Já começou a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre!

Começou nesta sexta-feira, dia 1º de novembro, a 59ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre, a maior festa da literatura a céu aberto da América Latina. A banca da L&PM já está pronta e fica na Rua dos Andradas, próximo ao Clube do Comércio.

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No primeiro fim de semana, serão 5 lançamentos com sessão de autógrafos. Agende-se:

Sábado, 2 de novembro

19h – David Coimbra autografa As velhinhas de Copacabana e outras 49 crônicas que gostei de escrever

Domingo, 3 de novembro

15h – Luís Augusto Fischer autografa Coruja, Qorpo-santo e Jacaré
17h – Iotti autografa Radicci 30 anos
18h – J.J. Camargo autografa A tristeza pode esperar
20h – Armindo Trevisan autografa Adega imaginária

A Feira do Livro de Porto Alegre segue até o dia 17 de novembro. Confira a agenda completa de lançamentos da L&PM:

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(clique para ampliar)

Peanuts de volta ao mundo da moda

A coleção “The Rodnik X Peanuts” da marca inglesa The Rodnik Band ganhou destaque no site da editora e consultora criativa da Vogue japonesa Anna Dello Russo. As peças da coleção, que já estão a venda em lojas selecionadas desde setembro deste ano, têm um ar pop e lúdico e são estampadas com imagens de Snoopy, Charlie Brown e toda a turminha, olha só:

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Bukowski no novo livro de David Coimbra

Neste sábado, 2 de novembro às 19h, David Coimbra autografa na Feira do Livro de Porto Alegre. As velhinhas de Copacabana e outras 49 crônicas que gostei de escrever, seu novo livro, traz textos que oferecem a experiência genuína, gratificante e insubstituível do prazer da leitura. Entre o mais variados temas das crônicas, até Bukowski está presente:

O velho Buk

Lembro bem quando me caiu nas mãos o meu primeiro Bukowski.

Cartas na rua.

Li aquilo e fiquei pensando: então alguém escreve assim! Alguém que faz a história escorrer página abaixo e faz com que ela penetre aravés dos poros dos dedos do leitor e logo a história já se lhe infiltra nas veias e lhe toma o corpo e a mente e o leitor é tomado, como se lhe atacasse a Bolha Assassina.

Ah, o Velho Buk não era como aqueles estilistas nacionais, chatos para parecer profundos.

Como há desses por aqui, Deus! No colégio, uma vez eles me vieram com O tronco do ipê.

Cara, foi uma dor ler O tronco do ipê.

Todas aquelas mocinhas que enrubesciam ao ver os rapagões cofiando os bigodes.

Passei a odiar personagens que cofiam.

Um personagem simplesmente não pode cofiar.

Sobre o que se trata O tronco do ipê? Quem é mesmo o maldito autor de O tronco do ipê? Não faço ideia.

Só sei que nunca mais quero ler O tronco do ipê, nem nada que seja remotamente parecido.

Mas o velho Buk não tinha nada disso.

O velho Buk escrevia sobre pessoas de verdade, que não falam por mesóclise.

Bem.

Tempos depois, alguém me disse, acho até que foi meu amigo Sérgio Lüdtke:

– Todas as pessoas precisam ler o John Fante!

Uau! Era importante aquilo. Fui ler o John Fante. Pergunte ao pó.

Mal abri o livro e com quem deparo na apresentação? Ele: o Velho Buk. E o Velho Buk dizia ali, sobre o John Fante, o que eu dizia sobre o Velho Buk: que John Fante escrevia com as entranhas.

Bukowski confessou ter se apaixonado de tal forma pelo personagem de Fante, um candidato a escritor chamado Arturo Bandini, que , certo dia, ao discutir com uma de suas ex-mulheres, brandou:

– Não me trate assim! Eu sou Arturo Bandini! Eu sou Arturo Bandini! Eu sou Arturo Bandini.

Gostaria de poder dizer isso.

Porque Arturo Bandini era um homem de verdade, que cedia aos seus desejos, sem ceder à sua integridade. E é disso que o mundo precisa: de pessoas que saibam aproveitar a vida sem se aproveitar das outras pessoas.

(Crônica de As velhinhas de Copacabana, de David Coimbra)

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Canini partiu, ele que foi um dos principais ilustradores do Zé Carioca

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O desenhista Renato Canini morreu dormindo na noite desta quarta-feira, 30 de outubro, aos 77 anos na cidade de Pelotas. Ele que foi um dos principais ilustradores do personagem Zé Carioca, da Disney e que ficou conhecido por dar às histórias do Zé Carioca, criado nos Estados Unidos, uma jeitinho mais brasileiro.

Em 1976, Canini participou do primeiro volume da Antologia Brasileira de Humor, editada pela L&PM. Além das charges que ilustraram cinco páginas do livro, ele também fez parte do conselho editorial da publicação.

A capa da Antologia Brasileira de Humor- Vol. I, publicada pela L&PM em 1976

O nome de Canini na capa da “Antologia Brasileira de Humor- Vol. I”, publicada pela L&PM em 1976

A página da antologia explicava quem era Canini

A página da antologia explicava quem era Canini

Charges de Canini

Charges de Canini

Manuscrito de Frankenstein ganha vida no Dia das Bruxas

O manuscrito original de “Frankenstein”, escrito por Mary Shelley durante o verão de 1816, será a peça central da primeira fase do Arquivo Shelley-Godwin cuja abertura será celebrada nesta quinta-feira, 31 de outubro, em um evento que acontece na Biblioteca Pública de Nova York.

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Não por acaso, o Dia das Bruxas foi escolhido para ser a data oficial do início deste projeto digital que vai reunir todos os manuscritos literários de Mary Shelley, de seu marido Percy Bysshe Shelley e de seus pais William Godwin e Mary Wollstonecraft – a “primeira família da literatura inglesa”, segundo classificação do próprio arquivo.

O manuscrito de “Frankenstein”, propriedade da biblioteca Bodleian de Oxford, é ele mesmo uma espécie de monstro reconstruído, explica Neil Fraistat, um dos líderes do projeto. Ele é composto principalmente de dois cadernos de notas escritos por Mary, com comentários de Percy. No site, os internautas podem apertar um botão para ver apenas as palavras escritas por um ou pelo outro.

Fraistat conta que durante seu relacionamento, as letras de Percy e Mary foram se tornando cada vez mais parecidas, dando origem a debates sobre que era responsável por quais trechos. Para ele, o arquivo digital dará a pesquisadores e fãs comuns uma ligação direta com a colaboração literária dos Shelley. Ele ressalta dois momentos em particular nos quais Percy deixa de lado o papel de editor e se dirige à mulher de forma mais íntima. Num deles, corrige a ortografia de “enigmatic”, usando um de seus apelidos favoritos, “pecksie”. Ela chamava o marido de “Elf”.

A próxima fase do arquivo online, financiado com uma verba de US$ 300 mil, trará manuscritos de “Prometheus Unbound” e cerca de 30 páginas de cadernos de Percy Shelley. Alguns deles, afirma Fraistat, revelam a influência de Mary no trabalho do marido.

Leia mais detalhes na matéria publicada no Jornal O Globo.

Jane Austen: orgulho e desagrado

Em julho deste ano, o Banco da Inglaterra anunciou que, a partir de 2017, as notas de 10 libras serão estampadas com o rosto da escritora Jane Austen. A notícia deixou orgulhosos os fãs da autora pelo mundo, mas desagradou profundamente a biógrafa Paula Byrne, autora de “The Real Jane Austen”, pois o retrato escolhido, segundo ela, teria sido “embelezado” e transformou a escritora numa “boneca bonita com olhos grandes e fofos”. Em entrevista à BBC, ela completou: “A roupa está errada e a imagem cria o mito de que Austen era uma solteira modesta e não uma autora de pensamento profundo. Ela estava à frente do seu tempo e o retrato original, feito por sua irmã Cassandra, mostra uma mulher inteligente e determinada.”

A Jane Austen Society, entidade que preserva a memória da escritora, aprovou o desenho e reafirmou à BBC que o Banco da Inglaterra “fez um bom trabalho”, uma vez que o único retrato autêntico da escritora é um desenho feito a lápis, que está na National Portrait Gallery.

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Retrato de Jane Austen no original (esquerda) e na nova nota de 10 libras

via Folha

Peanuts, Garfield e a publicidade

Para lançar um novo modelo de carro que era, na verdade, uma variação de um modelo já existente e aprovado pelo público, a Volkswagen utilizou os personagens de Peanuts e até o gato Garfield para sua campanha de marketing. A ideia era mostrar que o novo carro, chamado Crosspolo, trazia as mesmas funcionalidades e vantagens já conhecidas de seu antecessor, o Polo, só que com um toque mais selvagem. Assim nasceu a campanha “Just a bit wilder”:

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Carta inédita mostra como Stefan Zweig salvou um preso político de Mussolini

Nesta quarta-feira, 30 de outubro, às 19h, acontece a abertura da exposição “Stefan Zweig e o Caso Germani” no Centro Cultural Midrash no Rio de Janeiro. Entre fac-símiles das cartas e um filme sobre Zweig, a mostra apresenta uma carta inédita que o escritor austríaco enviou para Mussolini com o objetivo de salvar um preso político.

Segundo matéria publicada no Jornal O Globo, a carta foi encontrada por um historiador italiano, em 2006, em meio à papelada do arquivo nacional de seu país. E era muito estranha. Nela, o escritor austríaco, conhecido por sua defesa do pacifismo, bajulava um personagem inesperado: o ditador fascista Benito Mussolini (1883-1945). Zweig agradecia a Mussolini por “Sua” bondade (assim mesmo, com letra maiúscula) e declarava-se um admirador. O autor dizia, ainda, que o ditador havia salvado a vida de “uma senhora torturada”.

O documento remete à história de três personagens cujas vidas se cruzam. A “senhora torturada” era Elsa Germani, mulher de Giuseppe Germani, preso pelo regime de Mussolini depois de carregar o caixão do político socialista Giacomo Matteotti, seu amigo, pelas ruas de Roma. Foi Elsa que escreveu a Zweig pedindo que ele usasse sua fama para ajudar o marido — daí a carta dele a Mussolini, que atendeu ao pedido. A história ficou conhecida como “O Caso Germani”.

Cmovido com a história de Germani, Zweig bem que tentou, ao longo de meses, convencer amigos escritores a interceder junto ao regime fascista. Mas eram anos difíceis na Itália, e todos tinham medo. Como sabia que Mussolini era admirador de seus livros, resolveu escrever para o ditador em pessoa. Bajulando Mussolini, Zweig não questiona a sentença, mas pede clemência para Germani. Poucos dias depois, Mussolini manda transferir o médico para uma prisão onde pode receber visitas. Dois anos depois, Giuseppe Germani é solto.

Quando a carta apareceu, Zweig foi tratado por setores da imprensa italiana como admirador de Mussolini. — Eu vi essas notícias que saíram na Itália, mas não era nada disso. Os radicais continuam aí, intransigentes como sempre. A missão do Zweig era salvar uma vida, e ele conseguiu. Ele teve que bajular o Mussolini, claro. Não tinha outra forma de isso ser feito — diz o jornalista Alberto Dines, presidente da Casa Stefan Zweig.

O escritor austríaco, pacifista, encarou o sucesso na libertação de Germani como uma prova de que a palavra pode vencer a força bruta. Não à toa, escreveu empolgado para Romain Rolland, um de seus mentores intelectuais: “Acabo de obter o meu maior sucesso literário, maior ainda do que o Prêmio Nobel — salvei o doutor Germani”.

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Agora, toda a correspondência que Zweig enviou a Elsa, inédita, chega a público no livro “Contei com sua palavra, e ela foi como uma rocha — Como Zweig salvou Giuseppe Germani dos cárceres de Mussolini”, editado pela Casa Stefan Zweig. O lançamento acontecerá junto com a abertura da exposição, às 19h, no Midrash. E, no sábado, 02 de novembro, uma mostra semelhante será aberta na própria Casa Stefan Zweig, em Petrópolis, onde o autor de Brasil, o país do futuro (publicado na Coleção L&PM Pocket) viveu até se suicidar, em 23 de fevereiro de 1942.

Os eventos acontecem no momento em que o cineasta francês Patrice Leconte se prepara para lançar, em janeiro, “Uma promessa”, baseado no conto “Viagem ao passado”, de Zweig. E também enquanto o diretor Matt Zemlin roda o filme “The week before”, uma nova versão do romance “Carta de uma desconhecida”. Os dois filmes fazem referência ao Caso Germani.

A abertura da mostra e o lançamento do livro contarão com a presença da jornalista Monika Germani, nora de Giuseppe e viúva de seu filho Hans. Ela, que está no Brasil especialmente para o evento, entrou em contato com a Casa Stefan Zweig em 2010. Kristina Michahelles, diretora da instituição, aproveitou uma viagem à África do Sul para ver as cartas e organizou a publicação.

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O cartaz da exposição e lançamento do livro

Clique aqui e leia mais na matéria publicada no Jornal O Globo de 30 de outubro de 2013.

Os 45 anos de carreira de Edgar Vasques

O cartunista Edgar Vasques, criador do “Rango”, personagem do primeiro livro publicado pela L&PM, em 1974, está comemorando 45 anos de carreira. Para marcar a data, será lançado nesta terça-feira, dia 29 de outubro, em Porto Alegre, o livro “Edgar Vasques – Desenhista crônico” (org. de Susana Gastal), que reúne boa parte da produção do artista.

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Além do livro, a obra de Edgar Vasques pode ser contemplada pelo público na exposição homônima que fica em cartaz no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo de 30 de outubro de 2013 a 31 de janeiro de 2014 (terça a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 11h às 18h).