Arquivo da tag: Chico Buarque

Entre amigos famosos: assim foi o lançamento de “Entre aspas” em Paris

Fernando Eichenberg é um jornalista brasileiro que vive e trabalha há muitos anos em Paris como correspondente internacional para diversos jornais e revistas. A Cidade Luz é, portante, sua cidade, seu chão, seu habitat natural. Justamente por isso, o autor de “Entre Aspas 1” e “Entre Aspas 2” – ambos publicados pela L&PM – não poderia deixar de lançar seu livros por lá.

Foi um encontro entre amigos que aconteceu no final da tarde de terça-feira, 7 de junho, no Le Piano Vache, um aconchegante “bar rock”. Só que Fernando Eichenberg tem amigos que, digamos, nem todo mundo tem: o compositor Chico Buarque, o fotógrafo Sebastião Salgado, a cantora Dom La Nena, o sociólogo francês Michel Maffesoli, o escritor e jornalista Alan Riding… Estavam todos lá, num encontro que teve muitas conversas, autógrafos e show de Dom La Nena para terminar a noite em grande estilo.

Chico comprou o livro

Chico comprou o livro

Chio Buarque2

E foi pegar o seu autógrafo

Buarque Salgado Riding

Bem ao centro, Alan Riding batendo papo com Sebastião Salgado

O sociólogo francês Michel Maffesoli e Fernando Eichenberg

O sociólogo francês Michel Maffesoli e Fernando Eichenberg

Dom La Nena se preparando para dar um show

Dom La Nena se preparando para dar um show

E que show!

E que show!

Foi lindo

Foi lindo

“Noites brancas” de Dostoiévski

Por Nanni Rios*

Não sei bem explicar o porquê, mas a música “Valsinha” de Chico Buarque sempre me remete ao livro Noites brancas, de Dostoiévski. As duas histórias não têm muito em comum além do casal apaixonado que vai para a rua viver seu sentimento, mas na falta de elementos visuais em ambos (uma música e um livro, respectivamente), criei meus próprios cenários imaginários para as duas histórias e posso garantir que os dois se parecem. E essa relação não deixou de ser um dos principais motivos que me inspirou a escrever sobre Noites brancas aqui no blog, um livro que merece ser relembrado sempre.

Na história de Dostoiévski, a jovem Nástienhka se ilude com a promessa de um homem que partiu um ano antes prometendo voltar para casar-se com ela: ao chegar no local e dia combinados para o reecontro, nada do rapaz aparecer. É neste momento de fragilidade que a vida dela se cruza com a de um jovem (o protagonista da história), que estava no lugar certo na hora certa. Em apenas quatro noites, o tímido rapaz e a misteriosa Nástienhka passam a se conhecer como velhos amigos e se apaixonam.

Na música do Chico, a história parece ser rodada ao contrário: um casal que vivia uma relação já desgastada se reapaixona e resolve contar isso para o mundo – como fazem os casais apaixonados, afinal:

E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar

Em Noites brancas, como não podia deixar de ser, algo vem atrapalhar o desenrolar romântico daquele fugaz encontro. Se o final é triste ou feliz? Recomendo ler o livro e tirar suas próprias conclusões – e isso não é uma isca barata, pois o julgamento realmente cabe a quem lê.

A L&PM publica Noites brancas na série Pocket Plus da Coleção L&PM Pocket. E para ouvir a “Valsinha”, clique aqui.

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.