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Até Mary Shelley escreveu para crianças

Com o Dia das Crianças se aproximando, aproveitamos para pesquisar notícias sobre grandes escritores da literatura universal que não eram especializados em literatura infantojuvenil, mas que vez ou outra acabaram escrevendo para os pequenos leitores. No meio dessa busca virtual, encontramos um livro perdido de Mary Shelley, a autora de Frankenstein.

Em novembro de 1997, o The Times anunciou que um manuscrito costurado havia sido encontrado em um pequeno palácio na Itália. Ele estava dentro de um baú, entre cartas e papéis e seu título era Maurice, or The Fisher’s Cot (Maurice, ou A cabana do pescador). O livro logo foi comparado a uma joia resgatada do fundo do mar e, vindo direto das profundezas do tempo, revelou-se a única história infantil já feita por Mary Shelley.

Escrito em 1820, dois anos depois de Frankenstein, Maurice é também uma novela repleta de melancolia. Foi criado para Laurette, uma menina de onze anos, filha de uma amiga de Mary Shelley. E conta a história de um menino que perdeu seus pais e que está em busca de alguém que o proteja das maldades do mundo. Maurice não é considerada uma grande obra, mas além de sua importância histórico literária, ajuda a mostrar que muitos dos grandes escritores, em algum momento da vida, arriscaram-se no universo infantil.

O manuscrito de "Maurice", de Mary Shelley, encontrado na Itália

O manuscrito de “Maurice”, de Mary Shelley, encontrado na Itália (clique para ampliar)

O Museu Edgar Allan Poe está pedindo ajuda

No dia 23 de setembro deste ano, o Edgar Allan Poe Museum, de Richmond, iniciou uma campanha na internet para levantar a quantia de US$ 60.000 para a publicação de um super livro com as ilustrações de James Carling feitas em 1883 para o poema “O Corvo” de Edgar Allan Poe. Além da publicação do livro, parte do valor será usada para que os 43 desenhos de Carling tenham melhores condições de conservação, já que possuem exatos 130 anos.

As contribuições podem ser feitas através de uma campanha no site Kickstarter e as cotas vão de US$ 5 a US$ 10.000 (mas é possível contribuir até com U$ 1). Sendo que na cota menor, o contribuinte já ganha o convite para participar do lançamento do livro e a oportunidade de comprar a obra com desconto (nas cotas a partir de US$ 50, a pessoa ganha o livro). Como em toda campanha do Kickstarter, a contribuição só será debitada depois que for atingido o valor esperado. Caso, até 15 de novembro, os US$ 60.000 não forem atingidos, tudo fica como está.

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James Carling foi sepultado como indigente em sua cidade natal, Liverpool, no ano de 1887, aos 29 anos, depois de ter feito sucesso nos EUA. Menino pobre que cresceu nas ruas, Carling viajou para a América aos 14 anos para juntar-se ao irmão mais velho, Henry, também desenhista. Lá, virou artista de rua e chegou a ser chamado de “o desenhista mais rápido do mundo” e um “caricaturista relâmpago”.

Foi em 1883, em uma competição pela melhor ilustração do poema “O Corvo”, de Poe, promovida pela revista Harper, que Carling realizou os desenhos que agora estão em busca de verba. Suas ilustrações acabaram perdendo para as do artista francês Gustave Dore.

Depois de sua morte, os desenhos de “O Corvo” de James Carling ficaram guardados com o irmão Henry. Somente em 1930, ele os exibiu em uma exposição que foi recebida com tanto entusiasmo que o Museu de Richmond comprou as 43 ilustrações.

No vídeo abaixo, o curador do museu, Chris Semter, fala um pouco mais sobre a importância destas obras:

Clique aqui para participar.

Uma livraria de vanguarda em Pelotas

Ela acaba de abrir em Pelotas, cidade no interior do Rio Grande do Sul. Uma livraria do tipo que a gente adora visitar quando vai viajar para qualquer parte do mundo. A nova Livraria Vanguarda do Shopping Pelotas tem projeto do arquiteto Rudelger Leitzke e oferece um acervo de 30 mil itens em loja, além de espaço para eventos literários.

Quem dera se cada cidade do Brasil tivesse uma livraria assim. Veja algumas fotos:

A entrada da nova Livraria Vanguarda em Pelotas

A entrada da nova Livraria Vanguarda em Pelotas

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30 mil itens à disposição

Bukowski e Kerouac já estão por lá

Bukowski e Kerouac já estão por lá

Uma noite completa com Iotti

Iotti vai estar em ação na noite do dia 4 de outubro

Iotti vai estar em ação na noite do dia 4 de outubro

O cartunista e humorista Carlos Henrique Iotti, o criador do personagem Radicci, é patrono da Feira do Livro de Caxias do Sul deste ano. Nesta sexta-feira, 4 de outubro, ele participará de um bate-papo, fará um pocket show e autografará o livro 30 anos de Radicci que acaba de sair na Coleção L&PM Pocket com tiras inéditas. Tudo isso lá no auditório da Feira a partir das 19h.

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Um dia dedicado aos animais

É dia de Snoopy, Garfield e Simon’s Cat. Dia de festejar os personagens principais de quatro patas que estão em obras como O livro da selva de Rudyard Kipling, Caninos brancos de Jack London ou mesmo Max e os felinos de Moacyr Scliar. Dia ainda dos bichinhos que habitam as Fábulas de Esopo, as histórias dos irmãos Grimm ou os Contos de Mamãe Gansa.  É  Dia Mundial dos Animais, uma data que existe desde 1931 e que foi escolhida por ser o dia de São Francisco de Assis.

Não faltam livros em que os animais são personagens principais

Não faltam livros em que os animais são personagens principais

Mostra de ilustrações infantis em Londres

Começa na sexta-feira, 4 de outubro, na British Library em Londres, a exposição “Picture This: Children’s Illustrated Classics”. A mostra traz ilustrações de 10 clássicos da literatura infantil do século 20. Os desenhos são todos originais como o que está logo abaixo e é assinado por Rudyard Kipling. “The Elephant Child” foi feito em 1902.

A mostra vai até 26 de janeiro de 2014.

"The Elephant Child", de Rudyard Kipling. Clique na imagem para ampliá-la.

“The Elephant Child”, de Rudyard Kipling. Clique na imagem para ampliá-la.

E por falar em literatura infantil, clique aqui e dê uma olhada nos últimos lançamentos do gênero da L&PM.

A sopa branca de “Orgulho e preconceito”

Em certa passagem de Orgulho e preconceito, de Jane Austen, o Sr. Bingley fala à sua irmã sobre a sopa branca que Nicholls está preparando.

Essa sopa, muito comum na época em que o livro foi escrito, era um creme de frango, enriquecido com carne de vitela e amêndoas. Para os que querem se sentir na Inglaterra da virada do século XVIII para o XIX e, quem sabe, imaginar que o Sr. Darcy chegará para o jantar, aí vai a receita original. Mas já avisamos: ela é para os fortes.

Coloque um pedaço de carne de vitela em seis litros de água junto com um frango, um quilo de bacon magro, meio quilo de arroz, duas anchovas limpas, alguns grãos de pimenta, um molho de erva doce, duas ou três cebolas inteiras, três ou quatro cabeças de aipo cortadas em fatias. Cozinhe isso tudo por várias horas até obter um caldo bem forte. Deixe esfriar e coe o caldo com uma peneira, deixe repousar tampada por toda a noite em um pote de barro limpo. Na manhã seguinte, coe novamente e coloque em uma panela. Junte meio quilo de amêndoas e bata bem. Coloque para ferver um pouco e passe novamente na peneira. Em seguida, acrescente um litro de creme de leite e a gema de um ovo. Sirva bem quente.

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A receita está no livro “The London Art of Cookery”, de 1783. (Leia a receita em inglês no site do The Telegraph).

Quer uma versão vegetariana? Tem também. Clique aqui para ver.

Ser vegetariano, eis a questão

1º de outubro é Dia Mundial do Vegetarianismo. Entre os adeptos da salada nossa de cada dia, estão escritores e pensadores como Platão, Leonardo da Vinci, Leon Tolstói, Franz Kafka, Mary Shelley, Charlote Brontë, Isaac Bashevis Singer, Thoreau, H. G. Wells e Mark Twain. Einstein também foi vegetariano a partir de certa idade. E há quem defenda que Shakespeare, em alguns de seus sonetos, deu indícios de que não comia carne.

Tolstói chegou a escrever que “a mudança para o vegetarianismo seria a primeira consequência natural para a iluminação.” 

Tolstói, um dos vegetarianos mais militantes da literatura

Tolstói, um dos vegetarianos mais militantes da literatura

 

Truman Capote, o garoto saltitante do The Smiths

Nascido em 24 de setembro de 1924, o escritor Truman Capote estaria comemorando seus 89 anos hoje. Polêmico e excêntrico, Capote foi fartamente fotografado ao longo de sua vida – ele morreu cerca de um mês antes de completar 60 anos em 1984. Em uma dessas fotos, feitas por Cecil Beaton, Capote aparece no frescor de seus 25 anos, dando um salto do tipo que se via nos comerciais do leite Molico. Em 1985, essa imagem foi usada para estampar a capa do single “The Boy with the Thorn in His Side”, da banda inglesa The Smiths.

A capa do single do The Smiths com Truman Capote saltitante

A capa do single do The Smiths com Truman Capote saltitante

Ao ser lançado, “The Boy with the Thorn in His Side” alcançou o 23º lugar na parada inglesa e ainda hoje segue embalando festas dos que cultuam os anos 80. Sobre a letra, foi dito que Morrissey teria se inspirado em Oscar Wilde para escrevê-la. Mas ele mesmo fez questão de negar isso. A versão do single é um pouco diferente da que foi lançada no disco “The Queen Is Dead”.

Em homenagem a Capote, de quem a L&PM publica dois livros, vamos cantar  “The Boy with the Thorn in His Side” com Morrisey: