O Dia Mundial do Rock em ritmo literário

Em homenagem ao Dia Mundial do Rock, cruzamos letras com músicas e criamos as trilhas sonoras perfeitas (ou nem tanto) para certos clássicos da literatura. Tem para todos os gostos. Aumente o som e dance baby, dance…

Para Memória póstumas de Brás Cubas: “The dead man walking”, de David Bowie, em versão acústica:

Para On the Road, “Highway 61 Revisited”, de Bob Dylan, na versão de Johnny Winter:

Para O amor é um cão dos diabos, ou qualquer outro livro de Charles Bukowski, “Sympathy for the Devil”, The Rolling Stones:

Para Peter Pan, “Fly Away From Here”, do Aerosmith:

Para Crime e Castigo, “Help!”, dos Beatles:

Para Romeu e Julieta,” Smells like teen spirit”, do Nirvana:

Para Alice no País das Maravilhas,  “What a Wonderful World” na versão de Joey Ramone:

O nascimento de Neruda

Eu sou o submerso daquelas latitudes,
deixei ali minha mãos, minha primeira abundância,
os tesouros vazios mais ricos que o dinheiro,
o fulgor desse mundo de folhas, raízes, sílabas
sem idioma, folhas entrecortadas
que uma a uma me fizeram entender a sorte
jovem e tenebrosa, e é por isso
que quando
caiu a névoa e o mar, a lava, o medo
ali caíram, enredando-se em nó de espinhos
que rodava tremendo sobre o dia
com um cauda de água hirsuta e pedras que mordiam,
e a terra paria e morria, agonizava e nascia,
e outra vez voltava a chamar-se terra e a ter noite
e de novo apagava o seu nome com espanto,
ai, ai irmãos ausentes, como se a dor fosse um
[sistema intacto,
uma taça de ar amargo entre todo o ar do céu,
ali onde eu estive chegou a meus lábios a morte,
ali onde eu estive a terra foi sacudida
e se queimou meu coração com um só relâmpago.

(“Cantos Cerimoniais“, de Pablo Neruda)

Pablo Neruda nasceu Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto em 12 de julho de 1904, na cidade chilena de Parral. E só adotou o pseudônimo com o qual entrou para a história da literatura – e recebeu um Prêmio Nobel –  em 1920, numa homenagem ao poeta tchecos­lovaco Jan Neruda (1834-1891) –, sob o qual o jovem publicava poemas no periódico literário Selva austral. Seu primeiro livro foi lançado em 1923 e, a partir de então, ele nunca mais parou de produzir versos.

Pablo Neruda aos 15 anos, quando ainda chamava-se Ricardo

Pablo Neruda aos 15 anos, quando ainda chamava-se Ricardo

80 anos de “Morte na Mesopotâmia”, livro inspirado em uma amiga de Agatha Christie

[Este livro é] “Dedicado aos meus muitos amigos arqueólogos no Iraque e na Síria”. A homenagem é de Agatha Christie e está na folha de rosto de Morte na Mesopotâmia, obra lançada originalmente em 6 de julho de 1936. Ou seja: há exatos 80 anos. Este livro é um dos que nasceu da paixão da Rainha do Crime pelo Oriente Médio, onde ela esteve algumas vezes a partir de 1928, após divorciar-se de seu primeiro marido. Ao chegar na Mesopotâmia pela primeira vez, a já famosa escritora foi recepcionada pelo casal de arqueólogos Leonard e Katherine Woolley, que estavam à frente de uma escavação em Ur. E foi através dos Woolley que ela conheceu seu segundo marido, o arqueólogo e especialista em história do Oriente Médio, Max Mallowan.

Agatha no Iraque 1936

Agatha Christie em uma escavação no Iraque, em 1936, ano em que foi lançado o livro “Morte na Mesopotâmia”

Katherine Woolley tornou-se uma das melhores amigas de Agatha Christie e a personagem principal de Morte na Mesopotâmia, Louise Leidner, foi inspirada nela. No livro, Poirot fica fascinado pela personalidade da esposa do arqueólogo-chefe, exatamente como Agatha ficou ao conhecer Katherine.  As pessoas ficavam sempre divididas entre detestarem-na com ódio feroz e vingativo, ou ficarem fascinadas por ela – possivelmente por mudar tão rapidamente de disposição que tudo nela era imprevisível (…) Os assuntos que ela falava nunca eram banais. Tinha capacidade de estimular o intelecto dos outros, encaminhando-os por veredas que antes jamais lhes haviam sido sugeridas” escreveu Agatha Christie sobre a amiga em sua Autobiografia

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O casal Leonard e Katherine Woolley

Katherine em ação

Katherine em ação

A L&PM já publica Morte na Mesopotâmia em pocket e em quadrinhos. Mas breve chegará também no formato 14cm x 21cm.

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Morre Elie Wiesel, “a consciência do mundo”

“A consciência do mundo”, assim o presidente dos EUA, Barack Obama, se referiu a Elie Wiesel, vencedor do Nobel da Paz em 1986 que faleceu neste sábado, 2 de julho, aos 87 anos. Sobrevivente do Holocausto, Elie escreveu 57 livros.

Em 1995, a L&PM Editores publicou no Brasil “Memória a duas vozes”, uma conversa entre ele e o ex-presidente da França François Mitterrand sobre o holocausto, a guerra, a liberdade e a democracia.

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São Paulo: “O Pequeno Príncipe” no Mosteiro de São Bento

A mostra “O Pequeno Príncipe descobre o Mosteiro” já cativou muitos visitantes em 2015. Agora a exposição que tem como personagem principal o clássico de Saint-Exupéry voltará a abrir suas portas em 1° de julho. A iniciativa é da Biblioteca do Mosteiro de São Bento de São Paulo e colocará em exposição raridades comoa 1ª edição francesa e também a 1ª edição suíça em língua alemã. Os visitantes também poderão conhecer volumes em outros idiomas como inglês, espanhol, japonês e mandarim, além de edições raras e comemorativas. Ao todo, 50 edições que fazem parte do acervo da Biblioteca estarão à disposição do público. Durante o mês de julho haverá ainda uma programação com contações de histórias, oficinas e palestras.

A  ligação dos beneditinos com “O Pequeno Príncipe” não é de hoje. A primeira tradução brasileira, de 1952, foi feita pelo Monge Dom Marcos Barbosa.

Pequeno Principe Mosteiro

Serviço

O Pequeno Príncipe descobre o Mosteiro

De 1° a 31 de julho de 2016

Aberta de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h; sábado, das 9h ao meio-dia.

Mosteiro de São Bento de São Paulo

Entrada franca

A L&PM publica O Pequeno Príncipe em dois formatos com as ilustrações originais de Saint-Exupéry e nova tradução de Ivone C. Benedetti.

Programação de julho do canal Philos terá Beats e Leonardo Da Vinci

Philos é um canal que apresenta ótimos documentários. São produções de alta qualidade sobre arte, ciência, história, música e cultura em geral. Todo conteúdo é em HD e ser acessado pelo www.philos.com. A partir de 1°  julho, o Philos vai apresentar dez produções do acervo do canal Mais Globosat e  a programação abre nesta sexta-feira, às 13h, com “A influência da Geração Beat”, seguido de “A alimentação de Da Vinci”.

“A influência da Geração Beat” é um documentário focado nas figuras de Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William Burroughs. Já “A alimentação de Da Vinci” é uma produção baseada na descoberta da lista de compras de mercado do grande pintor, feita pelo casal Won-jin e Song Eun-jung, mostrando as prováveis receitas que ele talvez tenha criado.

Beat Generation filme

A L&PM Editores tem uma série inteira dedicada aos beats e publica a biografia de Leonardo da Vinci.

Lady Gaga é banida da China após encontro com o Dalai Lama

Não dá pra agradar todo mundo. Isso Lady Gaga sabe bem. Seu encontro com Sua Santidade, o Dalai Lama, por exemplo, deixou budistas do mundo inteiro contentes, mas irritou profundamente os chineses mais radicais. A cantora e o líder espiritual trocaram palavras e gestos de gentileza durante uma conferência em Indiana, nos Estados Unidos, na segunda-feira, 28 de junho. Ao publicar em seu Instagram uma foto do Dalai Lama segurando sua mão, Lady Gaga recebeu uma avalanche de comentários hostis vindas da terra de Mao. “Para os chineses é como se estivesse apertando a mão de Bin Laden”, escreveu um usuário da rede social. A absurda comparação com o terrorista islâmico se deve ao fato de que o Partido Comunista Chinês considera o Dalai Lama um inimigo de estado por ser um “separatista”.

Lady Gaga Dalai Lama Instagram

A foto do Dalai Lama com Lady Gaga atraiu a ira do Partido Comunista Chinês

Desde segunda-feira, o partido tem promovido ações para impedir que os cidadãos ouçam músicas de Lady Gaga, exigindo que os sites de distribuição deletem suas canções e estimulando notícias que critiquem a cantora. Lady Gaga é uma das artistas ocidentais mais populares na China e, segundo o jornal britânico The Guardian, seu nome agora foi adicionado à lista de estrangeiros que não são bem-vindos ao “Reino Médio”. Na conferência em que se deu este encontro, o Dalai Lama centrou seu discurso na esperança de um futuro melhor, com compaixão humana, amor e benevolência. Tudo o que parece estar faltando para alguns chineses.

O livro Sete anos no Tibet, publicado na Coleção L&PM Pocket, conta como a China invadiu o Tibet em 1950, expulsando milhares de cidadão e também o grande líder budista. A L&PM também publica os pensamentos do Dalai Lama, Caminho da sabedoria, caminho da paz, em dois formatos. 

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Romance adolescente que será publicado pela L&PM ganha importante prêmio do Reino Unido

A britânica Sarah Crossan é autora de One, um romance escrito em verso livre que conta a história de Grace e Tippi, gêmeas siamesas que, unidas pelo quadril, vivem sua(s) vida(s) adolescente(s). A narrativa – que às vezes soa como um diário – é um longo poema em prosa que vai se desenrolando sob o ponto de vista de Grace. E antes que você torça o nariz pensando que talvez essa história seja meio esquisita, bizarra ou até sofrida demais para envolver o público juvenil, a gente diz que não é nada disso. One – que por aqui tem o título provisório de Unidas – é incrivelmente envolvente e sensível.

Somos literalmente grudadas

pelo quadril –

unidas pelos ossos e pelo sangue.

 

E

é por isso

que

nunca fomos à escola.

One vem recebendo vários prêmios e o mais recente deles foi anunciado nesta segunda-feira: a medalha Carnegie (Carnegie Medal), o mais cobiçado prêmio para livros infanto-juvenis do Reino Unido e que existe desde 1936. Crossan já havia sido indicada duas vezes anteriormente, mas só agora, com One, “foi levada à glória” como escreveu o jornal The Guardian, complementando na matéria que 2016 tem sido um grande ano para a autora.

Sarah Crossan. Foto: Rolf Marriott

Sarah Crossan. Foto: Rolf Marriott

“O Carnegie é o prêmio que eu sempre quis ganhar porque ele é julgado por bibliotecários que são os guardiões da literatura de muitas maneiras. Eu tinha certeza que, hoje, o nome de outra pessoa seria lido no lugar do meu.” Declarou Sarah Crossan logo após o anúncio.

O ar do verão começa a ficar mais fresco.

A tinta escura da noite chega cada vez mais cedo.

E do nada

a mamãe anuncia que Tippi e eu

não vamos mais estudar em casa.

“Em setembro

vocês vão começar o ensino médio

e vão à escola

como todo mundo”, ela avisa.

 

E eu não esboço qualquer

reação.

 

Eu escuto

e balanço a cabeça

e puxo um fio solto na camisa

até um botão

 

cair.

 

Mas Tippi não fica em silêncio.

 

Ela explode:

 

“Está falando sério?

Vocês piraram?”, ela grita

e continua discutindo com a mamãe e o papai por horas.

 

Eu escuto

e balanço a cabeça

e mordo a pele em torno das unhas

até começar a

 

sangrar.

Em One, à medida que as irmãs crescem e desenvolvem diferentes hábitos e opiniões, elas descobrem como é difícil compartilhar um corpo. Pra completar as angústias, os pais ficam desempregados e o dinheiro vira um problema latente – mas que apesar de angustiante, às vezes é narrado com bom-humor.

Se eu tivesse um revólver, poderia assaltar um banco.

 

Poderia enfiar uma arma na cara do caixa

e exigir uma pilha de dinheiro

e fugir em uma Maserati roubada.

 

Eu poderia vender drogas nas esquinas

ou prostituir meninas por um bom preço.

 

Poderia infringir a lei que quisesse.

 

Se me mandassem para a cadeia,

teriam que prender Tippi também,

o que seria uma detenção

ilegal,

que jamais seria mantida em um

tribunal.

 

Se eu não tivesse uma maldita consciência,

estaríamos ricas.

O premiado romance de Sara Crossan chega ao Brasil pela L&PM Editores no segundo semestre deste ano com tradução de Alexandre Boide.

A capa britânica de "One".

A capa britânica de “One”.

 

A toca do coelho branco fica na Califórnia

Por Paula Taitelbaum*

Então, num final de tarde, você vem caminhando meio sem rumo quando, de repente, cai na toca do coelho branco. E lá dentro encontra o maravilhoso mundo de Alice e tudo (tudo mesmo!) que possa existir relacionado com a obra mais famosa de Lewis Carroll.

Pois foi exatamente o que aconteceu comigo há alguns dias, durante minhas férias. Eu estava passando por Carmel, um conhecido balneário da Califórnia, quando vi uma plaquinha que fez o coração dessa fã da Alice bater mais forte: “Alice’s Gift Shop”.

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“The White Rabbit” (O coelho branco) era o nome da loja. Mas mesmo com tudo levando a crer que Alice me esperava lá em cima, jamais poderia imaginar que seriam tantas maravilhas.

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Virei criança. Simplesmente a loja era totalmente dedicada à Alice no País das Maravilhas. Pena que o dólar anda tão alto… 🙁

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A loja tem três ambientes repletos com livros, roupas, bonecas, louças, bijuterias, jogos, bibelôs e presentes das mais variadas espécies e estirpes.

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Assim, na boa, não dava vontade de sair dali. Me senti muito mais num museu do que numa loja.

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Uma árvore de Natal da Alice!!!!!!

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Alice versão serial killer:

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E esse móvel? Será que cabe numa mala?

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Infelizmente, com a atual realidade econômica, não pude levar nada mais do que um imã de geladeira. O consolo é que a The White Rabbit vende pela internet e entrega em todo o mundo. Vá que sobre um dinheirinho uma hora dessas…

* Paula Taitelbaum é escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação da L&PM e uma apaixonada por Alice no País das Maravilhas.

Entre amigos famosos: assim foi o lançamento de “Entre aspas” em Paris

Fernando Eichenberg é um jornalista brasileiro que vive e trabalha há muitos anos em Paris como correspondente internacional para diversos jornais e revistas. A Cidade Luz é, portante, sua cidade, seu chão, seu habitat natural. Justamente por isso, o autor de “Entre Aspas 1” e “Entre Aspas 2” – ambos publicados pela L&PM – não poderia deixar de lançar seu livros por lá.

Foi um encontro entre amigos que aconteceu no final da tarde de terça-feira, 7 de junho, no Le Piano Vache, um aconchegante “bar rock”. Só que Fernando Eichenberg tem amigos que, digamos, nem todo mundo tem: o compositor Chico Buarque, o fotógrafo Sebastião Salgado, a cantora Dom La Nena, o sociólogo francês Michel Maffesoli, o escritor e jornalista Alan Riding… Estavam todos lá, num encontro que teve muitas conversas, autógrafos e show de Dom La Nena para terminar a noite em grande estilo.

Chico comprou o livro

Chico comprou o livro

Chio Buarque2

E foi pegar o seu autógrafo

Buarque Salgado Riding

Bem ao centro, Alan Riding batendo papo com Sebastião Salgado

O sociólogo francês Michel Maffesoli e Fernando Eichenberg

O sociólogo francês Michel Maffesoli e Fernando Eichenberg

Dom La Nena se preparando para dar um show

Dom La Nena se preparando para dar um show

E que show!

E que show!

Foi lindo

Foi lindo