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O primeiro amor de Júlio Verne

Júlio Verne nasceu em Nantes, na França, em 8 de fevereiro de 1828. Ele dedicou a maior parte de sua obra à chamada literatura “de antecipação” – ou seja, a ficção científica – e aos romances de aventura. Sua produção literária é vastíssima e é autor, entre outros, de A volta ao mundo em 80 dias Viagem ao centro da Terra. 

Com apenas onze anos de idade, embarcou como ajudante em um transatlântico rumo às Índias. Quando seu pai, desesperado, o encontrou em Paimboeuf, foi descoberto o motivo da viagem: devolver a sua prima, Caroline Tronson, por quem era apaixonado, um colar de corais. Furioso, o pai castigou o pequeno Júlio com rigor e o proibiu de voltar a viajar.

Caroline foi o primeiro amor do escritor. Um amor não correspondido que teve efeitos sobre o adolescente Verne. Ele escreveu poemas de amor que foram respondidos com escárnio pela jovem. Aos 17 anos, Verne escreveu sua primeira peça de teatro, “Alexandre VI”, baseado na vida do Papa Alexandre VI e que dedicou-a à sua amada prima. Mas Caroline decidiu casar-se por conveniência com um homem rico. Verne f
icou tão decepcionado com as mulheres que fundou o clube chamado “Os Onze sem Mulheres”. Mas em 1856 acabou abandonando o clube ao casar-se com a viúva Honorine de Viane com quem teve seu único filho, Michel Verne, nascido em 1861.

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Aleluia!!! Os quadrinhos foram reabilitados!!!

Bons ventos sopram pela chamada “academia”; finalmente foram “descriminalizadas” as histórias em quadrinhos nas escolas. Aqueles que são jovens há mais tempo lembram muito bem que, num passado bem recente, as HQs eram proibidas em sala de aula. Professores de literatura e português faziam sinal da cruz diante de um álbum de quadrinhos, como se estivessem em frente ao demônio.

Mas, como tudo passa, esta onda também passou. Uma geração mais arejada de professores absolveu as HQs dos pecados da superficialidade dos quais era acusada e colocou finalmente nas mãos dos jovens leitores algumas obras-primas de arte e literatura.

Nós aqui da L&PM, que mourejamos nesta área desde os anos 70 – e que tivemos que abandonar temporariamente o barco devido à profunda rejeição – estamos de volta já há algum tempo e com um extraordinário cardápio de lançamentos. Na Coleção L&PM POCKET, os quadrinhos já conquistaram milhares de novos leitores com títulos dos consagrados Garfield, Snoopy, Hagar, Dilbert e o timaço de autores brasileiros composto por Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco, Edgar Vasques, Paulo Caruso, Mauricio de Sousa, Santiago entre outros. Todos por R$ 11,00.

Além do quadrinho em livros de bolso, a editora voltou a investir em grandes projetos, como Peanuts Completo, uma série em capa dura e acabamento luxuoso que publicará todo o magnífico trabalho de Charles Schulz. Já foram editados 4 volumes e o quinto sai em março. Publicamos também belas adaptações a cores das histórias de Agatha Christie, o clássico pacifista Valsa com Bashir, cuja versão em animação foi finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 e iniciamos a publicar a festejada série afro-francesa Aya de Margarite Abouet, que trata da vida dos jovens nos países africanos. Recomeçamos também a publicar álbuns para adultos como o clássico Erma Jaguar do craque do desenho erótico Alex Varenne.

Como estamos livres para publicar o que de melhor se faz no mundo e para recomendar às escolas que usem e abusem das histórias em quadrinhos (já que não é mais pecado), um dos grandes destaques da programação de HQ da L&PM Editores é sem dúvida a série de Clássicos da literatura em quadrinhos. Um coleção espetacular feita por roteiristas e desenhistas belgas e franceses, publicada originalmente pela Editora Glénat com o apoio da UNESCO, órgão cultural da ONU que só chancela projetos de alto valor pedagógico. Estes livros possuem, além da história em quadrinhos a cores, um “dossier” que traça um rico painel sobre o livro, o autor, sua vida e seu tempo. Já foram lançados Volta ao mundo em 80 dias de Júlio Verne, A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson, Um conto de Natal de Charles Dickens, Dom Quixote de Miguel de Cervantes, Odisseia de Homero e Robinson Crusoé de Daniel Defoe. Deverão sair nos próximos meses Guerra e Paz de Leon Tolstoi e Os miseráveis de Victor Hugo.

Mangás

Mas a grande novidade de 2011 foi a nossa entrada no mundo dos mangás. Iniciamos com os dois volumes de Solanin de Inio Asano e Aventuras de menino de Mitsuru Adashi, os três livros disponíveis nos mais de 2 mil pontos de venda da coleção L&PM Pocket pelo Brasil inteiro. Com a colaboração e a consultoria do tradutor e especialista em mangás Alexandre Boide, a L&PM está preparando novos títulos para 2012.

Enfim, a editora está definitivamente retomando uma de suas vocações que sempre foi a de editar HQs. E a prova disso é que, justamente o primeiro título da L&PM Editores, foi um livro de quadrinhos: Rango 1 de Edgar Vasques. (Ivan Pinheiro Machado)

Autor de hoje: Júlio Verne

 

Nantes, França, 1828 – † Amiens, França, 1905

Considerado o pai da moderna ficção científica, desde cedo demonstrou interesse pela literatura. Estudou Direito, mas não chegou a exercer a profissão. Trabalhou como secretário do Teatro Lírico entre 1852 e 1854 e, depois, tornou-se corretor de bens públicos, atividades que exerceu paralelamente à de escritor. Suas obras mais conhecidas são Viagem ao centro da Terra, Viagem ao redor da Lua, Vinte mil léguas submarinas e A volta ao mundo em 80 dias. Nelas, o autor prevê um grande número de descobertas científicas, incluindo o submarino, o aqualung, a televisão e as viagens espaciais. Tendo desfrutado em vida de enorme popularidade, Júlio Verne é considerado um dos maiores escritores franceses e um dos mais influentes da literatura universal. Em 1892, foi condecorado com a Legião de Honra.

OBRAS PRINCIPAIS: Viagem ao centro da Terra, 1864; Viagem ao redor da Lua, 1865; Vinte mil léguas submarinas, 1870; Volta ao mundo em 80 dias, 1873; A ilha misteriosa, 1874

JÚLIO VERNE por Luiz Paulo Faccioli

A França entrou no século XIX ainda sob o impacto da Revolução e guiada pela mão megalômana de Napoleão Bonaparte. Com a queda do imperador, sobreveio uma longa fase de turbulência política: ora restaurava-se a república, ora ressurgia a monarquia, ora voltava o império. Para as artes, contudo, foi um século fulgurante. E, especialmente para a literatura, basta dizer que nele encontramos Flaubert, Stendhal, Dumas – pai e filho –, Victor Hugo, Balzac, Maupassant, Rimbaud, Baudelaire, Verlaine. O romantismo que dominava no início cedeu lugar à estética do realismo e do naturalismo que sobreviveu ao nascer do século XX. Cinqüenta anos antes, o público começara a cansar daquela concepção romântica que punha o indivíduo no centro do mundo e se dedicava a extrair dele suas confidências e aflições. O progresso da ciência estimulava o homem a olhar para fora de si, e a arte não poderia deixar de absorver e retratar essa nova realidade. É nesse cenário que Júlio Verne aparece com seus relatos de viagens fantásticas, antecipando na ficção um futuro que viria a se confirmar nos detalhes de suas projeções tecnológicas, e logo se torna um dos mais populares escritores franceses de todos os tempos.

A narrativa de aventura não era nova e já havia produzido bons frutos pelas mãos de Jonathan Swift, em As viagens de Gulliver, e de Daniel Defoe, em Robinson Crusoé. Verne agregou a ela o conceito de verossimilhança científica inaugurado por Edgar Allan Poe e produziu uma obra original que ainda instiga e muito ainda irá instigar. Dono de um estilo fácil e envolvente, sem prescindir da elegância característica da escrita de sua época, foi um autor inventivo e meticuloso. Autodidata, passou a vida mergulhado em leituras, viajando pela Terra, por dentro dela e pelo espaço sem ter saído muitas vezes de casa. As inovações tecnológicas imaginadas por ele, mas que o mundo só viria a conhecer no século XX, formam uma lista longa que inclui o fax, a televisão, o helicóptero, os mísseis teleguiados, os arranha-céus, o cinema falado, o gravador e tantas outras.

Pai da moderna ficção científica, Júlio Verne ganhou a merecida fama de ter sido um visionário, mas não há nada de místico ou sobrenatural nesse atributo. Ele foi um intelectual profundamente identificado com o seu tempo, atento às mudanças que a evolução das ciências impuseram à humanidade e dedicado a exercitar o raciocínio lógico e científico. Não houve mágica, e sim sede de conhecimento e leitura, muita leitura.

* Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Pra melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores. Veja os outros autores já publicados neste blog.

O que eles pensam antes de sair pra balada?

Só uma inquietação profunda e existencial como esta para inspirar a criação de um site colaborativo dedicado a reunir fotos de grandes escritores com cara de “Tô gato?“, simulando aquele momento derradeiro de cumplicidade com o espelho antes de sair de casa para arrasar numa balada.

A legenda das fotos é inspirada nas orelhas dos livros dos próprios escritores, entre eles H. G. Wells, Franz Kafka, Mark Twain, Julio Verne, Charles Dickens, Jack Kerouac, Hunter Thompson, Charles Bukowski, Jane Austen e Virginia Woolf.

H.G. Wells: "E eu, tô gato? Tô mostrando a verdade através do fantástico, fazendo uma reflexão sobre os valores de nossa sociedade e sobre o mundo que construímos hoje?"

Mark Twain: "Tô gato? Haha… Tô sendo o maior humorista da literatura americana, satirizando acidentalmente a sociedade do meu país, pondo a nu as hipocrisias e a retórica oficial?"

William S. Burroughs: "Tô gato? Tô mesclando o realismo exasperado a experiências estilísticas, apresentando imagens e situações a princípio enigmáticas, mas que aos poucos se tornam familiares?"

Jack Kerouac

Jack Kerouac: "Fala sério: tô gato? Tô fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente numa nova literatura que procura captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas?"

Virgina Woolf: "Tô gata? Tô sendo uma escritora modernista por excelência, reinventando a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear?"

Se quiser descobrir o que pensam vários outros autores antes de sair para a balada, dê uma olhada no site “Tô gato?”. Divirta-se!

Um mergulho no universo de Júlio Verne

No dia do aniversário do autor de A volta ao mundo em 80 dias, o Google fez uma homenagem diferente do convencional em sua página. O doodle (como são chamados os logos comemorativos do Google) de hoje é animado e simula uma viagem de submarino ao fundo do mar, em que é possível escolher a direção da navegação. Mesmo quem não é ligado em datas acaba entrando na brincadeira e no universo do de Júlio Verne.

Sempre que o logotipo da empresa aparece diferente do tradicional, basta clicar sobre o desenho ou animação para descobrir quem é o homenageado ou qual o fato importante do dia. De Einstein a Asterix, passando por Tom Jobim, H. G. Wells e John F. Kennedy, diversos cientistas, artistas e personalidades foram lembrados pelo gigante da internet, como a nossa querida Agatha Christie no dia de seu aniversário:

Doodle em homenagem a Agatha Christie

Júlio Verne nasceu em Nantes, na França, em 8 de fevereiro de 1828. Por suas predições sobre submarinos e máquinas voadoras e até menções a uma viagem à Lua, ele é considerado um dos precursores do gênero de ficção científica. Morreu em 1905, aos 77 anos, deixando um legado de quase 50 obras. Três delas fazem parte da Coleção L&PM Pocket: A volta ao mundo em 80 dias, Viagem ao centro da terra e Os conquistadores.