Os pops poéticos de Jack Kerouac

KerouacHaikaisAcaba de chegar o esperado Livro de Haicais de Jack Kerouac. Em edição bilíngue, o livro traz pequenos poemas em três linhas criados pelo autor de On the road. Kerouac entrou em contato com o haicai durante seus estudos sobre o budismo, sob a influência do poeta Gary Snyder que, no começo da década de 50, havia viajado para o Japão. A partir daí, o escritor beat preencheu dezenas de blocos de notas com quase mil “pops”, e também os incluiu em livros como Os vagabundos iluminados, em cartas e em seu diário.

O Livro de Haicais de Jack Kerouac tem tradução de Claudio Willer e é dividido em “Livro de Haicais”, “Pops do Darma”, “1956: Pops da Desolação”, “1957: Haicais de estrada”, “1958-1959: Haicais da Geração Beat” e “1960-1966: Haicais de Northport”. Além disso, tem introdução de Regina Weinreich, especialista em Geração Beat e professora da School of Arts de Nova York, mais notas e fontes dos haicais originais.

Então eu inventei
O haicai do tipo americano:
O simples trio rimado: –
Dezessete sílabas?
Não, como digo, Pops Americanos: –
Simples poemas de 3 linhas

(Anotações de leitura de Jack Kerouac, 1965)

Página de um dos caderninhos de Jack Kerouac, com seus desenhos e haicais

Página de um dos caderninhos de Jack Kerouac, com seus desenhos e haicais

Nos picos do entardecer,
eu vejo
A esperança

(Um dos “Pops da Desolação”)

Livros de filhos para pais

Ainda não comprou o presente do Dia dos Pais? Nas dicas abaixo você certamente vai encontrar alguma sugestão que vai deixar seu pai feliz:

A AUTOESTRADA DO SUL, de Julio Cortázar – Oito contos escolhidos de Julio Cortázar. Após cada história, sentimos como se uma nova janela houvesse se aberto para nossa compreensão da vida. Perfeito para pais reflexivos, inteligentes e que gostam de jazz, já que o autor tem contos sobre o tema.

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OS FILHOS DOS DIAS, de Eduardo Galeano – Inspirado na sabedoria dos maias, este livro se situa como uma espécie de calendário, onde de cada dia nasce uma nova história. Provocante, intenso e sensível como toda obra desse escritor uruguaio, Os filhos dos dias vai agradar os pais que curtem contar história e gostam de saber um pouco sobre tudo.

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JANGO: A VIDA E A MORTE NO EXÍLIO, de Juremir Machado da Silva – O recém lançado livro de Juremir Machado da Silva reconstrói a vida do ex-presidente João Goulart durante o exílio, até a sua morte, ao mesmo tempo em que aborda a suspeita de que Jango teria sido assassinado. Se o seu pai é do tipo politizado ou simplesmente gosta de história do Brasil, esse é o presente perfeito.

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INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS, de Sigmund Freud – Pela primeira vez publicado em português com tradução direta do alemão, o mais famoso livro de Freud traz as perspectivas sobre a natureza e o significado dos sonhos em uma viagem até o inconsciente humano. Pais que buscam entender o mundo vão adorar.

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O cenário de “Mate-me por favor” no cinema

Estreia em outubro o filme CBGB, do diretor Randall Miller, que conta a história do lendário clube novaiorquino de “Country, Bluegrass e Blues” que revelou artistas e bandas como Talking Heads, Television, Patti Smith Group, Iggy Pop, The Police, Velvet Underground e outros que podem ser considerados os criadores do punk rock. Assista ao trailer:

Toda a história do CBGB está contada por seus próprios personagens no livro Mate-me por favor, já publicado em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket e acaba de ganhar uma nova edição em um só volume e formato convencional:

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Num trecho do livro, Terry Ork, Richard Hell e Richard Lloyd, respectivamente o empresário, o vocalista e o guitarrista da banda Television contam como tudo começou no CBGB’s:

Terry Ork: cheguei para Patti [Smith] e disse “Hey, escuta,  acho que a gente tem uma coisa rolando aqui. Vamos experimentar você e o Television nuns finais de semana. Vamos botar pra quebrar.”

Então eles tocaram nas noites de quinta, sexta, sábado e domingo no CBGB’s e foi um estouro. Ficou maior e maior a cada fim de semana. Durou seis semanas. Depois disto, cheguei pra Hilly [o dono do CBGB] e disse: “Você não pode superar esses números com seu country e seu bluebrass, rapaz!”

E considerei este o começo da cena [punk].

Richard Hell: A cena definitivamente começou a crescer como uma bola de neve. O CBGB’s era sem dúvida o lugar onde as coisas estavam acontecendo, desde a primeira vez que a gente tocou lá. Na real, éramos únicos. Não havia no mundo nenhuma outra banda de rock & roll com cabelo curto. Não havia nenhuma outra banda de rock & roll com rupas rasgadas. Todo mundo ainda estava usando purpurina e roupas de mulher. Éramos uns chinelões, arruaceiros, sem-teto, tocando uma música poderosa pra caramba, apaixonada, agressiva e também lírica.

Bob Gruen: A primeira vez que vi Richard Hell, ele entrou no CBGB’s usando uma camiseta com um alvo e as palavras Please Kill Me (Mate-me por favor). Aquilo era uma das coisas mais chocantes que eu já tinha visto. As pessoas tinham um monte de ideias extravagantes naquele tempo, mas andar pelas ruas de Nova York com um alvo no peito, com um convite para ser morto – aquilo foi um verdadeiro marco.

Richard Hell: Nem lembro de usar a camiseta Please Kill Me, embora lembre de ter forçado Richard Lloyd a usá-la. Eu era um tremendo de um covarde.

Richard Lloyd: Richard Hell tinha desenhado uma camiseta para ele que dizia Please Kill Me, mas não usava. Entrei numas “Vou usar.” (…) Aqueles fãs me lançaram um olhar verdadeiramente psicótico – olharam o mais fundo possível nos meus olhos e disseram: “É sério?” Daí disseram: “Se é isso que você quer, a gente ficará contente em obedecer, por que somos os maiores fãs!” Ficaram me olhando com aquele olhar alucinado, e pensei: “Não vou usar esta camiseta de novo.”

Laerte é o homenageado do FIQ 2013

O cartunista Laerte é o artista homenageado do Festival Internacional de Quadrinhos, o maior da América Latina, que acontece de 13 a 17 de novembro, em Belo Horizonte.

Nem precisamos dizer que a homenagem é super merecida! Afinal, Laerte já soma quase três décadas de carreira e ocupa lugar de destaque no “olimpo” dos cartunistas brasileiros. Ele participou, nos anos 80, de publicações importantes e influentes como a revista Balão, que fundou com Luis Gê, além do lendário Pasquim. Também colaborou com a revista Placar, IstoÉ, o jornal O Estado de São Paulo e o jornal Folha de S. Paulo, onde publica até hoje. Entre 1990 e 1992, editou e publicou 14 edições da revista Piratas do Tietê. Sua extensa galeria de personagens também inclui o super-anti-herói Overman, o enigmático Homem-Catraca, o nem-tão-onipotente-assim Deus, o hacker-travesti Hugo/Muriel e os implacáveis Los Três Amigos, uma parceria com Angeli, Glauco e Adão Iturrusgarai.

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Do Laerte, a L&PM publica as Striptiras em 4 volumes e as histórias dos Piratas do Tietê em 2 volumes na Coleção L&PM Pocket.

A mais recente entrevista de Eduardo Galeano feita por Emir Sader

Em recente entrevista para o programa Repórter Brasil, o jornalista Emir Sader conversa com Eduardo Galeano. No bate-papo, em que Galeano fala em português, o escritor uruguaio se autodefine como um “caçador de histórias”, conta sobre o processo de criação de seu livro, Os filhos dos dias, e afirma que estamos vivendo uma ditadura do medo e que ela pode ser constatada nas revelações de Edward Snowden, ex-agente da CIA. Galeano fala ainda que o episódio ocorrido com o avião do presidente boliviano, Evo Morales, mostra que o mundo está dividido entre indignos e indignados. Vale a pena assistir:

“Os Smurfs” em primeiro lugar nas bilheterias do Brasil

“Os Smurfs 2” conquistou o público brasileiro e estreou em primeiro lugar nas bilheterias do país neste fim de semana. O longa foi visto por 749 mil pessoas e rendeu R$ 9,9 milhões em três dias, de acordo com dados da consultoria Rentrak divulgados nesta segunda-feira (5/08).

O filme também é sucesso mundial com arrecadação estimada em 80,2 milhões de dólares. Nos Estados Unidos o filme ficou em terceiro lugar, com uma renda acumulada de 27,7 milhões.

Além da estreia nos cinemas, Os Smurfs também estão em dois novos e coloridos livros lançados pela L&PM: A Smurfette e O Smurf Selvagem.

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Andy Warhol está sendo filmado

Para celebrar o aniversário do maior ícone da pop art, que faria 85 anos hoje, o Museu Andy Warhol instalou uma câmera no cemitério onde o artista está enterrado e transmite 24h por dia a movimentação dos fãs que visitam o local. Flores, balões e latas de sopa Campbell’s estão entre os presentes levados até lá pelos fãs no dia de hoje.

Alguns acenam para a câmera que os monitora antes mesmo de chegar ao túmulo do artista. Sabendo que estão sendo vistos por muita gente de todo o mundo via internet, eles acabam confirmando uma das máxima de Andy Warhol: “No futuro, todos terão seus 15 minutos de fama”.

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(a lápide do túmulo está atrás do homem de preto)

O túmulo de Warhol está localizado no St. John the Baptist Byzantine Catholic Cemetery, no estado da Pennsylvania.

O lugar onde nasceu o Manifesto Comunista

Quem visita Bruxelas pela primeira vez certamente vai passar pela Grand Place ou Grote Markt, a imponente praça no centro da cidade, considerada por alguns a mais bela praça do mundo e que figura desde 1998 como Patrimônio Mundial da UNESCO. Entre dezenas de prédios belíssimos, um deles chama a atenção pelo grande cisne em sua fachada. Foi ali, no restaurante “Le Cygne” (O cisne), na esquina com a rua Charles Buls, em plena Grand Place, que Karl Marx (que morou em Bruxelas de 1845 a 1848) e Friedrich Engels teriam escrito o Manifesto do partido comunista, em 1845, entre uma e outra taça de vinho.

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(foto: Fernanda Scherer)

Na entrada do casarão, há uma placa indicando a importância histórica do lugar.

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(foto: Fernanda Scherer)