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No ritmo de Lewis Carroll

Charles Lutwidge Dodgson pode ser um nome sem nenhum significado para a maioria dos mortais. Mas se a gente disser que esse é o nome verdadeiro de Lewis Carroll, criador de Alice no País das Maravilhastudo muda.

Repleto de enigmas, trocadilhos, charadas e piadas, as obras de Carroll vêm servindo de inspiração para os mais diferentes artistas. Incluíndo aqui a mais variada seleção de músicos.

É por isso que hoje, na data que marca a morte de Carroll (ele nasceu em 27 de janeiro de 1832 e morreu em 14 de janeiro de 1898), a nossa homenagem é em forma de música.

“I am the Walrus”, dos Beatles. A letra, de John Lennon, faz referência a homens com cabeça de ovo e é totalmente nonsense:

“Sunshine”, do Aerosmith, deixa bem claro que é uma homenagem à Alice:

“Jabberwock” é um poema de Lewis Carroll que aqui ganhou ritmo na voz de Marianne Faithfull:

Pra terminar nossa homenagem, “Hall of Mirrors”, de Siouxsie & The Banshees:

Além de Alice no País das Maravilhas, a Coleção L&PM Pocket também publica Alice no país do espelho.

Bowie & Burroughs

Impossível não seguir pensando e falando em David Bowie.

Em novembro de 1973, o repórter grego Craig Copetas reuniu em uma só entrevista o “Beat Godfather” William Burroughs e o “Glitter Mainman” David Bowie. Pelo menos foi assim que ele chamou ambos no título da matéria publicada na revista Rolling Stone de 28 de fevereiro de 1974. Bowie tinha 26 anos. Burroughs, 59. Falaram sobre música, poesia, sexualidade, ficção científica, viagens, Andy Warhol. Mostraram desprezo pela Flower Power dos anos 60.

A matéria na Revista Rolling Stone (clique para ampliar)

A matéria na Revista Rolling Stone (clique para ampliar)

As fotos foram feitas por Terry O’Neill e uma delas, colorida à mão pelo próprio Bowie, costuma estar presente em exposições que correm o mundo. Clique aqui para ler a matéria da Rolling Stone em inglês.

David Bowie and William Burroughs photographed by  Terry O'Neill in 1974 and hand-coloured by Bowie

De William Burroughs, a L&PM publica Cartas do Yage O gato por dentro.

Globosat adquire os direitos de série baseada na obra de Agatha Christie

Depois de ser exibida na BBC Inglesa em 2015, a série Partners in Crime foi adquirida pela Globosat e chegará às TVs brasileiras, para alegria dos fãs.

Os episódios vão acompanhar as aventuras do casal Tommy (David Walliams, de Big School) e Tuppence Beresford (Jessica Raine, de Call the Midwife, Wolf Hall), detetives criados por Agatha Christie. Na literatura, a dupla iniciou suas aventuras quando tinha cerca de vinte anos de idade e conforme retornavam em novos livros, a escritora fazia com que eles fossem envelhecendo. Na última aventura, o casal está na faixa dos setenta anos.

Em Parners in Crime, segundo livro em que o casal aparece como protagonistas, eles são ex-detetives que tenta se adaptar à vida fora da ativa. Tommy tem um trabalho administrativo junto ao Serviço Secreto Britânico, enquanto Tuppence cuida da casa. Mas essa vida pacata parece estar com os dias contados quando o chefe da Inteligência Britânica lhes propõe recolocar em operação a Agência de Detetives Internacional.

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No elenco de personagens também está Albert, o assistente da dupla de detetives que mais tarde assume a função de mordomo.

Esta é a segunda vez que a Inglaterra produz uma série com o casal de detetives. A primeira foi exibida entre 1983 e 1984 pelo canal London Weekend Television.

Ainda não há previsão de quando a série vai estrear no Brasil, mas talvez chegue ainda em 2016. Veja o trailer da BBC:

Tommy e Tuppence estão na Coleção L&PM Pocket em Sócios no crime (Partners in Crime), M ou N?, Um pressentimento funesto e Portal do destino.

Vem aí o novo filme de Mogli, personagem criado pelo escritor Rudyard Kipling

"O Livro da Selva", de Kipling, é publicado na Coleção L&PM Pocket

“O Livro da Selva”, de Kipling, é publicado na Coleção L&PM Pocket

O menino Mogli, o tigre Shere Khan, o velho urso Baloo, a pantera negra Baguera (ou Bagheera), a cobra Kaa. São todos personagens criados pelo escritor Rudyard Kipling em “O Livro da Selva“, publicado originalmente em 1895 e que, nos anos 1960, foi adaptado pela Disney.

Mogli perdeu-se na selva e foi criado por uma família de lobos. Quando o tigre Shere Khan o ameaça, ele parte em uma jornada de aventura e autoconhecimento.

Agora, o menino lobo voltará às telas grandes em um filme dirigido por Jon Favreau  (“Homem de Ferro”) e com autores consagrados dublando os animais: Idris Elba faz a voz de Shere Khan; Baguera é Ben Kingsley; Baloo é Bill Murray e a sedutora e hipnótica cobra Kaa é Scarlett Johannsson. Além deles, Lupita Nyong’o faz a voz de Raksha, a protetora mãe lobo.

O pequeno ator Neel Sethi, de 10 anos, foi escolhido entre milhares de candidatos depois de uma busca mundial pelo menino-lobo perfeito. Mas ele é um dos únicos atores reais que aparecem no filme, já que os animais e ambientes são uma criação fotorrealistas em CGI.

O filme ganhará versões em 3D e tem estreia prevista no Brasil para 14 de abril de 2016. Veja o trailer legendado:

Em 1907, Kipling foi o primeiro autor de língua inglesa a receber o Nobel de Literatura, “em consideração ao poder de observação, originalidade e imaginação, vigor de ideias e brilhante talento para a narrativa.”

David Bowie cantou Andy Warhol

David Bowie partiu para as estrelas. Foi encontrar Ziggy Stardust. E nós, reles mortais, ficamos aqui, a olhar para o céu, enquanto entoamos suas canções.

No seu álbum Hunky Dory, de 1971, época de um psicodélico e andrógino Bowie, ele lançou uma canção chamada “Andy Warhol” (Andy Wahaal, segundo defendia sua pronúncia). Ela começa justamente com uma conversa de estúdio em que Bowie explica para o produtor Ken Scott a forma correta de dizer “Warhol”. A música tornou-se memorável com início em estilo flamenco e o violão acústico que segue pela melodia afora. Depois de fazer sua versão da letra, que originalmente foi escrita por Dana Gillespie, Bowie tocou-a para Warhol antes de gravá-la. Quando a música terminou, os dois teriam se olhado e permanecido em silêncio por um tempo. Até que Warhol disse “I like your shoes”. Em seguida, a dupla teria tido uma conversa sobre sapatos.

David Bowie é uma das tantas personalidades que está citada no livro “Diários de Andy Warhol“.

 

Oficina do Snoopy para divertir as crianças

Para marcar a estreia de “Snoopy e Charlie Brown – Peanuts, o filme”, que acontecerá em 14 de janeiro, a Sintonia Eventos preparou a Oficina do Snoopy, um espaço infantil que vai passar por três shoppings do Brasil e que oferecerá atividades lúdicas para crianças entre 3 e 12 anos. Haverá brincadeiras como Detetive, Desafio da Campainha, Jogo da Memória, Minha Primeira Tirinha, Beisebol e Mágicas. E o espaço do Barra Shopping Sul, em Porto Alegre, foi decorado com os livros da L&PM Editores. Ficou lindo!

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Onde estarão as Oficinas do Snoopy:

Barra Shopping Sul em Porto Alegre – de 8 a 31 de janeiro
Shopping Pátio Pinda em Pindamonhangaba (SP) – 09 a 31 de janeiro
Marília Shopping em Marília (SP) – de 04 a 28 de fevereiro

Fernando Pessoa e seu slogan para a Coca

Por Paula Taitelbaum*

Foi de uma amiga que morou durante anos em Portugal que escutei recentemente durante um café: “São Paulo é como aquele slogan criado pelo Fernando Pessoa para a Coca-Cola”.

Não acreditei: “Como assim? Não sabia que o Pessoa tinha criado slogan para a Coca-Cola!”

Ela: “Lá em Portugal qualquer criança conhece: PRIMEIRO ESTRANHA-SE. DEPOIS ENTRANHA-SE.”

Segui bestificada. E, claro, fui pesquisar. A história não só é verdadeira, como está citada em todas as biografias de Pessoa. Entre 1927 e 1928, o poeta, que era colaborador da agência de propaganda Hora, de seu amigo Manuel Martins da Hora, foi encarregado de criar a frase que deveria marcar a entrada do refrigerante norte-americano em Portugal. Foi então que ele produziu a frase que serve tanto para a bebida quanto para a capital paulista: “Primeiro estranha-se. Depois entranha-se.”

Só que na época, o slogan, apesar de criativo e verdadeiro, foi responsável por dar motivos ao diretor de Saúde de Lisboa, Ricardo Jorge, para apreender todo o carregamento do produto e jogá-lo inteirinho no mar. Segundo o diretor, o produto continha derivado de cocaína e o slogan atestava que o produto era tóxico e causava dependência, afinal, ficaria entranhado no corpo.

A Coca-Cola ficou, portanto, a ver navios em Portugal e só viria a entrar no país décadas depois.

O slogan de Pessoa segue sendo moderno. Prova disso é que, recentemente, no lançamento do “Frize”, uma água limão-cola, o slogan do poeta foi recriado para: “Primeiro prova-se; depois aprova-se”, como observou Andréia Galhardo, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa (UFP), do Porto, no artigo “Sobre as práticas e reflexões publicitárias de Fernando Pessoa”.

Achei isso:

CocaColaEstranhase

E não resisti em fazer esta montagem:

Pessoa caminhando com coca

*Paula Taitelbaum é coordenadora do Núcleo de Comunicação da L&PM Editores e autora dos livros Menáge à Trois, Porno Pop Pocket e Palavra vai, palavra vem.

Freud, Dalí e as superstições

Virada de ano parece despertar um lado supersticioso até no mais cético dos intelectuais. Sabe como é: não custa nada comer lentilha, apelar para doze uvas, usar roupa branca, pular algumas ondas… Vá que dê certo. Mas e Freud? Será que ele também era do tipo que acreditava em talismãs, previsões e mandingas? “Tenho uma tendência à superstição, cuja origem ainda me é desconhecida” escreveu ele em 1901. Em várias fases da vida, Freud procurou prever a data de sua morte, cercando-a de superstições e receios. Ligou-se à Teoria dos Números Mágicos (desenvolvida por seu amigo, o médico Wilhelm Fliess) e, em 1894, teria previsto que seu falecimento se daria entre os 40 e 50 anos de idade. Aos 51 anos, em correspondência ao colega Ferenczi, mudou de ideia e afirmou que morreria em fevereiro de 1910. Apesar de ter errado todas as previsões, continuou interessado na vida oculta que se escondia atrás de seu id e de seu ego. Em 1938, quando estava exilado em Londres, recebeu a visita de Salvador Dalí, levado até sua casa por Stephan Zweig. Nesse encontro, Dalí fez um retrato de Freud que, ao olhá-lo, teria dito que ele “preconizava inconscientemente sua morte próxima”. E isso não foi só o que Dalí ouviu do pai da psicanálise durante a visita. “Quando tive a honra de encontrar, pela primeira vez, em Londres, Sigmund Freud, ele explicou-me em poucas palavras que as superstições possuíam um fundamento erótico e eficaz junto às forças ocultas. Desde então, mergulho cada vez mais profundamente na superstição. Carrego comigo um pedaço de madeira que nunca me deixa (…)” declarou Salvador Dalí alguns anos depois. Se até Freud e Dalí acreditavam, por que a gente não pode? Vamos lá: prepare seus amuletos e patuás porque o Réveillon vem aí…

Freud por Dalí: o desenho feito quando o Papa do surrealismo visitou o pai da psicanálise

Interessado em saber mais sobre Freud? A L&PM publica Freud na Série Biografias, Sigmund Freud na Série Encyclopaedia, a Correspondência entre Freud e sua filha Anna e ainda O futuro de uma ilusão, O mal estar na cultura, Compêndio da Psicanálise, O homem Moisés e a religião monoteísta, Psicologia das massas e análise do eu, Totem e Tabu e A interpretação dos sonhos,  todos traduzidos direto do alemão. Se a vontade for saber mais mais sobre o pensamento de Salvador Dalí, leia Libelo contra a arte moderna da série L&PM POCKET PLUS.

Papai Noel é pop

Essa é pra voltar a acreditar que Papai Noel existe: Andy Warhol vestido de bom velhinho ao lado de Truman Capote. Com direito a pirulito e cachorrinho… A foto faz parte do material de making off da sessão feita em 1979 pelo badalado fotógrafo Mick Rock. Warhol e Capote eram amigos e se falavam com frequência. Em Diários de Andy Warhol, publicado em dois volumes na Coleção L&PM POCKET, o autor de À sangue frio, Bonequinha de Luxo e Os cães ladram, aparece com frequência.

Sábado, 2 de junho, 1979. Truman telefonou e está furioso com Lee Radziwill por ter deposto contra ele no processo de Gore Vidal. Foi assustador. Disse que ela vai “cagar giletes” depois que ele aparecer no The Stanley Siegel Show de terça-feira para “dizer umas verdades sobre ela”. E ficou dizendo, “E aí, você não concorda? Você não concorda? Qual o problema, você não está dizendo nada”. Foi realmente horrível. Eu disse, “Olhe Truman, ela está tão fraca agora que pode até se suicidar”. E ele disse: “Tanto pior”. E, “Se eu contasse a você todas as coisas que ela disse sobre você…” Eu disse que não me importava, que nunca pensei nela como uma amiga. ( Trecho de Diários de Andy Warhol)

“Sonho de uma noite de verão”

No embalo da chegada da estação mais festiva do ano, lembramos a divertida comédia Sonho de uma noite de verão, escrita por William Shakespeare no final do século 16, quando o autor de Romeu e Julieta, o maior dos clássicos do teatro elisabetano, ainda era um iniciante na carreira literária.

Os desencontros amorosos de Teseu, Hipólita, Hermia, Lisandro, Demétrio e Helena (que parecem ter saído da Quadrilha de Drummond) ganham um tempero cômico com as armações de Oberon e Puck para cima da bela Titânia – como a poção mágica que faz a moça nobre se apaixonar por um tecelão com orelhas de burro.

Vários séculos se passaram e Sonho de uma noite de verão continua em alta. O texto já foi explorado de diversas formas por diferentes “tribos” das artes cênicas, desde adaptações para o teatro infantil até “traduções” para os movimentos delicados da dança clássica.

No cinema, os diretores Max Reinhardt e William Dieterle fizeram a versão premiada com o Oscar de melhor fotografia e melhor montagem em 1936. Abaixo, você assiste à última cena desse filme.

No Brasil, o Bando de Teatro Olodum da Bahia realizou uma montagem da peça com elenco inteiramente negro e texto carregado de influências da cultura afro. A adaptação não podia ser mais adequada, já que verão de verdade só mesmo do lado de cá do Equador.

A L&PM Editores publica Sonho de uma noite de verão em pocket.

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