Woody Allen gigolô

Como se já não bastasse a produção quase industrial de um longa metragem por ano, Woody Allen ainda arranja tempo para atuar em outros filmes. Desta vez, ele participa do novo trabalho de John Turturro ao lado de Sharon Stone, Sofia Vergara e Vanessa Paradis. Allen e o próprio Turturro, que também faz parte do elenco, interpretam uma dupla de amigos que decide ganhar dinheiro no mundo do sexo pago. Fioravante, personagem de Turturro, se torna uma espécie de Don Juan profissional e é agenciado pelo amigo Murray (Woody Allen). Mas é claro que isso não vai acabar bem, já que algumas das clientes no novo negócio são as personagens de Sharon Stone, Sofia Vergara e Vanessa Paradis.

Quando menos esperam, eles se vêem enrolados nas garras afiadas e conflitantes do amor e do dinheiro. Apesar do desfecho desastroso que se anuncia, não vá ao cinema esperando ver drama. Afinal, onde tem Woody Allen tem também boas risadas! A comédia se chama “Fading Gigolo” e estreia em 2013 nos EUA.

Neste vídeo, o diretor fala sobre o filme e sobre como é trabalhar com Woody Allen no elenco:

Enquanto o filme não estreia, as boas risadas ficam por conta dos livros de Woody Allen publicados na Coleção L&PM Pocket: Sem plumas, Adultérios, Cuca fundida e Que loucura!.

“Uma história do mundo”: um livro que faz você se apaixonar pela História

Por Ivan Pinheiro Machado*

Está chegando nas livrarias um grande livro: Uma história do mundo de David Coimbra. Trata-se de um projeto que poderá ter muitos volumes, mas este primeiro pretende contar para o leitor como foi que chegamos ao que somos – se é que me entedem… Explicando: David quer mostrar como aconteceu a civilização, a primeira cidade, a monogamia (!!!), como o homem civilizado chegou a um Deus único e, consequentemente, como nasceu a culpa. Com absoluto domínio do tema, o autor, dono de um texto reconhecidamente impecável, percorre os séculos numa narrativa sempre bem-humorada.

Em Uma história do mundo o leitor vai se divertir com esta jornada impressionante do ser humano rumo à civilização. Dos solteiros Neandertais a Freud, passando por Angelina Jolie, Moisés, Abraão, Alexandre Magno e Sodoma & Gomorra, o leitor terá um instigante panorama sobre a constituição da humanidade. E vai saborear a história de um outro ângulo, até então imperceptível nas visões acadêmicas e sisudas que normalmente tratam do tema. Começando com os primeiros vestígios de vida humana na terra  e viajando entre os patriarcas hebreus e os povos do Oriente Médio, o autor dá um salto no tempo para Napoleão e os grandes arquélogos da História – passando com engenhosidade e um toque de humor por Homero, Megan Fox e Dilma Rousseff, entre centenas de outros grandes personagens – retornando para o antigo Egito, onde grande parte da consciência do homem foi urdida.

A capa de "Uma história do mundo"

Atraente e vibrante como um romance, ele aborda a história de forma absolutamente precisa, entregando ao leitor a História como ela é, com “H” maiúsculo, buscada nas fontes mais confiáveis e universalmente aceitas.  Do mesmo autor de Jogo de Damas, Canibais – paixão e morte na rua do Arvoredo, Um trem para Suíça, Pistoleiros também mandam flores, entre outros sucessos.

*Ivan Pinheiro Machado é editor da L&PM Editores

Nova York reverencia Andy Warhol: grande exposição no Metropolitan

O Metropolitan Museum of Art é um prédio enorme, de uma arquitetura sobriamente neoclássica, que lhe confere um aspecto sisudo e solene. Afinal, ele é praticamente único, solidamente instalado no lado Leste do Central Park, no coração de Nova York, na Quinta Avenida, número 1.000. É considerado o segundo maior museu do mundo, sendo o Louvre, em Paris, o primeiro. O Louvre exibe a monumental coleção de arte clássica, tendo no seu acervo – como todos sabem – a Monalisa. A chamada “arte moderna” está representada no Museu d’Orsay, há poucas quadras, do outro lado do Sena. Já o Metropolitan abriga a arte clássica e preciosidades da arte moderna sob o mesmo teto. O melhor da arte de todos os tempos está lá, de Johannes Van Vermeer a Picassos em profusão – inclusive o célebre retrato de Gertrude Stein – além de Monets, Pissaros, Manets, Cezannes e Modiglianis inesquecíveis entre centenas de outros grandes pintores.

Agora, o grande museu decidiu celebrar Andy Warhol, o rei do pop. Até o dia 31 de dezembro, está aberta ao público a grande exposição “Regarding Warhol: Sixty artists, fifty years”. São 45 obras de AW ao lado de 100 obras produzidas por 60 artistas que tiveram e assumiram influências decisivas de Warhol – entre eles, alguns dos maiores pintores americanos de todos os tempos.

Catálogo da exposição "Regarding Warhol: Sixty artists, fifty years"

Morto por um erro médico em 22 de fevereiro de 1987, nem no mais delirante dos sonhos, o frágil emigrante tcheco deslumbrado com a cultura das celebridades, imaginairia que, um dia, o velho Metropolitan se curvaria para sua obra.

Veja aqui a excelente matéria de autoria de Audrey Furlaneto e Catharina Wrede, veiculada pelo jornal O Globo de 23/09/2012, sobre a exposição e sobre a imensa valorização dos quadros de Andy Warhol. (Ivan Pinheiro Machado)

Livro de A. S. Franchini recebe título de “Altamente recomendável” da FNLIJ

A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), respeitável instituição que representa em nosso país a International Board on Books For Young People, acaba de dar o certificado de “Altamente Recomendável FNLIJ 2012 – produção 2011” ao livro “As 100 melhores lendas do folclore brasileiro” de A. S. Franchini.

Este certificado é um título extremamente honroso para todos aqueles autores que o recebem, já que confere um grau de excelência à obra. A FNLIJ e a IBBY são extremamente rigorosas nos seus critérios e esta recomendação é uma referência para todos aqueles professores e educadores que trabalham com jovens leitores em nosso país.

A. S. Franchini tem uma obra extensa e consistente onde ele consegue transportar para o grande público histórias clássicas e folclóricas, tanto do Brasil como de várias partes do mundo.

Abaixo os seus principais livros:

“As melhores lendas do folclore brasileiro”

“As grandes histórias da mitologia Greco-romana”

“As melhores histórias da mitologia” (com Carmen Seganfredo)

“Akhenaton e Nefertiti” (com Carmen Seganfredo)

“As melhores lendas medievais” (com Carmen Seganfredo)

“As 100 melhores histórias da Bíblia” (com Carmen Seganfredo)

“Deuses, heróis e monstros” (com Carmen Seganfredo)

A grande literatura numa pequena novela

Por Ivan Pinheiro Machado*

O coração das trevas de Joseph Conrad (1857-1924) é um dos grandes livros da literatura universal. A obra entrou para o “universo pop” quando foi adaptada, em 1979, para o cinema por Francis Ford Coppola, com o título de “Apocalypse Now”. Uma extraordinária produção que conseguiu manter a aura e a incrível atmosfera do livro. Transposto a história para a guerra do Vietnã (o livro de Conrad se passa no final do século XIX, no antigo Congo Belga, hoje República Democrática do Congo), o filme de Coppola tem um elenco notável, com Robert Duval, Martin Sheen, Harrison Ford, Dennis Hopper e… Marlon Brando.

Em meados de 2010, a Coleção POCKET lançou a novela A linha de sombra, também de Joseph Conrad, publicada originalmente em 1917 – 15 anos depois da obra prima O coração das trevas – com a excelente tradução de Guilherme da Silva Braga. Estou relembrando este lançamento para enfatizar ao leitor deste blog que A linha de sombra é um livro es-pe-ta-cu-lar.

Leia, por favor! E fique impregnado da grande literatura. Leia e tenha a rara e maravilhosa sensação de que leu um grande livro. Não vou contar a história. Só vou dizer que é um livro emocionante. Trata da “linha de sombra”, que é a passagem penosa da juventude para a idade adulta. Fala dos mares do oriente, de calmarias, de navios, pestes e trovões. De homens duros, de loucos. Mas trata basicamente de um tema muito caro a Conrad: a lealdade. A ponto de dedicar seu livro a homens “dignos de meu imorredouro respeito”.

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.

Os belos e malditos Fitzgeralds

Antes de publicar O grande Gatsby, seu romance mais famoso e uma das obras de língua inglesa mais aclamadas do mundo, F. Scott Fitzgerald escreveu Os belos e malditos, uma espécie de história de amor autobiográfica.  No livro, Anthony Patch, um herdeiro milionário formado pela Universidade de Harvard, e Gloria, sua mulher, formam um glamuroso e irresponsável casal que vive em Manhattan e assiste, impotente, a seu espetacular e trágico declínio. Muito mais do que um romance que retrata as loucuras e extravagâncias da chamada Era do Jazz por alguém que a viveu intensamente, esta é a história do próprio casal Fitzgerald.

Os toques autobiográficos estão presentes em boa parte da obra de F. Scott Fitzgerald, tanto que chegou um momento em que ficção e realidade passaram a se confundir, como se ele previsse em seus livros as desventuras que aconteceriam na vida do casal. Em 1930, quando Zelda sofreu um colapso nervoso total após sucessivas crises, Francis confessou: “às vezes, não sei se Zelda e eu somos de verdade ou personagens de um dos meus romances”.

Mais tarde, em 1934, lutando contra uma montanha de dívidas, escreveu Tender is the night, antes de proclamar sua própria “falência emocional” em uma série de ensaios confessionais publicados na revista Esquire e reunidos junto com outros escritos no livro Crack-up da Coleção L&PM Pocket.

Baita livro

Por Juremir Machado da Silva*

Luiz Antonio de Assis Brasil sempre escreveu bem. Já tem seu lugar garantido entre os melhores escritores gaúchos de todos os tempos, que não são muitos, os tempos. Terá, apesar disso, de suportar um clichê que vou cometer agora: está como o bom vinho. Cada vez melhor. Leio-o desde quando eu tinha 22 anos e sonhava em mudar o mundo. Infelizmente para pior. Fui, talvez, o primeiro a resenhar “Videiras de Cristal“. Quando Assis publica um livro, corro para ler. Imaginava que ele andasse absorto na sua labuta de secretário estadual da Cultura e longe da carpintaria da literatura. Nada disso. Ele acaba de lançar “Figura na Sombra” (L&PM). Em linguagem de crítico literário, um romance soberbo. Em bom português, um baita livro. É a história do francês Aimé Bonpland, naturalista e companheiro de viagem de Humboldt por este Novo Mundo.

Bonpland teve uma existência errante. Escalou, com Humboldt, o vulcão Chimborazo e navegou pelas águas do Orenoco até o rio Negro, comprovando a existência dessa ligação através do Canal de Casiquiare. Mais tarde, depois de um retorno à Europa, mudou-se para Buenos Aires. Apaixonou-se pela yerba, a erva-mate. Retomou suas aventuras. Foi prisioneiro de El Supremo, o déspota esclarecido do Paraguai. Abandonou e foi abandonado por mulheres estranhas. Antes disso, cuidou e desenvolveu os jardins de Malmaison, o castelo da imperatriz Josefina, mulher de Napoleão, por quem teria se apaixonado. Foi chamado de vários nomes, especialmente de Gringo “loco”. Teve a vida que muita gente gostaria de ter, inclusive eu, por algum tempo. Assis Brasil mergulha esse personagem bizarro, sábio, iluminado, teimoso numa atmosfera de profunda solidão. Sofreria por amor à sua eterna Josefina? Ou por amor platônico a Humboldt? “Figura na Sombra” deixa essa porta aberta. Se não rolou, foi por medo de Bonpland. Humboldt parecia bem chegado.

Humboldt virou um mito. Bonpland, embora reconhecido e admirado, ficou em segundo plano. Sofria com isso? Teria voltado ao fim de mundo para aplacar o seu ressentimento? Humboldt quis provar a lógica perfeita da natureza. Bonpland intuía que tudo é caos. Ganhou a parada? Hipóteses, especulações, probabilidades… Assis Brasil faz o coração do leitor se apertar. Que puta solidão! Que tristeza! Quanta mágoa, quanta loucura, quanto silêncio, quanta dor! Há mistério, ambiente, imaginário e fantasia em cada página. O autor domina a palavra como um tirano iluminado e iluminista. Se em alguns livros sua narrativa parecia recuperar a estética do século XIX, em “Figura na Sombra” se vê, de corpo inteiro, o narrador deste século XXI, ágil, sintético, curto-circuitando a descrição, alternando ruptura e continuidade, abraçando uma ficção cósmica quântica, uma simulação engenhosa de linearidade feita de saltos e lirismo. Tem balanço de emoções, sinuosidade, um ritmo.

Assis Brasil é escritor de fato: ninguém se atreverá a perguntar-lhe se o que conta é verdadeiro. A pergunta não faz sentido. Só um imbecil a faria. Afinal, como poderia a ficção convincente ser falsa? Impossível.

* Juremir Machado da Silva é escritor, jornalista, tradutor e professor universitário. Esta crônica foi publicada originalmente em sua coluna diária do Jornal Correio do Povo no dia 23 de setembro de 2012.

Árvores poéticas

Hoje, 21 de setembro, é Dia da Árvore. Para homenageá-las, publicamos aqui dois sonetos especialmente escolhidos pelo escritor Sergio Faraco, vindos das páginas do livro As árvores e seus cantores (Editora Unisinos), organizado por ele junto com Maria do Carmo Conceição em 1999. Lembrando que amanhã, 22 de setembro, a primavera adentra o hemisfério sul trazendo suas cores e perfumes e deixando as árvores ainda mais floridas.

Árvore antiga

Freitas Guimarães (Caldas/MG, 1873 – Santos/SP, 1944)

É um carvalho secular, gigante:
o velho tronco, rijo, que o machado
poupou, e o vendaval desencadeado
não conseguiu jamais ver vacilante…

O velho tronco, ainda palpitante,
vive de cima abaixo agasalhado
em túnica de flores, coroado
de ramaria esplêndida e pujante!

Erguido ali, de pé, do alto fitando
as árvores que vivem disputando
a sua altura e o seu viver em festa,

orgulhoso de sua majestade,
cheio de ninhos e de alacridade,
parece um rei no seio da floresta!

* * *

A floresta

Augusto dos Anjos (Espírito Santo/PB, 1884 – Leopoldina/MG, 1914)

Em vão com o mundo da floresta privas!…
– Todas as hermenêuticas sondagens,
ante o hieróglifo e o enigma das folhagens,
são absolutamente negativas!

Araucárias, traçando arcos de ogivas,
bracejamentos de álamos selvagens,
como um convite para estranhas viagens,
tornam todas as almas pensativas!

Há uma força vencida neste mundo!
Todo organismo florestal profundo
é dor viva, trancada num disfarce…

Vivem só, nele, os elementos broncos
– as ambições que se fizeram troncos,
porque nunca puderam realizar-se.

Dr. Fernando Lucchese dá dicas para lidar com quem sofre de Alzheimer

21 de setembro é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, uma data escolhida para discutir o assunto e as melhores formas de tratar e lidar com os doentes. Segundo dados do IBGE, pode-se estimar que 1,2 milhões de brasileiros sofram com a doença, com cerca de 100 mil novos casos por ano no país. O Dr. Fernando Lucchese, autor de Pílulas para viver melhor, entre outras publicações sobre saúde, está preparando o livro “Desembarcando o Alzheimer” com dicas preciosas como estas que ele adiantou no vídeo que acaba de ser feito pela L&PM WebTV:

Autor de “Operação Condor” na Comissão Nacional da Verdade

A Comissão Nacional da Verdade surgiu no governo da presidente Dilma Rousseff com o objetivo de investigar violações dos direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no Brasil. Pois esta semana, a Comissão da Verdade formalizou a criação do Grupo de Trabalho sobre a Operação Condor que conta com a colaboração do jornalista Luiz Cláudio Cunha, autor do livro Operação Condor: o sequestro dos uruguaios – Uma reportagem dos tempos da Ditadura, publicado pela L&PM Editores.  

Luiz Cláudio Cunha é jornalista especializado na análise das graves violações de direitos humanos, praticadas sistematicamente pelas ditaduras civil-militares implantadas nos países do extremo sul do continente, inclusive o Brasil. Em novembro de 1978, ele foi testemunha ocular do sequestro dos uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Rodríguez Díaz, em Porto Alegre.  A obra jornalística de Cunha já recebeu os prêmios Jabuti, Vladimir Herzog e Casa de Las Americas.

Agraciado em maio de 2011 pela Universidade de Brasília (UnB) com o inédito título de ‘Notório Saber em Jornalismo’, Cunha é reconhecido por especialistas e entidades de direitos humanos por seu engajamento no debate sobre terrorismo de Estado e, especificamente, as ações ainda encobertas da Operação Condor.