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Angeli é destaque no Prêmio HQMix 2013

É inegável que o cartunista Angeli é um dos nomes mais queridos e admirados entre os desenhistas e quadrinistas no país. Prova disso é o destaque o criador da Rê Bordosa ganhou na edição deste ano do Troféu HQMix: ele levou o prêmio de “Desenhista de Humor Gráfico” e o de melhor exposição pela mostra “Ocupação Angeli“. Além disso, a estatueta do Troféu HQMix é uma réplica de Los Três Amigos, a cria coletiva dos amigos Laerte, Angeli e Glauco.

 

hqmix2013

A cerimônia de premiação acontece no dia 3 de agosto, em São Paulo.

Verbete de hoje: Glauco

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, este Blog publicará, nos domingos, um verbete deste livro. O de hoje é  o brasileiro Glauco (1957-2010).

Glauco Vilas Boas, paranaense de Jandaia do Sul, nasceu em 10 de março. Junto com Angeli e Laerte, formou a trinca dos melhores e mais ativos quadrinistas da contracultura brasileira. Seus primeiros bonecos (ou abobrinhas, como ele gostava de chamar) foram publicados em 1976, no Diário da Manhã, de Ribeirão Preto. Colaborou para as seções de humor Vila Lata e Gol, da Folha de S. Paulo, onde manteve igualmente uma tira diária com o personagem Geraldão. O sucesso da figura – um “Edipão” em estado crônico, cuja frase chave é “amar é espiar a mãe tomando banho” – incentivou Glauco a criar sua revista própria (exatamente Geraldão), que começou trimestral. Com a participação cada vez maior de outros ótimos desenhistas e criadores, Geraldão atingiu um público tão entusiasta quanto o de Chiclete com Banana, de Angeli. Em Geraldão, além das tiras do conhecido personagem, aparecem O casal neuras, Zé do apocalipse, Doy Jorge e Dona Marta. Junto com Laerte e Angeli, Glauco fez seguidamente histórias a seis mãos. Em Geraldão colaboraram Claudio Paiva, Pelicano e Jaca. Glauco, como cartunista, foi premiado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba (1977/1978) e na 2a Bienal de Humorismo y Grafica Militante de Cuba, 1980. Teve três livros publicados, Abobrinhas da brasilonia, As minorias do Glauco e Geraldão. Depois de 1990: em revistas, as histórias de Glauco saíram em Bundas (Los Três Amigos, com Angeli e Laerte), Mil Perigos, Interquadrinhos, Geraldinho e Glauco Geraldão. Álbuns e livros: As espocadas de Geraldão (Ensaio/Circo, 1995); Abobrinhas da brasilônia – reedição pela L&PM, em 2006; Geraldão 1: edipão, surfistão, gravidão (L&PM, 2007); Geraldão 2: a genitália desnuda (L&PM, 2007); e Geraldão 3: ligadão, taradão na televisão (L&PM, 2008). Álbuns coletivos: Los Três Amigos (Ed. Ensaio, 1992/1994), com Laerte e Angeli; Os filhos da dinda (Scritta Ed., 1992); e Seis mãos bobas (Jacarandá/Devir, 2006), com Laerte e Angeli. Morreu assassinato, em 2010, junto com o filho Raoni.

Glauco está na Coleção L&PM Pocket

12 de março de 2012 marca os 2 anos da morte trágica e precoce de Glauco.

Aleluia!!! Os quadrinhos foram reabilitados!!!

Bons ventos sopram pela chamada “academia”; finalmente foram “descriminalizadas” as histórias em quadrinhos nas escolas. Aqueles que são jovens há mais tempo lembram muito bem que, num passado bem recente, as HQs eram proibidas em sala de aula. Professores de literatura e português faziam sinal da cruz diante de um álbum de quadrinhos, como se estivessem em frente ao demônio.

Mas, como tudo passa, esta onda também passou. Uma geração mais arejada de professores absolveu as HQs dos pecados da superficialidade dos quais era acusada e colocou finalmente nas mãos dos jovens leitores algumas obras-primas de arte e literatura.

Nós aqui da L&PM, que mourejamos nesta área desde os anos 70 – e que tivemos que abandonar temporariamente o barco devido à profunda rejeição – estamos de volta já há algum tempo e com um extraordinário cardápio de lançamentos. Na Coleção L&PM POCKET, os quadrinhos já conquistaram milhares de novos leitores com títulos dos consagrados Garfield, Snoopy, Hagar, Dilbert e o timaço de autores brasileiros composto por Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco, Edgar Vasques, Paulo Caruso, Mauricio de Sousa, Santiago entre outros. Todos por R$ 11,00.

Além do quadrinho em livros de bolso, a editora voltou a investir em grandes projetos, como Peanuts Completo, uma série em capa dura e acabamento luxuoso que publicará todo o magnífico trabalho de Charles Schulz. Já foram editados 4 volumes e o quinto sai em março. Publicamos também belas adaptações a cores das histórias de Agatha Christie, o clássico pacifista Valsa com Bashir, cuja versão em animação foi finalista ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 e iniciamos a publicar a festejada série afro-francesa Aya de Margarite Abouet, que trata da vida dos jovens nos países africanos. Recomeçamos também a publicar álbuns para adultos como o clássico Erma Jaguar do craque do desenho erótico Alex Varenne.

Como estamos livres para publicar o que de melhor se faz no mundo e para recomendar às escolas que usem e abusem das histórias em quadrinhos (já que não é mais pecado), um dos grandes destaques da programação de HQ da L&PM Editores é sem dúvida a série de Clássicos da literatura em quadrinhos. Um coleção espetacular feita por roteiristas e desenhistas belgas e franceses, publicada originalmente pela Editora Glénat com o apoio da UNESCO, órgão cultural da ONU que só chancela projetos de alto valor pedagógico. Estes livros possuem, além da história em quadrinhos a cores, um “dossier” que traça um rico painel sobre o livro, o autor, sua vida e seu tempo. Já foram lançados Volta ao mundo em 80 dias de Júlio Verne, A Ilha do Tesouro de Robert Louis Stevenson, Um conto de Natal de Charles Dickens, Dom Quixote de Miguel de Cervantes, Odisseia de Homero e Robinson Crusoé de Daniel Defoe. Deverão sair nos próximos meses Guerra e Paz de Leon Tolstoi e Os miseráveis de Victor Hugo.

Mangás

Mas a grande novidade de 2011 foi a nossa entrada no mundo dos mangás. Iniciamos com os dois volumes de Solanin de Inio Asano e Aventuras de menino de Mitsuru Adashi, os três livros disponíveis nos mais de 2 mil pontos de venda da coleção L&PM Pocket pelo Brasil inteiro. Com a colaboração e a consultoria do tradutor e especialista em mangás Alexandre Boide, a L&PM está preparando novos títulos para 2012.

Enfim, a editora está definitivamente retomando uma de suas vocações que sempre foi a de editar HQs. E a prova disso é que, justamente o primeiro título da L&PM Editores, foi um livro de quadrinhos: Rango 1 de Edgar Vasques. (Ivan Pinheiro Machado)

E o Oscar dos quadrinhos vai para…

Palmas para Peanuts Completo. O quarto álbum com as tiras originais de Charlie Brown e sua turma foi mais uma vez responsável pela L&PM Editores levar o Troféu HQMix, o Oscar dos quadrinhos no Brasil na categoria “Publicação de Clássico”. 

A 23ª edição do evento aconteceu na sexta-feira, 16 de setembro, tendo Serginho Groisman como mestre de cerimônias. Foram 45 categorias e cada vencedor recebeu como troféu uma escultura de Geraldão, personagem do saudoso Glauco, falecido em 2010. A criação da peça foi de Olintho Tahara que, além de tridimensionalizar Geraldão, ainda deu movimento a suas pernas e braços.

O premiado e seu prêmio

A entrega dos troféus, que aconteceu no Sesc Pompeia em São Paulo, reuniu muita gente do meio cultural brasileiro que foi receber seus prêmios e aplaudir os vencedores. Os premiados que não puderam estar presentes enviaram vídeos de agradecimento. Veja o nosso:

Os malditos Laerte, Angeli, Adão, Glauco e Nani

Estreou em São Paulo, no último final de semana, o documentário Malditos cartunistas, que traça um panorama sobre a profissão de desenhista de humor no Brasil, desde o inesquecível O Pasquim, nos anos 60, até hoje. Dirigido e produzido de forma independente pelos também “malditos” Daniel Paiva e Daniel Garcia, este é o primeiro longa metragem feito sobre o assunto no Brasil. Foram 40 entrevistados, dos quais 25 entraram na versão final, entre eles Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco e Nani.

Os realizadores tiraram do próprio bolso a verba para a produção do longa, mas a falta de recursos não interferiu na qualidade do trabalho. Malditos cartunistas já ganhou o prêmio do júri popular no festival de cinema Íbero Americano CineSul no Rio e participou do Cine Ouro Preto, onde teve excelente aceitação do público e crítica.

O filme já foi exibido em sessões especiais em algumas cidades, como São Paulo e Porto Alegre. Enquanto o longa não entra no circuito comercial (se entrar), dê uma olhada no trailer:

Estão disponíveis no canal oficial no Youtube algumas cenas inéditas que não entraram na versão final do longa. Vale conferir os depoimentos de Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai, Glauco e Nani (clique sobre o nome para abrir o respectivo vídeo). Outros nomes de peso no universo dos quadrinhos no Brasil também participaram do documentário, como Allan Sieber, Chiquinha, Fábio Zimbres, Schiavon, Reinaldo, Leonardo, Ziraldo, Arnaldo Branco, Jaguar, Guazzelli, Ota e André Dahmer.

Saudades de Glauco, o pai do Geraldão

Hoje, 10 de março, seria o dia de celebrar o aniversário de um dos maiores cartunistas que o Brasil já conheceu. Glauco Villas Boas nasceu em Jandaia do Sul, no Paraná, há exatos 54 anos. Mas no início de 2010, um trágico incidente tirou a vida do criador dos personagens Geraldão, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Zé Malária e Ozetês.

Pela L&PM, Glauco publicou três livros com as tirinhas do Geraldão – sempre pelado e politicamente incorreto – e o célebre “Abobrinhas da Brasilônia“, com prefácio do Angeli – que junto com Laerte e Glauco forma a chamada “santíssima trindade dos quadrinhos brasileiros”.

Glauco era uma figura muito querida entre os artistas, a imprensa e o público em geral.  Há um ano, quando a notícia de sua morte violenta chocou o país, dezenas de cartunistas prestaram a sua homenagem. No que depender da gente, o Geraldão vai continuar por aí, nas bancas e livrarias do país, divertindo e provocando como o Glauco gostava de fazer. Veja algumas: