Começou no dia 26 de março e termina no domingo, 7 de abril, o Festival de Teatro de Curitiba. Ao todo, esta que é a 22ª edição do evento, somará 32 espetáculos com ingressos que vão de R$ 60,00 a R$ 30,00. A dica para hoje (05/04) e amanhã (06/04) é a peça “O médico e o monstro”, a partir do texto de Robert Louis Stevenson. A montagem é carioca, tem direção de Cesar Augusto e ganhou uma boa pitada de comédia, já que, na peça, a poção de Dr. Jekyll é misturada ao café intragável da empregada Minerva. As apresentações acontecem às 21 horas no Teatro da Reitoria. Os ingressos podem ser comprados pelo site do Festival.
“O fim”, de Allen Ginsberg
Eu sou Eu, velho Pai Olho de Peixe que procriou o oceano,
o verme no meu próprio ouvido, a serpente enrolada na árvore,
Eu me sento na mente do carvalho e me oculto na rosa, eu sei se
alguém desperta, ninguém a não ser minha morte,
vinde a mim corpos, vinde a mim profecias, vinde a mim agouros,
vinde espíritos e visões,
Eu recebo tudo, eu morro de câncer, eu entro no caixão para
sempre, eu fecho meu olho, eu desapareço,
Eu caio sobre mim mesmo na neve de inverno, rolo em uma
grande roda pela chuva, observo a convulsão dos que fodem,
carros guincham, fúrias gemem sua música de fagote, memória
apagando-se no cérebro, homens imitando cães,
Eu gozo no ventre de uma mulher, a juventude estendendo seus
seios e coxas para o sexo, o caralho pulando para dentro
derramando sua semente nos lábios de Yin, feras dançam no
Sião, cantam ópera em Moscou,
meus garotos excitados ao crepúsculo nas varandas, chego a
Nova York, toco meu jazz num Clavicórdio de Chicago,
Amor que me engendrou eu retorno a minha Origem sem nada
perder, eu flutuo sobre o vomitório
empolgado por minha imortalidade, empolgado por essa infinitude
na qual aposto e a qual enterro,
vem Poeta, cala-te, come minha palavra e prova minha boca em
teu ouvido.
O poeta Allen Ginsberg morreu em 5 de abril de 1997, aos 70 anos, mas escreveu os versos acima em 1960. “O Fim” está no livro Uivo, Kaddish e outros poemas que tem tradução de Claudio Willer. Ele certamente não foi o único poema escrito de Ginsberg no qual a morte estava presente. Quando seu pai faleceu, o poeta beat dedicou a ele Father Death Blues. Abaixo, o emocionante vídeo em que Ginsberg, já em idade avançada, canta este poema:
Recentemente, a L&PM lançou Allen Ginsberg e Jack Kerouac: as cartas, livro que traz a troca de cartas entre os dois amigos beats ao longo de 25 anos.
“Kill all Enemies” em destaque na Fnac
Kill all Enemies, de Melvin Burgess, em destaque. Livro que vem encantando – e arrepiando – leitores que vão dos 15 aos 80 anos, ele está com 20% de desconto em toda a rede Fnac.
Um belo livro, capaz de arrepiar, emocionar e fazer pensar. Estamos falando de emoção pura, à flor da pele, provocada pelas histórias de Billie – a menina sem pai nem mãe, boa de briga, que enfrenta o mundo na base da porrada –, de Rob – o gordinho boa-praça, fã de heavy metal, atormentado pelo padrasto em casa e pelo bullying na escola – e de Chris – o cara rebelde, em pé de guerra com a escola e que odeia fazer lição de casa. Depois de conhecer o dia a dia desta turma, é difícil imaginar como tantas coisas erradas, tanta tristeza, revolta e angústia cabem nos corações de pessoas tão jovens. Eles estão perdidos em meio a conflitos sem saída: pais controladores ou violentos, mães ausentes ou alcoólatras, mais preocupadas com namorados vagabundos do que com os filhos. Melvin Burgess conduz com maestria esta história pungente e verdadeira. Mostra como jovens que recebem do mundo toda a maldade que ele é capaz de proporcionar – de abandono e desprezo até violência sexual – insistem em sobreviver, amar e ser generosos. Generosidade. Esta é a palavra-chave que define esta obra magnífica. Se por um lado Burgess mostra a face escura, oculta e sórdida das relações familiares, por outro deixa uma porta luminosa aberta para a esperança. (Ivan Pinheiro Machado na apresentação do livro)
Aplausos de pé
Zero Hora – Contracapa Segundo Caderno – 04/04/2013 – Por Roger Lerina
Coisa raríssima: o documentário brasileiro “O Dia que Durou 21 Anos” vem sendo ovacionado pela plateia de sete capitais desde que foi lançado na noite da última sexta-feira. O filme dirigido por Camilo Tavares e produzido pelo jornalista e escritor Flávio Tavares está comovendo o público de Brasília, Rio, São Paulo, Salvador, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre – que silencia durante a projeção e bate palmas ao final.
O longa reúne documentos e diálogos da época do golpe de 1964, em que gravações secretas da Casa Branca mostram as vozes dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson dando o sinal verde para o movimento militar no país.
Quem é essa menina com seu cãozinho?
Parece a Dorothy do Mágico de Oz, mas na verdade é Agatha Christie. Na foto, ela segura seu cachorrinho, presente dado pelo pai e batizado por ele de George Washington. Em sua autobiografia, Agatha conta que ficou tão feliz ao ganhá-lo que não conseguiu pronunciar nenhuma palavra – o que fez com que o pai pensasse que a menina não tinha gostado do presente:
“Minha mãe contou-me mais tarde que meu pai ficara muito desapontado com a recepção que fiz a seu presente. (…) Mas minha mãe, sempre compreensiva, disse-lhe que eu precisava de tempo. Esse cachorrinho Yorkshire-terrier, de quatro meses de idade, vagueava desconsoladamente pelo jardim, onde se afeiçoara ao nosso jardineiro, um homem mal-humorado chamado Davey. O cão fora criado por um jardineiro e a visão de uma enxada entrando na terra fê-lo sentir-se em casa. Sentou-se no atalho do jardim e ficou contemplando com ar muito atento o homem que cavava. Foi aí que o encontrei e travamos conhecimento. Éramos ambos tímidos e só fizemos algumas tentativas de aproximação. Mas no final da semana Tony e eu já éramos inseparáveis. Seu nome oficial, dado por meu pai, era George Washington – Tony era o apelido, contribuição minha. Tony era um cão admirável para uma criança: bem-humorado, afetuoso, acompanhava de bom grado todas as minhas fantasias. (…) Laços, fitas e outros adornos passaram a ser aplicados em Tony, que os aceitava de boa vontade, como se se tratasse de sinais de apreço, e , ocasionalmente, comia pedaços deles, além de sua ração de chinelos.”
A primeira vez de “Os Miseráveis” de Victor Hugo
Em 3 de abril de 1862, foi lançada a primeira edição de “Os Miseráveis“, de Victor Hugo. Mais de 150 anos depois, este romance épico segue encantando o mundo. E Cosette, a menina pobre que, depois de perder a mãe, é criada por Jean Valjean, continua sendo uma das figuras mais conhecidas da grande obra. Para comemorar esse aniversário de publicação, aqui vão algumas imagens da menina, eternizada pelos mais variados artistas:
Encontrada carta em que Oscar Wilde dá conselhos a um aspirante a escritor
Uma carta nunca antes revelada, escrita pelo irlandês Oscar Wilde (1854-1900), foi descoberta em uma caixa empoeirada na parte de trás de um velho guarda-roupas, na Inglaterra.
O documento tem 13 páginas e não está datado, mas estima-se que tenha sido escrito por volta de 1890, quando Wilde estava se tornando um dos dramaturgos mais famosos de Londres.
Dirigida a um aspirante a escritor não identificado – que pede conselhos de como ser bem sucedido – Wilde escreveu que “o melhor trabalho na literatura é sempre feito por aqueles que não dependem dela para ganhar o pão de cada dia”. Outro conselho do autor de O retrato de Dorian Gray é “faça algum sacrifício por sua arte e você será reembolsado…”
Junto com a carta foi encontrado o primeiro rascunho do soneto “The New Remorse” (“O novo remorso”), publicado por Oscar Wilde – sob outro título – em 1887. O esboço do poema foi escrito por Wilde para seu novo amante na época, Lord Alfred Douglas, depois de terem acabado de se conhecer em 1891.
Os dois documentos pertenceram a Lawrence Hodson (1864-1933), dono de cervejaria vitoriana que recolheu cartas autografadas e manuscritos durante sua vida. Eles foram deixados de herança para sua neta e encontrados por peritos na antiga propriedade da família, em Shippon, perto de Abingdon, Oxon, depois que ela faleceu em novembro passado.
Mike Heseltine, um dos leiloeiros da Bloomsbury de Londres, especializado em manuscritos, disse: “A carta é desconhecida até agora e é completamente fascinante, enquanto a primeira versão de um de seus poemas mais importantes é igualmente emocionante.”
Tanto a carta quanto o esboço do poema irão a leilão esta semana, no dia 4 de abril, junto com outras preciosidades literárias de Hodson. A estimativa é de qua carta de 13 páginas seja vendida por 12.000 libras e o poema por 7.500 libras.
Quem dá mais?
Os novos cartazes de “O grande Gatsby”
Seis cartazes com personagens de O Grande Gatsby foram divulgados pela Warner Bros. Protagonizado por Leonardo DiCaprio, o remake da adaptação do clássico de F. Scott Fitzgerald será exibido pela primeira vez na abertura do 66ª Festival de Cannes, no dia 15 de maio.
O longa é dirigido por Baz Luhrmann e, além de DiCaprio, que interpreta o magnata Jay Gatsby, o longa tem Tobey Maguire, Carey Mulligan, Joel Edgerton e Amitabh Bachchan.
“The Outsider”: a primeira a publicar Bukowski na América
Os alternativos, os estranhos, os undergrounds, os rebeldes, os malditos. Eram estes que a “The Outsider”, revista literária dos anos 1960, publicava. Seu formato era pequeno e ela parecia ter de um mimeógrafo (talvez até saísse) e era montada à mão pelo casal Jon Edgar Webb e Gypsy Lou Webb, donos da Loujon Press, editora da revista. Charles Bukowski, Jack Kerouac e Lawrence Ferlinghetti foram alguns dos que ganharam destaque nas páginas da “The Outsider”.

Começo de carreira: ao lado da máquina do jovem Bukowski, volumes da “The Outsider” (clique sobre a imagem para ampliar)
Em 2007, foi feito um documentário, “The Outsiders of New Orleans: Loujon Press”, contando a história da famosa publicação e com depoimentos de Louise “Gypsy Lou”. Veja o trailer:
“Música perdida” encontra-se na França
Um pouquinho antes da Páscoa, o escritor Luiz Antonio de Assis Brasil nos enviou a versão francesa de seu romance Música Perdida (L&PM, 2006) que acaba de sair do forno parisiense da editora Le Temps des Cerises. Musique perdue é a terceira obra do escritor publicada na França, como ele nos contou por e-mail:
Este é o seu primeiro livro publicado na França ou já existem outros?
Luiz Antonio de Assis Brasil: Tenho três livros na França: O Homem Amoroso, Breviário das Terras do Brasil e, agora, Música Perdida (essas outras edições estrangeiras estão no meu website, inclusive com reprodução das capas.)Você chegou a participar do processo de edição?
LAAF: O processo de edição correu todo por conta das editoras, que, por vezes, mandavam um esboço das capas. Por sorte, tanto a diagramação quanto as capas saíram com boa qualidade, a mesma que a L&PM dedica às suas edições. Como, por enquanto, meus livros saíram em línguas que eu conheço, pude avaliar a fidelidade ao texto original.Pode nos contar como foi essa experiência e/ou quais são as tuas expectativas com essa publicação?
LAAF: É interessante: recebi há três dias o Musique Perdue, na tradução de Vincent Gorse. Li algumas páginas. Olha, o Vincent melhorou muito o original… Tenho, naturalmente, muito interesse acerca da recepção deste livro, que trata de uma cultura e de protagonistas tão diferentes da experiência europeia. Vejamos o que dizem os leitores gauleses.



















