Freud nos palcos

 A peça “Freud – A última sessão” estreou em Nova York em 2011 e, no ano seguinte, foi eleita a melhor peça Off-Broadway. Escrita por Mark St. Germain, ela narra o encontro entre Sigmund Freud e C. S. Lewis, autor da trilogia “As crônicas de Nárnia”.

No final de 2012, o texto ganhou uma adaptação brasileira com Ticiana Studart e fez um estrondoso sucesso no Rio de Janeiro.

São apenas dois atores em cena. De um lado, Freud, médico, criador da psicanálise e ateu ferrenho, vivido pelo ator Helio Ribeiro. Do outro Lewis: professor de Oxford, escritor e cristão fervoroso, interpretado por Antonio Fragoso. Na peça, ambos discutem seu ponto de vista sobre Deus, amor, sexo e o significado da vida. Tudo com muito humor.

No dia 19 de outubro, haverá uma apresentação de “Freud – A última sessão” dentro da programação da Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis e, nos dias 28 e 29 de novembro ela será apresentada em Porto Alegre no Teatro Bourbon Country.

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E por falar em Freud, dele acabam de chegar Totem e Tabu e Psicologia das nassas e análise do eu em formato 14cm X 21cm.

Em Paris, um mergulho no universo beat

Está programando uma viagem à Paris? Não deixe de colocar no roteiro uma visita à exposição Beat Generation/Allen Ginsberg que seguirá em exibição até 6 de janeiro de 2014 no Centre Pompidou-Metz.

Segundo o curador, Jean-Jacques Lebel, esta não é uma exposição onde os trabalhos estão pendurados na paredes, mas “uma antologia visual e acústica, uma experiência sensorial, uma selva repleta de imagens projetadas e um passeio virtual através de um grande movimento multicultural que surgiu durante a Segunda Guerra Mundial em Nova York, e que se espalhou por todo o mundo a partir de 1955. O poeta Allen Ginsberg, figura tutelar e catalisadora da Geração Beat, vai nos servir como um cartógrafo e um guia. Ele vai nos apresentar a seus amigos – que muitas vezes ele fotografou em diferentes momentos – e , acima de tudo, às suas obras; lançando luz sobre as personalidades únicas de cada um deles.”

A exposição apresenta filmes conhecidos e desconhecidos, leituras públicas, gravações, reportagens inéditas, textos, artes plásticas, entrevistas, fotografias e documentos de todos os tipos, pela primeira vez compilados para oferecer “uma perspectiva internacional, labiríntica e multimídia que transcende às limitações da apresentação linear e didática” segundo Lebel.

Entre as fotos da exposição, esta esta em que Allen  (1926-1997) aparece na frente de Rimbaud, no quarto 25 do Beat Hotel em Paris. A foto foi feita por Harold Chapman em dezembro de 1956.

Entre as fotos da exposição, esta esta em que Allen (1926-1997) aparece na frente de Rimbaud, no quarto 25 do Beat Hotel em Paris. A foto foi feita por Harold Chapman em dezembro de 1956.

A L&PM tem uma série inteirinha dedicada aos beats. Clique aqui para conhecer os títulos.

Feira do Livro de Caxias do Sul começa na próxima sexta-feira

Abre na próxima sexta-feira, 27 de setembro, a 29ª Feira do Livro de Caxias do Sul, que tem como tema “Em rede com a leitura”. As atividades ocorrerão na Praça Dante Alighieri.  A solenidade de abertura está marcada para as 18h, no Palco Central, com a presença do Patrono, Carlos Henrique Iotti e da homenageada, Iraci Hoch Maboni.

Iotti, criador do personagem Radicci, vai lançar um novo livro durante a feira: Radicci 30 anos (Coleção L&PM Pocket). Nele, estão novas tirinhas com o carismático personagem e sua família. O lançamento será no dia 4 de outubro às 19h e incluirá bate-papo, pocket show e autógrafos.

O novo livro de Iotti será lançado durante a Feira do Livro de Caxias do Sul

O novo livro de Iotti será lançado durante a Feira do Livro de Caxias do Sul

Ao todo, a Feira do Livro de Caxias do Sul reunirá cerca de 300 atividades durante os dias do evento, com a presença de 43 escritores locais, nacionais e internacionais, que farão oficinas e bate-papos com leitores.

As 45 bancas participantes abrem ao público das 10h às 20h30 (quartas, sextas e sábados) e das 12h às 20h30 (segundas, terças, quintas e domingos). O setor infantil funciona diariamente das 10h às 20h. A Feira ocorrerá até o dia 13 de outubro, encerrando com o show de Osvaldo Montenegro. Confira a programação completa aqui.

Para entender as grandes óperas

Você sabia que a ópera é herdeira direta do teatro grego, em que os coros tinham papel de destaque?

A ópera é um gênero dramático no qual o canto assume o papel principal na apresentação. A música, no entanto, não é a única coisa que importa em uma boa ópera. Além de expressão musical, ela também é uma forma de expressão literária, pois ela conta uma história, criada e desenvolvida pelo chamado “libreto”, que nada mais é do que o seu roteiro.

A regra geral de uma ópera exige um enredo, uma história palpitante que faz mover todas as engrenagens da apresentação. E é isso, justamente, o que A. S. Franchini mostra em seu mais recente livro: Resumo da Ópera.

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Neste livro, o autor apresenta as histórias das 20 melhores óperas de todos os tempos em forma de pequenos e envolventes contos. Antes de cada um dos “resumos das óperas”, há um pequeno histórico sobre elas e seus autores.

É um dia de sol numa fervilhante plaza de Sevilha. O quartel militar dos dragões de Alcalá arde sob um calor escaldante. Ao lado está a fábrica de tabaco, de onde sai um grupo ruidoso de operárias. Os dragões fiam eufóricos diante do surgimento das alegres cigarreiras.

Um cabo chamado Morales, põe logo os olhos em Micaela, uma das mais belas jovens do grupo.

– Vejam todos, a pombinha parece perdida! – diz ele aos companheiros. – Vamos ver o que ela procura!

Morales aproxima-se de Micaela e lhe diz, sem rodeios:

– Procura alguém, minha querida?

– Sim, procuro um cabo – diz a bela jovem.

– Ora, viva! Pois não precisa procurar mais!

– Não é você – diz ela, imperturbável. – Procuro por Don José; conhece-o?

(Início de Carmen, de Georges Bizet, em O resumo da ópera, de A.S. Franchini)

Mônica e Cebolinha no mundo de Romeu e Julieta

2013 marca os 50 anos da Mônica, a mais famosa personagem de Mauricio de Sousa. E entre as comemorações, está a superprodução “Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta“,  um musical que estreou em maio deste ano e que acaba de ter sua temporada prorrogada até 24 de novembro.

Baseada no clássico da literatura “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, esta releitura de Mauricio de Sousa foi adaptada ao estilo narrativo do universo da Turma da Mônica, resultando em um espetáculo musical embalado por 13 músicas que abusam de ritmos brasileiros como forró, samba e xote, todas regravadas e remasterizadas.

Mais de 100 profissionais estiveram envolvidos na produção e bastidores, e 20 atores e bailarinos no palco do musical. A duração é de 65 minutos divididos em dois atos, com um intervalo de 15 minutos entre eles.

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“Mônica e Cebolinha no Mundo de Romeu e Julieta” não chega a ser uma novidade. Esta foi a primeira peça teatral da Turma da Mônica e teve sua estreia no teatro TUCA, em São Paulo, em 1978. Nessa época, foram duas temporadas de sucesso absoluto, com um público que chegou à incrível marca de 141.368 pessoas – média de 12 mil espectadores por mês.

A superprodução atual tem nomes de peso na equipe: figurinos do estilista Fause Haten, cenografia de Paulo Corrêa e iluminação de Ney Bonfante. A direção é de Mauro Sousa, filho de Mauricio de Sousa.

A realização do espetáculo fica por conta da Mauricio de Sousa AO VIVO – nova empresa da Mauricio de Sousa Produções, responsável por espetáculos, eventos, espaços temáticos e iniciativas educativas – também dirigida por Mauro Sousa.

A atual temporada está no Teatro Complexo Ohtake Cultura, Rua Coropés, 88 em Pinheiros, São Paulo. 

Assista ao vídeo que mostra os bastidores dessa superprodução:

A Coleção L&PM Pocket publica vários livros com as tirinhas da Turma da Mônica.

Mandela: um camaleão versátil de múltiplas facetas

Capa_Mandela_14x21.inddQuem foi e o que representa Nelson Mandela? A biografia escrita por Elleke Boehmer e publicada recentemente pela L&PM tenta responder a essas questões. Madela: o homem, a história e o mito trata dos diversos episódios, histórias, símbolos e valores que estão implícitos quando se emprega o “famoso” nome Nelson Mandela. Como bem captou Zapiro em sua charge, comemorando o 80º aniversário de Mandela, ele desempenhou ao longo da vida um amplo leque de papéis: aluno estudioso, jovem urbano, guerrilheiro audacioso, o preso político com maior tempo de encarceramento do mundo, o salvador milenarista e assim por diante. Mostrou-se um camaleão versátil, até pós-moderno, que, em cada etapa de sua carreira ou na nova forma adotada, conseguia projetar um fascínio de múltiplas facetas. 

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Esta é uma das imagens que está em “Mandela: o homem, a história e o mito”

Carolyn Cassady morre aos 90 anos

Carolyn Cassady, que foi casada com Neal Cassady (companheiro de viagem de Jack Kerouac), morreu na última sexta-feira, 20 de setembro. Ela tinha 90 anos e estava internada em um hospital perto de sua casa, em Bracknell, sudeste da Inglaterra. A causa da morte não foi revelada pela família.

A loira, linda e inteligente esposa de Neal teve três filhos com ele e é uma das personagens de On the road. No Manuscrito original, em que os nomes verdadeiros foram mantidos, Jack Kerouac descreve a primeira vez que a viu, quando foi visitar Neal com Allen Ginsberg:

Chegamos à pensão onde Neal estava dando uns amassos em Carolyn. Era um velho prédio de tijolos à vista circundado por garagens de madeira e velhas árvores fincadas atrás das cercas. Subimos escadas acarpetadas. Allen bateu na porta; então voou para se esconder, não queria que Carolyn visse que era ele quem havia batido. Parei em frente à porta. Neal atendeu nu em pêlo. Vi Carolyn na cama, uma linda coxa lustrosa recoberta por uma lingerie de renda preta, uma loira, olhar com serena perplexidade.

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Além de suas coxas, os belos desenhos de Carolyn – que estavam nas paredes – chamaram atenção de Kerouac neste dia. Abaixo, Neal Cassady desenhado por ela em 1951:

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Neal Cassady em desenho feito por Carolyn Cassady em 1951

Incentivados por Neal, Carolyn e Jack Kerouac acabariam tendo um affair.

Durante as filmagens de “Na estrada”, filme de Walter Salles, Carolyn ajudou a equipe a esclarecer algumas dúvidas. “Ela respondeu a todas as nossas questões por e-mail, relembrando de bom grado sua aventura com Jack Kerouac e nos dando, no caminho, uma lição de gramática inglesa” disse a produção do filme na época.

40 anos depois, a morte de Pablo Neruda ainda desperta suspeitas

Há que supeite que a morte do poeta chileno Pablo Neruda foi encomendada. Ocorrida há exatos 40 anos, em 23 de setembro de 1973, Neruda faleceu duas semanas depois do golpe militar que derrubou o governo socialista de Salvador Allende e colocou o general Augusto Pinochet no poder.

Ao morrer, o escritor estava internado na Clínica Santa Maria, em Santiago, capital chilena, onde tratava um câncer de próstata. Mas segundo uma denúncia feita pelo motorista e secretário de Neruda, Manuel Araya, seu patrão teria sido envenenado no hospital pelos homens de Pinochet. Foi a partir da acusação feita por Araya, o corpo do poeta foi exumado em março deste ano. Os resultados das investigações sobre as causas da morte – que estão sendo feitas nos Estados Unidos e na Espanha – devem ficar prontos no próximo mês.

A morte de Pablo Neruda ocorreu em 23 de se 1973. Seu funeral reuniu uma multidão no Chile

A morte de Pablo Neruda ocorreu em 23 de se 1973. Seu funeral reuniu uma multidão no Chile

O patrono Luís Augusto Fischer

Já faz alguns anos que isso aconteceu: Ivan (Pinheiro Machado) apostou com a gente que, quem acertasse qual era o pocket mais vendido na livraria do aeroporto de Porto Alegre, ganhava o carro dele de presente. Sabíamos que era brincadeira, mas ninguém deixou de dar o seu palpite. Concorreram todos os funcionários da L&PM, inclusive a chefe do departamento comercial. E, pasmen, nem ela acertou. A resposta correta? Dicionário de Porto-Alegrês de Luís Augusto Fischer. Um hilário conjunto de expressões que só quem mora na capital gaúcha é capaz de entender, mas que faz a alegria de quem visita a cidade e quer levar uma recordação para os demais estados.

Na época de sua primeira edição, o saudoso Moacyr Scliar escreveu o seguinte sobre o livro:

Com o Dicionário de Porto-Alegrês, Luís Augusto Fischer não está apenas colocando a cidade no mapa linguístico do país. Não: Luís Augusto Fischer está revelando uma oculta dimensão de nossa gente, aquela dimensão que se expressa num linguajar característico, consolidado ao longo de gerações. É uma linguagem que nos fala do presente ou nos remete ao passado, que se refere a sexo, a comida, a esporte; é, enfim, uma linguagem muito peculiar, cujo universo Fischer, professor, intelectual e sensível observador da nossa gente, agora desvenda – e o faz com sabedoria e inteligência, com encanto e graça. Obrigado, Fischer. Como diz o teu Dicionário, a tarefa saiu melhor do que a encomenda. Para alegria e deleite de todos nós.

"Se fazer" é um dos verbetes do "Dicionário de Porto-Alegrês"

“Se fazer” é um dos verbetes do “Dicionário de Porto-Alegrês”

Hoje, 19 de setembro, foi anunciado que Fischer é o Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre deste ano. Nada mais merecido já que, entre muitas obras, ele já escreveu um livro sobre os 50 anos desta mesma feira, publicado em 2004 aqui pela L&PM.

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Escuro claro: contos reunidos, Duas águas, Quatro negros, Literatura brasileira: modo de usar são outros títulos dele que foram publicados por aqui. Sem contar a sua maravilhosa introdução para os romances de Machado de Assis que inclui biografia do autor, cronologia e panorama do Rio de Janeiro. Para completar, toda terça-feira, aqui mesmo nessa Porto Alegre, Fischer é um dos anfitriões do tradicional Sarau Elétrico que acontece no Bar Ocidente. (Paula Taitelbaum)