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“Não se preocupe com bonecas”. Um dos conselhos de Fitzgerald para sua filha

No dia 8 de agosto de 1933, Francis Scott Fitzgerald, autor de O Grande Gatsby, escreveu uma carta para sua única filha, Frances (Scottie), então com 11 anos, enquanto a menina estava em um acampamento de verão na França. Em seu texto, o escritor mostra-se bastante afetuoso e lista coisas com as quais sua filha deve se preocupar e as que não deve dar importância.

     Coisas para se preocupar:

     Preocupe-se com coragem
     Preocupe-se com limpeza
     Preocupe-se com eficiência
     Preocupe-se com equitação
     Preocupe-se com …

     As coisas para não se preocupar:

     Não se preocupe com a opinião alheia
     Não se preocupe com bonecas
     Não se preocupe com o passado
     Não se preocupe com o futuro
     Não se preocupe em crescer
     Não se preocupe com qualquer pessoa que ficar à sua frente 
     Não se preocupe com triunfo
     Não se preocupe com o fracasso, a menos que ele surja por culpa sua
     Não se preocupe com os mosquitos
     Não se preocupe com as moscas
     Não se preocupe com os insetos em geral
     Não se preocupe com os pais
     Não se preocupe com os meninos
     Não se preocupe com decepções
     Não se preocupe com os prazeres
     Não se preocupe com satisfação.

Clique aqui e leia a carta completa, em inglês.

Família Fitzgerald: Zelda, Francis e Frances, carinhosamente apelidada de "Scottie"

Família Fitzgerald: Zelda, Francis e Frances, carinhosamente apelidada de “Scottie”

Scottie com sua mãe, Zelda, no verão de 1933, exatamente quando recebeu a carta com os conselhos de seu pai

Scottie com sua mãe, Zelda, no verão de 1933, exatamente quando recebeu a carta com os conselhos de seu pai

Gertrude Stein, a amiga de Picasso

Gertrude Stein, por Pablo Picasso

Em 3 de fevereiro de 1874, nascia Gertrude Stein, uma das figuras mais importantes da história da arte moderna no mundo. Nascida em Pittsburgh, nos Estados Unidos, ela foi morar em Paris com seus irmãos Léo e Michael. A casa da família Stein na Rua de Fleurus nº27 vivia cheia de artistas e escritores, entre eles Pablo Picasso, Ernest Hemingway, o casal Zelda e F. Scott Fitzgerald, Henri Matisse, Paul Gauguin e outros grandes nomes que devem muito ao apoio financeiro e intelectual dos irmãos Stein.

As paredes da mansão eram “decoradas” com cerca de 600 quadros de alguns dos artistas que frequentavam a casa, entre eles um retrato de Gertrude Stein (reproduzido acima) feito por Picasso. Para retribuir a homenagem do amigo, ela fez o poema “If I told him”, que você pode ouvir na voz da própria autora no vídeo abaixo.

Para saber mais sobre a vida de Gertrude Stein e dos visitantes que frequentavam sua casa em Paris, vale ler A autobiografia de Alice B. Toklas da Coleção L&PM Pocket.

A morte do cronista da era do jazz

Entre os dias 22 e 23 de dezembro de 1940, os principais jornais norteamericanos traziam a notícia de que o romancista, contista e roteirista Franz Scott Fitzgerald morrera aos 44 anos, na sua casa em Hollywood, no dia 21 de dezembro, três semanas depois de sofrer um ataque cardíaco. Achamos um site que traz os obituários e as principais notícias da época sobre Fitzgerald, publicadas dos jornais New York Herald Tribune, The New York Times e Los Angeles Times. Nos textos, há de tudo um pouco, a maioria associando o escritor ao excesso dos anos 20. Os obituários mais respeitosos expressaram um sentimento de pesar, mas nenhuma das matérias previu que o autor de O grande Gatsby teria um lugar de honra entre os maiores escritores norteamericanos. Ao morrer, Fitzgerald deixou um espólio de “mais de 10.000 dólares” para a mulher Zelda e a filha Francis e um romance inacabado, The Last Tycoon (O último magnata), publicado postumamente em 1941.

Fitzgerald é considerado o cronista da “era do jazz”, como são chamados os anos 20. Em homenagem a ele, ao jazz e ao verão que começa oficialmente amanhã, nada como ouvir “Summertime”, de George Gershwin: