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“Os Rebeldes”, de Claudio Willer, na Folha

CRÍTICA: ESTUDO CONSISTENTE REAFIRMA IMPORTÂNCIA DA GERAÇÃO BEAT 

Por Ciro Pessoa – Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo – 23/08/2014

Perguntado certa vez sobre o que achava da literatura beat, o escritor americano Truman Capote respondeu com uma frase contundente: Isso não escrita, é datilografia”.

O “Slogan”, uma crítica à prolixidade da prosa beat, tornou-se munição nas hostes daqueles que a detrataram e tentaram minimizar sua importância.

Os_rebeldesEm “Os Rebeldes – Geração Beat e Anarquismo Místico”, o poeta, tradutor e escritor Claudio Willer retoma a polêmica e afirma que a influência beat contribuiu para a abertura em sociedades contemporâneas “vencendo o descrédito promovido por críticos burocráticos e sumidades acadêmicas”.

O livro é um estudo consistente sobre o movimento iniciado nos anos 1940 e definido por um de seus principais mentores, Allen Ginsberg (1926-19997), como “um grupo de amigos que trabalharam juntos em poesia, prosa e consciência cultural”.

E não deixa dúvidas de que seus integrantes tinham um embasamento intelectual bastante apurado e sabiam muito bem o que faziam e onde queriam chegar.

Dentre as diversas abordagens que Willer faz sobre os beats – influências poéticas, origens sociológicas, loucuras, opções políticas – chama atenção aquela que tira o budismo do principal foco de religiosidade do grupo.

Segundo ele, comentaristas tendem a se fixar na relação deles com o budismo e “são deixadas de lado outras correntes, antecedentes e influências do grupo, desde os antigos gnósticos dos primeiros séculos d.C., passando pelos adeptos do Espírito Livre (seita medieval que tinha como um de seus postulados ‘nada é pecado exceto aquilo que é pensado como pecado’) até os contemporâneos”.

E é exatamente essa mescla heterogênea de culturas religiosas que recebe o nome de anarquismo místico.

Os protagonistas da narrativa de Willer são os poetas e escritores Jack Kerouac (1922 – 1969) e Ginsberg. Numa espécie de dupla biografia que corre paralela ao livro, a história da relação entre os dois é contada desde o momento que Ginsberg levou os originais do primeiro livro de Kerouac a editores que conhecia até o fim dos anos 1960.

Em seu último pronunciamento, o artigo “Depois de Mim, o Dilúvio”, de 1969, Kerouac disparou sua metralhadora giratória em direção a Ginsberg e à contracultura e negou ser “o grande pai branco e precursor intelectual que desovou um dilúvio de radicais alienados, manifestantes contra a guerra, vencidos na vida, hippies e até beats”.

É datilografia ou escrita?

Claudio Willer no pátio da PUC-SP, depois de uma palestra

Claudio Willer no pátio da PUC-SP, depois de uma palestra

OS REBELDES – GERAÇÃO BEAT E ANARQUISMO MÍSTICO
AUTOR Claudio Willer
EDITORA L&PM
QUANTO R$ 34.90 (296 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo

No blog de Claudio Willer você pode ler mais matérias sobre “Os Rebeldes”.

O manuscrito original de On the Road em uma exposição sobre a Rota 66

Se você decidir colocar o pé na estrada e chegar a Los Angeles até 4 de janeiro de 2015, ainda poderá conferir a exposição “Route 66: The Road and The Romance”. Entre os destaques da mostra está o rolo do manuscrito original de On the Road, aquele em que Jack Kerouac digitou a primeira versão do seu mais famoso romance.

O rolo do manuscrito original de On the Road

O rolo do manuscrito original de On the Road

A mostra que está em exibição no Autry National Center of the American West se desenrola pelos 2.400 quilômetros de extensão da estrada que foi testemunha ocular de uma América em movimento. “Route 66: The Road and the Romance” percorre a estrada icônica desde seu início, em 1926, estende-se através da Grande Depressão e chega até um olhar contemporâneo, incluindo o que está sendo feito pela sua preservação.

São 250 artefatos extraordinários que traçam a história da Rota 66 e seu impacto na cultura popular americana. Eles foram cedidos por instituições e coleção particulares de todo os EUA e muitos nunca havia sido exibidos juntos.

Dorothea Lange (United States, 1895–1965), Human Erosion in California (Migrant Mother), 1936, gelatin silver print (13 7/16 x 10 9/16 in.) (The J. Paul Getty Museum, Los Angeles)

Uma das fotos da exposição. De Dorothea Lange (United States, 1895–1965), Human Erosion in California (Migrant Mother), 1936

Placas originais dos anos 1970 -  “East 66 / West 66,” Williams, Arizona, circa 1970s. Coleção Steve Rider

Placas originais dos anos 1970 – “East 66 / West 66,” Williams, Arizona, circa 1970s. Coleção Steve Rider

“Western Motel” um neon original datado de cerca de 1950. Coleção do Museum of Neon Art

“Western Motel” um neon original datado de cerca de 1950. Coleção do Museum of Neon Art

Além da mostra, há uma programação paralela. No dia 11 de setembro, por exemplo, haverá o evento “Waiting for Jack: A Beat Poetry Experience”. Pena que Los Angeles é tão longe…

A L&PM publica o Manuscrito Original em dois formatos.

Com 150 mil títulos, Amazon começa a vender livros físicos no Brasil

PublishNews – 21/08/2014 – Por Leonardo Neto

A partir dessa quinta-feira (21), os brasileiros poderão finalmente comprar livros físicos pela Amazon. Para o início das operações, a varejista compôs um catálogo de 150 mil títulos. Para marcar o lançamento, a Amazon oferecerá frete grátis para compras acima de R$ 69 e entrega no dia seguinte para compras feitas antes das 11h da manhã por consumidores de algumas localidades da cidade de São Paulo. Em entrevista que concedeu nesta quarta-feira, com exclusividade ao PublishNews, Alex Szapiro, country manager da Amazon no Brasil, disse que outra funcionalidade estará disponível imediatamente aos brasileiros. É o Leia Enquanto Enviamos, que permitirá que o cliente comece a ler o livro no digital – por meio do Kindle Cloud Reader – enquanto é feito o envio do livro físico.  Essa funcionalidade está disponível para 13 mil títulos, com possibilidade de expansão. “Essa experiência que transita entre o digital e o físico ao mesmo tempo está no DNA da Amazon”, disse ao PublishNews. Clique no Leia Mais e saiba detalhes do início das operações da varejista no Brasil.

Caixa Jane Austen chegou primeiro na loja da Amazon por um preço especial: de R$ 83,90 por R$ 49,90

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Clique aqui e conheça as ofertas L&PM na loja brasileira da Amazon.

Caricaturas literárias

Caricatures – Literature” é um painel do Pinterest que compartilha pins de caricaturas de escritores. Separamos algumas das nossas preferidas. Aqui vai:

Jean-Paul Sartre por Paulo Lobato

Jean-Paul Sartre por Paulo Lobato

Oscar Wilde por David Cowlens

Oscar Wilde por David Cowlens

Franz Kafka por David Levine

Franz Kafka por David Levine

J. D. Salinger por Bob Staake

J. D. Salinger por Bob Staake

Edgar Allan Poe por Bob Doucette

Edgar Allan Poe por Bob Doucette

Leon Tolstói por Therry Coquelet

Leon Tolstói por Therry Coquelet

Dez dicas de Denise Bottmann para quem deseja ser tradutor

SaraivaConteúdo – 19/08/2014 – Por Zaqueu Fogaça

A tradutora Denise Bottmann

A tradutora Denise Bottmann

São incontáveis as obras estrangeiras publicadas no Brasil todos os anos em língua portuguesa. Isso só é possível graças ao esforço de um profissional que às vezes escapa aos olhos apressados da maioria dos leitores: o tradutor, aquele sujeito que se debruça por meses, e até mesmo anos, no texto original para entregar a obra em português, pronta para ser lida.

O ofício do tradutor requer muita paciência para decifrar o labiríntico processo de composição de uma obra, como explica a tradutora Denise Bottmann: “O grande desafio é entender de fato o texto. Entender uma frase não significa entender as palavras e o sentido visível em determinada construção. Significa entender as articulações daquela frase dentro da construção geral da obra, princípios estruturais e compositivos utilizados pelo autor. Traduzir é basicamente decifrar o texto original, seguindo uma ou mais chaves de leitura, e reconstituir essa decifração num outro texto e em outra língua”.

Graduada em História e mestra em Teoria da História, a curitibana lecionou Filosofia na Unicamp; posteriormente, em 1985, direcionou seus esforços ao campo da tradução, trabalho que executa até hoje como tradutora de inglês, francês e italiano.

Entre os autores que verteu para o português figuram nomes como Hannah Arendt, Marguerite Duras, Henry David Thoreau e Virginia Woolf. Desta última, Denise traduziu o livro Mrs. Dalloway (L&PM), trabalho agraciado, em 2013, com o Prêmio Paulo Rónai da Biblioteca Nacional.

Mrs. Dalloway e Walden, dois títulos da L&PM traduzidos por Denise Bottmann

Mrs. Dalloway e Walden, dois títulos da L&PM traduzidos por Denise Bottmann

Em face das possibilidades e complexidades que cada obra apresenta, faz-se necessário definir uma linha tradutória. “Perante tal complexidade, o tradutor opta por uma determinada abordagem, um determinado ‘partido tradutório’. Assim, o principal objetivo de uma tradução em relação ao texto original é manter a coerência do partido adotado, checando constantemente sua validade em relação ao original”, diz a tradutora, que também é autora do blog Não Gosto de Plágio, no qual expõe ao público os plágios de traduções no país.

A pedido do SaraivaConteúdo, Denise Bottmann elencou dez componentes que considera importantes para quem ambiciona se aventurar pelo campo da tradução. Confira a relação abaixo.

1. DOMÍNIO DO PORTUGUÊS
Ter um domínio muito bom do português. E não se trata apenas de conhecer a língua. Trata-se de ter uma familiaridade lógica com estruturas linguísticas. Se a pessoa não tem pleno domínio linguístico de sua língua materna, dificilmente conseguirá ter uma percepção das estruturas lógicas de outra língua.

2. DOMÍNIO DA OUTRA LÍNGUA
Ter um domínio pelo menos bom da outra língua. O mais importante é o domínio das estruturas linguísticas; nesse sentido, eventuais e inevitáveis lacunas vocabulares podem ser preenchidas com o recurso a dicionários.

3. CONHECIMENTO DO ASSUNTO
Ter um domínio pelo menos razoável da área a que pertence a obra. Não é preciso ser um especialista no assunto, mas é indispensável um mínimo de conhecimentos gerais que permitam ao tradutor trafegar com relativa familiaridade pelos temas tratados.

4. MATERIAL DE APOIO
Dispor de ampla variedade de materiais de consulta e pesquisa: dicionários, enciclopédias, glossários, estudos sobre aquela área, outros livros relacionados ao tema. Com a Internet, tudo isso fica muito mais fácil.

5. CONTEXTO DA OBRA
Ter noção do quadro literário, teórico ou científico em que se insere a obra. Para quem traduz literatura, é indispensável ter noções de recursos estilísticos e literários em geral. Em humanidades em geral, é indispensável ter noção da linhagem a que se filia a obra e dos debates em torno do tema.

6. CONTEXTO HISTÓRICO
Ter noção do quadro histórico e cultural em que se insere a obra. É indispensável que se tenha noção da inserção histórica da obra e de suas relações com a época, seja uma obra de literatura ou de humanidades em geral.

7. AUTODISCIPLINA E CONCENTRAÇÃO
Com o instrumental dado nos seis itens anteriores, o tradutor põe mãos à obra. É um tipo de atividade intelectual que demanda muita concentração, por horas a fio, ao longo de semanas e meses. Requer bastante esforço continuado e disciplina para atender satisfatoriamente às exigências do texto.

8. DECISÃO E RESPONSABILIDADE
Capacidade de tomar decisões, adotar soluções conscientes e poder responder por elas. A responsabilidade do tradutor consiste em ser capaz de explicar a si e a outrem as razões de suas escolhas. Como traduzir envolve escolhas constantes, qualquer eventual alegação de que “É assim que está no original” simplesmente não faria o menor sentido.

9. RELEITURA E REVISÃO
Proceder a constantes releituras e revisões do texto em tradução.Traduzir é uma atividade extremamente dinâmica, e nada garante a priori a qualidade do resultado. Tropeços, deslizes, inconsistências, vaguezas nos afligem constantemente e muitas vezes escapam à nossa atenção. Daí a necessidade de reler e retrabalhar várias vezes o texto traduzido.

10. CALMA E PONTUALIDADE
Tradutores profissionais costumam dispor de prazos estabelecidos pelas editoras. Proficiência linguística, materiais de apoio, boa bagagem geral, dedicação e responsabilidade de pouco adiantam se não respeitarmos prazos e não cumprirmos o combinado com a editora. Mas o mais importante, acima de tudo, é manter a calma. Keep calm and translate on!

Clique aqui e conheça todos os títulos do catálogo L&PM com tradução de Denise Bottmann.

Pegue carona em uma poesia de bicicleta

Poesia de bicicleta, de Sergio Capparelli, é um livro em que os poemas passeiam pelas páginas como se estivessem pedalando por entre alamedas floridas. O primeiro deles, “A bicicleta de Irina Dunn” presta uma homenagem à feminista australiana que disse certa vez que a mulher precisa dos homens tal como um peixe precisa de bicicleta.

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Bolos literários para devoradores de livros

Bolos e livros podem combinar mais do que a gente imagina. É o que mostram as fotos abaixo:

Bolo biblioteca

Bolo biblioteca

Bolo Poirot criado pela Sugar Rush Jill

Bolo Poirot criado pela Sugar Rush Jill

Era uma vez um bolo encantado...

Era uma vez um bolo encantado…

Bolo que incentiva a leitura

Bolo que incentiva a leitura

Bolo tributo a Jane Austen

Bolo tributo a Jane Austen

Bolo para devoradores de livros

Bolo com três andares de livros

Bolo "casinha" de livros

Bolo “casinha” de livros

Cupcakes literários

Cupcakes literários

Museu Van Gogh comemora o milésimo visitante do ano

O Museu Van Gogh tem muito do que se orgulhar. A instituição cultural com sede em Amsterdã lançou um comunicado oficial em que divulgou que o milionésimo visitante do ano já colocou seus pés no museu. Um fato estimulante porque aconteceu mais cedo do que em anos anteriores.

O sucesso do museu, que abriga os famosos girassóis, e possui a maior coleção de obras do pintor holandês, também se deve às exposições temporárias que recebe. A mostra de Felix Vallotton, por exemplo, se encarregou de levar 500 mil visitantes ao local, disse o diretor financeiro do museu, Adriaan Donszelmann.

O Museu Van Gogh encontra-se em fase de renovação e, atualmente, está com projeto de uma exposição permanente que contará a história de Van Gogh de uma forma “inovadora” a partir de novembro deste ano.

VAN GOGH MUSEU

No segundo semestre de 2014, a L&PM Editores vai lançar um grande livro que reunirá Cartas a Théo (edição ampliada e anotada);  Biografia de Vincent Van Gogh por sua cunhada (de Jo van Gogh-Bonger, esposa de Théo) e As cartas enviadas a Émile Bernard (prefaciadas pelo sobrinhoVincent Willen van Gogh).

Hamlet ao molho picante

E eis que a tragédia se transformará em comédia. Na sexta-feira, 15 de agosto, estreia no Brasil “Hamlet ao molho picante” , peça escrita pelo italiano Aldo Nicolaj que ganhou montagem paulista com direção de Dagoberto Feliz. Como o próprio título sugere, o texto baseia-se em uma das mais conhecidas tragédias de Shakespeare, mas nesta adaptação para os palcos a história do príncipe da Dinamarca vira comédia ao ser contada do ponto de vista dos mexeriqueiros funcionários da cozinha do castelo.

Froggy (Paulo Pontes) é um chef orgulhoso de seus molhos e assados. Para forçar o jovem Hamlet (Pedro Brandi) a comer suas iguarias (que ele despreza porque só gosta de doces), o chef veste a armadura do rei morto e se passa por seu fantasma. Cathy (Rosi Campos), esposa de Froggy, e outros funcionários da cozinha também se envolvem e metem a colher na vida de Hamlet e de sua mãe, uma rainha fã de aguardente.

O elenco de "Hamlet ao molho picante"

O elenco de “Hamlet ao molho picante”

SERVIÇO

O que: “Hamlet ao molho picante”

Quando: De 15/08 a 28/09

Onde: Teatro Raul Cortez – São Paulo – fone (11) 3254-1631

Quanto: de R$ 60 a R$ 80

 

Começaram as filmagens de “Doidas e Santas”

Na terça-feira, 12 de agosto, as atrizes Maria Paula e Flávia Alessandra filmaram cenas do longa-metragem Doidas e Santas, adaptação do livro homônimo de Martha Medeiros.  Maria Paula viverá Beatriz, uma mulher que, após 20 anos de casamento, decide mudar de vida. A direção é de Paulo Thiago e o elenco tem ainda Nicette Bruno, Thiago Fragoso, Marcelo Faria, Fernando Caruso e Jonas Bloch.

Maria Paula e Flávia Alessandra nas filmagens de "Doidas e Santas"

Maria Paula e Flávia Alessandra nas filmagens de “Doidas e Santas”

“Doidas e Santas” já fez sucesso no teatro com Cissa Guimarães.