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Um passeio por Rimbaud

Era 20 de outubro de 1854 quando Vitalie Rimbaud, uma católica fervorosa, pariu seu segundo filho, o qual batizaria de Jean-Nicolas Arthur Rimbaud. O menino, que ficaria conhecido simplesmente como Arthur Rimbaud, nasceu de forma pouco poética, na cidade de Charleville, nas Ardenas francesas, mais precisamente na Rue Napoleón, número 12.

Atualmente, na cidade natal do autor de Uma temporada no inferno, há um lindo museu que leva seu nome. O Museu Rimbaud está localizado no antigo moinho de Charleville, uma bela e elegante construção erguida em 1626 e renovada em 1896 pelo arquiteto Petitfils que redistribuiu seus espaços interiores. O local apresenta a vida e o trabalho de Arthur Rimbaud através de manuscritos, objetos pessoais, fotos e documentos. Além disso, o museu também expõe o trabalho de muitos artistas que homenageiam os escritos do poeta como Fernand Léger, Jean Cocteau ou Sonia Delaunay.

RIMBAUD MUSEU CHARLEVILLE OUTRO

RIMBAUD MUSEU CHARLEVILLE COLUNA

RIMBAUD MUSEU CHARLEVILLE FOTO

Arma usada por Verlaine para atirar em Rimbaud é leiloada

A arma mais famosa da literatura francesa, o revólver com o qual o poeta Paul Verlaine tentou matar seu amante, o também escritor Arthur Rimbaud, em 1873, em Bruxelas, foi arrematado por 434.500 euros nesta quarta-feira, 30 de novembro, em Paris, na casa de leilões Christie’s. A pistola, uma Lefaucheux de seis tiros, calibre sete milímetros e coronha de madeira, estava avaliada entre 50 e 60 mil euros.

“O revólver encontrou um comprador por 434.500 euros, gastos inclusos”, informou o encarregado em comunicação da Christie’s.

A arma com a qual Verlaine atirou em Rimbaud

A arma com a qual Verlaine atirou em Rimbaud

Na biografia de Rimbaud, escrita por Jean-Baptiste Baronian, e publicada na Coleção L&PM Pocket, o autor descreve todos os passos da história que envolve essa pistola e os tiros que aconteceram em um hotel onde estava também a mãe de Verlaine . Colocamos aqui alguns trechos:

Por volta do meio-dia, Verlaine entra de súbito no quarto. Parece nervoso. Evidentemente andou bebendo. Sem mais preâmbulos, tira do bolso uma pistola protegida por um estojo de couro envernizado e mostra-a com orgulho a Rimbaud. Trata-se, declara, de um revólver de excelente qualidade, um sete milímetros com seis balas. Mostra também uma caixa com cinquenta cartuchos. Enquanto isso, leva Rimbaud para almoçar na Maison des Braeurs, na Grand-Place.

(…)

Quando Rimbaud e Verlaine voltam para o hotel, uma hora e meia depois, é mais uma vez para brigar. O mesmo triste e lamentável refrão, que Rimbaud interrompe bruscamente. Como se tivesse sido ferido em seu amor-próprio, ele se precipita para o quarto da sra. Verlaine e exige dela vinte francos: o preço de uma passagem de trem de terceira classe de Bruxelas para Paris. (…) Verlaine agarra Rimbaud pelos ombros e empurra-o de volta para o quarto deles, que tranca a chave.

(…)

A reação de Verlaine é insensata: ele agarra sua pistola, uma rivolvita, segundo o termo que utiliza, e atira duas vezes em Rimbe. A primeira bala o acerta no antebraço esquerdo. A segunda passa de raspão e acaba no assoalho. Após soltar gemidos de dor, Rimbaud desmorona junto ao pé da cama. Ele segura o pulso, de onde jorra sangue, se retorce e, com uma voz suplicante, pede socorro. Percebe então confusamente que estão batendo na porta com toda a força. No minuto seguinte, vê a sra. Verlaine inclinando-se sobre ele e examinando seu braço. Ela assegura que o ferimento não é grave, mas que seria bom ser examinado por um médico.

Verlaine e Rimbaud

Verlaine e Rimbaud

Verlaine acabaria condenado a dois anos de prisão. Já a arma, foi retida pela polícia reteve e depois devolvida à loja de armas Montigny. Quando o estabelecimento fechou, em 1981, o revólver foi cedido a Jacques Ruth, um oficial de justiça belga, amante de armas.

O revólver ficou guardado em um armário até o começo dos anos 2000, quando Jacques Ruth assistiu a um filme sobre o romance entre Rimbaud e Verlaine, “Eclipse de uma paixão”, com Leonardo DiCaprio. Foi quando ele percebeu que possuía uma relíquia.

Ruth entrou em contato com um conservador da Biblioteca Real da Bélgica, Bernard Bousmanne, que foi curador de uma exposição dedicada a Rimbaud em 2004, em Bruxelas. “Pensei que fosse uma brincadeira. Mas todos os elementos coincidiam – o modelo, a data e o local de fabricação. Solicitamos, inclusive, análises balísticas à Escola Militar de Bruxelas. Foram definitivos”, disse Bousmanne a meios de comunicação belgas.

O conservador foi curador de outra mostra dedicada a Verlaine em 2015 em Mons, onde a arma foi exibida pela primeira vez ao público. A cidade natal de Rimbaud, Charleville-Mézières (nordeste da França), lançou uma subscrição pública para tentar adquirir o revólver e, assim, enriquecer a coleção do museu dedicado ao poeta. Mas quem arrematou a arma histórica acabou sendo um comprador de nacionalidade que fez seus lances por telefone. Um desconhecido milionário, ao que tudo indica.

A L&PM publica Uma temporada no inferno seguido de Correspondência, incluindo três textos inéditos no Brasil de Paul Verlaine: dois prefácios e uma crônica biográfica sobre Rimbaud, fragmentos que mostram uma profunda admiração estética pela poesia de Rimbaud, que Verlaine qualificava como “perfeita” e “genial”.

Rebeldes_e_Malditos_Rimbaud

Rimbaud: mais do que um homem, um mito

Jean-Nicolas-Arthur Rimbaud nasceu em 20 de outubro de 1854. Era filho de Frédéric Rimbaud e de Vitalie Cuif Rimbaud, ele um militar, pai ausente, que sumiu de casa em 1860, ela, autointitulada “viúva” (jamais teve a notícia da morte do marido), pessoa extremamente rígida que criou sozinha os 4 filhos, Frédéric, Arthur, Vitalie (que morreu aos 17 anos) e Isabelle. Aos 14 anos Arthur era considerado um aluno especial, um gênio. A prova disso é que venceu o concurso anual que se realizava na França de poesia latina, concorrendo com alunos bem mais velhos do que ele. Aos 15 anos já se correspondia com Paul Verlaine, poeta que admirava. Fugiu de casa e foi encontrá-lo em Paris.

Rodou pelo Oriente Médio, foi mercenário no exército colonial holandês, trabalhou no Chipre, Gênova, voltou à França e finalmente sumiu na África. Áden, Harar, Choa, os desertos da Abissínia, do Iêmen. Onze anos vivendo uma vida terrível, sob 50 graus à sombra, cujo testemunho são as cartas para a família e depoimentos ocasionais de exploradores, comerciantes e aventureiros que o encontraram ou que trabalharam com ele. Nunca mais falou em poesia. Nunca mais se referiu à literatura em nenhum relato conhecido a partir dos seus 21 anos. Arthur Rimbaud, o mercador, vendia tudo o que era possível vender. Atuou também no tráfico de armas e há suspeitas nunca comprovadas de tráfico de escravos. Chegou a comandar caravanas com 200 camelos transportando 3 mil fuzis. Falava mais de 10 línguas, inclusive o árabe.

Sua obra é muito pequena, mas com tal potência que alargou as fronteiras da arte, derrubando paradigmas, causando perplexidade nos seus contemporâneos, construindo uma ponte para o futuro. Poeta maldito, desesperado, foi reivindicado na posteridade por vários movimentos poéticos e artísticos, como parnasianos, simbolistas, dadaístas, surrealistas, entre muitos outros.

Imediatamente após a sua morte ele passou a ser reconhecido e cultuado não só pela modernidade de seus escritos, mas pelo enigma imperscrutável que representou sua vida.

Rimbaud

De Arthur Rimbaud, a Coleção L&PM Pocket publica “Uma temporada no inferno” em edição bilíngue.

A morte do rebelde e maldito Arthur Rimbaud

Em 1891, após uma sofrida viagem de navio até Marselha devido a dores insuportáveis em sua perna direita, Arthur Rimbaud decide procurar ajuda num hospital local. Ao ser examinado, a reação dos médicos foi alarmante:

Os médicos a serviço do dr. Antoine Trastoul, um senhor de quarenta anos, as enfermeiras e as freiras ficaram atônitos. Nunca viram um membro tão putrefato, tão monstruoso. A perna parece uma enorme e aterrorizante abóbora. E crescerá ainda mais, sem a menor dúvida, caso não realizem a amputação o mais rápido possível.

Como de costume, Rimbaud lamenta sua infelicidade em cartas à mãe e à irmã, Isabelle. Do hospital onde ficara internado, ele escreve uma carta pedindo que venham visitá-lo. Em 27 de maio, sua perna é amputada rente ao tronco. A cirurgia transcorre bem e a recuperação é rápida. Após receber alta, ele providencia uma perna mecânica e decide voltar a morar com a família, que não vê há dez anos, em Roche. Comunica sua volta por meio de uma carta a Isabelle, que promete esperá-lo na estação de Voncq.

Durante a viagem de trem, a cicatriz da cirurgia que parecia resolvida volta a incomodá-lo. Mas ao chegar à estação , o reencontro com a irmã o faz esquecer qualquer sofrimento. Ela já não é mais aquela adolescente apagada e quieta de quem ele se lembrava, mas sim uma mulher de 30 anos, forte e ao mesmo tempo doce e amável, que decorou o quarto do irmão com “cortinas novas, tecidos finos de algodão e graciosos buquês e flores”.

Apesar do esforço de Isabelle, as limitações físicas impostas pela perna amputada e o retorno às lembranças de infância transformaram a estadia num verdadeiro inferno, como descreve a biografia de Rimbaud, publicada recentemente pela L&PM:

O fato é que ele não tem o que fazer em Roche, nesse vilarejo perdido das Ardenas, a que chamam de Terra dos Lobos, a não ser passear seu enfado e sua tristeza, uma tristeza mortal, e ficar deitado no quarto durante longas horas olhando para o vazio, remoendo remorsos, lembranças de infância e pensamentos funestos. (…) Já não suporta mais a luz do dia. É preciso fechar as venezianas, deixar a porta do quarto sempre encostada. O pior é que volta a sentir dores no coto e na virilha. De início, pensa que deve ser por causa da perna artificial comprada em Marselha e toma todas as providências para substituí-la. No entanto, por mais que consulte os médicos da região e de Charleville, por mais que tome as medicações que lhe são prescritas, que recorra a “um simples remédio de benzedeira”, a chás de papoula, a óleos e massagens, continua sofrendo muito. Isso desencadeia crises de desespero, lágrimas, ataques de raiva, cóleras, gritos, xingamentos, blasfêmias, noites intermináveis de insônia… E o leva a persuadir-se de que o único remédio capaz de atenuar suas dores horríveis seria volta a viver em Harar.

Ele decide ir embora e Isabelle o acompanha. Mas a viagem de volta é ainda mais estafante e cruel. A cada trepidação do trem, ele se contorce, aperta o coto com força e geme. Nenhuma posição lhe parece confortável: costas, ombros, braços e principalmente o coto são “pontos terrivelmente dolorosos”. Mas ele insiste em continuar a viagem. A febre o faz delirar, rir e chorar. Quando dá por si novamente, está de volta ao hospital onde amputara a perna. Os médicos se supreendem ao vê-lo de novo e num estado ainda pior do que o encontraram da primeira vez. O câncer se espalhara e Rimbaud está condenado.

Seu tumor cancerígeno, uma espécie de saco pútrido inchado que se estende do quadril até a barriga, atrai agora curiosos do hospital. Os visitantes, os outros pacientes e os médicos que passam por seu quarto “ficam mudos e aterrorizados diante desse câncer estranho”. É como se estivesse diante de uma monstruosidade de circo.

A pedido de Isabelle, católica fervorosa, Rimbaud, que era ateu convicto, chega a se confessar com um padre. Não apenas para agradar a irmã, mas pela última esperança de que alguma força superior possa curá-lo.

Mas não houve santo capaz de mudar o destino daquele homem de apenas 37 anos que, adolescente, havia escrito poemas geniais e inigualáveis. Em 10 de novembro de 1891, por volta das duas da tarde, Arthur Rimbaud morreu. Seu estado de saúde e as sucessivas viagens o impediram de receber uma notícia que talvez tivesse ajudado a melhorar seu estado de saúde ou que, pelo menos, lhe garantiria um fim mais digno: apenas três dias antes, era publicado em Paris pelo editor Léon Genoceaux um livro de 180 páginas reunindo seus poemas sob o título de Reliquaire e que ele havia escrito entre 1869 e 1872.

Para conhecer os detalhes da vida de um dos maiores poetas que o mundo já viu, leia o volume Rimbaud da Série Biografias. E não deixe de conhecer também seus poemas, aqui em edição bilíngue:

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Rimbaud: o enigma de um drama

A visão que o mundo tem de Rimbaud é um caleidoscópio. Ela muda de cor, de forma, se transforma e nunca é definitiva. Não é concreta, não é real. A lenda tomou conta da biografia e o mito soterrou o homem. Os poemas são poderosos fragmentos biográficos, embora eles não concluam, não desenhem um Rimbaud preciso. Seus delírios, suas alucinações, suas iluminações e temporadas no inferno, às vezes indicam traços do poeta. Mas a poesia acabou quando ele estava saindo da adolescência, aos 19 anos. Aí começa a saga mítica-rimbaldiana que não deixou versos, mas quase se sobrepõe ao poeta.  Porque se tem indícios, mas na verdade, se sabe muito pouco. Seu périplo africano já foi objeto de milhares de livros. Sua fuga para o nada. De que fugia o poeta? Tudo é mistério, vestígios vagos, traços, aquarelas esmaecidas, retratos imprecisos. Enfim, cada um tem o “seu” Rimbaud. Jack Kerouac, Gide, Alain Borer, Proust, Verlaine, Charles Nichol, Allen Ginsberg, Henry Miller etc. etc. Jean Nicholas Arthur Rimbaud nasceu em 20 de outubro de 1854 e morreu de câncer em 10 de novembro de 1891, aos 37 anos, em Marselha. No entanto, no seu dramático final, tinha a cabeça de um velho ranzinza e a alma torturada pelo martírio escaldante na África Oriental. Mutilado pela doença, martirizava-se nas profundezas do inverno que ele criou para si mesmo. Seu gênio, seus versos magníficos ficaram para trás. Sobrou apenas o sofrimento, a amargura. E nunca ninguém conseguiu explicar precisamente por quê. (Ivan Pinheiro Machado)

Rimbaud antes: desenho à lápis feito por Paul Verlaine em seu caderno de notas

Rimbaud depois: retratado por sua irmã Isabelle nos seus últimos dias de vida

 Leia mais sobre o poeta “maldito” em Rimbaud, série biografias.

O pequeno grande Rimbaud

Era 20 de outubro de 1854 quando Vitalie Rimbaud pariu seu segundo filho, o qual batizaria de Jean-Nicolas Arthur Rimbaud. O menino, que ficaria conhecido simplesmente como Arthur Rimbaud, nasceu de forma pouco poética, na cidade de Charleville, nas Ardenas francesas, mais precisamente na Rue Napoleón, número 12. Filho de uma mãe católica fervorosa e de um pai ausente, soldado do exército francês, Arthur já demostraria em sua infância que era diferente dos outros:

Ao longo das páginas de seus cadernos, ele também esboça toda uma série de desenhos à tinta aos quais acrescenta comentários cômicos e legendas melodramáticas. Por exemplo, um garoto puxando um carrinho com uma garotinha dentro, duas meninas ajoelhadas em um genuflexório, como se assistissem a algum ofício religioso, um barquinho no qual se encontram dois rapazotes com os braços erguidos gritando “Socorro! Vamos afundar!”… Ou ainda uma cena que batiza de Le Siège [O cerco] e que representa um homem, uma mulher e dois meninos lançando projéteis sobre pessoas na rua, enquanto um homem de cartola ergue os braços e brada: “Vamos ter de reclamar disso”. (Trecho do recém lançado Rimbaud, de Jean-Baptiste Baronian, Série Biografias L&PM)

Rimbaud por Jack Kerouac

Arthur Rimbaud viveu apenas 37 anos, mas foi o suficiente para influenciar uma turma enorme de artistas e intelectuais. A produção literária e musical do século 20 deve muito ao poeta francês: de Bob Dylan e Patti Smith (só para citar alguns) a T. S. Eliot, J. D. Salinger, Henry Miller, Anaïs Nin passando pelos poetas e escritores da geração beat, vários artistas “estamparam” a influência de Rimbaud em seus textos e letras de música.

Uma das homenagens mais escancaradas foi feita por Jack Kerouac com o poema “Rimbaud”, que faz parte da coletânia “Scattered Poems” e foi publicado pela L&PM no Brasil no livro Alma beat, de 1984. Clique sobre a imagem e leia o poema na íntegra:

A L&PM publica a história de Rimbaud na Série Biografias L&PM.

A maior saga poética de todos os tempos

“Eu inventei todas as festas, todos os triunfos, todos os dramas;  tentei inventar novas flores, novos astros, uma nova linguagem. Acreditei que tinha poderes sobrenaturais… Que nada! Devo enterrar minha imaginação e minhas lembranças! Uma bela glória de artista e de criador arrebatado!”  

Quando Arthur Rimbaud (1854-1891) escreveu à sua irmã Isabelle “a vida é uma miséria, uma miséria sem fim. Porque existimos?” ele tinha 37 anos e apenas mais alguns meses de vida. Mas que importância tem isto para alguém que viveu muitas vidas em uma só; uma vida de aluno precoce, uma vida de adolescente rebelde, uma vida efêmera de poeta genial, uma vida de amante de Paul Verlaine, uma vida de grande viajante ao redor do mundo, uma vida de negociante na Abissínia, uma vida de estropiado, de aleijado, errando pelos desertos da África Oriental, uma vida de tragédia grega, de verbo e de silêncio. A vida e a obra se confundem e se unem para formar a incrível saga de Arthur Rimbaud na terra. 

“Rimbaud” de Jean-Baptiste Baronian é o novo livro da Série Biografias da nossa coleção L&PM Pocket. Um livro escrito com o arrebatamento digno de Jean Nicolas Arthur Rimbaud, o mito, cuja vida envolta de mistérios, se constitui numa das maiores aventuras poéticas de todos os tempos. (Ivan Pinheiro Machado

Rimbaud está na Série Biografias L&PM

 

A L&PM publica Uma temporada no inferno, de Arthur Rimbaud, em edição bilingue. E também A hora dos assassinos, um estudo de Henry Miller sobre a poesia de Rimbaud.

Bob Dylan e sua nova casa

Por Paula Taitelbaum*

Ler ao som de Forever Young

Bob Dylan sete vezes dez. “Like a Rolling Stone Age”. Setenta anos na ativa. Altivo: Forever Young. Bob Dylan que nasceu Robert Allen Zimmerman em 24 de maio de 1941. Mas mudou. Inventou fases e faces. Fez, tez, não perdeu a vez. Bob Dylan nos anos setenta. Oitenta. Noventa. Cem. Sem máscaras, sem mordaças, sem…pre mordaz. Bob Dylan americanamente desamericano. Talvez insensato, mas jamais insano. Bob Dylan declaradamente leitor influenciado por Arthur Rimbaud, ThoreauBaudelaire, Jack Kerouac. Amigo de Allen Ginsberg. E amante de Joseph Conrad, Franz Kafka, Mark Twain, John Steinbeck, Lawrence Ferlinghetti, William Shakespeare e até Sun Tzu. Bob Dylan que é L&PM: Lyric, Poet, Master. E que por isso, com certeza, aqui se sentiria em casa… E não apenas na casa dos setenta – esta na qual ele entra hoje como uma pedra que rola.

Bob Dylan e Allen Ginsberg junto ao túmulo de Jack Kerouac em 1976

* Paula Taitelbaum é escritora, coordenadora do Núcleo de Comunicação da L&PM e fã confessa de Bob Dylan.

Paris tem mania de Rimbaud

Por Paula Taitelbaum

Rimbaud é pop. E em Paris está mais na moda do que nunca. O belo rosto do poeta que cantou o inferno estampa lambretas, camisetas, vitrines de livrarias e, até o dia 1º de outubro, é exibido na exposição RIMBAUDMANIA. Em cartaz na “Galeria des Bibliothéques, Ville de Paris”, a mostra pode ser vista a partir de uma singela entrada de quatro euros que permite um passeio pelos manuscritos originais do autor, fotos, desenhos, capas de livros e muita memorabília. “O que é este mistério e como ele se tornou tão grande? Por que sua imagem consegue se renovar a cada geração? Rimbaud viveu todas as nossas tristezas, nossos fracassos, nossos sonhos? O que é esse sol que nele brilha e que tanto nos atrai? Será que o que mais nos intriga é o fato de ter escrito tão bem ou ter parado de escrever tão cedo? Ou será que é sua imagem que faz com que o acolhamos como uma espécie de irmão? Não há nenhuma resposta objetiva. Arthur Rimbaud manterá para sempre o seu enigma. RIMBAUDMANIA narra o advento dos heróis da mitologia moderna, e torna tangível a extensão desse mito. Rimbaud sobrevive graças à esperança e à fé na capacidade do homem para ‘mudar a vida'”, diz o texto de apresentação do curador Claude Jeancolas que está no site oficial da mostra. É lá também que você poderá saber mais detalhes e assistir um vídeo sobre a exposição. As fotos abaixo foram tiradas recentemente nas ruas de Paris.

 De Rimbaud, a Coleção L&PM Pocket publicou Uma temporada no inferno. Leia mais sobre o poeta no post Arthur Rimbaud: a tragédia, o charme e o mito.