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Pinturas tão “ridículas” que arrancavam gargalhadas da multidão

Acostumados ao padrão acadêmico e suas rigorosas regras técnicas, os parisienses achavam que aqueles “borrões” feéricos e multicoloridos, sem a precisão de um desenho real, fossem apenas uma brincadeira. Era 1874. Os quadros que se apresentavam no “Salão dos Recusados” tinham sido renegados pela academia. Logo, os risos cessariam. Daí para frente, tudo seria permitido. Não haveria mais limites para a imaginação humana.

Para entender melhor a impressão que aqueles quadros causaram – e como eles acabaram dando início a uma grande revolução – leia Impressionismo, de Dominique Lobstei, título da série Encyclopaedia, Coleção L&PM Pocket.

Clássica e moderna, avançada e estagnada. A velha China é o futuro?

Sem liberdade política e com toda a liberdade econômica. Onde comunistas e milionários se cruzam pelas ruas abarrotadas por um bilhão e trezentos milhões de chineses. Uma economia hiper hightech, mas que ainda utiliza trabalho escravo. Confúcio, Marx, Apple e McDonalds são apenas alguns dos ingredientes que compõem este caldeirão complexo do país que mais cresce no mundo. Ninguém escapa dos chineses… da camisa Ralph Lauren à TV de alta definição, passando pela bolsa Louis Vuitton, o sapato, o jeans, o amortecedor do seu carro…

Para entender melhor este mundo tão distante e ao mesmo tempo tão próximo – e descobrir como foi criado este “monstro”, leia China moderna, de Rana Mitter, título que é uma parceria da Oxford University Press com a série Encyclopaedia, Coleção L&PM Pocket.

Terça-feira negra: quando a maior economia do mundo virou pó

O crash foi sentido em 29 de outubro de 1929. Uma terça-feira que ficaria para sempre conhecida como “Black Tuesday”. Neste dia, a bolsa de Nova York quebrou, afundando fortunas e levando muitos ao fundo do poço. Foi o maior desastre financeiro jamais visto no mundo capitalista. O sinistro fantasma da Grande Depressão que veio em seguida, serviu de exemplo para que a pesada crise financeira de 2008 não repetisse a catástrofe e acabasse com a economia mundial.

Para entender melhor como tudo isso aconteceu, leia A crise de 1929, de Bernard Gazier e entenda o verso de La Fontaine que se encaixa com perfeição para definir aqueles dias negros: “Nem todos morriam, mas estavam todos contaminados”. Título que faz parte da série Encyclopaedia, Coleção L&PM POCKET.

Nem sombra de Sherlock Holmes?

É preciso boa vontade para ver uma sombra do verdadeiro Sherlock Holmes no novo filme de Guy Ritchie. Mas sombra é algo que, no apagar das luzes, vai embora. E é justamente essa a sensação que se tem no dia seguinte: findo o filme, parece não sobrar nada do personagem original criado por Conan Doyle. Se no filme anterior, Ritchie nos surpreendia com efeitos visuais impactantes, aqui eles aparecem tantas vezes que soam como uma piada repetida à exaustão. Ou seja, não tem mais graça. O que leva a crer que as risadas vindas das cadeiras iluminadas por celulares adolescentes (será que eles ficam tuitando durante o filme?) só são ouvidas porque aqueles jovens nunca leram o verdadeiro Sherlock Holmes. E vamos combinar que este filme tinha ainda mais possibilidade de se dar bem, já que coloca em cena o arquiinimigo do detetive, o Professor Moriarty. Aliás, Guy Ritchie teve a chance de, na sequência final, terminar seu filme à la Conan Doyle, exatamente como o escritor encerra o conto “O problema final” do livro Memórias de Sherlock Holmes. Na época em que Doyle criou este conto, ele não aguentava mais escrever sobre seu personagem mais famoso, de cujo sucesso havia virado refém. Então, ele o fez despencar num penhasco sem fundo, abraçado ao seu mais importante e impactante rival (cujo nome, aliás, dizem que teria inspirado Jack Kerouac na hora de batizar o herói de On the Road, Dean Moriarty). Mas não é o que acontece na tela… Embora Guy Ritchie  também nos dê a impressão de que, neste segundo filme, ele estava louco para se livrar do genial Sherlock, parece que o diretor, ex-marido de Madonna, preferiu explicar a piada. Pra quem não quer chorar (e não é chorar de rir!) com o resultado, aconselho comprar algum livro – são muitas as opções –  de Sherlock Holmes. Sai mais barato do que o ingresso de cinema. E, nas páginas, ele permanece vivo, ao contrário do que, no fundo, acontece em “Jogo de sombras”, um filme pra lá de descartável… (Paula Taitelbaum)

"A morte de Sherlock Holmes", desenho de Sidney Paget que foi feito para a edição original de "Memórias de Sherlock Holmes", de 1894

Peanuts até os ossos

Você já parou para pensar como seria o esqueleto de Charlie Brown e seus amigos? O ilustrador Michael Paulus, sim. Há alguns anos atrás, ele desenhou a turma de Peanuts por dentro. Pena que Snoopy e Woodstock parecem não ter entrado na brincadeira…

E vem mais Peanuts por aí: em março, chega o volume 5 de Peanuts Completo. E para conhecer tudo o que a L&PM publica com a assinatura de Charles Schulz, clique aqui.

O poeta é… Charles Bukowski

viagem à praia

os homens fortes
os homens musculosos
lá na praia eles
se sentam
bronzeados como chocolate
os pesos
espalhados ao seu redor e
intocados

ficam sentados enquanto
as ondas avançam e
recuam

ficam sentados enquanto o
mercado de ações
ergue e destrói
homens e famílias

ficam sentados enquanto
um apertar de botão
poderia transformar
seus caralhos
em palitos de fósforos
pretos e enrugados

ficam sentados enquanto
suicidas em quartos verdes
os trocam por espaço

ficam sentados enquanto antigas
Miss Américas
choram diante de espelhos
enrugados

ficam sentados
ficam sentados com menos
vivacidade que macacos
e minha mulher para e
os olha:
“uuuu uuuu uuuu”, ela
diz.

me afasto com
minha mulher enquanto as ondas
avançam e recuam.

“há alguma coisa errada
com eles”, ela diz, “o que
é?”

“o amor deles só corre em
uma direção.”

as gaivotas giram e
o mar avança e recua

e nós os abandonamos
lá atrás
desperdiçando o tempo que lhes
resta
o momento presente
as gaivotas
o mar
a areia.

De O amor é um cão dos diabos, Charles Bukowski

Dia de comemorar a liberdade de expressão

Quando o assunto é liberdade de expressão, o dia 13 de janeiro é um marco histórico. Em 13 de janeiro de 1898, Émile Zola publicou uma carta aberta ao presidente da república da França, o Sr. Félix Faure, tornando pública a sua opinião sobre o “Caso Dreyfus”, uma das maiores injustiças cometidas pelo Estado contra um indivíduo. Cidadão francês, oficial da artilharia e judeu, Alfred Dreyfus foi vítima de armação política. Com o título “J´accuse!” (Eu acuso!), a carta de Zola foi publicada no jornal L´Aurore, com tiragem de 300 mil exemplares, e tornou-se a primeira de uma série de denúncias sobre o caso, que dividiu o país, e redesenhou os contornos da direita e da esquerda francesas. “J´accuse!” tornou-se uma ode à liberdade de expressão e aos direitos humanos e mostrou a força dos intelectuais frente à opinião pública e ao Estado.

Zola reuniu todos os artigos que publicou sobre o caso Dreyfus durante um período de três anos e, em 1901, lançou um livro que faz parte da Coleção L&PM Pocket: J´accuse! A verdade em marcha. Leia aqui o prefácio do autor e a carta ao presidente.

O editor Ivan Pinheiro Machado segura o livro da L&PM e o facsimile da carta de Émile Zola comprada em Paris (em tamanho original - clique para ampliar)

Quando Jack London veio ao mundo

A vida do escritor Jack London foi uma aventura que começou antes mesmo do seu nascimento. Segundo contou sua mãe, a professora de música e espiritualista, Flora Wellman, quando ela comunicou ao companheiro, o astrólogo William Chaney, que estava grávida, ele exigiu que ela abortasse. Num ato de desespero, Flora atirou contra si mesma. Felizmente (para os fãs de Jack London), a mãe e seu bebê não sofreram nada grave. Mas ao nascer, em 12 de janeiro de 1876, o filho de Flora foi renegado e entregue à ex-escrava Virginia Prentiss. Naquele mesmo ano, Virginia casou-se com um veterano da Guerra da Secessão de nome John London que assumiu o bebê da esposa (também chamado de John) e deu a ele seu sobrenome.

Mas quando o pequeno John, que depois seria chamado de Jack, cresceu, quis saber mais de suas origens. Aos 21 anos, ele encontrou notícias de jornais que contavam sobre a tentativa de suicídio da mãe e davam o nome de seu suposto pai biológico. Ele então escreveu uma carta a William Chaney e teve a seguinte resposta:

“Nunca me casei com Flora Wellman, mas vivi com ela de 11 de junho de 1874 a 3 de junho de 1875. Sofria eu nesse tempo os terríveis efeitos de muitas privações, dificuldades de vida e excessivo trabalho intelectual, sendo inteiramente platônicas as nossas relações. Portanto, não posso ser o seu pai nem lhe dizer com certeza quem seja ele. (…) O ‘Chronicle’ disse que eu a expulsei de casa porque ela não quis fazer o aborto. Essa notícia correu o país inteiro, reproduzida por toda a imprensa. Por causa dessa história, duas das minhas irmãs se tornaram minhas inimigas. Uma delas morreu ainda me julgando culpado. Todos os outros parentes, exceto uma irmã que mora em Portland, estão ainda contra mim e me apontam como a vergonha da família. Na época do escândalo, publiquei em folheto uma declaração da polícia em que se demonstrava a falsidade de muitas acusações levantadas contra a minha conduta, mas nem o ‘Chronicle’ nem os outros jornais que me difamaram quiseram desmanchar a calúnia. Desisti então de me defender e durante anos e anos a minha vida pesou como um fardo. Veio finalmente a reação e agora já tenho alguns amigos que me consideram homem de bem. Já passei dos 76 e vivo na pobreza.” (Do livro “A vida errante de Jack London”, editora José Olympio).

London ficou mal com a resposta, mas seguiu adiante. Largou os estudos, foi jornaleiro, pescador e marinheiro. E ao morrer precocemente, aos 40 anos, deixou uma obra que, se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Livros capazes de resgatar as origens, o lado animal do ser humano, o uivo engasgado na garganta…

E já que é aniversário dele, nada melhor do que uma foto que mostra como o autor de O chamado da floresta, Caninos Brancos, Antes de Adão, O lobo do mar, entre outros, veio ao mundo (ou quase):

Em 2012, a L&PM vai lançar mais um livro de Jack London: Martin Eden.

Um banho de Agatha Christie

No post “Agatha Christie na crista da onda“, mostramos uma foto da Rainha do Crime na areia, ao lado de uma imensa prancha de surf, nos tempos em que ela surfava em Honolulu – junto com um texto em que a própria escritora conta a experiência (que quase a afogou). Mas a foto que tínhamos era dela fora da água. Agora, acabamos de achar uma imagem de Agatha dentro do mar. Só falta encontrar uma com ela pegando onda.

Agatha Christie morreu há exatos 36 anos, em 12 de janeiro de 1976, de causas naturais. A L&PM possui mais de 40 títulos da escritora e em 2012 vem mais por aí.