Quem não leu “Misto-quente”, não leu Bukowski

Depois de passar um bom tempo esgotado, Misto-quente  está de volta – uma nova reedição acaba de chegar. Um livro que, segundo o tradutor e especialista em Bukowski, Pedro Gonzaga, talvez devesse se chamar Pão com mortadela visto a pobreza do cenário em que a história se desenvolve. Mas Misto-Quente é mais sonoro, mais aberto a significados, mais “americanizado” diriam alguns. Pedro manteve o título escolhido na antiga tradução brasileira de Luís Antônio Sampaio Chagas, mas realizou um novo trabalho nesta edição da Coleção L&PM Pocket que foi lançada pela pela primeira vez em 2005: “Tentei estabelecer uma tradução que mantivesse os abismos abertos, que mantivesse o frescor ainda presente no original, mais de vinte anos depois de sua publicação, uma tradução que resistisse o máximo possível ao dobrar de esquina das décadas que ainda hão de vir”.

Misto-quente é um romance com toques autobiográficos que cativa o leitor pela  aparente simplicidade com que a história é contada. Estão presentes a ânsia pela dignidade, a busca vã pela verdade e pela liberdade, trabalhadas de tal forma que fazem deste livro um dos melhores romances norte-americanos da segunda metade do século XX. Apesar de ser o quarto romance dos seis que o autor escreveu e de ter sido lançado quando ele já contava mais de sessenta anos, o livro ilumina toda a obra de Bukowski. Pode-se dizer: quem não leu Misto-quente, não leu Bukowski.

“A primeira coisa de que me lembro é de estar debaixo de alguma coisa.” É a frase de abertura de Misto-Quente.

A Coleção L&PM Pocket publica todos os romances de Bukowski.

5 ideias sobre “Quem não leu “Misto-quente”, não leu Bukowski

  1. J.

    Já tá na hora de lançarem algo novo do Bukowski, hein? Sugiro o Septuagenarian Stew – os contos dele presentes no Textos Autobiográficos são impressionantemente bons. Bom, só uma dica que não será levada em conta, enfim.

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    1. ivan

      Caro (a) J.

      Sua dica será levada em conta, sim senhor (a). Estamos fechando vários contratos de livros novos de Charles Bukowski, inclusive “Septuagenarian Stew – stories & poems”. Obrigado, escreva sempre. Ivan PM

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      1. Richard

        Parabéns à L&PM pela iniciativa de publicar Bukowski,
        Kerouac e afins! Finalmente uma editora que respeita
        e agrada os leitores brasileiros!

  2. J.

    Ah, que notícia linda, Ivan. Fiquei muito contente. Espero que não tardem a serem traduzidos e disponibilizados para nós. De resto, mantenha-nos informados aqui no blog.

    Obrigado pela resposta,
    J.

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  3. Janio Davila

    Gosto muito da coleção L&PM pocket, graças a ela pude adquirir muitos livros e economizar meu dinheiro. Porém acredito que seria interessante não extinguir de vez o formato convencional. Vejo muitos livros sendo lançados pela L&PM somente no formato de bolso. Os fãs de determinado artista( como eu sou do velho safado) e os míopes (como eu também sou), muitas vezes preferem o livro grande. Obrigado e parabéns pelo trabalho.

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