Florbela Espanca nos cinemas portugueses

Em março deste ano, estreou nos cinemas portugueses o filme “Florbela”, cujo nome já revela quem é seu personagem principal. Ela, a maior poeta portuguesa, Florbela Espanca. Com versos cheios de erotismo e intimidade, Florbela escandalizou a sociedade do início do século XX. E fez isso não só com sua poesia, mas também pela forma como viveu: com sucessivos casamentos e divórcios, sua maneira ousada de vestir e sua personalidade “forte”.

O filme é centrado numa Portugal atordoada pelo fim da I República, quando Florbela (vivida pela atriz Dalila Carmo) separa-se de forma violenta de António. Ela então apaixona-se por Mário Lage (Albano Jerónimo) e refugia-se num novo casamento para encontrar estabilidade e escrever, mas a vida de esposa na província não parece combinar com sua alma inquieta. Florbela não consegue escrever, nem amar. Ao receber uma carta do irmão Apeles, oficial da Aviação Naval e de licença em Lisboa, corre em busca de inspiração perto da elite literária que fervilha na capital. Na cumplicidade do irmão aviador, a escritora procura um sopro em cada esquina: amantes, revoltas populares, festas de foxtrot… O marido tenta resgatá-la para o que considera a “normalidade”, mas como dar norte a quem tem sede de infinito? Entre a realidade e o sonho, os poemas surgem quando o tempo pára. Nesse imaginário febril de Florbela, neva dentro de casa, esvoaçam folhas na sala, panteras ganham vida e apenas os seus poemas a mantém sã. Por isso, Florbela tem que escrever…

A Coleção L&PM Pocket publica a obra completa de Florbela Espanca em dois volumes.

O pequeno Kafka

Nascido em 3 de julho de 1883, Franz Kafka não foi um menino muito diferente dos outros. Filho da burguesia, sempre sob o cuidado de empregadas, ele é descrito como pacato, estudioso, com boas notas. Mais tarde, no entanto, ele revelaria que tinha verdadeiro pavor de ir à escola. Do garoto obediente, brotou um escritor excepcional, mas ao mesmo tempo atormentado. Noivo hesitante e sedutor impenitente, esportista talentoso, hipocondríaco e vegetariano, judeu descrente e entusiasta da cultura iídiche e do impulso sionista, fiel a sólidas amizades, apaixonado pela vida e assombrado pela morte, Kafka sempre foi um mistério para si e para os outros.

Em homenagem ao pequeno Kafka – e para lembrar a infância de muitos de nós -, aqui vai um presente para os fãs da literatura kafkaniana, um “Paper Doll” para você recortar e, quem sabe, brincar com ele.  É só clicar nas imagens para ampliá-las.

 

De Franz Kafka, a Coleção L&PM Pocket publica A metamorfose/O veredictoO processo, Cartas ao pai e Um artista da fome. Kafka também é um dos livros da Série Biografias L&PM.

Rousseau descansa no Panthéon

No dia 2 de julho de 1778, Jean-Jacques Rousseau acordou indisposto. E o que parecia ser apenas um mal estar, acabou o levando à morte às 11 horas da manhã daquele dia. Sepultado dois dias depois na Ile des Peupliers, no coração do parque de Ermenonville. Em 1794, suas cinzas foram transferidas para o Panthéon, onde estão até hoje. Um dos mais profundos pensadores da história moderna, Rousseau foi a figura central do iluminismo. Ao morrer, deixou o que é considerado um “grande testamento inacabado” de suas ideias, publicado postumamente em 1782: Os devaneios do caminhante solitário (Coleção L&PM Pocket).

Rousseau pintado por Allan Ramsay

 A imagem acima é uma das que estão no livro Rousseau, Série Encyclopaedia, livro em que Robert Wokler mostra como sua  filosofia, suas teorias sobre música e política, sua ficção, seus escritos sobre religião, educação e botânica foram todos inspirados por ideais revolucionários, sob uma premissa de irrestrita liberdade pessoal.

Filosofia para todos!

Uma breve história da filosofia é um “manual da existência humana”. Assim Sarah Bakewell, filósofa e escritora, autora do sucesso internacional Como Viver – uma biografia de Montaigne definiu este grande livro, e acrescentou: “poucas vezes a filosofia pareceu tão lúcida, tão importante, tão válida e tão fácil de nela se aventurar. É um livro maravilhoso para introduzir na filosofia aqueles que já se sentiram curiosos em relação a quase tudo”.

Esta é a grande sacada do livro de Nigel Warburton. Ele identifica a filosofia como a primeira e mais importante de todas as ciências, pois ela tenta ensinar a pensar. Sendo assim não pode ser algo só para “eleitos”, “mega-letrados”. Não. A filosofia, sendo o princípio de tudo, tem que ser compreendida por todos.

A angústia e a euforia de viver, a existência e o sentido da vida. A relação entre as pessoas e a relação das pessoas com o mundo. Felicidade e tristeza. Amor e ódio. Tudo é filosofia. E para compreender tudo isto é preciso pensar. Uma breve história da filosofia não faz este milagre. Mas seguramente mostra o caminho. E além de maravilhosamente esclarecedor, este livro acrescenta um ingrediente irresistível: o prazer de ler.

“Uma andorinha só não faz verão”. Provavelmente  você deve pensar que essa frase é de William Shakespeare ou de algum outro grande poeta. Até poderia ser. Mas na verdade ela é de  um livro de Aristótoles chamado Ética a Nicômaco, que recebeu esse título por ser dedicado ao seu filho, Nicômaco. Aristóteles queria dizer que, para provar que o verão começou, é preciso mais de uma andorinha ou mais de um dia quente. Do mesmo modo, pequenos prazeres não representam a verdadeira felicidade. Para ele, a felicidade não passava de alegria momentânea.” (trecho inicial do capítulo “A verdadeira felicidade” sobre Aristóteles)

Uma super mulher no novo livro de Galeano

Junho
30

Nasceu uma incomodadora

Hoje foi batizada, em 1819, em Buenos Aires, Juana Manso. As águas sagradas a iniciaram no caminho da mansidão, mas Juana Manso nunca foi mansa. Contra ventos e marés, ela fundou, na Argentina e no Uruguai, escolas laicas e mistas, onde se misturavam meninas e meninos, e o ensino da religião não era obrigatório, e o castigo físico era proibido. Escreveu o primeiro texto escolar da história argentina e várias obras mais. Entre elas, um romance que batia duro na hipocrisia conjugal. Fundou a primeira biblioteca popular do interior do país. E se divorciou quando o divórcio não existia. Os jornais de Buenos Aires se deleitavam insultando-a. Quando morreu, a Igreja negou-lhe sepultura.

Trecho de “Os filhos dos dias”, novo livro de Eduardo Galeano que será lançado no Brasil pela L&PM Editores em julho com tradução de Eric Nepomuceno. “Os filhos dos dias” traz uma pequena história para cada dia do ano, sempre centrada em um fato real que aconteceu naquela data.

As bodas de Marilyn Monroe e Arthur Miller

No dia 29 de junho, cerca de sessenta jornalistas são, pois, “convidados” a ir à casa de [Arthur] Miller em Connecticut. Enquanto o casal almoça em segredo não longe do local, na verdade são mais de quatrocentos que desembarcam na propriedade familiar. No começo da tarde, ao seguir de perto a atriz e o escritor, uma correspondente de Paris Match foi morta por um automóvel. Seu sangue espirrou no suéter amarelo de Marilyn que, alguns minutos depois, com grande esforço de sedativos teve de enfrentar a imprensa. Nessa mesma noite, Miller e ela são casados por um juiz.

A imprensa faz de tudo por uma boa foto ou uma informação exclusiva, ainda que banal, sobre um dos casais mais famosos da época. Cada passo de Marilyn Monroe e Arthur Miller naquele 29 de junho de 1956 foi registrado pelas câmeras, flashes e canetas a postos. Afinal, aquele era o dia em que a maior diva do cinema iria se casar com um dos dramaturgos de maior renome da época.

Mas nem tudo são flores nesta história. Dias antes, Marilyn ficou sabendo pelo rádio (!) que seria pedida em casamento e isso a deixou furiosa! Aconteceu assim: Arthur Miller pleiteava um passaporte para a Inglaterra a fim de acompanhar a atriz nas gravações de “O príncipe encantado”, mas a Comissão de Atividades Antiamericanas descobriu que ele participara, anos antes, de reuniões comunistas. Ao ser questionado: “Por que o senhor quer um passaporte?” ele responde “Para ir a Inglaterra com a mulher com quem eu vou me casar”. A informação passa imediatamente às manchetes e se espalha num piscar de olhos.

Consternada, furiosa mesmo, Marilyn sabe pelo rádio que vai se tornar mrs. Arthur Miller sem que ele tenha formalmente feito o pedido. Como se seu consentimento fosse evidente. Foi pega de surpresa. (…) Às pressas, pede socorro aos assessores habituais e convoca os jornalistas à tarde para uma pequena coletiva na porta de casa. Dessa vez remodelada e preparada para o jogo, uma Marilyn toda sorrisos, cheia de segurança e jovialidade, confirma para uma plateia de repórteres a eminência de seu casamento com Arthur Miller. (…) O anúncio oficial da união da bomba sexual e do intelectual engajado alimenta a crônica internacional.

Para saber mais sobre a vida de um dos maiores mitos da história do cinema, leia Marilyn Monroe da Série Biografias L&PM.

Quem não leu “Misto-quente”, não leu Bukowski

Depois de passar um bom tempo esgotado, Misto-quente  está de volta – uma nova reedição acaba de chegar. Um livro que, segundo o tradutor e especialista em Bukowski, Pedro Gonzaga, talvez devesse se chamar Pão com mortadela visto a pobreza do cenário em que a história se desenvolve. Mas Misto-Quente é mais sonoro, mais aberto a significados, mais “americanizado” diriam alguns. Pedro manteve o título escolhido na antiga tradução brasileira de Luís Antônio Sampaio Chagas, mas realizou um novo trabalho nesta edição da Coleção L&PM Pocket que foi lançada pela pela primeira vez em 2005: “Tentei estabelecer uma tradução que mantivesse os abismos abertos, que mantivesse o frescor ainda presente no original, mais de vinte anos depois de sua publicação, uma tradução que resistisse o máximo possível ao dobrar de esquina das décadas que ainda hão de vir”.

Misto-quente é um romance com toques autobiográficos que cativa o leitor pela  aparente simplicidade com que a história é contada. Estão presentes a ânsia pela dignidade, a busca vã pela verdade e pela liberdade, trabalhadas de tal forma que fazem deste livro um dos melhores romances norte-americanos da segunda metade do século XX. Apesar de ser o quarto romance dos seis que o autor escreveu e de ter sido lançado quando ele já contava mais de sessenta anos, o livro ilumina toda a obra de Bukowski. Pode-se dizer: quem não leu Misto-quente, não leu Bukowski.

“A primeira coisa de que me lembro é de estar debaixo de alguma coisa.” É a frase de abertura de Misto-Quente.

A Coleção L&PM Pocket publica todos os romances de Bukowski.

40.630 libras por um livro de Agatha Christie

A Rainha do Crime realmente tem súditos dispostos a mostrar-lhe reverência. E não só isso: dispostos, também, a pagar um preço alto por um livro seu. Um exemplar do livro “Poirot Investiga”, de Agatha Christie, foi leiloado por um valor recorde de 40.630 libras. Acredita-se que este é o valor mais alto já alcançado por um livro de Christie. Em 2009, um exemplar de  “O Misterioso Caso de Styles” havia sido vendido por foi de 10 mil libras.

A coletânea de contos, de 1924, foi leiloada pela casa Dominic Winter e tinha um preço estimado entre 3.000 e 5.000 libras. Mas depois de muitos lances, foi arrematada por Christian Jonkers, da Jonkers Rare Books. Segundo Chris Albury, que comandou o leilão, o livro era particularmente atrativo a colecionadores porque contém a primeira imagem do famoso detetive belga Hercule Poirot e tem uma sobrecapa de papel por cima da capa dura.

“A sobrecapa é a chave”, disse. “Está perfeita e geralmente sobrecapas dessa época tem pedaços faltando. Nessa o Poirot está completamente intacto. Sobrecapas de antes da Segunda Guerra são muito menos comuns do que as de depois da guerra.”

Já por aqui, você vai encontrar Os primeiros casos de Poirot por 19 reais.

O tricentenário de Rousseau

Filósofo, pedagogo, músico e viajante, Jean-Jacques Rousseau nasceu em 28 de junho de 1712 em Genebra, na Suíça. Litaralmente genial, entre outra coisas, inventou um sistema de notação musical e compôs óperas como As musas galantes e, em 1750, foi premiado pela Academia de Dijon pelo Discurso sobre as ciências e as artes. Apaixonado pelo saber e pelos ideiais de liberdade, Rousseau elaborou uma doutrina segundo a qual o homem é um ser naturalmente bom, cuja bondade foi corrompida pela sociedade. Figura central do iluminismo, influenciou os líderes da Revolução Francesa e, nos últimos anos de vida, amargurado, refletiu sobre a natureza e o homem em Os devaneios do caminhante solitário (Coleção L&PM Pocket).

Desde o ano passado, a cidade de Genebra está em festa pelo tricentenário de Rousseau, seu mais ilustre filho. Hoje, na capital suíça, será apresentado, dentro da programação de  “2012 – Rousseau pour tous”, no Parc de la Grange, o show “The Shadow of Light”, uma ficção histórica que combina teatro, música e “filme instantâneo”. Outro destaque será a estreia mundial, em setembro, da ópera de Philippe Fénelon “JJR (cidadão de Genebra)” com direção de Ian Burton e encenada por Robert Carsen. O programa do evento é o resultado da participação de uma ampla gama de agentes culturais internacionais.

Abaixo, um vídeo em animação feito pela Univesp sobre a vida e obra de Rousseau.

 

Rousseau é um dos mais recentes títulos da Série Encyclopaedia e, de sua autoria, a Coleção L&PM Pocket publica, além de “Os devaneios do caminhante solitário“, “O Contrato Social” e “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens“.

Será Viggo Mortensen o próximo Drácula?

Estreia em 2013 mais um filme baseado na história do lendário Drácula de Bram Stoker. Em The Last Voyage of the Demeter, o conde embarca no navio Deméter rumo a Londres e, durante a viagem, os tripulantes começam a desaparecer misteriosamente. Ninguém a bordo desconfia, no entanto, que há entre os passageiros um vampiro faminto.

E a pergunta que não quer calar é: quem vai interpretar o personagem principal? Rumores do mundo cinematográfico apontam Viggo Mortensen como forte candidato. Já que a produção do filme desconversou quando foi questionada sobre o assunto, a expectativa continua.

Imagem ideal pra gente ir se acostumando com Viggo no papel de Drácula

Pra quem não lembra, Viggo Mortensen fez o lendário Aragorn de Senhor dos Anéis, viveu Sigmund Freud no filme Um método perigoso e estreia em julho como William Burroughs no filme Na Estrada, de Walter Salles. Consegue imaginá-lo como Drácula?