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Freud, Dalí e as superstições

Virada de ano parece despertar um lado supersticioso até no mais cético dos intelectuais. Sabe como é: não custa nada comer lentilha, apelar para doze uvas, usar roupa branca, pular algumas ondas… Vá que dê certo. Mas e Freud? Será que ele também era do tipo que acreditava em talismãs, previsões e mandingas? “Tenho uma tendência à superstição, cuja origem ainda me é desconhecida” escreveu ele em 1901. Em várias fases da vida, Freud procurou prever a data de sua morte, cercando-a de superstições e receios. Ligou-se à Teoria dos Números Mágicos (desenvolvida por seu amigo, o médico Wilhelm Fliess) e, em 1894, teria previsto que seu falecimento se daria entre os 40 e 50 anos de idade. Aos 51 anos, em correspondência ao colega Ferenczi, mudou de ideia e afirmou que morreria em fevereiro de 1910. Apesar de ter errado todas as previsões, continuou interessado na vida oculta que se escondia atrás de seu id e de seu ego. Em 1938, quando estava exilado em Londres, recebeu a visita de Salvador Dalí, levado até sua casa por Stephan Zweig. Nesse encontro, Dalí fez um retrato de Freud que, ao olhá-lo, teria dito que ele “preconizava inconscientemente sua morte próxima”. E isso não foi só o que Dalí ouviu do pai da psicanálise durante a visita. “Quando tive a honra de encontrar, pela primeira vez, em Londres, Sigmund Freud, ele explicou-me em poucas palavras que as superstições possuíam um fundamento erótico e eficaz junto às forças ocultas. Desde então, mergulho cada vez mais profundamente na superstição. Carrego comigo um pedaço de madeira que nunca me deixa (…)” declarou Salvador Dalí alguns anos depois. Se até Freud e Dalí acreditavam, por que a gente não pode? Vamos lá: prepare seus amuletos e patuás porque o Réveillon vem aí…

Freud por Dalí: o desenho feito quando o Papa do surrealismo visitou o pai da psicanálise

Interessado em saber mais sobre Freud? A L&PM publica Freud na Série Biografias, Sigmund Freud na Série Encyclopaedia, a Correspondência entre Freud e sua filha Anna e ainda O futuro de uma ilusão, O mal estar na cultura, Compêndio da Psicanálise, O homem Moisés e a religião monoteísta, Psicologia das massas e análise do eu, Totem e Tabu e A interpretação dos sonhos,  todos traduzidos direto do alemão. Se a vontade for saber mais mais sobre o pensamento de Salvador Dalí, leia Libelo contra a arte moderna da série L&PM POCKET PLUS.

Dalí, um garoto-propaganda surreal

Para comemorar o aniversário de Salvador Dalí, que nasceu em 11 de maio de 1904, separamos esse comercial sen-sa-cio-nal dos chocolates Lanvin. A propaganda, que traz como protagonista o autor de Libelo contra a arte moderna,  foi gravada em 1969 e tem direito até a bigodinho dançante. O Núcleo de Comunicação da L&PM nunca se divertiu tanto com um vídeo, aproveitem:

Depois da meia-noite em Paris

A sala é escura, gelada e repleta de sombras que pendem pelas paredes. Um clima que ajuda a fazer com que a viagem até a noturna Paris dos anos 30 seja instantânea. Ao entrar na exposição “Paris la nuit – Brassaï”, os mais sensíveis sentem um arrepio. E não é de frio. Na mostra de fotos deste que revelou a Cidade Luz em seus momentos menos iluminados, o preto e branco oferece tons que vão do dramático ao fantástico. Há mulheres despidas e árvores nuas. Há a névoa que desce do céu e a fumaça dos cigarros vagabundos. Há uma prostituta que espera na esquina e outras três que se exibem no bordel. Há espelhos absortos em paixão. Retratos embebidos em absinto.  

Madame Bijou

Brassaï, nome arstístico do húngaro Julius Halas, foi muito mais do que um fotógrafo. Se é possível capturar a alma em foto, ele o fez. Nascido em 1899, Brassaï chegou em Paris em 1924. Virou amigo de André Kertés, Salvador Dali, Kiki, Henry Miller e Picasso. Em 1929, ao vagar insone pelas ruas, criou o projeto “Paris à noite”, com fotografias que demonstravam seu amor pelo surrealismo das relações. Brassaï caçou, na luz noturna de Paris, o insólito, o desconhecido, o que é desprezado. Valorizou as prostitutas, os delinquentes, os trabalhadores noturnos. E transformou a arquitetura parisiense em personagem de seu delírio: silhuetas de sonhos.  

Solitária, uma das pontes de Paris

Na exposição, além das ruas, está a casa de Madame Suzy, os bares frequentados por transexuais, a porta dos mictórios públicos, os cafés com aromas de beijos proibidos. São estes os cenários que encontramos. As madrugadas parisienses com suas penumbras, seus faróis, sua amoralidade, seu jogo de luz, sombra, ação e reação. O que Brassaï conseguiu capturar com suas lentes, é algo que não se pode deixar de descobrir. A viagem, pelo menos aqui, é de graça. (Paula Taitelbaum*)    

Assim era Brassaï

*Paula Taitelbaum é escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM. No início de janeiro de 2012, ela visitou a mostra “Paris la nuit – Brassaï”. Exposição que, a partir de 18 de janeiro, está em Belo Horizonte e, em abril, integrará a programação do FestFotoPOA em Porto Alegre.

SERVIÇO – BELO HORIZONTE

Quando: de 18 de janeiro a 1 de abril de 2012

Onde: Espaço Oi Futuro

Av. Afonso Pena, 4001

Quanto: Grátis

Nos anos 1980, a L&PM publicou o livro Dias de Clichy, de Henry Miller, em que o escritor cita Brassaï.

Dalí e seus duplos

Quando se fala em Salvador Dalí, não basta apenas contemplar, tem que vestir o personagem. É com esse espírito que o Museu Salvador Dalí, que inaugurou seu novo prédio no início deste mês na cidade de São Petesburgo, na Flórida, está à caça de “double takes” do artista catalão. O Double Takes: The Dalí Look-Alike Contest é uma espécie de concurso, em que os participantes elaboram vídeos de um minuto com imitações ou releituras da figura, da obra ou do universo do pintor. Em 2009, um dos vídeos incritos mostrava uma versão para o nascimento de Salvador Dalí:

Os vencedores escolhidos pelo juri participam da cerimônia de premiação que acontece no início de maio, durante as comemorações do aniversário do artista. Os realizadores dos vídeos comparecem à festa devidamente caracterizados:

As regras e o formulário de inscrição estão disponíveis no site do concurso. Ainda dá tempo de participar!

Enquanto isso, conta pra gente: qual a sua versão de Salvador Dalí?

Obras de Dalí e Van Gogh são roubadas em intervalo de três dias

Crimes no maior estilo Roubaram a Mona Lisa! têm movimentado alguns museus pelo mundo. Na quarta-feira passada (25), uma estátua de bronze de Salvador Dalí foi roubada de uma sala de exposições em Bruges. “La femme aux tiroirs” pesa cerca de 10 quilos e tem valor estimado entre 100 e 120 mil euros.  

Estátua de bronze pesa cerca de dez quilos / Reprodução France 24

No Egito, o prejuízo foi “um pouco” maior. O quadro “Flor de Papoula”, de Van Gogh, avaliado em 55 milhões de dólares, foi furtado no sábado do Museu Mahmoud Khalil, no Cairo. Das 43 câmeras de segurança instaladas no local, apenas sete estavam funcionando. Segundo um especialista em arte, o mesmo quadro já havia sido roubado no final dos anos 70, mas foi recuperado 10 anos depois.  

O mesmo quadro já havia sido roubado nos anos 70 / Reprodução

A L&PM publica Libelo contra a arte moderna, de Salvador Dalí, e Cartas a Théo, de Van Gogh, além de uma biografia do pintor. 

*Com informações da Folha de São Paulo