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O guia da felicidade do Dr. Lucchese

O Caderno Vida do Jornal Zero Hora, de 10 de agosto, dedicou uma página inteira ao livro Não sou feliz, do Dr. Fernando Lucchese. Na matéria, Lucchese conta em entrevista que as pessoas são programadas para ser felizes, mas que o ser humano é o pior inimigo de si mesmo. Clique sobre a imagem e leia na íntegra:

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A invenção do amor por Sergius Gonzaga

O amor na literatura é o tema do curso que será ministrado pelo professor Sergius Gonzaga ao longo do mês de agosto na Casa de Ideias, em Porto Alegre. Serão 3 encontros + uma palestra-bônus em que o professor do Instituto de Letras da UFRGS analisa textos clássicos de Goethe, Flaubert, Dostoiévski, F. Scott Fitzgerald, Machado de Assis e outros grande autores de acordo com o cronograma a seguir:

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(clique na imagem para ampliar)

Mais informações e inscrições pelo telefone (51) 3018 7740 ou contato@casadeideias.com

A arte de Jean-Michel Basquiat

O artista Jean-Michel Basquiat morreu jovem, com apenas 27 anos, no dia 12 de agosto de 1988, mas produziu o suficiente para entrar para a história da arte moderna como um dos ícones da pop art ao lado de Andy Warhol. Eles se conheceram em 1982, em Nova York, e Warhol registrou o momento em seus diários:

Segunda-feira, 4 de outubro, 1982. Fui encontrar Bruno Bischofberger. Veio com Jean-Michel Basquiat. É o garoto que usava o nome “Samo” quando sentava na calçada do Greenwich Village e pintava camisetas, e de vez em quando eu dava $10 para ele e o mandava ao Serendipity para tentar vendê-las. Era apenas um daqueles garotos que me enlouqueciam. É negro, mas algumas pessoas dizem que é porto-riquenho, ai sei lá. E então Bruno o descobriu e agora ele está com a vida ganha. Tem um estúdio ótimo na Christie Street. É um garoto de classe média do Brooklyn – quer dizer, foi à universidade e essas coisas – e ficou tentando ser daquele jeito, pintando em Greenwich Village.

Então almocei com eles e aí tirei uma polaroid e ele foi pra casa, duas horas depois mandou uma pintura, ainda molhada, dele e de mim juntos. E, quer dizer, só chegar até Christie Street deve ter levado uma hora. Me disse que foi o assistente quem pintou.

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“Dos cabezas” (1982) de Jean Michel Basquiat

No registro do dia seguinte, 5 de outubro, ele diz:

(…) E esqueci de acrescentar que um dia antes Jean-Michel Basquiat meteu a mão no bolso e disse que me pagaria os $40 que me devia do tempo em que pintava camisetas e pedia dinheiro emprestado para mim e eu disse ah, não, está bem, fiquei constrangido – fiquei surpreso de só ter dado isso pra ele, achei que tivesse dado mais.

Bruno Bischofberger with Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat and Francesco Clemente, New York 1984

Andy Warhol, Jean-Michel Basquiat, Bruno Bischofberger e Francesco Clemente (Nova York, 1984)

Jean-Michel Basquiat nasceu no Brooklyn, em 1960, mas sua família veio de Porto Rico e do Haiti. Conhecendo bem a vida nos subúrbios e os problemas a ele inerentes, como o racismo, a imigração e a exclusão social, Basquiat tornou-se um símbolo dos desenhos urbanos nos anos 80. Começou a se destacar em NY com os grafites que fazia com a sigla SAMO (“Same Old Shit”). Interessado em hip-hop, jazz, basebol e boxe, mas também em poesia francesa, Leonardo Da Vinci e arte modernista, ele começou cedo na pintura, comunicando com clareza e urgência a sua própria experiência de vida com um quê neo-expressionista. Suas criações são uma combinação de símbolos, escrita e cores encontradas fora da “normalidade”: são as cores da cidade, das ruas e do mundo em que viveu.

A vida de Basquiat virou filme sob a direção do amigo e contemporâneo Julian Schnabel e é citado inúmeras vezes no vol. 2 dos Diários de Andy Warhol da Coleção L&PM Pocket.

Os pops poéticos de Jack Kerouac

KerouacHaikaisAcaba de chegar o esperado Livro de Haicais de Jack Kerouac. Em edição bilíngue, o livro traz pequenos poemas em três linhas criados pelo autor de On the road. Kerouac entrou em contato com o haicai durante seus estudos sobre o budismo, sob a influência do poeta Gary Snyder que, no começo da década de 50, havia viajado para o Japão. A partir daí, o escritor beat preencheu dezenas de blocos de notas com quase mil “pops”, e também os incluiu em livros como Os vagabundos iluminados, em cartas e em seu diário.

O Livro de Haicais de Jack Kerouac tem tradução de Claudio Willer e é dividido em “Livro de Haicais”, “Pops do Darma”, “1956: Pops da Desolação”, “1957: Haicais de estrada”, “1958-1959: Haicais da Geração Beat” e “1960-1966: Haicais de Northport”. Além disso, tem introdução de Regina Weinreich, especialista em Geração Beat e professora da School of Arts de Nova York, mais notas e fontes dos haicais originais.

Então eu inventei
O haicai do tipo americano:
O simples trio rimado: –
Dezessete sílabas?
Não, como digo, Pops Americanos: –
Simples poemas de 3 linhas

(Anotações de leitura de Jack Kerouac, 1965)

Página de um dos caderninhos de Jack Kerouac, com seus desenhos e haicais

Página de um dos caderninhos de Jack Kerouac, com seus desenhos e haicais

Nos picos do entardecer,
eu vejo
A esperança

(Um dos “Pops da Desolação”)

Livros de filhos para pais

Ainda não comprou o presente do Dia dos Pais? Nas dicas abaixo você certamente vai encontrar alguma sugestão que vai deixar seu pai feliz:

A AUTOESTRADA DO SUL, de Julio Cortázar – Oito contos escolhidos de Julio Cortázar. Após cada história, sentimos como se uma nova janela houvesse se aberto para nossa compreensão da vida. Perfeito para pais reflexivos, inteligentes e que gostam de jazz, já que o autor tem contos sobre o tema.

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OS FILHOS DOS DIAS, de Eduardo Galeano – Inspirado na sabedoria dos maias, este livro se situa como uma espécie de calendário, onde de cada dia nasce uma nova história. Provocante, intenso e sensível como toda obra desse escritor uruguaio, Os filhos dos dias vai agradar os pais que curtem contar história e gostam de saber um pouco sobre tudo.

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JANGO: A VIDA E A MORTE NO EXÍLIO, de Juremir Machado da Silva – O recém lançado livro de Juremir Machado da Silva reconstrói a vida do ex-presidente João Goulart durante o exílio, até a sua morte, ao mesmo tempo em que aborda a suspeita de que Jango teria sido assassinado. Se o seu pai é do tipo politizado ou simplesmente gosta de história do Brasil, esse é o presente perfeito.

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INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, de Sigmund Freud – Pela primeira vez publicado em português com tradução direta do alemão, o mais famoso livro de Freud traz as perspectivas sobre a natureza e o significado dos sonhos em uma viagem até o inconsciente humano. Pais que buscam entender o mundo vão adorar.

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O cenário de “Mate-me por favor” no cinema

Estreia em outubro o filme CBGB, do diretor Randall Miller, que conta a história do lendário clube novaiorquino de “Country, Bluegrass e Blues” que revelou artistas e bandas como Talking Heads, Television, Patti Smith Group, Iggy Pop, The Police, Velvet Underground e outros que podem ser considerados os criadores do punk rock. Assista ao trailer:

Toda a história do CBGB está contada por seus próprios personagens no livro Mate-me por favor, já publicado em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket e acaba de ganhar uma nova edição em um só volume e formato convencional:

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Num trecho do livro, Terry Ork, Richard Hell e Richard Lloyd, respectivamente o empresário, o vocalista e o guitarrista da banda Television contam como tudo começou no CBGB’s:

Terry Ork: cheguei para Patti [Smith] e disse “Hey, escuta,  acho que a gente tem uma coisa rolando aqui. Vamos experimentar você e o Television nuns finais de semana. Vamos botar pra quebrar.”

Então eles tocaram nas noites de quinta, sexta, sábado e domingo no CBGB’s e foi um estouro. Ficou maior e maior a cada fim de semana. Durou seis semanas. Depois disto, cheguei pra Hilly [o dono do CBGB] e disse: “Você não pode superar esses números com seu country e seu bluebrass, rapaz!”

E considerei este o começo da cena [punk].

Richard Hell: A cena definitivamente começou a crescer como uma bola de neve. O CBGB’s era sem dúvida o lugar onde as coisas estavam acontecendo, desde a primeira vez que a gente tocou lá. Na real, éramos únicos. Não havia no mundo nenhuma outra banda de rock & roll com cabelo curto. Não havia nenhuma outra banda de rock & roll com rupas rasgadas. Todo mundo ainda estava usando purpurina e roupas de mulher. Éramos uns chinelões, arruaceiros, sem-teto, tocando uma música poderosa pra caramba, apaixonada, agressiva e também lírica.

Bob Gruen: A primeira vez que vi Richard Hell, ele entrou no CBGB’s usando uma camiseta com um alvo e as palavras Please Kill Me (Mate-me por favor). Aquilo era uma das coisas mais chocantes que eu já tinha visto. As pessoas tinham um monte de ideias extravagantes naquele tempo, mas andar pelas ruas de Nova York com um alvo no peito, com um convite para ser morto – aquilo foi um verdadeiro marco.

Richard Hell: Nem lembro de usar a camiseta Please Kill Me, embora lembre de ter forçado Richard Lloyd a usá-la. Eu era um tremendo de um covarde.

Richard Lloyd: Richard Hell tinha desenhado uma camiseta para ele que dizia Please Kill Me, mas não usava. Entrei numas “Vou usar.” (…) Aqueles fãs me lançaram um olhar verdadeiramente psicótico – olharam o mais fundo possível nos meus olhos e disseram: “É sério?” Daí disseram: “Se é isso que você quer, a gente ficará contente em obedecer, por que somos os maiores fãs!” Ficaram me olhando com aquele olhar alucinado, e pensei: “Não vou usar esta camiseta de novo.”

Laerte é o homenageado do FIQ 2013

O cartunista Laerte é o artista homenageado do Festival Internacional de Quadrinhos, o maior da América Latina, que acontece de 13 a 17 de novembro, em Belo Horizonte.

Nem precisamos dizer que a homenagem é super merecida! Afinal, Laerte já soma quase três décadas de carreira e ocupa lugar de destaque no “olimpo” dos cartunistas brasileiros. Ele participou, nos anos 80, de publicações importantes e influentes como a revista Balão, que fundou com Luis Gê, além do lendário Pasquim. Também colaborou com a revista Placar, IstoÉ, o jornal O Estado de São Paulo e o jornal Folha de S. Paulo, onde publica até hoje. Entre 1990 e 1992, editou e publicou 14 edições da revista Piratas do Tietê. Sua extensa galeria de personagens também inclui o super-anti-herói Overman, o enigmático Homem-Catraca, o nem-tão-onipotente-assim Deus, o hacker-travesti Hugo/Muriel e os implacáveis Los Três Amigos, uma parceria com Angeli, Glauco e Adão Iturrusgarai.

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Do Laerte, a L&PM publica as Striptiras em 4 volumes e as histórias dos Piratas do Tietê em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket.

A mais recente entrevista de Eduardo Galeano feita por Emir Sader

Em recente entrevista para o programa Repórter Brasil, o jornalista Emir Sader conversa com Eduardo Galeano. No bate-papo, em que Galeano fala em português, o escritor uruguaio se autodefine como um “caçador de histórias”, conta sobre o processo de criação de seu livro, Os filhos dos dias, e afirma que estamos vivendo uma ditadura do medo e que ela pode ser constatada nas revelações de Edward Snowden, ex-agente da CIA. Galeano fala ainda que o episódio ocorrido com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, mostra que o mundo está dividido entre indignos e indignados. Vale a pena assistir: