comprova exatamente o contrário do que dizia o esforçado japonês da Sony no auditório quase vazio. O instituto Opinionway, contratado pelo jornal, ouviu três mil leitores que responderam a apenas duas perguntas.
– Hoje, sob qual suporte você lê um livro?
– No futuro, pretende ler em que suporte?
Com bom humor a matéria começa dizendo: “O papel está morto! Nos anunciam isso 10 vezes por dia. Mas parece que não é bem assim…” Na primeira pergunta, 91% dos franceses responderam que lêem em papel, 7% lêem na tela do computador e apenas 1% são adeptos dos readers. O restante não respondeu. Quanto à segunda pergunta, sobre onde leriam no futuro: 77% pretendem seguir lendo em papel, 11% lerão na tela do computador, 7% em readers, 2% em audiolivros, 2% no celular e 1% não responderam.
A conclusão é simples. A gigantesca propaganda que vem do vale do silício (quase) conseguiu convencer a imprensa. Mas o leitor gosta e gostará ainda por algum tempo de ler no velho e bom papel.

Paris celebra a paixão pelo livro

Sob um friozinho de 13°C, pancadas de chuva e aparições esporádicas do sol, clima típico do início da primavera parisiense, começou hoje pontualmente às 10h o badalado 30° Salão do Livro de Paris. Desde cedo uma multidão se aglomerava diante das 20 bilheterias do grande pavilhão de Porte de Versailles, motivada pela grande cobertura que a imprensa deu ao evento.
A data cheia motivou a organização a programar uma verdadeira maratona de eventos que mobilizará 30 grandes estrelas da literatura internacional e 60 dos maiores escritores franceses. Estão previstas uma infinidade de palestras, debates e mesas redondas, além de uma programação especial para as histórias em quadrinhos, febre em Paris já há mais de uma década.
São quase 4O mil metros quadrados ocupados inteiramente por livros. Não há nos estandes nenhuma pirotecnia arquitetônica, tão comum nas bienais brasileiras. Por mais poderoso que seja o editor, as estandes são projetadas para expor livros. E este é o fascínio deste Salão: a diversidade. Tudo o que se publica no momento e se publicou nos últimos anos está aqui. Enfim, como disse o conceituado “Le Monde”, Porte de Versailles abriga por cinco dias a maior livraria da França.
Adultos e crianças compartilham igualmente deste ambiente. Os grandes olhos azuis de Dominique, uma das encarregadas do atendimento às crianças e escolas do Salão, brilham ao falar sobre a estratégia do Salão de misturar crianças e adultos. “As crianças tem acesso a todos os livros e os editores de livros infantis estão ao lado dos outros editores, sem se estabelecer guetos onde as crianças ficam longe dos livros que lerão em poucos anos”. Sábia lição.
Os corredores da “maior livraria da França” / Fotos: Ivan Pinheiro Machado

Veja a galeria de fotos do evento aqui.

Rompendo com a tradição de homenagear um país todos os anos, este 30° Salão decidiu se focar na literatura e no negócio do livro, convidando ao debate sobre o futuro da literatura e especialmente o futuro do romance francês, um tema que aflige críticos e autores, conforme está estampado nos jornais e nas inúmeras revistas especializadas que são publicadas aqui.
Para o público é uma grande viagem que compensa os 9€ (tarifa cheia sujeita a descontos para estudante e aposentados, que chegam apagar apenas 2€). Tudo o que se faz por aqui está exposto. Um conjunto imenso de livros tão diferentes entre si que faz deste Salão um verdadeiro banquete para quem gosta de ler.

Frio, sol e chuva na pacata Paris

Apesar da descrença do dublê de crítico literário e historiador Eduardo Bueno, com quem já compartilhei infortúnios nessa mesma terra de Espanha, tudo é verdade, como diria Orson Welles. Já que agora estamos todos bem e em Paris eu digo como aquele radialista de Arapongas, no Paraná: “Eduardo, bem esta você aí em segurança na esquina da Dona Laura com a Mariante, mal estou eu aqui”…

As ruas úmidas e ensolaradas da capital francesa / Fotos: Ivan Pinheiro Machado

As ruas úmidas e ensolaradas da capital francesa / Fotos: Ivan Pinheiro Machado

Paris começou a primavera alternando fortes pancadas de chuva com sol. As mesas dos cafés estão desertas na rua, lembrando as tardes do inverno que terminou, pelo menos no calendário. O Salão do livro que começa amanhã já é assunto. Na grande banca de revistas em frente ao meu hotel no Boulevard Saint Germain, ao comprar um jornal ou revista, você recebe uma publicação de 32 páginas com toda a programação do Salão.
Me abasteci de revistas e jornais, inclusive a incensada novidade entre as publicações culturais, a “Books”, e fui matar a fome com uma cerveja e um sanduíche de queijo gruyère, a exemplo do inspetor Maigret, que trabalha aqui pertinho. Depois fui à legendária livraria La Hune, onde pude constatar a enorme quantidade de títulos lançados nesse início de primavera. Coisas muito boas. Já estou inclusive fazendo uma lista com sugestões para o Lima publicar. Até amanhã e um beijo no Peninha.

N.E.: Aos que não entenderam o texto, sugerimos que leiam a caixa de comentários do post anterior.