Arquivo da tag: Agatha Christie

Quer brincar de boneca?

Por Paula Taitelbaum

Literary Greats Paper Dolls” é um livro que, para aqueles que um dia já amaram bonecas de papel (como eu!) e que agora amam escritores (como eu!), desperta mais do que a cobiça. Desperta uma euforia. Meu encontro com ele foi há uns quinze dias, quando eu vasculhava as prateleiras da Livraria Travessa, em Ipanema. Nas suas páginas coloridas, encontrei bonecas de papel dos maiores escritores da literatura! Com roupinhas incríveis que sairam das  histórias ou personagens de cada um desses autores clássicos. E como hoje é aniversário de Edgar Allan Poe (ele nasceu em 19 de janeiro de 1809), vou ser boazinha e emprestar a minha boneca de papel Poe pra vocês. Pra ampliar a imagem, é só clicar sobre ela.

E pro Poe versão boneca não ficar tão sozinho na brincadeira, também vou empresar minha Agatha Christie “paper dool” . É só mandar imprimir, recortar e se divertir.


O livro “Literary Greats Paper Dolls” é uma publicação da editora norte-americana Dover Publications. Entre os escritores retratados como bonecas de papel, a maioria faz parte do catálogo L&PM como Oscar Wilde, Sir Arthur Conan Doyle (esse ganhou até roupinha de fada!), Charles Dickens, Dostoiévski, Scott Fitzgerald, H. G. Wells, Jane Austen, Jack London, Lewis Carrol (adivinha se não tem roupinha de Alice pra ele?), Tolstói, Mary Shelley, Mark Twain, Shakespeare e Robert Louis Stevenson. Qualquer dia desses eu posto mais alguns deles por aqui…

Um banho de Agatha Christie

No post “Agatha Christie na crista da onda“, mostramos uma foto da Rainha do Crime na areia, ao lado de uma imensa prancha de surf, nos tempos em que ela surfava em Honolulu – junto com um texto em que a própria escritora conta a experiência (que quase a afogou). Mas a foto que tínhamos era dela fora da água. Agora, acabamos de achar uma imagem de Agatha dentro do mar. Só falta encontrar uma com ela pegando onda.

Agatha Christie morreu há exatos 36 anos, em 12 de janeiro de 1976, de causas naturais. A L&PM possui mais de 40 títulos da escritora e em 2012 vem mais por aí.

Catálogo L&PM e-books chega a 400 títulos

A boa notícia de final de ano é essa: estamos chegando aos 400 títulos em e-book e, no início de janeiro, o catálogo de livros digitais da L&PM já terá ultrapassado esta marca. São opções dos mais variados gêneros e autores para todos os gostos que incluem Jack KerouacBukowski, Balzac, Nietzsche, Moacyr Scliar, Millôr Fernandes, Jane Austen, Agatha Christie, Georges Simenon, Patricia Highsmith, Caio Fernando Abreu, Eduardo GaleanoMartha Medeiros, entre muitos outros. Há romances, contos, poesia, ensaios, quadrinhos. 

A distribuição dos e-books L&PM é feita pela DLD (Distribuidora de Livros Digitais), que é administrada por um grupo que reúne as editoras Record, Objetiva, Sextante, Rocco, Planeta e, claro, L&PM. A DLD possui acordo operacional como as livrarias Saraiva, Cultura, Curitiba e com os portais Positivo, Abril e Copia. Ou seja: basta clicar aqui, escolher entre estas centenas de opções, entrar no site das livrarias e… feliz download 2012!

53. Três gerações de amizade e parceria

Por Ivan Pinheiro Machado*

Carlos Augusto Lacerda, meu amigo, dublê de surfista e brilhante editor, foi a terceira geração na proa da editora Nova Fronteira, esta que foi uma das maiores e mais importantes do mercado brasileiro. Pois coube a ele, em 2008, a dura missão de vender o respeitado e admirado negócio familiar para o grupo Ediouro.

Hoje, Carlos Augusto segue com o mesmo entusiasmo à frente da Editora Lexikon, especializada em livros de referência e dicionários em geral, com a autoridade do know how adquirido como editor do célebre Aurélio. Foi na editora Nova Fronteira que o mais famoso dicionário brasileiro adquiriu o respeito e a celebridade que goza até hoje.

Carlos Lacerda

A história da L&PM, em mais de 30 anos, se entrelaça ocasional e sistematicamente com a história dos editores Lacerda. Em 1974, Lima e eu chegávamos ao Rio de Janeiro com pouco mais de 20 anos para procurar um distribuidor para nossa recém fundada editora, que possuía apenas três livros em seu catálogo. Tínhamos uma carta de recomendação do jornalista e intelectual Mario de Almeida Lima (pai de Paulo Lima, o “L” da L&PM) ao seu amigo Carlos Lacerda, ex-governador do Rio de Janeiro, protagonista da cena política brasileira durante mais de três décadas. Nós queríamos que a Nova Fronteira distribuísse nossos livros no Rio. Lembro bem quando o Lima e eu chegamos no casarão de Botafogo, sede da editora, para a esperada entrevista com Carlos Lacerda. Defenestrado pela ditadura militar de quem se tornara inimigo, longe da linha de frente da política, Lacerda dedicava-se à sua editora e à pintura. Estávamos no jardim do casarão, quando vimos um homem grande atravessando o pátio e carregando, com uma certa dificuldade, uma grande tela de pintura. Ele parou e ficou nos olhando. Estávamos imobilizados diante daquela figura histórica. Afinal, era raro o dia em que não aparecia, estampado nos jornais, a sua foto de dedo em riste ou sua caricatura desenhada por algum dos grandes cartunistas do país.

Carlos Lacerda não agiu como o exuberante orador que conhecíamos pela imprensa. Muito pelo contrário. Mansamente, perguntou o que queríamos. O Lima identificou-se e ele abriu um sorriso ao ouvir o nome do seu amigo Mario de Almeida Lima. E a partir de então, naquele distante 1974, a Nova Fronteira passou a distribuiu nossos livros. Alguns anos depois, estabelecemos um contrato de exclusividade com um distribuidor e encerramos nossas relações comerciais.

Uma década mais tarde, tornei-me amigo de Sérgio, filho de Carlos Lacerda, que assumia com seu irmão Sebastião, o comando da empresa familiar. Foram muitas lembranças divertidas e agradáveis em conversas, jantares e churrascos pelo Rio Grande, Rio, Lisboa, Paris e principalmente Frankfurt, onde convivíamos todos os anos. Sérgio morreu aos 52 anos deixando-nos carentes de sua amizade e de sua liderança. Coube a ele comandar o grande salto da Nova Fronteira na década de 80. Ele trouxe para sua editora os principais autores brasileiros, recém saídos da então agonizante editora José Olympio. O seu ótimo catálogo foi então reforçado por Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Jorge de Lima, Josué Montello, Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, João Cabral de Mello Neto entre outros.

É aí que entra o nosso amigo Carlos Augusto Lacerda, terceira geração de editores, filho de Sérgio. Com ele firmamos as parcerias entre Nova Fronteira e L&PM POCKET, publicando Agatha Christie e Georges Simenon na nossa coleção de bolso. No final da década de 2010, ao sair da NF, Carlos Augusto fundou a Lexikon e nós retomamos – como velhos amigos – a nossa parceria. Deste vez com o prestigiado dicionário Caldas Aulete (“Aulete de bolso”) e outros livros de referência como “Dicionário de dificuldades da língua portuguesa” de Domingos Paschoal Cegalla, e “Gramática do português contemporâneo” de Celso Cunha.

Aulete de bolso, o dicionário que é uma parceria com a Lexikon, editora de Carlos Augusto Lacerda

Nós aqui na L&PM, que tivemos o privilégio de conviver com estas três gerações de editores, nos sentimos gratificados, pois fomos testemunhas da formação de uma das grandes editoras brasileiras. Uma família que soube conduzi-la por quatro décadas e deixou mais do que um grande acervo editorial, um exemplo de correção profissional, talento editorial e generosidade no trato e na relação com seus amigos.

* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quinquagésimo terceiro post da Série “Era uma vez… uma editora“.

O retrato de Agatha Christie

“Em Celia, muito mais do que em qualquer outro personagem, nós temos um retrato de Agatha”. A frase, de Max Mallowan, o segundo marido de Agatha Christie, refere-se à personagem de Retrato inacabado, seu segundo romance não policial, publicado sob o pseudônimo de Mary Westmacott.

No livro, Celia é uma bela e interessante mulher que, numa ilha exótica, encanta Larraby,  um célebre pintor de retratos. Ao perceber que ela está prestes a cometer um ato extremo, o artista resolve escutar sua história e, a partir daí, elabora o retrato de Celia não com pinceladas, mas com palavras. E assim, ele reconstrói sua vida desde o nascimento até os dias atuais. “Celia era uma garotinha séria. Ela pensava um bocado sobre Deus e sobre ser boa e pura. Quando puxava um ossinho da sorte, sempre desejava ser boa. Celia era sem dúvida uma puritana, mas ao menos guardava seu puritanismo para si. Às vezes tinha um medo horrível de ser ‘mundana’ (palavra misteriosa e perturbadora!), em especial quando toda vestida de musselina engomada e com uma grande cinta amarelo-ouro, pronta para descer para a sobremesa. Mas no geral vivia complacentemente satisfeita consigo mesma. Ela era uma das eleitas. Estava salva” (Trecho de Retrato inacabado).

Será que a garotinha Agatha era assim também? Séria ela provavelmente era, como mostra a foto abaixo:

Escrito sob o pseudônimo de Mary Westmacott, e lançado pela primeira vez em 1934 na Inglaterra, Retrato inacabado  é considerado um romance “semi-biográfico” de Agatha Christie. A escritora conseguiu manter por quinze anos o segredo de seu pseudônimo e, ao todo, publicou seis romances assinados com este nome. A L&PM já publica três deles.

A história dos bestsellers

Quem nunca leu um Bestseller? Velho conhecido do público leitor, ele significa, literalmente, “Melhor vendido” ou, num português mais sonoro, o livro “Mais vendido”. O termo foi registrado pela primeira vez em 1889 pelo jornal norteamericano “The Kansas Times & Star”, mas o fenômeno da popularidade imediata de um livro é bem anterior a isso.

Os primeiros Bestsellers que se têm notícia eram, em sua maioria, religiosos. E não estamos falando da Bíblia que, quando começou a ser vendida, era considerada uma publicação “cara”. Para figurar no topo da lista, era fundamental que um livro fosse pequeno e, portanto, barato. Versões em pocket do Apocalipse, por exemplo, eram muito populares e vendidas em larga escala num formato que era chamado de “block-book”.

Na lista dos maiores bestsellers da história estão A Tale of Two Cities (Um conto de duas cidades) de Charles Dickens, publicado originalmente em 1859 e que vendeu mais de 200 milhões de cópias. Também está lá O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien que, lançado em 1954, teve venda superior a 150 milhões de livros. O sonho da câmera vermelha, de Cao Xueqin, originalmente lançado em chinês, vendeu mais de 100 milhões. Nesta faixa, aparece também Agatha Christie cujo maior sucesso, O caso dos dez negrinhos (que a L&PM publica em quadrinhos) também chegou aos 100 milhões de livros vendidos. Claro que aqui não estamos contando a Bíblia, o Alcorão e outros do gênero que já venderam bilhões pelo mundo afora.

E por falar em Bestseller, Feliz por nada, de Martha Medeiros, está mais uma vez no topo da lista dos mais vendidos da Revista Veja desta semana. Uma notícia que é… “the best” pra nós.

Entrevista com o capista de Agatha Christie

Se você conhece as capas dos livros de Agatha Christie, deve ter notado que elas seguem um mesmo padrão gráfico, com um design meio retrô . Pois o responsável pela criação desta série de capas é o ilustrador e artista inglês David Wardler. David desenhou as capas para a HarperCollins, editora britânica que publica Agatha Christie em pocket na Inglaterra. Elas foram compradas pela L&PM Editores e agora chamam a atenção por aqui. Conversamos por email com David para saber como este trabalho começou e qual a sua capa favorita. Infelizmente, a preferida do artista ainda não está entre os 42 títulos já publicados na Coleção L&PM POCKET. Pelo menos não por enquanto…

L&PM: Quando você começou a desenhar as capas dos livros de Agatha Christie?
David:
Eu comecei a trabalhar para a HarperCollins assim que saí da Universidade. Trabalhei por seis anos com uma ampla gama de capas, fazendo parte do time “da casa”. Antes de virar freelancer, mudei-me para outra editora. Alguns anos depois de ter virado free, a HarperCollins ligou-me perguntando se eu estaria interessado em fazer as capas da metade dos títulos de Agatha Christie que eles tinham no catálogo.

L&PM: Quantas capas de livros da Agatha você já criou?
David: No total, trabalhei em aproximadamente 45 títulos da autora. Eu já havia trabalhado em brandings para os títulos da Agatha Christie quando ainda estava na HarperCollins, mas eram projetos menores de dois ou três títulos, edições especiais e de aniversário.

L&PM: Você tem alguma capa favorita?
David: Minha favorita é The Hollow.

L&PM: Você certamente leu os livros antes de fazer o design das capas. Você tem algum título favorito?
David: Acho que o meu livro favorito é o clássico Assassinato no Expresso do Oriente.

L&PM:  Você já era um leitor e/ou fã dos livros da Agatha antes de ser contratado para fazer as capas?
David: Não me descreveria como um grande fã, mas sempre estive bem ciente dos livros e das inúmeras adaptações feitas para TV e cinema. Eu também estava bem atento às fantásticas capas feitas para a primeira edição dos livros da Agatha Christie.

L&PM: Você teve alguma inspiração especial para criar o design dessas capas?
David:
Eu gosto muito de antigos cartazes ferroviários e pôsteres undergrounds dos anos 1950, que eram muito populares aqui no Reino Unido. Ilustrações de pessoas como Walter Spadberry.

15 de setembro foi o aniversário de Agatha Christie (121 aninhos!) e fizemos uma votação no QG do blog L&PM para ver quais eram as favoritas do pessoal. Aqui estão elas (clique para ampliar e ver melhor todos os detalhes):

A arqueóloga que fascinou Agatha Christie

Acaba de chegar por aqui um novo título de Agatha Christie. E ao abrir a primeira página de Os 13 problemas, o que se lê antes do Sumário é uma dedicatória: “Para Leonard e Katherine Wooley”. Mas, afinal, quem é o casal Wooley a quem a Rainha do Crime dedicou este seu livro?

Depois de se divorciar de seu primeiro marido, Archie, Agatha resolveu viajar pelo Oriente. Após passar por Bagdá, decidiu que iria a Ur. Como já era uma escritora famosa, seus agentes organizaram tudo. Entre os preparativos, foram contatados Leonard e Katherine Woolley, os arqueólogos que estava à frente de uma grande escavação em Ur. Em sua autobiografia, Agatha Christie conta seu primeiro encontro com eles: “Os Wooleys tinham tudo muito bem organizado: os visitantes iam sozinhos dar uma volta pelas escavações, sendo-lhes mostrado o essencial, e depois eram delicadamente postos para fora. Fui recebida, porém, amavelmente, como hóspede importante e deveria ter dado a esse fato muito maior apreço do que realmente dei. Esse tratamento em relação a mim foi inteiramente devido ao fato de Katherine Wooley, a mulher de Leonard Wooley, ter justamente acabado de ler um dos meus livros, O Assassinato de Roger Ackroyd (…). A Sra. Wooley levou tão longe seu entusiasmo que perguntou aos outros membros da expedição se já haviam lido meu livro, e os que não leram foram severamente censurados”

Agatha Christie descreveu Katherine Wolley como uma mulher extraordinária (que logo se tornaria uma de suas melhores amigas): “As pessoas ficavam sempre divididas entre detestarem-na com ódio feroz e vingativo, ou ficarem fascinadas por ela – possivelmente por mudar tão rapidamente de disposição que tudo nela era imprevisível (…) Os assuntos que ela falava nunca eram banais. Tinha capacidade de estimular o intelecto dos outros, encaminhando-os por veredas que antes jamais lhes haviam sido sugeridas”. Tão encantada Agatha ficou por ela que a personagem principal de Morte na Mesopotâmia, Louise Leidner, foi inspirada nela. Poirot, assim como sua criadora, fica fascinado pela personalidade da esposa do arqueólogo-chefe. Que mulher não devia ser mesmo essa Katherine…

Katherine e Leonard Wooley, em primeiro plano, nas escavações de Ur (clique para ampliar)

Especial Hercule Poirot no Telecine Cult

“Altura, um metro e sessenta e dois; a cabeça, do formato de um ovo, ligeiramente inclinada para um lado; olhos de um verde brilhante quando excitado; espesso bigode hirsuto como costumam usar os oficiais do Exército; e uma pose de grande dignidade”. É assim que, em sua autobiografia, Agatha Christie descreve seu mais célebre personagem: Hercule Poirot. 

De nacionalidade belga, embora muitos pensem que é francês, Poirot é um personagem bem vestido e pouco modesto que, por vezes, pode “obrigar” seu amigo Hatings a explicar aos outros quem ele é. Seu sobrenome vem de “poireau” que, em francês, significa alho-porró ou verruga e sua primeira aparição foi no livro de estreia de Agatha Christie, O misterioso caso de Styles, de 1921. 

Este mês, o canal Telecine Cult homenageia este que é o mais extravagante dos detetives da literatura e exibe, às segundas-feiras do mês de agosto, sempre por volta das 18h, quatro adaptações de histórias protagonizadas por Hercule Poirot. O Especial Hercule Poirot oferece títulos da série britânica “Agatha Christie’s Poirot”, com o ator David Suchet no papel principal. Encontro com a Morte abriu o especial no dia 1º. No dia 8 é a vez de Um Gato entre os Pombos . A Morte da Sra. Mcginty vai ao ar no dia 15. E para encerrar o especial, no dia 22, o canal apresenta A Terceira Moça

Em agosto, Telecine Cult exibe filmes com o mais extravagante dos detetives

 

Conheça o Hotsite Agatha Christie e saiba tudo sobre a Rainha do Crime.

Quando uma atriz famosa caiu na teia de Agatha Christie

“A terceira peça que tive representada em Londres (todas ao mesmo tempo) foi ‘A Teia da Aranha’, escrita especialmente para Margaret Lockwood. Peter Saunders pedira-me para me encontrar com ela e para conversarmos sobre esse assunto. Margaret Lockwood disse-me que gostava da ideia de eu escrever uma peça para ela e perguntei-lhe, exatamente, de que gênero de peça gostaria. Disse-me imediatamente que não gostaria de continuar desempenhando papéis sinistros e melodramáticos, e que fizera filmes demais, ultimamente, em que fora a mulher má. Queria representar comédias. Acho que estava com a razão, porque tinha enorme talento para comédia, tanto quanto para papéis dramáticos. É ótima atriz e possui um ritmo perfeito, que a torna capaz de dar ao texto seu verdadeiro peso. Também gostei muito de escrever a parte de Clarissa em ‘A Teia da Aranha’. A princípio, houve certas hesitações quanto ao título; hesitamos entre ‘Clarissa Encontra um Cadáver’ e ‘A Teia da Aranha’; mas, por fim, o último título levou a melhor. Ficou em cena dois anos e eu me senti muito feliz com ela. Quando Margaret Lockwood conduzia o inspetor de polícia pelo caminho do jardim, era encantadora.” (Agatha Christie em trecho de sua Autobiografia

Agatha Christie e Margaret Lockwood

Encenada pela primeira vez em 1954 com Margaret Lockwood no papel de Clarissa, A Teia da Aranha  é uma peça de comédia e mistério escrita por Agatha Christie de grande sucesso nos palcos londrinos. Após a morte da autora, o texto foi adaptado pelo também escritor Charles Osborne e virou um romance. Osborne manteve tudo igual ao original – trama, personagens e diálogos – mas acrescentou algumas pequenas descrições para facilitar a leitura (ex.: “Explicou o inspetor”, “Miss Peak exclamou”, “Continuou ele, voltando-se para Clarissa”). 

Antes de chegar à Coleção L&PM POCKET, A Teia da Aranha era inédito no Brasil. Com um enredo bem-humorado, repleto de truques e reviravoltas, esta criação de Agatha Christie começa quando o corpo do desagradável Oliver Costello aparece misteriosamente na casa de campo do distinto casal Henry e Clarissa Hailsham-Brown. Acreditando tratar-se de um acidente, Clarissa decide esconder o cadáver. E é justamente isto o que ela está fazendo quando chega à casa o inspetor Lord, que acaba de receber um telefonema com a denúncia de um homicídio. O que vem depois, além de muitas surpresas, é uma boa dose de diversão.

Quer saber mais sobre a Rainha do Crime e seus livros? Visite o Hotsite Agatha Christie.