Andy Warhol interativo no MoMA

Graças ao trabalho de restauração e conservação realizado pelo MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), a produção cinematográfica de Andy Warhol está novamente ao alcance de todos. A exposição é composta por 12 retratos em preto e branco capturados pelo criador da pop art entre 1963 e 1966, conhecidos como “screen tests” (ou “provas de câmera”), que exibem sempre o primeiro plano de personagens como o ator Dennis Hopper e o músico Lou Reed. Além disso, todo o acervo recuperado fica disponível na Film Circulating Library, o departamento do MoMA que preserva e aluga filmes para cineclubes, universidades e galerias de arte. Os filmes originais (cerca de 500 screen tests) chegaram ao MoMA nos anos 80 em caixas de papelão que tornavam precária a conservação das peças. Além da restauração, cabia ao museu tornar a obra acessível ao maior número possível de pessoas.

A exposição segue até o dia 21 de março e o MoMA convida o público a contribuir com a continuidade da obra de Andy Warhol. Por meio de uma plataforma multimídia criada a partir da API do Flickr, qualquer pessoa pode criar seu próprio screen test nos moldes do trabalho iniciado pelo artista e submeter sua obra à curadoria do museu. Basta publicar o vídeo em sua própria conta no Flickr com a tag “momasc90” e ser integrante do grupo “momascreentests” na rede social.

Até o momento, 88 anônimos tiveram seus 15 minutos de fama. Se vivo estivesse, Andy Warhol certamente aprovaria a iniciativa:

Diários

Seus últimos 11 anos de vida foram marcados pela intensa produção artística e registrados dia a dia pela amiga Pat Hackett. Segundo ela, os relatos começaram de forma despretensiosa, apenas para registrar gastos e atividades, mas com o passar do tempo transformou-se num “diário sincero e compulsivo”. O volume único de Diários de Andy Warhol com mais de 800 páginas recheadas de relatos e fotos reunidos por Pat Hackett foi publicado pela L&PM em 1989.

H. G. Wells, um escritor (e um homem) à frente do seu tempo

O ficcionista e novelista H. G. Wells, autor de Uma breve história do mundo, lançado em 1922 e publicado pela primeira vez no Brasil pela L&PM, antecipou em sua literatura diversos temas que só ganharam atenção das pessoas muito tempo depois.

E não foi só nos seus livros que ele mostrou estar na frente. Na primeira década do século 20, bem antes da revolução sexual ocorrida no mundo nos anos 60, Wells já chocava a opinião pública com suas convicções sobre amor livre e casamentos abertos. Em Ann Veronica, publicado em 1909, ele retrata sua visão sobre temas como a sexualidade feminina, a quebra de convenções sociais relacionadas à mulher e até o direito ao voto.

Talvez por isso, alguns críticos e estudiosos de sua vida e obra o consideram um escritor profeta, pois no final do século 19 e início do século 20 ele já escrevia sobre guerra nuclear, televisão e internet.

H. G. Wells tinha apenas 29 anos quando escreveu A Guerra dos Mundos (1898), imortalizada na adaptação de Orson Welles para o rádio em 1938. O escritor, nascido em 21 de setembro de 1866, morreu em 13 de agosto de 1946 em Londres.

Orson Welles e H. G. Wells

Orson Welles e H. G. Wells

 

Natal em tirinhas

Para desejar um Feliz Natal a todos vocês, nossos queridos leitores, fizemos uma seleção de tirinhas de Natal.

E é claro que não podia faltar Snoopy, Charlie Brown, Lucy, Linus, Sally, Schroeder, Patty Pimentinha, Marcie e o passarinho Woodstock festejando a data no  livro Snoopy 4 – É Natal! da COLEÇÃO L&PM POCKET:

E na coletânea Peanuts Completo: 1955 a 1956:

(clique na imagem para ampliar)

Férias poéticas

As férias escolares finalmente começaram!

É tempo de piscina, amigos, praia, diversão e… livros, é claro! Nada de ficar três meses longe das letras só porque o ano letivo chegou ao fim. Este, aliás, é o melhor momento do ano para mostrar para a criançada que leitura também pode dar muito prazer.

Prova disso são as poesias do Sérgio Capparelli reunidas no livro 111 poemas para crianças. Quer conferir? Então dá uma olhada em De muito longe, apenas um dos 111 deliciosos poemas que recheiam as páginas do livro.

As viagens de Gulliver em 3D

Jack Black vai viver o jovem Gulliver na adaptação feita pelo diretor Rob Letterman para o cinema. Com estreia marcada para 25 de dezembro nos Estados Unidos, o filme já mexe com o imaginário dos apaixonados pelas peripécias do personagem mais famoso de Jonathan Swift.

Publicado pela primeira vez em 1726, As viagens de Gulliver nunca perdeu a majestade. Em 1904, inspirou um curta mudo francês dirigido por Georges Méliès e, desde então, surgiram várias versões e adaptações da obra para TV e rádio.

A nova versão em 3D retrata um Gulliver contemporâneo, que veste bermuda, camiseta e tênis e se lança ao mar numa lancha super equipada, mas mesmo assim não resiste à primeira tempestade e naufraga. Daí pra frente, a história segue a criação original de Swift. A caracterização moderna do personagem faz Lilliput parecer uma viagem no tempo.

Veja você mesmo:

Robin Woody

Por Paula Taitelbaum

Ele rouba dos ricos (personagens) para dar aos pobres (de espírito). É um herói, uma personalidade, uma lenda. E vive na pulsante floresta de Newyorkwood. Ele é “Robin” Woody Allen e, mais uma vez, invadiu as ruas da Inglaterra para tentar acertar os corações e mentes com sua câmera. Em Você vai conhecer o homem dos seus sonhos, o cineasta parece estar no fundo da sala, espreitando como se fosse um ladrão a espera da próxima vítima. Só que dessa vez, no farfalhar do roteiro, há muito mais desconforto do que graça. Terá Woody preparado uma armadilha? O que terá ele escondido atrás daquela cena? Qual o rastro que deixará dessa vez? No lugar de respostas, quando os créditos sobem, pairam dúvidas. E fica a sensação de que ele cansou e simplesmente… cut. Passou a lâmina no rolo. Mas então, mudam os dias no calendário e surge outra hipótese. A de que “Robin” Woody Allen não estava nem um pouco interessado em resolver as tramas que criou. Ao contrário. Para ele, não há a menor importância se o bando de personagens irá resolver os seus conflitos: o casamento vai dar certo? O filho é meu? O livro vai ser um sucesso? Vou conseguir ter o meu próprio negócio? Ninguém sabe. Porque a vida é assim: apesar de desejarmos demais, não somos capazes de descobrir o que vai acontecer na cena seguinte da nossa existência.  Ou seja: sem final, a moral da história é sentida na pele. O futuro permanece uma incógnita. E só o que resta é a certeza de que, na janela ao lado, pode haver alguém que nos livre do peso da realidade. No caso do filme, os quatro personagens principais usam um coadjuvante como muleta para seguir em frente. Há uma vidente carinhosa, um chefe rico e charmoso, uma garota de programa gostosa, uma vizinha doce e deslumbrante. Todos eles se revelem uma fonte de prazer ou alívio. Mas não se iluda: mesmo encontrando o seu coadjuvante perfeito, isso não quer dizer que vai dar tudo certo. Talvez dê. Talvez não dê. Pensando bem, quem quiser saber o final da sua história que consulte uma cartomante. Ou vá viver na floresta.

Dalai Lama e o Twitter

De acordo com o ranking divulgado pela Revista Forbes, o 14º Dalai Lama possui um dos perfis mais influentes do mundo no Twitter.  Sua Santidade aparece em 5º lugar atrás de Kanye West, Joe Jonas (Jonas Brothers), Paulo Coelho e Justin Bieber.

O primeiro do ranking é o ídolo teen de apenas 16 anos. O que torna o perfil de Justin Bieber mais influente do que todos os demais, segundo a Forbes, é o impacto das opiniões e recomendações que ele compartilha com seus fãs por meio da rede de microblogs.

Já o mestre budista descobriu o Twitter no início deste ano e usa regularmente o serviço para se comunicar com seguidores de todo o mundo, em especial com aqueles que vivem em regiões onde a comunicação é difícil por outros meios. Na China, por exemplo, onde a censura do estado dificulta a comunicação pelos meios convencionais, Dalai Lama viu no Twitter a saída perfeita para burlar o bloqueio e manter contato com os budistas que ainda vivem lá. Questões políticas e culturais envolvendo a região do Tibete são as que mais preocupam Sua Santidade, como é conhecido Dalai Lama.

Pelo Twitter, os ensinamentos que circulam em livros como o Caminho da sabedoria, caminho da paz, Coleção L&PM POCKET, continuam chegando até mesmo onde os livros não tem como ir.

7. Josué & Millôr, os primeiros grandes autores

Por Ivan Pinheiro Machado*

Josué Guimarães foi autor de obras-primas como os romances “A Ferro e Fogo – Tempo de Solidão”, “A Ferro e Fogo – Tempo de Guerra”, “É Tarde para saber”, “Camilo Mortágua”, “Enquanto a noite não chega”, entre outros. Era amigo e cliente do meu pai. Por ter sido colaborador de Jango e Brizola, a ditadura nunca largou o pé do Josué, a ponto dele ter que refugiar-se primeiro em Santos, São Paulo, com nome falso e mais tarde em Lisboa, onde testemunharia a Revolução dos Cravos em 1975. A propósito do movimento que acabou com o regime truculento do ditador Salazar, escreveu o livro “Lisboa Urgente”, publicado pela editora Civilização Brasileira que pertencia ao seu amigo Enio Silveira. Foi nesta época que eu o conheci. Estava indo para Frankfurt e tinha uma escala em Lisboa. Meu pai pediu para que eu fosse portador de uma encomenda para o Josué. Quando desembarcamos em Lisboa para pegar a conexão para Frankfurt, o Josué me aguardava no aeroporto. Conversamos uma meia hora, entreguei o pacote e ele convidou-me para passar uns dias em sua casa em Cascais quando retornasse de Frankfurt. Dito e feito. Uma semana depois, cheguei à capital portuguesa e fui desfrutar da maravilhosa hospitalidade de Nídia e Josué. Foram dias inesquecíveis, não só pelo carinho dos anfitriões, mas pelo clima que se vivia em Lisboa. Era uma verdadeira festa de libertação que não acabava nunca. E pra quem, como eu, chegava de um país dominado por uma sombria ditadura, curtir Lisboa naquele ano de 1976, com vinte e poucos anos, era uma experiência pra nunca mais esquecer. Certa noite, depois do jantar, Josué abriu uma garrafa de vinho verde e me chamou pra sacada de sua bela casa. “Vem cá, guri, vamos conversar”. Obedeci, curioso. Josué foi direto ao ponto. “Tu queres publicar um livro meu?” Eu quase caí da cadeira.

A L&PM engatinhava, tinha publicado só 3 ou 4 livros e o Josué completava, com Erico Veríssimo e Dyonélio Machado, o trio de autores gaúchos com renome nacional no início dos anos 70. Obviamente eu disse sim. “Meu editor brasileiro me pediu pra modificar um romance que enviei para publicação. O principal personagem é um rapaz que atua na guerrilha urbana, é comunista e vive na clandestinidade. Ele conhece uma moça normal, de classe média, e eles se apaixonam, mas ela não sabe das atividades dele. Meu editor está com medo dos milicos. Não vou mudar o livro, vou mudar de editora. Toma os originais, lê e amanhã me diz alguma coisa, boa noite!” Comecei a ler naquela hora mesmo, 11 horas da noite. Às 3 da madrugada eu tinha terminado o livro com um nó na garganta. Mal conseguia dormir. A perspectiva de publicar um grande livro de um grande autor, era excitante demais para pegar no sono. Em julho de 1976, a L&PM lançava “É tarde para saber”, com capa do grande pintor gaúcho Nelson Jungbluth. O lançamento foi numa memorável tarde de autógrafos na tradicional Livraria Lima, em Porto Alegre. Foram milhares de livros vendidos na época. E vende muito até hoje, quando seguimos publicando a obra completa de Josué Guimarães.

Um mês depois, saiu o livro “Devora-me ou te decifro” do Millôr Fernandes. Ou seja, não dava mais para voltar atrás.

Para ler o próximo post da série “Era uma vez uma editora…” clique aqui.

“Verão” por Millôr Fernandes

É hoje à noite: o sol se aproximará o máximo que pode da Terra, indicando que o verão está oficialmente entre nós. Se você anda um pouco esquecido de como é a estação mais festiva, sensual e quente do ano, vale a pena ler o texto escrito por Millôr Fernandes em 1971 (e que está em Millôr Definitivo, a Bíblia do caos). Apesar de passados quase 40 anos desde que ele foi escrito, está claro que, pelo menos no que se refere à chegada do verão, nada mudou:

Crestam-se os seres. Acende-se vermelho o alto dos morros, reverbera o mar, para-brisas dão reflexos de cegar. Um cego, de tanta luz em volta, enxerga alguma coisa. O céu aprofunda-se em azul, a areia frige nossos pés, raios a pino estorricam. A calçada arde, suor escorre nas costas dos que estão vestidos, o chão gruda em seus sapatos de discriminados. O sol parece um som. É verão. Rebrilha, refulge, freme, tremeluz – em tudo e em todos. Uma cigarra canta, chia, chichia, chiria, cicia, fretene, zine, zizia, zangarreia, estridula, garrita, rechia, rechina, retrine, cegarrega: é só escutar no dicionário. Na arrebentação a gata cumpre o gesto perpetual do seu destino na biossociologia carioca  – é bela e cai n´água. Estamos todos em Byakabunda, na época do plantio das bananas.

Martha Medeiros é um dos 100 brasileiros mais influentes de 2010

Capa da edição especial de Época em que Martha Medeiros foi escolhida como uma das personalidades mais influentes

“Qualquer um que queira entender as transformações por que o Brasil vem passando deve olhar com cuidado para a lista que publicamos nas próximas páginas. Nelas estão 100 pessoas que se destacaram pelo exercício do poder, pela construção de um projeto, pela inspiração, pelo talento. Por meio de seus perfis, é possível entender melhor os caminhos, as apostas, os desafios do país.” Assim a Revista Época introduz os leitores à sua lista de 100 brasileiros mais influentes, divulgada na semana passada. O trabalho de escolha envolveu paticamente todo o pessoal da redação e contou com a colaboração de milhares de leitores que fizeram suas indicações pelo site, além de especialistas nas mais diversas áreas. E entre aqueles que mais influenciaram os “demais mortais” em 2010 está ninguém menos do que nossa querida Martha Medeiros que está ao lado de Dilma Rousseff, José Padilha, Neymar e Eike Batista (os quatro que estampam a capa da edição especial). Fizemos duas perguntas a Martha sobre como ela se sentiu em relação a esse título. Veja suas respostas: 

L&PM: Como você se sente estando entre as pessoas mais influentes do Brasil? 

Martha: Nunca sabemos quais os critérios usados para se formatar uma lista dessas. Sempre fica gente faltando e gente com inclusão questionada, mas, seja como for, claro que fiquei satisfeita, é sempre um reconhecimento do trabalho realizado. Em 2010, completei 25 anos de carreira literária e considero um luxo ser lembrada como alguém que faz diferença. 

L&PM: Por que você acha que as suas palavras têm tanta influência sobre as pessoas?  

Martha: Pelo texto simples e direto, por eu escrever sobre as relações humanas e tudo o que nos acontece entre quatro paredes, por trazer uma visão positivista dos problemas, por falar sério sem perder o humor, por gerar indentificação… Acho que é um pouquinho disso tudo. 

Ficou com vontade de ser influenciado por Martha Medeiros? Dá uma olhada nos seus títulos publicados pela L&PM.