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O grande Fitzgerald

Hoje, 21 de dezembro, marca a morte daquele que é considerado um dos maiores romancistas norteamericanos: F. Scott Fitzgerald. 

Seu primeiro manuscrito foi rejeitado pelo editor e, depois disso, Fitzgerald abandonou a universidade de Princeton e alistou-se no exército. Mas não desistiu de escrever e, em 1919, conseguiu publicar “Este lado do paraíso”, seu primeiro romance.

Em 1921, Fitzgerald casou-se com Zelda Sayre e tiveram sua primeira filha, Frances. Foi nessa época que seu romance tornou-se um bestseller e ele ficou famoso. Vale dizer que o casamento com Zelda foi bastante conturbado, pois ambos bebiam muito e levavam uma vida de  excessos, inclusive financeiros. Zelda, no entanto, era uma ótima fonte de inspiração para os livros do marido e Daisy Buchanan, personagem de “O Grande Gatsby” (publicado em 1925), tinha muito dela. A citação de Daisy de que ela esperava que sua filha fosse uma “tola linda” foi exatamente o que Zelda disse depois do nascimento de sua filha.

Quando Zelda passou a sofrer de esquizofrenia e foi internada, Fitzgerald foi para Hollywood viver com sua amante, a atriz Sheilah Graham. No final de 1940, ele sofreu um sério ataque cardíaco e seu médico aconselhou-o a evitar esforços. Mesmo assim, em 21 de dezembro daquele ano, ele sofreu um novo ataque no apartamento de Sheilah e, antes que o socorro conseguisse chegar, ele já estava morto.

O funeral foi pequeno e discreto, acompanhado apenas de 30 pessoas. Seu amigo Edmund Wilson terminou e publicou o romance no qual Fitzgerald estava trabalhando na época. “O último magnata” foi lançado em 1941 e está na Coleção L&PM Pocket, assim, como “O Grande Gatsby” e mais “Os belos e malditos”, “Crack-up” e “O diamante do tamanho do Ritz e outras histórias“.

Cancãn natalino: Fitzgerald, Zelda e a filha

Fitzgerald e Sheilah no México

Os cartazes do filme “O grande Gatsby”

O filme “O grande Gatsby” de Baz Luhrmann, baseado no clássico romance de F. Scott Fitzgerald, acaba de divulgar seus cartazes oficiais:

Tobey Maguire vive o narrador Nick Carraway

Elizabeth Debicki é Jordan Baker

Joel Edgerton é Tom Buchanan

Isla Fisher como Myrtle Wilson

Do elenco principal, ficaram faltando os cartazes com os protagonistas Jay Gatsby e Daisy Buchanan, vividos por Leonardo DiCaprio e Carey Mulligan. Mas a julgar por estes, a espera vai valer a pena.

Baz Luhrmann dirigiu o filme em 3D nos mesmos estúdios da Fox onde fez “Austrália” e “Moulin Rouge”. A produção de US$ 150 milhões estreia em maio nos Estados Unidos e em 14 de junho no Brasil.

Os belos e malditos Fitzgeralds

Antes de publicar O grande Gatsby, seu romance mais famoso e uma das obras de língua inglesa mais aclamadas do mundo, F. Scott Fitzgerald escreveu Os belos e malditos, uma espécie de história de amor autobiográfica.  No livro, Anthony Patch, um herdeiro milionário formado pela Universidade de Harvard, e Gloria, sua mulher, formam um glamuroso e irresponsável casal que vive em Manhattan e assiste, impotente, a seu espetacular e trágico declínio. Muito mais do que um romance que retrata as loucuras e extravagâncias da chamada Era do Jazz por alguém que a viveu intensamente, esta é a história do próprio casal Fitzgerald.

Os toques autobiográficos estão presentes em boa parte da obra de F. Scott Fitzgerald, tanto que chegou um momento em que ficção e realidade passaram a se confundir, como se ele previsse em seus livros as desventuras que aconteceriam na vida do casal. Em 1930, quando Zelda sofreu um colapso nervoso total após sucessivas crises, Francis confessou: “às vezes, não sei se Zelda e eu somos de verdade ou personagens de um dos meus romances”.

Mais tarde, em 1934, lutando contra uma montanha de dívidas, escreveu Tender is the night, antes de proclamar sua própria “falência emocional” em uma série de ensaios confessionais publicados na revista Esquire e reunidos junto com outros escritos no livro Crack-up da Coleção L&PM Pocket.

Qual estilo de casal é o seu?

Romeu e Julieta – Vocês são lindos, jovens, apaixonados e suas famílias são bem diferente uma da outra. Mais do que isso: os pais de vocês torcem pra times rivais no futebol. Se o seu namoro é assim, ele é estilo Romeu e Julieta. Mas não se preocupe, ele não vai terminar em tragédia. Isso a gente deixa pra história de Shakespeare.

Claire Danes e Leonardo Di Caprio no filme "Romeu + Julieta" (1996)

Peri e Ceci – Um é mais ligado na natureza do que outro, mas ambos adoram tomar banho de cachoeira e fazer trilha por alguma mata virgem (quando conseguem encontrar alguma). Se o seu namoro vai por essa linha, dá pra dizer que ele faz o tipo “Peri e Ceci”, o famoso casal de O Guarani, de José de Alencar.

Ceci e Peri

Jay Gatsby e Daisy – Vocês curtem jazz, têm vários amigos intelectuais e já estão naquela fase que podem se dar ao luxo de jantar em restaurantes caros. Mas deixam pairar certo mistério no ar quando o assunto é casamento. Se o seu namoro é mais pra esse tipo, dá pra dizer que ele tem tudo a ver com os personagens de O grande Gatsby.

Mia Farrow e Robert Redford em "O grande Gatsby" (1974)

Helga e Hagar – Vocês têm um estilo mais viking, curtem aquela coisa de castelos medievais e às vezes brigam demais. Mas se amam loucamente e acabam sempre fazendo os amigos rir. Se o seu namoro é desse jeito, ele está mais pra “Helga e Hagar”, os personagens em quadrinhos de Dik Browne.

Estes bem que podiam ser Helga e Hagar, né?

Tommy e Tuppence – Vocês adoram filme de espionagem, vivem tentando descobrir os segredos um do outro e, enquanto um tem os pés no chão, o outro é pura intuição. Pra completar, ainda trabalham juntos. Seu namoro vai por aí? Então ele é estilo “Tommy e Tuppence”, personagens de detetives criados por Agatha Christie.

Tommy e Tuppence

“O grande Gatsby” em 3D

O trailer de O grande Gatsby divulgado esta semana, dá um gostinho de como vai ser a nova adaptação do clássico de F. Scott Fitzgerald para o cinema. Com Leonardo Di Caprio no papel de Jay Gatsby e Carey Mulligan como Daisy Buchanan, o filme tem estreia mundial prevista para no dia 25 de dezembro em 3D. Já no Brasil, Gatsby em três dimensões promete estrear em 04 de janeiro. A julgar pelo trailer, a nova versão – diferente daquela que trazia Robert Redford como protagonista – vem em clima de Moulin Rouge, filme que tem a assinatura de Baz Luhrmann, o mesmo deste O grande Gatsby.

A morte do cronista da era do jazz

Entre os dias 22 e 23 de dezembro de 1940, os principais jornais norteamericanos traziam a notícia de que o romancista, contista e roteirista Franz Scott Fitzgerald morrera aos 44 anos, na sua casa em Hollywood, no dia 21 de dezembro, três semanas depois de sofrer um ataque cardíaco. Achamos um site que traz os obituários e as principais notícias da época sobre Fitzgerald, publicadas dos jornais New York Herald Tribune, The New York Times e Los Angeles Times. Nos textos, há de tudo um pouco, a maioria associando o escritor ao excesso dos anos 20. Os obituários mais respeitosos expressaram um sentimento de pesar, mas nenhuma das matérias previu que o autor de O grande Gatsby teria um lugar de honra entre os maiores escritores norteamericanos. Ao morrer, Fitzgerald deixou um espólio de “mais de 10.000 dólares” para a mulher Zelda e a filha Francis e um romance inacabado, The Last Tycoon (O último magnata), publicado postumamente em 1941.

Fitzgerald é considerado o cronista da “era do jazz”, como são chamados os anos 20. Em homenagem a ele, ao jazz e ao verão que começa oficialmente amanhã, nada como ouvir “Summertime”, de George Gershwin:

iPad com cara de livro

Os livros digitais já são mais do que realidade e têm adeptos pelo mundo todo. Os e-readers estão se popularizando e chegando ao mercado com preços cada vez mais acessíveis e o número de títulos disponíveis em formato digital cresce rapidamente. Só a L&PM já tem mais de 300 títulos!

Mas se você é do tipo que ainda não consegue se imaginar lendo um livro digital num iPad, por exemplo, os criativos da loja Out of print encontraram uma solução que pode ajudar a enganar os sentidos de quem não quer trair o velho companheiro de papel.  E quem sabe também convencer os mais ortodoxos. São as ” iPad Covers”, estampadas com as capas de grandes clássicos da literatura mundial. Além de cults, elas são lindas!

Capa da edição original de "O grande Gatsby" de 1925

"Walden", de Thoreau, também virou capa para iPad

Já fez as contas de quantos livros de Conan Doyle caberiam neste iPad?

Neste iPad com a capa de "Orgulho e preconceito" você pode guardar também "Persuasão" e "Abadia de Northanger"

As edições de centenas de páginas do livro "O morro dos ventos uivantes" já podem ser substituídas pela leveza de um pocket ou de um iPad

A mansão que inspirou “O grande Gatsby”

Uma casa de 25 quartos construída em 1902 em Long Island, nos Estados Unidos, teria servido de inspiração para F. Scott Fitzgerald escrever O grande Gatsby, considerado um dos maiores romances da literatura mundial. A suntuosa propriedade de 50 mil m² abrigou grandes festas nos anos 20 e 30 com a presença de personalidades famosas como o duque de Windsor, Dorothy Parker, Groucho Marx, o presidente Winston Churchil e mesmo os Fitzgeralds, que viviam em uma mansão ali perto.

A mansão que teria inspirado Fitzgerald a escrever "O grande Gatsby"

A mansão de Long Island antes da demolição

Avaliada em 30 milhões de dólares, a mansão estava à venda até o início deste ano. Mas devido ao mau estado de conservação (imagine quanto custaria uma reforma!) e ao alto custo de manutenção, que beirava os 4.500 dólares por dia (!),  não houve proposta de compra. Com o tempo, o terreno passou a valer mais do que a casa e a propriedade foi negociada com uma construtora que decidiu derrubar a mansão e construir outras cinco casas de luxo, que estarão à venda em breve pela bagatela de 10 milhões de dólares cada.

Demolição realizada em abril deste ano

Demolição realizada em abril deste ano

O custo diário de manutenção beirava os 4.500 dólares!

Se tiver um tempinho e quiser saber mais sobre o caso, vale assistir à matéria a seguir sobre o assunto:

O grande Gatsby um perfeito retrato dos loucos anos 20, nos quais o choque da “nova” modernidade se refletia numa juventude impactada pela guerra e pela revolução industrial. O romance relata a história do enigmático Jay Gatsby, proprietário de uma luxuosa mansão na zona mais rica das praias de Long Island, onde ele promove suntuosas festas, frequentadas por escritores, produtores de cinema, stars, esportistas, gângsteres e garotas bonitas em busca de ascensão social. O romance faz parte da Coleção L&PM Pocket, com tradução de  William Lagos.

De Bollywood a Hollywood: um estranho no ninho

O mundo cinematográfico já aguarda a nova montagem de O grande Gatsby, o clássico de F. Scott Fitzgerald que está sendo filmado em Sidney sob a batuta do diretor australiano Baz Luhrmann (o mesmo de “Moulin Rouge” e “Austrália”). O burburinho se deve não só à montagem de um dos melhores textos da literatura ocidental, mas também à presença de Leonardo DiCaprio no elenco. A ironia, no entanto, é que o ator mais bem pago de Hollywood vai contracenar com Amitabh Bachchan, astro do cinema indiano que vai interpretar o personagem Meyer Wolfsheim de graça. Isso mesmo, de graça!

E vamos combinar: num filme com orçamento – nada modesto! – de 126 milhões de dólares, verba para pagar os atores não deve ser o problema. Bachchan, que é um dos atores mais conhecidos de Bollywood, revelou em seu blog que a participação não remunerada em O grande Gatsby é um favor ao diretor, que é também seu amigo. Mas vale lembrar que o papel for free no filme de Baz Luhrmann será sua estreia em Hollywood e, sendo assim, a atitude vai um pouco além do altruísmo e vira uma espécie de investimento na carreira.

Como o próprio Amitabh pergunta ao fim do post em que explica o caso, “what would you think… makes sense?”

O ator indiano Amitabh Bachchan vai viver o personagem Meyer Wolfsheim na nova montagem de "O grande Gatsby"

Esta é a quarta vez que O grande Gatsby é adaptado para o cinema e tem estreia prevista para 2012. Talvez a versão mais conhecida do clássico de Fitzgerald na telona seja a de 1974 com Robert Redofrd como Jay Gatsby e Mia Farrow no papel de Daisy.

Uma nova edição de O grande Gatsby acaba de sair na Coleção L&PM POCKET.

Nunca julgue um livro pela capa…

… A menos que este livro seja O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, um dos grandes romances americanos modernos que acaba de chegar à Coleção L&PM Pocket. A capa desta edição traz o quadro “Mulher de luvas”, da pintora polaca Tamara de Lempicka, que se tornou uma das mais importantes artistas de sua geração ao retratar socialites e membros da nobreza européia. Figura conhecida também na boemia parisiense, ela frequentava os mesmos bares onde se encontravam Picasso, Cocteau e o próprio Fitzgerald. Portanto, esta “mulher de luvas” retratada por Lempicka no fim dos anos 20 bem que podia ser a personagem Daisy de O grande Gatsby, por quem o personagem principal Jay Gatsby se apaixona e dedica toda a fortuna adquirida com o contrabando de bebidas.

A capa da versão original em inglês, feita pelo artista Francis Cugat, é uma das mais célebres da literatura americana. Diferente do que acontece normalmente, a capa ficou pronta antes do romance e deixou Fitzgerald tão encantado que ele resolveu incorporar a imagem criada por Cugat ao livro, como nesta passagem que descreve um dos personagens:

“Acima da terra acinzentada e dos espasmos da poeira soturna que pairam infindavelmente sobre ela, pode-se perceber, após um momento, os olhos do Doutor T. J. Eckleburg. Os olhos do doutor são azuis e gigantescos: as retinas têm um metro de diâmetro. Eles não surgem de nenhum rosto, mas de trás de um par de enormes óculos amarelos apoiados em um nariz inexistente. (…) Mas seus olhos, um pouco desbotados pelo passar do tempo, suportando o sol e a chuva por muitos anos, continuam a contemplar com melancolia o terreno coberto de escória.”

A imagem aparece novamente neste trecho, no fim do capítulo 4, sobre a desejada Daisy: “Ao contrário de Gatsby e Tom Buchanan, eu não tinha assombrações que me acompanhavam pelas ruas escuras e flutuavam entre os luminosos de neón”, numa clara evocação à cena da capa.

Você já deve ter ouvido alguém dizer que não se pode julgar um livro pela capa, mas O grande Gatsby prova que esta regra também tem suas exceções.