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Moacyr Scliar na avenida

A escola de samba Bambas da Orgia, de Porto Alegre, vai homenagear Moacyr Scliar no Carnaval 2014. Com o tema “Moacyr Scliar, o menino do Bom Fim” e um samba-enredo cheio de orgulho, a escola exalta o legado literário do escritor nascido no Bom Fim, o bairro mais judeu de Porto Alegre que serviu de cenário e inspiração para várias de suas obras. Os grandes mestres da literatura que o influenciaram, como Monteiro Lobato, Franz Kafka e Machado de Assis, também vão para a avenida, junto com a representação de vários dos personagens criados por Scliar em seus livros.

Ouça o samba-enredo:

A homenagem vem em momento oportuno, no ano em que a L&PM reedita parte da obra de Moacyr Scliar em novo formato e com capa dura: Max e os felinos e A guerra do Bom Fim, (que já estão nas livrarias), O ciclo das águasOs deuses de RaquelA festa no castelo. Além disso, estes títulos serão publicados juntos numa edição especial de luxo na Série Ouro.

Um dia dedicado aos animais

É dia de Snoopy, Garfield e Simon’s Cat. Dia de festejar os personagens principais de quatro patas que estão em obras como O livro da selva de Rudyard Kipling, Caninos brancos de Jack London ou mesmo Max e os felinos de Moacyr Scliar. Dia ainda dos bichinhos que habitam as Fábulas de Esopo, as histórias dos irmãos Grimm ou os Contos de Mamãe Gansa.  É  Dia Mundial dos Animais, uma data que existe desde 1931 e que foi escolhida por ser o dia de São Francisco de Assis.

Não faltam livros em que os animais são personagens principais

Não faltam livros em que os animais são personagens principais

Nosso Oscar brasileiro

Por MARCELINO FREIRE no blog Ossos do Ofídio em 25/02/2013

A primeira edição de Max e Os felinos para a coleção L&PM Pocket

Finalmente ontem [24/02], na entrega do Oscar, o Brasil foi o grande vencedor. Sim, o país que ganhou o maior número de estatuetas. Foram quatro ao todo. Explico: Ang Lee, ao receber o prêmio de Melhor Diretor, falou algo assim: “obrigado ao autor do livro, que deu origem ao filme, por ter escrito algo tão inspirador”. A história original, todo mundo sabe, foi na verdade o querido e saudoso Moacyr Scliar quem criou. Está em sua novela Max e os Felinos, publicada pela L&PM em 1981 (veja capa acima e livro autografado para mim abaixo). E roubada pelo espanhol, naturalizado Canadense, Yann Martel, no livro chamado A Vida de Pi, vencedor do Booker Prize em 2002. Quando, à época, foi descoberto o plágio, Martel confessou: “o que fiz foi melhorar a ideia que um mau escritor brasileiro conseguiu estragar”. Pode uma coisa dessas? Depois ele pediu desculpas ao Scliar, publicamente. E o autor gaúcho preferiu não entrar com processo. Bem ao estilo dagenerosidade e classe do Scliar. Quem o conheceu sabe do que eu estou falando. Onde estiver o nosso amigo agora, morto em 2011, saiba que todas as nossas honras são para ele, sempiternamente em nossa memória. E viva!

A dedicatória de Moacyr Scliar para Marcelino Freire

Filme inspirado em “Max e os Felinos” tem 11 indicações ao Oscar 2013

No Jornal Nacional de ontem, 19 de fevereiro, a TV Globo fez uma longa matéria sobre o filme “As aventuras de Pi”, um dos candidatos ao Oscar 2013, com 11 indicações. A reportagem mencionou o escândalo literário que envolveu o autor Yan Martel, que confessadamente inspirou seu livro – publicado em 2001 –  na novela Max e os Felinos de Moacyr Scliar, publicada em 1981 no Brasil pela L&PM Editores e em 1985 nos Estados Unidos. Apesar de serem histórias diferentes, a cena decisiva em “As aventuras de Pi” – a do pequeno barco salva-vidas no meio do oceano com o personagem principal e um tigre dentro – é exatamente a cena principal do livro de Scliar publicado 20 anos antes.

(clique na imagem para assistir à matéria)

Na reportagem do Jornal Nacional, a TV Globo utilizou uma parte do depoimento de Moacyr Scliar produzido pela L&PM WEB TV (que você pode ver na íntegra aqui), mas omitiu o crédito das imagens.

“As aventuras de Pi”: um filme que só existe graças a “Max e os felinos”, de Moacyr Scliar

Em 2002, um livro chamado “Life of Pi”, do escritor canadense Yann Martel, foi o grande vencedor do Booker Prize, da Inglaterra. Assim que o prêmio foi anunciado, o jornal britânico The Guardian publicou uma matéria em que afirmava que o livro de Martel era um plágio de Max e os felinos (Coleção L&PM Pocket), obra que Moacyr Scliar (1937-2011) lançou em 1980 e que havia sido traduzida para o inglês em 1990. A partir daí, o circo estava armado e Scliar foi procurado por jornais do mundo inteiro para que desse uma declaração oficial sobre o provável plágio. O que os livros têm em comum e o aconteceu a partir daí, o próprio Moacyr Scliar conta em “Palavra de Escritor”, um vídeo/entrevista feita com ele, em março de 2010, pela L&PM WebTV:

Dez anos depois, o assunto voltou à pauta com a estreia de “Life of Pi” (As aventuras de Pi), filme dirigido por Ang Lee. Independente de ser plágio ou não, uma coisa é certa: a adaptação para o cinema só existe por causa do livro de Martel. E Martel só teve essa ideia por causa de Scliar.

"Max e os felinos" e de "Life of Pi": a imagem da capa não deixa dúvidas de que há algo de semelhante entre as duas histórias

O poster do filme que já está em cartaz no Brasil

O trailer de “Life of Pi” de Ang Lee

Estreou neste fim de semana nos Estados Unidos o filme “Life of Pi” de Ang Lee, baseado no livro homônimo de Yann Martel, vencedor do Booker Prize em 2002. Além da honraria, o livro ficou conhecido na época por causa de uma polêmica sobre um suposto plágio apontado pelo jornal The Guardian envolvendo o livro Max e os felinos (Coleção L&PM Pocket), obra que Moacyr Scliar lançou em 1980 e que havia sido traduzida para o inglês em 1990.

A estreia nos cinemas brasileiros será em 14 de dezembro. Mas enquanto o filme não chega ao Brasil, dá tempo de ler Max e os felinos e assistir ao trailer de “Life of Pi”, que já está circulando em alguns cinemas por aqui: