Abaixo, um emocionante texto de Eduardo Galeano sobre nossos tantos medos – e que está no livro De pernas pro ar. Galeano, que nasceu em 3 de setembro de 1940 em Montevidéu no Uruguai, está comemorando aniversário hoje. Parabéns!
A história e o futuro dos livros de bolso
O Prosa e Verso, caderno de literatura do Jornal O Globo, publicou no sábado, 31 de agosto, uma matéria assinada por Fernando Eichenberg que, diretamente de Paris, conta que os pockets se tornaram um fenômeno na Paris dos anos 60 e que agora seu mercado se encontra em retração. Complementando a matéria, há um texto assinado pelo repórter Maurício Meireles que, durante a Bienal, entrevistou o editor da L&PM, Ivan Pinheiro Machado, sobre como andam os livros de bolso no Brasil. Vale a pena ler:
A divina comédia de Salvador Dalí
Está em cartaz em São Paulo uma exposição com 100 gravuras de Salvador Dalí sobre A Divina Comédia, de Dante Alighieri. Os desenhos feitos em aquarela foram encomendados pelo governo italiano nos anos 60 para ilustrar uma edição comemorativa do livro nos 700 anos de Dante.
Cada uma das gravuras corresponde a um dos 100 cantos da obra, respeitando a divisão original: Paraíso, Purgatório e Inferno. No poema, Dante desce ao submundo para resgatar sua amada Beatriz, sendo guiado pelo poeta Virgílio. A curadora Ana Rodrigues destaca que os três tempos da obra ilustrados por Dalí refletem momentos diferentes da carreira do pintor: “A parte do inferno é a que tem mais referências a todo o mundo onírico, ao universo surrealista de Dalí. É o espaço onde ele coloca todos os medos, os pesadelos, as angústias do ser humano”, disse ela em entrevista à Agência Brasil.
A exposição – que já passou pelo Rio, por Curitiba e por Recife – fica em cartaz na Caixa Cultural São Paulo (Praça da Sé, 111 – Centro) até o dia 27 de outubro. No ano que vem, a L&PM vai lançar A divina comédia na Coleção L&PM Pocket.
Exposição em Veneza desvenda o mestre Leonardo da Vinci
Está em cartaz na Academia de Veneza uma exposição com 52 desenhos de Leonardo da Vinci, feitos no período entre 1478 e 1516. As imagens foram cedidas por importantes museus italianos e por prestigiosas coleções privadas, entre elas a da família real britânica Windsor, do Ashmolean Museum, do British Museum e do Louvre de Paris.
Pela primeira vez em 30 anos, o público poderá admirar o célebre desenho do “Homem Vitruviano”, com notas anatômicas escritas por Leonardo, que preenchia cadernos com múltiplas observações, escrevia cartas, elaborava croquis e cópias de obras consultadas nas bibliotecas das cidades que visitava. Ao toto, são 25 desenhos que nunca haviam sido expostos desde 1980. A exposição “Leonardo da Vinci: o Homem Universal” é uma ocasião única para admirá-los todos juntos.
“Os desenhos foram expostos de maneira que possam ser observados dos dois lados, algo muito raro. É como folhear seu diário íntimo, entrever seu pensamento e seu modo de trabalhar”, declarou a curadora da exposição, Annalisa Perissa, em entrevista à AFP.
Para saber mais sobre a vida e a obra de um dos maiores mestres das artes visuais e da ciência, leia Leonardo da Vinci da Série Biografias L&PM.
Galeano e os desaparecidos
O dia 30 de agosto foi o escolhido para ser o Dia Internacional dos Desaparecidos, uma data para lembrar o desaparecimento de pessoas pelo mundo logo após conflitos armados ou desastres naturais. Nas Américas, estima-se que, entre 1966 e 1986, 90 mil pessoas “desapareceram” forçosamente em países como Guatemala, El Salvador, Honduras, México, Colômbia, Peru, Bolívia, Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Haiti.
Eduardo Galeano jamais deixaria a data passa em branco em seu livro Os filhos dos dias:
Direto da Bienal do Rio
Fernanda Scherer*
Bienal é algo que acontece de dois em dois anos, mas pra gente Bienal é todo ano: anos pares em São Paulo e anos ímpares no Rio de Janeiro – sem contar as Bienais pelo Brasil em que estamos presentes com o apoio de parceiros locais em Fortaleza, Pernambuco, Minas…
Ontem foi a abertura oficial da Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Às 12h, quando abriu para o público, todos nós estávamos a postos e aguardando com ansiedade os primeiros leitores que chegariam até o Pavilhão Verde do RioCentro, até o nosso estande! Será que eles gostariam dos lançamentos que arrumamos com cuidado em cima da mesa ou iriam direto para o seu autor preferido em uma das paredes com Agatha Christie, Bukowski, Shakespeare e tantos outros grandes escritores. Será que a partir de um título descoberto ali, naquele espaço, surgirá um novo amor, um novo leitor?
Para tudo estar ali, arrumadinho, ordenado por tema e por autor, o nosso trabalho começou ainda em 2012, quando reservamos um espaço na feira. De lá pra cá, além de todo o trabalho editorial para a preparação dos livros, o departamento de marketing e vendas trabalhou muito. Começando pela arquitetura do estande, buscando o melhor jeito de expor os milhares de livros da Editora de forma que o leitor se sinta “em casa”. A separação dos livros no depósito – mais de 300 caixas e 23 mil livros, um caminhão inteiro! Documentação, programação visual, treinamento dos vendedores que vão atender ao público, uniformes, convites, crachás, brindes, marcadores, expositores, fotos… Ufa. São muitos detalhes.
A gente faz tudo isso com muito carinho, tudo isso pra vocês.
*Fernanda Scherer é Supervisora de Marketing da L&PM Editores e está na Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro.
Novos territórios em mangás
Por Alexandre Boide*
Em novembro de 2008, começou a circular na imprensa internacional a notícia de que uma adaptação em mangá de O capital, de Karl Marx, seria lançada por uma editora japonesa, a East Press, e com a expectativa de que se tornasse um best-seller. A justificativa: o Japão estava mergulhado em uma recessão profunda, o Partido Comunista local vivia um ressurgimento e a literatura anticapitalista vinha em alta no país. Uma indicação clara nesse sentido era a de que o campeão de vendas da coleção em que Das Kapital seria publicado era Kanikōsen, que narra o sofrimento da tripulação de um barco de pesca de caranguejos sob a exploração implacável da indústria capitalista. Faltou dizer, porém, que a coleção incluía também adaptações de obras muito anteriores à própria existência do capitalismo (como Rei Lear e A divina comédia) e escritos de cunho político que de forma nenhuma se identificavam com a literatura de esquerda (como o manual de conduta marcial Bushidō: A alma do Japão e Mein Kampf, o manifesto nazista de Adolf Hitler). Portanto, era de se esperar que houvesse outras razões por trás do esperado sucesso do lançamento que viria (sucesso, aliás, que acabou se confirmando e gerando uma pequena corrida pelo licenciamento dos títulos em diversos países e idiomas).
De fato, a coleção Manga de Dokuha (em uma adaptação livre, algo com o sentido de “Aprendendo em mangá”) tem características bastante peculiares. A primeira delas é ser uma empreitada coletiva, centrada na figura de seu editor, Kasuke Maruo. É ele quem supervisiona um a um os roteiros (que já ultrapassaram a marca das cem HQs lançadas), que mais tarde são encaminhados para um estúdio terceirizado (Variety Artworks), que faz todo o trabalho de arte. É por isso que os títulos não trazem créditos de roteirista e desenhista responsáveis pela adaptação, apenas o nome do autor do original — a propriedade intelectual de todos os mangás é da East Press. Por outro lado, isso não significa de maneira nenhuma menos liberdade artística. Como toda adaptação que se preze, os mangás da coleção são obras com identidade própria — ainda que derivadas —, e portanto devem ser lidas e compreendidas de acordo com seus próprios termos, e não como simples espelhos do original. Assim, o milenar manual de estratégia militar A arte da guerra se torna a história de uma grande guerra entre os Sete Reinos da China medieval, em que o general Sun Tzu vai elaborando suas táticas geniais à medida que a ação acontece. O Manifesto do Partido Comunista, por sua vez, se transforma na saga de um grupo de trabalhadores que tenta se livrar da exploração patronal, o que serve como pano de fundo para expor a teoria e os fatos por trás da proposta ideológica de Marx e Engels. Em Assim falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche, o protagonista vive no século XIX, e é criado dentro dos preceitos cristãos antes de sair propagando a ideia de que Deus está morto. E nem mesmo as obras de ficção precisam se limitar aos elementos contidos no original: em A metamorfose, por exemplo, passagens da biografia do autor, Franz Kafka, são incorporadas à história do personagem Gregor Samsa.
Se de fato cada contato com uma grande obra abre novos territórios e horizontes mentais para os leitores, os mangás desta coleção são uma prova do quanto essas incursões podem ser variadas. Alguns deles são como um voo panorâmico, que delineia os contornos gerais e as paisagens do local que está sendo visitado. Outros são como expedições noturnas lideradas por um guia, em que o facho de luz se concentra com mais ênfase em determinados aspectos, e a impressão que se tem do todo é inevitavelmente filtrada pelos olhos de quem segura a lanterna. Outros, ainda, são como picadas abertas a golpes de faca ao rés-do-chão — só depois de muito explorar é possível ter uma visão aproximada do todo. Seja como for, mesmo com toda sua pluralidade de abordagens, os mangás da East Press nunca deixam de se guiar por um preceito fundamental a qualquer coleção que se pretenda verdadeiramente universal: a livre exploração de pensamentos e ideias.
* Alexandre Boide é tradutor e responsável pela preparação dos títulos dos Clássicos em Mangás (da East Press) que estão sendo publicados na Coleção L&PM Pocket.
A arte da guerra, Hamlet, O grande Gatsby e Assim falou Zaratustra em mangá já chegaram. Os próximos títulos a serem lançados são O contrato social, A metamorfose, Manifesto do partido comunista, Em busca do tempo perdido e Ulisses.
Sarau para Cortázar em Porto Alegre
Nesta quarta-feira, dia 28 de agosto, será realizado um sarau em homenagem a Julio Cortázar em Porto Alegre, na Palavraria Livros & Cafés a partir das 19h. Um dos convidados para o encontro é o organizador da coletânea A autoestrada do sul e outras histórias, Sérgio Karam, ao lado de Lígia Sávio, Jeferson Tenório e Gabriela Silva.
Assista à entrevista que Sérgio Karam concedeu à L&PM WebTV:
Tudo pronto para a Bienal do Livro do Rio de Janeiro
Começa na tarde de quinta-feira, 29 de agosto, e vai até 8 de setembro, a XVI Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O evento, que teve início em 1983, está comemorando seus 30 anos.
A L&PM Editores vem marcando presença desde a Bienal número 1 e, este ano, novamente preparou um grande estande onde poderão ser encontrados cerca de 23 mil livros.
Sabe aquele título que você anda procurando e está difícil de encontrar? Ou o lançamento que já anunciamos, mas não chegou na livraria? É muito provável que ele esteja na Bienal.
Durante toda a semana, a equipe da L&PM preparou o espaço que, a partir de amanhã, receberá os leitores com uma festa de livros. Ele fica no Pavilhão Verde entre as ruas O 06 e P 06, ao lado do “Acampamento na Bienal”.
SERVIÇO
De 29 de agosto a 08 de setembro de 2013
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Horário
Dia 29 de Agosto: 13h às 22h
Dias de semana: 9h às 22h
Fins de semana: 10h às 22h
Local do Evento
Riocentro – Av. Salvador Allende, 6555 – Barra da Tijuca�
22780-160 – Rio de Janeiro – RJ
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Valor do Ingresso
Inteira R$ 14,00
Meia-Entrada R$ 7,00
Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente ou durante o evento, nas bilheterias do Riocentro. Os pontos de venda indicados abaixo ficam localizados em lojas, postos de gasolina e agências de turismo. Cada pessoa (um único CPF) pode comprar no máximo 5 (cinco) ingressos. Agências de viagens podem adquirir até 30 ingressos. Também é possível realizar a compra pela internet, por meio do site www.ingressomais.com.br, onde é necessário efetuar um cadastro.
Venda antecipada de ingressos já está disponível para o público através do site www.ingressomais.com.br.
Shakespeare no cinemas: uma nova versão para “Muito barulho por nada”
“Muito barulho por nada”, de Shakespeare, é uma peça centrada em dois personagens: Beatriz e Benedicto. Inteligentes, bem articulados, espirituosos, eles são alérgicos ao casamento e rápidos em construir respostas espertas para todo o tipo de afirmação ou pergunta. E é justamente isso que faz com que essa seja uma das mais engraçadas obras de Shakespeare.
Pois eis que na sexta-feira, 23 de agosto, estreou nos cinemas brasileiros uma moderna releitura de “Muito barulho por nada” adaptada e dirigida por Joss Whedon, o mesmo de “Os Vingadores” (The Avengers – 2012). Mas antes que o leitor torça o nariz por achar que um fã do universo Marvel não pode adentrar o mundo de Shakespeare, é bom avisar: Whedon tem o hábito de reunir os amigos em sua casa para leituras descompromissadas das obras de Shakespeare. Aliás, a ideia de fazer o filme surgiu em um desses encontros.
Na nova releitura de “Muito Barulho por Nada” (Much Ado About Nothing – 2012), o cineasta optou por ambientar a história de Beatriz, Benedicto e seus amigos nos tempos atuais, mas mantendo o texto clássico de Shakespeare. O filme é todo em preto e branco e foi rodado em apenas 12 dias na casa de Whedon. Já a edição começou nos intervalos de almoço e finais de semana durante a filmagem de “Os Vingadores”.
Assista ao trailer:
A L&PM publica “Muito barulho por nada” com tradução de Beatriz Viégas-Faria e também em “Shakespeare – Obras escolhidas“, volume da Série Ouro que traz 12 peças shakespearianas.














