O grupo mineiro Galpão está orbitando pela Rússia e, em 2011, anunciou que chegará em Tchékhov. Para o primeiro semestre do ano, já está marcada a estreia de “Tio Vânia”, sob o comando da diretora convidada Yara Novaes. Além dessa peça, o premiado grupo, que em 2012 completará 30 anos, prepara para dezembro uma montagem com base nos contos do escritor e que terá direção do também russo Jurij Alschitz. Enquanto as estreias não chegam, vá lendo Tchékhov nas suas férias. Veja aqui mais sugestões de títulos.
Cartaz da peça "Romeu e Julieta", encenada pelo Grupo Galpão em Londres
A diferença entre a história real e a que você aprendeu na escola sempre é do tamanho da sua curiosidade. Aliás, curiosidade será a palavra que vai direcionar minha pesquisa para os posts que vou escrever toda sexta-feira aqui no blog da L&PM. A final, se não existissem os curiosos e os caçadores de novidades, o homem não teria descoberto o fogo, a Princesa Diana poderia estar viva e Colombo não teria chegado à América. Ah! Sim! Colombo… impossível não começar por ele. Mas, antes de prosseguir devo avisar: há aqueles que não gostam de saber a verdade. Têm medo, ou vergonha, de conhecê-la. Para estes, recomendo que parem a leitura por aqui. Aos curiosos… sigam-me os bons!
Dois amigos estão rodando um filme em terras bolivianas. Sebastián, o diretor do filme, está interessado em mostrar a verdadeira história de Cristóvão Colombo: um homem interessado no ouro e nos escravos. Mas, o produtor do filme, e também amigo íntimo de Sebastián, quer que a rodagem acabe logo, mesmo que para isso pague esmolas vergonhosas aos figurantes bolivianos. (Esta história deve parecer MUITO familiar para qualquer um que tenha contato mínimo com profissionais do cinema, não? O produtor quase sempre é o chato do set! Coitado. É muita pressão!) Paralelamente, enquanto rodam o filme, o povo da Bolívia entra em confroto com o governo e se inicia la Guerra del Agua. O motivo? Una empresa privada tomou o controle da água e cobra preços que só alguns bolivianos podem pagar. Curiosamente, Daniel, o índio que protagoniza o filme de Sebastián, é o líder da revolta popular. O produtor do filme, Costa, tenta evitar de todas as formas que Daniel se envolva na Guerra del agua, pois se o ator for preso, o filme nunca mais será finalizado. Esta é a história que serve de pano de fundo para relatar o lado pouco conhecido de Colombo, no filme español También la lluvia. Escrito pelo roteirista Paul Laverty, e filmado em Cochabamba. O filme revisa a figura de Colombo não como um homem empreendedor e conquistador, mas como cruel governador e pioneiro da exploração do ouro na América. Exploração esta que ainda hoje teima em persistir. A “herança empreendedora” de Colombo está presente, mesmo que com outro nome, em grandes projetos que mineradoras multinacionais tem em países como Peru, Bolívia, Argentina, Brasil e, em breve, Uruguai.
Depois de ver o trailer, e ler algumas entrevistas da diretora Icíar Bollaín, é impossível não refletir acerca da curiosidade e ganância que move os grandes descobridores, os grandes nomes da história, os grandes nomes do capitalismo mundial. Impossível não pensar em “o que é bom pra você, poder não ser bom pra mim”, a velha teoria etnocentrista ou “meu umbigo é mais bonito”. Teorias utópicas à parte, só me resta dizer que a distância que separa a ganância da crueldade, provavelmente é a mesma que separa a sua cabeça das orelhas. E a crueldade nem sempre é física, violenta. Aquela que não se vê , a crueldade silenciosa e estatégica, pode ser mais dolorosa do que uma navalhada na carne.
Clique no play e veja o trailer de También la lluvia, que tem como presente um lindo, e talentoso, par de olhos verdes como protagonista (aka Gael García Bernal). A estreia mundial será no dia 7 de janeiro de 2011. Vale a pena ler as notas da diretora no site http://www.tambienlalluvia.com Por lá, Iciár relata detalhes da extensa pesquisa realizada para a elaboração do roteiro. O filme representará a España na 83ª edição do Oscar.
Começo hoje o desafio de postar semanalmente bacanices culturais aqui no blog da L&PM. O nome da série? Balaio da Angélica. E que Colombo me guia. O Colombo que conheci no colégio, of course.
* Angélica Seguí é jornalista, blogueira, curiosa e uruguaia.
Há pouco mais de uma semana, um fragmento perdido de um manuscrito de Leonardo da Vinci foi descoberto em uma biblioteca de Nantes no oeste da França. O pedaço de papel amarelado, com poucas linhas escritas de forma espelhada – da direita para esquerda (uma marca do artista), estava no meio de 5 mil documentos que foram doados em 1872 pelo colecionador Pierre-Antoine Labouchere. Depois de ficar esquecido, o manuscrito, que provavelmente é datado do século 15, agora precisará ser decifrado. Por enquanto, seu conteúdo ainda é um mistério e, segundo a diretora da biblioteca, Agnes Marcetteau, os especialistas ainda não sabem dizer o que significam os rabiscos feito pelo grande gênio. O objeto é o segundo item raro da coleção de Labouchere, sendo que o primeiro é uma partitura de Mozart encontrada em 2008. Leonardo da Vinci foi um dos maiores pintores, cientistas e pensadores do Renascentismo e sua vida está na Série Biografias L&PM.
O manuscrito de Leonardo da Vinci, do século 15, está escrito de forma espelhada. Foto: Stephane Mahe / Reuters
Ainda não sabe onde vai passar o Natal? Pois o Museu Charles Dickens, em Londres, vai receber visitantes durante todo o período natalino. Nos dias 24, 25 e 26 de dezembro, entre às 11h e 18h, as portas da casa que um dia foi de Dickens estarão abertas com uma programação especial. A decoração vitoriana vai demonstrar como o autor de Um Conto de Natal comemorava a data com sua família. Além da exposição especial, também serão exibidos filmes baseados na história do personagem Scrooge e acontecerão leituras das obras do escritor inglês. Mas o melhor de tudo é que o ingresso de 14 Libras para adultos e de 6 Libras para crianças inclui um copo de vinho quente preparado segundo uma receita do próprio Charles Dickens, bolo e pudim de Natal e até um presente surpresa. Os ingressos podem ser adquiridos com antecedência ou no dia. O Museu Charles Dickens fica na 48 Doughty Street, Bloomsbury, Londres. Ainda dá tempo de comprar a passagem. Mas, caso você não consiga ir, clique aqui e faça um passeio virtual pela casa.
A L&PM publica Um Conto de Natal (A Christmas Carol), de Charles Dickens, na Coleção L&PM POCKET. Você certamente conhece a história de Scrooge, o famoso avarento que, na véspera de Natal, é visitado por três fantasmas. Tio Patinhas (que originalmente tem o nome de Uncle Scrooge) foi explicitamente inspirado neste personagem de Dickens.
Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775. Ou seja: há exatos 235 anos atrás. A data, que não poderia passar em branco, será comemorada em várias partes do mundo. Eis aqui algumas das festas que você não pode perder:
A editora Sourcebooks preparou um presente para o 16 de dezembro. Somente durante o dia de aniversário de Jane Austen, a editora colocará à disposição na internet seis e-books gratuitos da autora inglesa. São edições completas com ilustrações coloridas dos irmãos Brock, originalmente criadas para acompanhar os livros publicados no ano de 1898. Além dos clássicos da escritora como Orgulho e Preconceito e Emma, também estarão disponíveis dez romances inspirados em Jane Austen. O download gratuito poderá ser feito via Amazon, Barnes & Noble e Border Online. Maiores detalhes em “Download Free Jane Austen-inspired eBooks on her Birthday, December 16, 2010“.
Os livros de Jane Austen que poderão ser baixados gratuitamente no dia de hoje têm ilustrações de C. E. Brock
A Sotheby´s aproveita o dia do aniversário de Jane Austen para leiloar uma raridade: a primeira edição de Emma, de 1815. Originalmente, eram três volumes, mas restam apenas o número 1 e 3. As obras têm um grande valor porque foram presente da própria Jane à romancista Maria Edgeworth, através de seu editor John Murray. Todos os detalhes dessa valiosa publicação você pode ver no site da Sotheby’s. E ainda poderá participar do leilão. Mas prepare o décimo terceiro, pois o valor não é dos mais baixos.
A folha de rosto de "Emma" com a assinatura da romancista Maria Edgeworth, presenteada por Jane Austen
O Google da Nova Zelândia adiantou-se e já colocou no ar a sua homenagem. Uma bela iniciativa para comemorar o aniversário de uma das maiores escritoras de língua inglesa.
O Brasil também comemora o aniversário de Jane Austen. No sábado, dia 18 de dezembro, entre 10h e 12h, no Espaço Manuel Bandeira da Saraiva Megastore do Shopping Recife, acontecerá um bate-papo promovido pela Jane Austen Sociedade do Brasil (JASBRA) com a participação de uma representante do The Jane Austen Society of North America, da Flórida.
Para manter-se sempre atualizado sobre as notícias envolvendo a vida e obra de Jane Austen, não deixe de visitar o site http://janeausten.com.br/
De Jane Austen, a Coleção L&PM POCKET publica Orgulho e Preconceitocom tradução de Celina Portocarrero e prefácio de Ivo Barroso.
Na cidade de Stanford, Inglaterra, o mês de novembro foi de inauguração. O Royal Shakespeare Theatre, lugar de atuação da Royal Shakespeare Company (RSC), está de casa nova. Além do novo teatro, o espaço possui um centro de eventos, biblioteca e restaurante panorâmico. A mudança fundamental para o complexo foi a do teatro. O auditório art déco, com As 1.400 lugares, projetado em 1927, foi demolido e substituído pelo que se destina a ser um palco no estilo da época de Shakespeare, com passagens que levam os atores até a platéia.
Atenção para a postura quando estiver lendo. Os médicos aconselham que, para poupar o pescoço e não torturar a coluna, o ideal é usar um suporte para o livro, de preferência com inclinação de 40 graus. E também procurar uma cadeira confortável que deixe toda a coluna apoiada no encosto. No seu livro Pílulas para viver melhor, o Dr. Fernando Lucchese também dá conselhos para uma boa leitura:
– Não leia no escuro. A musculatura em torno dos olhos deforma seus globos oculares na tentativa de adaptá-los à melhor visão. Isto pode tornar sua visão “diferente” em alguns anos.
– Observe o ângulo da leitura, a distância do livro e principalmente sua postura. E não prolongue por muito tempo para evitar o cansaço visual (ardência e vermelhidão nos olhos).
– Cuide da posição de sua coluna vertebral ao ler deitado. Não assuma posições forçadas.
Certa vez, no inverno de 1977, bem no começo da L&PM, nós recebemos uma carta estranha. O remetente assinava G. Rocha. O endereço era Rua Borges de Medeiros, numero tal, Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. Abri a carta. Naquela época, meros iniciantes, não era comum recebermos cartas. Era um texto denso, datilografado em duas páginas de papel ofício, espaço um. A assinatura era de Glauber Rocha, o autor de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, “Terra em transe”, “Dragão da maldade contra o santo guerreiro” entre outros clássicos do cinema “brazyleyro” – como ele gostava de escrever – e mundial. Glauber queria publicar a sua obra. Ele mencionava “vários livros”, e especialmente uma “História do Cinema”. Segundo ele escrevia na carta de junho de 1977:“minha História do Cinema” tem 1.000 páginas (…), é um livro original porque eu revelo entrevistas inéditas com cineastas do mundo todo e conto a História do ponto de vista de um cineasta que viveu por dentro da cozinha. O livro trata do cinema em todos os lugares, do início do século até hoje. Conto a verdadeira história do Cinema Novo, quinze anos de política e cultura. Não existe bibliografia de cinema que preste no Brasil”. Ele prosseguia propondo um acordo editorial prevendo adiantamento e uma percentagem de 10% sobre o preço de capa, assegurando a ele os direitos para o exterior. E encerrava assim: “Não quero enviar originais pelo Correio. Mandem alguém aqui, ou venham aqui. (…) As editoras tem que financiar os autores… Acontece que temos poucos autores modernos depois que morreram Erico Veríssimo, Guimarães Rosa… Jorge Amado é o último romancista popular… No entanto, nossa literatura é uma criança, como nossa sociedade…” . Ele indicava um telefone. Liguei e atendeu uma voz feminina com um sotaque castelhano. Identifiquei-me, combinamos dia e hora para uma reunião e fui para o Rio. Por coincidência, viajei com um amigo meu, o Nilo Lopumo, que acabou sendo testemunha do périplo de três visitas que cumprimos juntos a um apartamento em um edifício de luxo na Lagoa Rodrigo de Freitas.
O clímax e o anticlimax – Ao sair do elevador, sentia-se um cheiro acre de “canabis” por todo o andar. Indo atrás do cheiro, chegava-se ao apartamento 501, emprestado por um amigo psiquiatra a Glauber Rocha e sua namorada, uma deslumbrante loura colombiana. Quando entramos no belíssimo apê com vista para a Lagoa, o grande Glauber começou um longo, brilhante e exaltado monólogo sobre sua obra como escritor e o potencial cinematográfico que a história do Rio Grande do Sul possuía. Ele sugeria uma filmagem da Guerra dos Farrapos, com Marlon Brando no papel de Bento Gonçalves. “Eu ligo pra ele e faço o convite. Ele me conhece. Este tipo de astro topa trabalhar num filme por uma participação na bilheteria”. E sugeria que Anita Garibaldi fosse a Sandra Braga que, segundo ele, era perfeita para o papel, “ela nasceu para ser a Anita Garibaldi”. Por fim, nos mostrou dois calhamaços datilografados com mais ou menos 500 páginas cada um. O primeiro era uma coletânea de “ensaios e observações filosóficas” e o segundo calhamaço era um “romance épico” que se chamaria “Django”, baseado na vida de Jango Goulart, o presidente deposto pelo golpe de 1964. “Depois eu mostro a História do Cinema”. Eu e o Nilo, vindos lá do extremo do Brasil, observávamos perplexos aquela explosão verborrágica. Ele tinha uma fluência impressionante. Falava sobre o momento de abrandamento da ditadura, da genialidade de Golbery do Couto e Silva, o Ministro da Casa Civil, que seria o “grande artífice do desmonte do regime”, era “o Gênio da raça”, frase que ele repetia sempre quando se referia ao Golbery e que já ficou célebre. Depois de quatro horas de discursos, fomos embora. Combinamos voltar no outro dia para resolver os detalhes, pois ele me entregaria os originais de “Django”, dos ensaios & filosofia que eu não consigo lembrar o título e da tal “História do Cinema” de 1.000 páginas. Voltamos conforme o combinado. Foi mais uma sessão de discursos brilhantes. Não vimos mais original nenhum, ele só falava, falava e, de tempos em tempos, fazia uma longa pausa arfando, exausto. Descansava um pouco e voltava a falar, falar. A conversa acabou no começo da noite porque sua mulher lembrou que eles tinham que prestigiar a pré-estréia de “Dona Flor e seus dois maridos”, o romance de Jorge Amado, filmado por Bruno Barreto. Ficamos de voltar no outro dia às 15 horas para pegar o material. Conforme o combinado, cheguei às 15 horas ao apê da Lagoa. Apertei a campainha. A loura atendeu a porta e sem me convidar para entrar disse constrangida: “o Glauber não pode atender, mas manda dizer que desistiu de publicar os seus livros…”. E encerrou o assunto, fechando a porta. Eu fiquei ali parado por uns dois minutos tentando absorver aquele desfecho surreal. À noite voltamos para Porto Alegre. Sem livro nenhum, mas com esta incrível história para contar…
E se no engarrafamento caótico das ruas da sua cidade você tivesse a oportunidade de ler um bom livro? Esta é a proposta do Táxi do conhecimento, que circula nas ruas do Cairo, Egito. A iniciativa oferece literatura aos passageiros para ajudá-los a se distrair do barulho e dos engarrafamentos diários e, também, incentiva a leitura. O Egito tem 17 milhões de analfabetos. Até agora 50 veículos do Cairo contam com uma pequena biblioteca no banco de trás, mas os responsáveis pelo projeto acreditam que em 2011 será possível ampliar o serviço e chegar aos 2 mil táxis. A iniciativa da empresa de transporte pretende incentivar a leitura e ajudar a reduzir a taxa de analfabetismo no país, já que apenas 58% dos egípcios adultos sabe ler e escrever.
Laura Meyer, autora do livro Sexo: muito prazer volume 2, participou do programa Vida e Saúde, da RBSTV. Na entrevista, Laura dá dicas para apimentar a vida a dois e orienta homens e mulheres que buscam mais prazer nas relações amorosas.