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Gustave Flaubert, o imor(t)al

Gustave Flaubert

Gustave Flaubert

Em janeiro de 1857, Gustave Flaubert foi acusado de ofensa à moral e à religião após a publicação de sua obra-prima Madame Bovary na França. A censura da época chegou a exigir o corte de uma das cenas do romance original como condição para a publicação, mas a medida não foi suficiente para acalmar os puristas. Mesmo com a cena suprimida, a Sexta Corte Correcional do Tribunal do Sena decidiu proibir a circulação da obra e punir o autor e o diretor da revista Revue de Paris, onde a história foi publicada pela primeira vez.

A represália tinha também a intenção de descobrir quem era Emma Bovary, mulher imoral e adúltera retratada por Flaubert no romance. A dúvida teve fim junto com o processo, quando em 7 de fevereiro de 1857, há exatos 154 anos, Flaubert declarou “Emma Bovary sou eu”, causando ainda mais escândalo e reafirmando a importância de uma das personagens mais debatidas da literatura.

Apesar da ousadia – e graças à brilhante atuação de seu advogado – Flaubert foi absolvido e sua obra continuou a circular, tornando-se um clássico da literatura mundial. Se um dia foi considerado imoral e passível de censura, o livro é hoje leitura obrigatória nas escolas, servindo de inspiração para releituras criativas como esta:

Madame Bovary faz parte da Coleção L&PM Pocket.

Britânicos se unem para salvar bibliotecas

Neste sábado, dia 5 de fevereiro, escritores, artistas e ativistas britânicos vão se reunir em 80 lugares simultaneamente para protestar contra o fechamento de cerca de 400 bibliotecas públicas no Reino Unido. A programação dos manifestantes inclui saraus, sessões de autógrafos, contação de histórias e até espetáculos em espaços públicos com o objetivo de impedir o corte de gastos nas áreas de cultura e educação no país.

Por meio de uma campanha nacional, a população está sendo convidada a procurar a biblioteca mais próxima de sua casa e se juntar ao movimento. Celebridades, artistas e ativistas gravaram convites em vídeo para mobilizar pessoas por meio da internet:

(clique e vá para a página do vídeo)

O jornal britânico The Guardian está apoiando o levante e criou espaços online para ajudar a organizar os encontros. No mapa disponível no site do jornal desde o início da semana é possível saber onde as ações vão acontecer e assim escolher o local mais perto de casa para participar:

Há ainda um mapa em que as pessoas podem ver que atividade vai ocorrer em cada local. Os mapas são atualizados colaborativamente, ou seja, cada participante insere informações sobre o que está fazendo ou planejando fazer, tornando o movimento auto-organizado. Para fornecer informações sobre o que será feito na biblioteca mais próxima da sua casa, basta inserir o código postal no formulário disponível ao lado do mapa ou tuitar o código seguido da hashtag #savelibraries.

Fica a pergunta no ar: não seria legal organizar algo parecido aqui no Brasil?

As primeiras imagens de “On the road”, de Walter Salles

Para nos deixar ainda mais ansiosos pela estreia de On the road, foram divulgadas esta semana as primeiras imagens do filme dirigido por Walter Salles. O longa baseado no clássico beat de Jack Kerouac está em fase de montagem e ainda não tem data para chegar aos cinemas.

Nas fotos publicadas pelo site de cinema francês Comme au Cinema, aparecem os personagens Dean Moriarty (Garrett Hedlund), sua namorada Marylou (Kristen Stewart) e Sal Paradise (Sam Riley):

Mal podemos esperar para conferir o resultado! Mas enquanto o filme não chega aos cinemas, aproveite para ler a entrevista em que Walter Salles nos conta o que sentiu quando leu On the road pela primeira vez.

Uma grande exposição para Alexandre, o grande

Assim como Alexandre, ela será grande. Na verdade, a maior exposição arqueológica sobre o tema já apresentada fora da Grécia. De 7 de abril a 29 de agosto, no Ashmolean Museum, o museu de arte e arqueologia da Universidade de Oxford, acontecerá a mostra “Heracles to Alexander the Great” que colocará diante do público mais de 500 objetos, muitos deles frutos de escavações recentes feitas em Aegae, a antiga capital da Macedônia. É uma magnífica variedade de relíquias que incluem coroas de ouro finamente esculpidas e objetos encontrados nas tumbas do poderoso rei Filipe II, pai de Alexandre e de Alexandre IV, filho do grande conquistador. Além de esplêndidas jóias, poderão também ser vistos vários bustos que, aos contrário dos rostos idealizados pelo período clássico ateniense, mostram sobrancelhas franzidas, rugas e linhas de rosto marcadas. “A Macedônia de Filipe II é a terra natal do retrato realista” disse o Dr. Ageliki Kottaridi, curador da exposição e diretor das escavações em Aegae. Entre as cabeças esculpidas, está um conjunto de terracota em tamanho natural de impressionante realismo que, de acordo com Kottari, é “absolutamente único”. Na tumba de Filipe II foram encontrados ainda diversos adornos femininos que provavelmente pertenceram à princesa trácia Meda de Odessa, uma de suas esposas. Há uma coroa de ouro que, segundo as palavras do curador é “uma das obras-primas da exposição”. Digamos que já é um ótimo motivo para programar uma viagem à Oxford quando for primavera por lá.   

Quer saber mais sobre o assunto? A L&PM publica Vidas paralelas: Alexandre e César,  o clássico livro em que Plutarco traça um paralelo entre o invencível grego e o poderoso romano, revelando a primeira biografia de Alexandre, aquela que deu origem a todas as outras. Na série Encyclopaedia,  você também encontra Alexandre, o grande.

Filme de Woody Allen abrirá o próximo Festival de Cannes

“Midnight in Paris” (Meia-noite em Paris), filme que Woddy Allen preparou para 2011, foi escolhido pela organização do 64º Festival de Cannes para abrir o evento no dia 11 de maio. A informação é da organização do festival francês que terá Robert De Niro como presidente do júri. “O filme é uma maravilhosa carta de amor à Paris”, declarou em nota oficial Thierry Frémaux, diretor do festival. “É um filme em que Woody Allen lança um profundo olhar para as questões levantadas em seus últimos filmes: nossa relação com a história, arte, prazer e vida. Seu 41º filme revela, mais uma vez, sua inspiração.”

A comédia romântica, como o próprio título anuncia, foi rodada na capital francesa e reúne em seu elenco nomes como Owen Wilson, Rachel McAdams, Marion Cotillard e Michael Sheen. Mas quem chamou a atenção durante as filmagens foi a primeira-dama francesa, Carla Bruni-Sarkozi que, estreiando como atriz, faz uma breve participação como a diretora de um museu parisiense. Em 2010, a mídia chegou a especular que Carla teria sido cortada do elenco porque “ficava olhando diretamente para a câmera”, mas os rumores foram negados por Woody Allen.

 “Midnight in Paris” provavelmente chegará ao Brasil no segundo semestre deste ano. Mas se por acaso você  for ao Festival de Cannes, na volta conte pra gente o que achou do novo Woddy Allen…

• Owen Wilson (esq.), Carla Bruni e Woody Allen (dir.) no set de "Midnight in Paris", em Paris (28/7/2010)

Woody Allen conversa com Marion Cotillard e Owen Wilson no set de filmagem - Photo by © / WENN

Desde os anos 80, a L&PM publica livros de Woddy Allen.

Feliz Ano Novo Chinês!

Enquanto para nós, ocidentais, o novo ano já conta trinta e três dias, para os chineses ele está prestes a começar. Assim que o relógio marcar duas horas da tarde no Brasil, será meia-noite na China. Nesse exato instante, do outro lado do mundo, os chineses juntarão as mãos e os mais pirotécnicos fogos de artifício riscarão o céu anunciando que o Ano do Coelho tem início. Ligado à lua, o coelho simboliza a felicidade e a sorte e promete trazer calmaria, diferente do ano que chega ao fim, regido pelo Tigre.  

O Brasil também vai festejar a chegada do Ano do Coelho. Além das festas realizadas nas comunidades orientais como o Bairro da Liberdade, o vão do MASP – Museu de Arte de São Paulo vai oferecer uma programação especial e gratuita a partir do meio-dia desta quarta-feira. Apresentações de artes marciais, música chinesa ao vivo e as tradicionais danças do Dragão e do Leão serão algumas das atrações. Até às 15h, quem passar pelo local da festa também poderá conferir exposições de ideogramas, demonstrações de caligrafias e a distribuições de kits com enfeites chineses, mensagens de prosperidade e o tradicional Hong Pao (envelope vermelho).

E como em todo reveillon que se preze, vai ter até contagem regressiva através de um painel que, exatamente às 14h, dará boas vindas ao novo ano. Para completar, às 19h, uma cerimônia na Assembléia Legislativa terá a presença de autoridades e representantes da comunidade chinesa. Ali, haverá mais dança e música típica, além de sorteios de bolsas de estudos e passagens para a China. Se puder, vá lá aproveitar a festa e… Feliz Ano Novo!

Sobre a China, a L&PM publica:

50 Fábulas da China fabulosa

Contos sobrenaturais chineses

China: uma nova história

Escrita chinesa

 

Por que “Frankenstein” não envelhece?

Há exatos 160 anos, morria Mary Shelley, a mulher que criou “Frankenstein”. Filha de pais escritores (William Godwin e Mary Wollstonecraft) e esposa do poeta Percy Shelley, tudo na vida de Mary orbitava em torno da literatura. O legado intelectual deixado pela família está sendo mantido pelo projeto Shelley’s Ghost: Reshaping the Image of a Literary Family, uma parceria da Bodleian Libraries com a Universidade de Oxford, e conta com a participação de fãs e admiradores por meio de um concurso de vídeos. A chamada é provocativa:

Por que o trabalho de Percy Bysshe Shelley, Mary Shelley, William Godwin e Mary Wollstonecraft ainda nos impressiona hoje? Estamos fazendo este concurso de vídeos para descobrir.

Para participar, basta escolher um dos autores e gravar um depoimento em vídeo de, no máximo, três minutos sobre a importância de sua obra. Mas é bom gostar muito do autor escolhido! Pois o entusiasmo do participante no vídeo é um dos critérios do juri para escolher o melhor. Além disso, é importante mostrar que você captou bem o espírito do texto e não há limite para a criatividade, veja:

O vencedor ganha um exemplar exclusivo do livro Shelley’s Ghost: Reshaping the Image of a Literary Family, que traz um trecho do manuscrito de Frankenstein, fotos de família e outras raridades. Ainda dá tempo de participar! É possível inscrever vídeos até o dia 2 de março. Se quiser se inspirar, leia o célebre Frankenstein da Coleção L&PM Pocket e boa sorte!

Aline em nova temporada e em cores

Em primeira mão, algumas das novas histórias da Aline, só para dar um gostinho do que vem por aí. E o mais bacana: todas as tirinhas serão coloridas! Nesta nova fase, ela descobre o inferno, vira blogueira e dispensa Otto e Pedro por uns tempos, inaugurando a fase “Aline alone”.

Várias Alines à escolha do leitor 🙂

E na próxima quinta, dia 3, estreia a nova temporada da série “Aline” na Rede Globo. Não dá pra perder!

Egito: passado, presente e futuro

As manifestações populares no Egito estão atraindo a atenção do mundo inteiro desde a última terça, dia 25. E nem mesmo a renúncia do ditador Hosni Mubarak neste sábado, após 30 anos no poder, foi capaz de conter o levante civil pelo fim da corrupção e da repressão no país. A imprensa local tem atuação bastante limitada devido ao forte controle do estado e a censura acabou respingando também nas redes sociais online: boa parte do acesso à internet no país está suspenso com o objetivo de impedir a proliferação de informações pelo mundo via Twitter ou Facebook.

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Manifestantes vão às ruas no Egito

O cofundador do Twitter, Biz Stone, divulgou na última sexta-feira um manifesto de apoio ao livre fluxo de informações e pensamento por meio da internet e contra a censura do Twitter no Egito. Ele lembrou a importância que tiveram as redes sociais na guerra civil no Irã, pois eram o único canal de comunicação da população local com o mundo, possibilitando a cobertura do conflito pela imprensa mundial, que estava impedida de entrar no país.

O Egito é um país de tradições milenares e  sua cultura contemporânea ainda busca inspiração no passado. No volume sobre o Egito Antigo da Série Encyclopaedia, a historiadora Sophie Desplancques destaca que “a história, segundo os egípcios [antigos], define-se como a busca de um passado que possa fornecer modelos para o presente”. Mas parece que desta vez, as ferramentas para a construção de um país mais democrático e humano estão ao alcance de um clique, bem aqui: no presente.

Quanto vale um autógrafo de Jack Kerouac?

O dono da Nunzio’s Wine and Liquor, nos Estados Unidos, deve saber bem qual a resposta. Em 1961, Jack Kerouac comprou bebidas em sua loja e pagou com um cheque no valor de 10 dólares, mas o cheque foi cancelado. Prejuízo? Muito pelo contrário. O fotógrafo e colecionador Richard Prince arrematou o cheque por um valor não divulgado, mas que deve ter coberto com bastante folga o “prejuízo” deixado por Kerouac.

Em 2005, Richard falou à revista Index Magazine sobre sua aquisição. “Saber escolher é tudo. Eu não compraria um cheque cancelado de Richard Nixon”, disse.