Autores e citações

O artista americano Ryan Sheffield fez uma série de posters com retratos em tamanho 30 x 40cm de grandes escritores e suas respectivas citações mais famosas.  Os cartazes estão à venda num e-commerce colaborativo administrado pelo próprio artista. Qual deles é o seu preferido?

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Julio Cortázar na lista negra dos militares

Na semana passada, o Ministério da Defesa da Argentina divulgou as chamadas “listas negras” que trazem os nomes de personalidades consideradas perigosas pela ditadura. Entre eles está o do escritor Julio Cortázar.

Os papéis são parte de 1.500 documentos encontrados no subsolo do Edifício Condor, sede da Força Aérea do país.

Na lista, além de escritores, estão jornalistas, intelectuais, artistas, professores, advogados e locutores. Outros que aparecem entre os possíveis inimigos do governo militar da época são o da cantora Mercedes Sosa e da atriz Norma Aleandro.  

Os documentos encontrados incluem ainda 280 atas secretas da junta militar, informações sobre a relação entre o Chile e o Reino Unido e documentos comprovando que os militares ajudaram o jornal “Clarín” a comprar parte da Papel Prensa, maior empresa de papel-jornal do país. A ditadura argentina foi de 1976 a 1983.

Julio Cortázar faleceu em 1984, um ano depois do fim da ditadura na Argentina

Julio Cortázar faleceu em 1984, um ano depois do fim da ditadura na Argentina

 De Julio Cortázar, a L&PM publica A autoestrada do sul e outras histórias.

No dia 12 de novembro às 17h na Feira do Livro de Porto Alegre acontecerá o bate-papo Cortázar: tradução e criação na literatura hispano-americana, com a participação do organizador do livro, Sergio Karam, e da tradutora Heloisa Jahn.

Uma incrível e imperdível Noite Beat em SP

O espírito de Jack Kerouac e Allen Ginsberg vai baixar nesta quinta-feira, 7 de novembro, no Teatro Cemitério de Automóveis em São Paulo. É lá que acontecerá uma noite dedicada aos beats com a participação de Eduardo Bueno e Claudio Willer.

“Enorme. Trepidante. Resultado do ímpeto visionário de Ivone Fs, Guilherme Ziggy e João Pinheiro. Quem assistir à programação sairá do teatro com sensações alucinógenas.” Assim Willer descreveu o evento em seu blog.

Exposições, pocket show, lançamentos de livros, leituras e um debate com especialistas em literatura beat fazem parte da programação que começa às 18h. Tudo com entrada franca.

Clique na imagem abaixo para ver a programação completa:

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Veja aqui os títulos beats publicados pela L&PM Editores.

Lou Reed por Patti Smith

No domingo de manhã, me levantei cedo. Tinha decidido na noite anterior ir para o mar, então coloquei um livro e uma garrafa de água dentro de um saco e peguei a estrada para Rockaway Beach. Parecia uma data significativa, mas não consegui conjurar nada específico. A praia estava vazia e, com a proximidade do aniversário do furacão Sandy, o mar calmo parecia encarnar a verdade contraditória da natureza. Fiquei lá por um tempo, acompanhando o caminho de um avião que voava baixo, quando então recebi uma mensagem de texto de minha filha, Jesse. Lou Reed estava morto. Vacilei e respirei fundo. Eu o tinha visto recentemente com sua esposa, Laurie, e senti que ele estava doente. Um cansaço sombreava seu brilho habitual. Quando Lou se despediu, seus olhos escuros pareciam conter uma tristeza infinita e benevolente.

Conheci Lou no Max’s Kansas City em 1970. O “The Velvet Underground” fazia duas apresentações por noite ali, ao longo de várias semanas naquele verão. O crítico e estudioso Donald Lyons estava impressionado com o fato de eu nunca tê-los visto, e ele me levou lá em cima para a segunda apresentação da primeira noite. Adoro dançar, e você podia dançar por horas com a música do “The Velvet Underground”. Uma onda dissonante de “doo-wop” que permite que você se mexa muito rápido ou muito lentamente. Foi a minha introdução tardia e reveladora a “Sister Ray”.

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Patti Smith e Lou Reed no início dos anos 70

Alguns anos depois, na mesma peça no andar de cima do Max’s, Lenny Kaye, Richard Sohl e eu apresentamos nossa própria “land of a thousand dances”. Lou costumava parar para ver o que estávamos fazendo. Um homem complicado, ele encorajava nossos esforços, mas depois mudava e me provocava como um garotinho maquiavélico. Eu tentava desviar dele, mas, felino, ele reaparecia de repente e me desarmava com alguma citação de Delmore Schwartz sobre amor ou coragem. Eu não entendia seu comportamento errático ou a intensidade dos seus humores, que variavam, assim como seus padrões de fala, de rápidos a lacônicos. Mas eu entendia sua devoção à poesia e a qualidade arrebatadora de suas performances.

Ele tinha olhos pretos, camiseta preta, pele branca. Ele era curioso, às vezes suspeito, um leitor voraz, e um explorador sonoro. Um obscuro pedal de guitarra era, para ele, um outro tipo de poema. Ele era a nossa ligação com o ar infame da Factory. Ele tinha feito Edie Sedgwick dançar. Andy Warhol sussurrou em seu ouvido. Lou trouxe a sensibilidade da arte e da literatura para sua música. Ele era o poeta novaiorquino da nossa geração, defendendo os desajustados como Whitman tinha defendido seus trabalhadores e Lorca seus perseguidos.

Como minha banda trabalhou suas canções, Lou nos concedeu suas bênçãos. Perto do final da década de setenta, eu estava me preparando para deixar Nova York rumo a Detroit, quando cruzei com ele no elevador no antigo Gramercy Park Hotel. Eu estava carregando um livro de poemas de Rupert Brooke. Ele pegou o livro da minha mão e nós olhamos juntos para a fotografia do poeta. Tão lindo, disse ele, tão triste. Foi um momento de completa paz.

Patti Smith e Lou Reed nos anos 2000

Patti Smith e Lou Reed nos anos 2000

Enquanto a notícia da morte de Lou se espalhava, uma sensação ondulante se instalava, então explodiu, enchendo a atmosfera com uma energia vibrante. Dezenas de mensagens chegaram até mim. Uma chamada de Sam Shepard, que dirigia um caminhão por Kentucky. Um fotógrafo japonês desconhecido me mandou uma mensagem direto de Tokyo: “Eu estou chorando”.

Como meu luto estava no mar, duas imagens me vieram à mente, marcas d’água num papel – céu colorido. O primeiro era o rosto de sua esposa, Laurie. Ela era o seu espelho; em seus olhos, você pode ver a sua bondade, a sinceridade e a empatia. O segundo foi o “great big clipper ship”, que ele desejava embarcar, da letra de sua obra-prima, “Heroin”. Eu imaginava que isso estava à sua espera sob a constelação formada pelas almas dos poetas, da qual ele tanto desejava participar. Antes de dormir, eu procurei o significado da data – 27 de outubro – e descobri que era o aniversário de Dylan Thomas e Sylvia Plath. Lou tinha escolhido “the perfect day” para zarpar – o dia dos poetas, “Sunday morning, the world behind him”.

O texto acima, escrito por Patti Smith, foi originalmente publicado na New Yorker.

Patti Smith e Lou Reed são personagens do livro Mate-me por favor – a história sem censura do punk.

Filme que estreia domingo no NatGeo baseou-se em “Os últimos dias de John F. Kennedy”

Com a aproximação do 50º aniversário do assassinato de John Fitzgerald Kennedy, ocorrido em 22 de novembro de 1963, estreia neste domingo, dia 10 às 21h15, no canal a cabo NatGeo (National Geographic), o filme “Quem matou Kennedy”, produzido por Ridley Scott e baseado no best-seller “Os últimos dias de John F. Kennedy”, de Bill O’Reilly e Martin Dugard, que acaba de ser lançado no Brasil pela L&PM Editores. 

O livro que deu origem ao filme que estreia no dia 10 de novembro no NatGeo

O livro que deu origem ao filme que estreia no dia 10 de novembro no NatGeo

Protagonizado por Rob Lowe (JFK) e Will Rothhaar (Lee Harvey Oswald), com Michelle Trachtenberg (Marina Oswald) e Ginnifer Goodwin (Jacqueline Kennedy), a narrativa reflete os altos e baixos de dois homens, dois relacionamentos que, eventualmente, se cruzam e provocam duas mortes impactantes que chocaram a nação. O premiado dramaturgo e roteirista Kelly Masterson foi quem adaptou o livro para a TV.

Ao mesmo tempo em que mostra Kennedy e Oswald como os pólos opostos que eram, refletindo o caminho de cada um naquele fatídico dia, a história contada em livro e filme revela os bastidores da lenda Kennedy para refletir o homem que ele era com flashes de momento íntimos, incluindo a devastadora perda de seu filho Patrick, seu notável relacionamento e colaboração com seu irmão Bobby Kennedy.

“JFK representava tanto não só para mim, mas para todos nós” disse Rob Lowe sobre o personagem que interpreta. “Ser capaz de participar de sua história como parte deste projeto incrível no 50º aniversário de sua morte foi uma lição de humildade emocionante, uma oportunidade única na vida”.

Rob Lowe é JFK no filme "Quem matou Kennedy"

Rob Lowe é JFK no filme “Quem matou Kennedy?”

Além do Brasil, o filme estreia neste mesmo dia e horário em toda a América Latina. Clique aqui e saiba mais no site do NatGeo.

 

Polícia alemã recupera Picasso, Matisse e Chagall roubados pelos nazistas

1.500 pinturas valiosas, incluindo telas de Picasso, Matisse, Chagall, Otto Diz, Emil Nolde, Franz Marc e outros modernistas, foram recuperadas pela polícia alemã. As obras, roubadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra, estavam no apartamento de Cornelius Gurlitt, 80 anos, herdeiro de um clã de galeristas. Segundo cálculos da revista alemã Focus, o valor estimado dos quadros é de cerca de € 1 bilhão.

Segundo a Focus, a família de Gurlitt possuía uma galeria na Alemanha que serviu de depósito para os quadros entre os anos 1930 e 1940, sob jugo nazista. Seu pai foi um dos principais marchands germânicos no período e teria avaliado pinturas de Hitler na época em que ele era aspirante a artista plástico. As pinturas se alinham ao que os nazistas chamavam de “arte degenerada”, que incluía todo tipo de expressão estética não-germânica ou feita por judeus.

De acordo com os investigadores, as pinturas estavam há cerca de sete décadas amontoadas em quartos sujos na casa de Gurlitt, sem as condições de conservação necessárias. Parte do acervo era negociada ilegalmente por ele — que pode ser processado por crime de evasão fiscal.

Neste momento as obras estão sendo transferidas para uma câmara de segurança do serviço de alfândegas da Baviera e estão sob a avaliação de uma historiadora da arte.

O roubo de quadros por agentes de Hitler é o tema do novo longa dirigido por George Clooney, “Caçadores de obras-primas” (“The monuments men”), já cotado para o Oscar e com estreia no Brasil marcada para 17 de janeiro.

Pra quem gosta de livros sobre o tema pintura, a dica é   Roubaram a Mona Lisa! que aborda o furto da Gioconda no início do século XX.

O edifício em Munique onde as obras foram encontradas

O edifício em Munique onde as obras foram encontradas

Matisse encontrado na casa de Gurlitt

Matisse encontrado na casa de Gurlitt

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Um Chagall roubado pelos nazistas agora foi recuperado

Claudia Tajes tipo exportação

A escritora Claudia Tajes é citada numa matéria da revista inglesa Litro como uma das maiores escritoras brasileiras contemporâneas, na opinião do escritor e cineasta Vinicius Jatoba. O texto intitulado “Brazilian women are writing better than their male contemporaries now. Who to read and why.” (algo como “Mulheres brasileiras estão escrevendo melhor do que seus contemporâneos homens hoje. Quem ler e por quê”) funciona como um guia de leitura e, ao se referir à autora de Sangue quente e outros livros, diz o seguinte:

“Outra autora que se destaca, para mim, é Claudia Tajes, cujos romances e contos compõem o mais divertido e dramático panorama da sexualidade brasileira. Em suas obras, os homens estão perdidos em seus papéis masculinos típicos (‘Vida dura‘), e as mulheres vivem sua sexualidade na emoção de ir ao encontro de todas as possibilidades que a sociedade de consumo lhes oferece (‘Louca por homem‘). Longe da banalidade que o tema sugere, Tajes faz, com um humor agradável, análises sobre a solidão e a inadequação por trás da ‘liberdade’, que promete ser um bom negócio, mas acaba deixando vazios os gestos e as intenções. Uma das obras mais engraçadas e mais originais da literatura brasileira contemporânea, ‘A vida sexual da mulher feia‘, brinca com os nossos conceitos eróticos, acabando por subvertê-los completamente.”

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A arte da leveza

Por Pedro Gonzaga*

Ou talvez da brevidade. Ou ainda a arte de como rir das forças incendiárias dentro de nós, que nos lembram de nossa insuperável bestialidade. Raiva, inveja, ódio, rancor, despeita, ira, são essas apenas algumas das tórridas emoções que Claudia Tajes utiliza para compor as histórias de Sangue Quente, seu mais novo livro de contos.

Mergulhados em cotidianos borrados, imersos em rotinas cinzentas, os personagens parecem à espera de um milagre redentor, mas só o que lhes advém é a cólera. Assim o protagonista da segunda história, um homem comum e relaxado que atribui seus problemas com as mulheres (e consigo mesmo) à existência dos Grant (Cary e Hugh). Ou ainda a publicitária frustrada, cuja única alegria na vida, marcada por anúncios desimportantes em sua excentricidade (um protetor solar exclusivo para homens), seria tomar um banho de princesa com um sabonete Lux Luxo.

Importante salientar que tal matéria – a miséria de todos nós – nas mãos de outro autor talvez se tornasse pesada demais, o retrato opressivo de nosso mundo sem heróis. Nas mãos da Claudia, no entanto, uma das grandes vozes do humor brasileiro, o assunto sério na maior parte das vezes ganha leveza, faz-nos rir com um misto de maldade e ternura, base da melhor comédia, que é, antes de tudo, um talento raro, seja na literatura, seja na vida real.

Dividido em duas partes, o livro ganha ainda mais força na segunda, quando a raiva se torna “específica”: são os contos de TPM. Destaco aqui pelo menos mais duas histórias. Em Tão Fácil Ser Idiota, um conto com um sabor do velho Dalton Trevisan, feito quase só de diálogo, uma mulher descobre que uma garçonete está saindo com seu namorado e resolve ir tomar satisfações. Por coincidência, as duas se chamam Cristina, e estão às raias da agressão quando o galã chega e tenta se safar da situação. Mal sabe ele que a TPM não conhece misericórdia. Em Marido, há uma deliciosa inversão dos sintomas que folcloricamente marcam o período do mês mais perigoso, transferindo-os ao homem, que não deixa de acusar a dedicada mulher de estar indisposta em relação a ele por questões hormonais.

Nota-se, contudo, uma certa melancolia na obra, que o celebrado humor da autora de A Vida Sexual da Mulher Feia não foi capaz de dirimir. Suspeito que essa sensação venha de tantos solitários que se espalham pelas histórias. Diante deles, que se abrem com uma singeleza quase atroz em tantas primeiras pessoas, cujo melhor exemplo seria a narradora de Sem Amor em Tempos de Cólera, já não sabemos ser maus ou debochados, sequer fraternos. Se rimos deles, é um riso triste, o riso dos desesperados.

Agrada-me, por fim, em Sangue Quente, o fato do livro ser, acima de tudo, aquilo que ele é: um livro de contos. Saudades de ver as vidas jogadas no mata-mata e não na largura burocrática desses tantos campeonatos recentes, bem mais longos do que o necessário. Uma leitura perfeita para este fim de ano agitado e flamejante.

* Escritor, editor e poeta, tradutor de vários livros publicados pela L&PM (principalmente Bukowski) autor de “Falso Começo”. Este texto foi publicado originalmente no Caderno da Feira do Jornal Zero Hora de 4/11/2013.

Claudia Tajes autografa Sangue-quente nesta segunda-feira, 4 de novembro às 18h na Feira do Livro de Porto Alegre.

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O show de sabores de J.A. Pinheiro Machado

Anonymus & Alarico em Show de Sabores é o novo livro de J.A. Pinheiro Machado que será autografado nesta segunda-feira, 4 de novembro, na Feira do Livro de Porto Alegre. Além de receitas, o livro traz dicas do Anonymus. Clique sobre a imagem e leia a matéria publicada no Jornal Zero Hora:

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Queda e exílio de Jango em debate

Jornal Zero Hora – 4/11/2013 – Por Guilherme Mazui 

Uma audiência pública às 19h de hoje, em Porto Alegre, contará com a participação de Waldir Pires, ex-ministro de João Goulart

Bastidores da queda de João Goulart, a tensão política com as reformas de base em 1964 e histórias do exílio do presidente deposto pelos militares serão contadas em uma audiência pública às 19h de hoje na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. São memórias do ex-ministro Waldir Pires, membro do primeiro escalão do governo Jango.

Organizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência e pela Comissão Nacional da Verdade, o encontro serve como etapa preparatória da exumação do líder trabalhista. No dia 13, em São Borja, peritos brasileiros e estrangeiros removerão os restos mortais de Jango na tentativa de esclarecer se ele morreu de causas naturais ou se foi envenenado no exílio, em dezembro de 1976.

Aos 87 anos, Pires é vereador em Salvador. Ex-governador da Bahia, ministro nos governos Sarney (Previdência) e Lula (CGU e Defesa), foi consultor-geral da República de Goulart – posto equivalente ao atual ministro da Advocacia-Geral da União. Pela natureza do cargo, Pires despachava quase todos os dias com Jango no Palácio do Planalto. Acompanhou a tensão dos últimos dias que antecederam a queda do gaúcho e sua posterior ida para o exílio.

– Fui um dos últimos a deixar o Planalto, escondido na madrugada. Só reencontrei Jango no Uruguai. O presidente evitou que o Brasil vivenciasse uma guerra civil – afirma Pires.

Passados quase 50 anos do golpe militar, o ex-ministro apoia a decisão do governo de exumar Goulart, forma de tentar retirar as dúvidas sobre o suposto envenenamento.

– Com o sistema de perseguição armado pela ditadura, não duvido que Jango tenha sido envenenado – diz.

Além de Pires, também palestram na audiência pública a socióloga e feminista Lícia Peres e familiares do líder trabalhista – outra audiência deve ocorrer na próxima semana em São Borja.

– Os encontros se inserem no que chamamos justiça de transição. É a capacidade de refletirmos sobre os atos realizados nos períodos de ditadura – explica a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.

Neto do ex-presidente e advogado do instituto que leva o nome do avô, Christopher Goulart reforça a importância de reunir representantes dos movimentos sociais, em especial jovens, para recuperar o legado de Jango,.

A família também acompanha a definição dos detalhes da exumação, coordenada pela Polícia Federal. Depois de abrir o jazigo da famíia Goulart, em São Borja, peritos levarão o corpo para Brasília, onde serão realizados exames antropológicos e de DNA. Os testes toxicológicos serão feitos em laboratórios no Exterior. Não há prazo para divulgação dos resultados nem certeza se os laudos serão conclusivos.

Jango – a vida e a morte no exílio, de Juremir Machado da Silva, aborda justamente este tema. No dia 14 de novembro, às 17h na Feira do Livro de Porto Alegre, Juremir e Christopher Goulart, neto de Jango, conversam com os leitores sobre os fatos que despertaram a suspeita de que o ex-presidente possa ter sido assassinado. Logo após o bate-papo, às 19h, o escritor vai autografar o livro.

 Jango