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Dia de lembrar o Nobel de Literatura 1962

Por seus textos realistas e ao mesmo tempo imaginários, que combinam humor e percepção social afiada, John Steinbeck recebeu, em 1962, o Prêmio Nobel de Literatura. Falecido em Nova York há exatos 48 anos atrás, em 20 de dezembro de 1968, ele foi o 58º laureado com o Nobel, que começou em 1901 e é o mais consagrado de todos os méritos concedidos a um escritor. Quem já leu Ratos e homens, O inverno da nossa desesperança ou As vinhas da ira sabe que Steinbeck mereceu receber o Diploma Nobel, a medalha e o prêmio em dinheiro concedidos pela Academia Sueca, em Estocolmo.

John Steinbeck recebendo seu Nobel de Literatura em 1962

– Dois vencedores do Nobel de Literatura que se recusaram a receber seus prêmios foram Boris Pasternak (1958), por forte pressão do governo soviético, e Jean-Paul Sartre (1964), por alegar que aceitar o Nobel significaria perder a sua identidade de filósofo.
– O escritor mais jovem a receber o Nobel de Literatura foi Rudyard Kipling (1907), aos 42 anos, autor de O livro da selva. A mais velha foi a Doris Lessing que recebeu o Prêmio em 2007 aos 88 anos.
– Em 1931, o Nobel de Literatura foi concedido postumamente a Erik Axel Karlfeldt. A partir de 1974, os Estatutos da Fundação Nobel estipularam que um Prêmio Nobel não pode ser concedido in memoriam, a menos que a morte tenha ocorrido após o anúncio do Prêmio Nobel.
– 14 mulheres já receberam o Prêmio Nobel de Literatura, a primeira delas em 1909: Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf.
– Entre os anos 1940 e 1943, devido à Segunda Guerra Mundial, o Prêmio Nobel não aconteceu.
– Em 2016, o Nobel de Literatura foi concedido ao cantor e compositor Bob Dylan, pelo conjunto de suas poéticas canções com letras que, segundo a Academia Sueca, são a mais pura literatura.

O conto perdido de John Steinbeck

Considerado perdido até hoje, um conto do escritor norte-americano John Steinbeck (1902-1968) foi publicado com exclusividade nesta sexta-feira, 7 de novembro, nas páginas da revista “The Strand”. “With Your Wings” (Com Suas Asas) foi lido uma única vez em julho de 1944 no encerramento do programa de rádio coordenado pelo diretor de cinema Orson Welles e dele não ficou nenhum registro. Mesmo especialistas na obra de Steinbeck acreditavam que o texto estivesse perdido. Até que o editor da “Strand”, Andrew Gulli, encontrou uma transcrição enquanto vasculhava arquivos da Universidade do Texas, em Austin (EUA).

“Steinbeck era um idealista. Ele viu os Estados Unidos como essa terra maravilhosa que tem muito para oferecer, mas, por outro lado, também com muita desigualdade, cobiça e excessos destruindo a classe trabalhadora”, disse Gulli.

O CONTO

“With Your Wings” narra a volta para casa de um piloto negro depois de seus treinamentos militares numa época em que a segregação racial era intensa. O ponto alto da narrativa é quando o personagem se reencontra com o pai, que lhe diz: “Filho, todo negro no mundo vai voar com as suas asas”. A frase é também uma referência à medalha em formato de asas que o rapaz carregava preso ao peito.

Steinbeck ganhou o Nobel de Literatura de 1962 e, dele, a L&PM publica O inverno da nossa desesperança e Ratos e homens.

johnsteinbeck

O melhor amigo dos escritores

Graziela dormia numa cesta de vime, que ficava ao lado de uma cadeira. Certo dia, na ausência dos donos, ela aproveitou um descuido da empregada e fugiu pelo portão aberto. Ao serem informados do acontecido por telegrama, Machado de Assis e sua esposa Carolina ficaram inconsoláveis e, imediatamente, mandaram publicar na Gazeta de Notícias e no Jornal do Commercio um anúncio que oferecia cem mil réis de recompensa para quem trouxesse de volta a cachorrinha. Para alívio do casal, Graziela foi encontrada poucos dias depois e viveu com eles por muitos anos ainda, até morrer já bem doentinha, cega e sem dentes. O próprio Machado de Assis enterrou-a com seu cesto de vime no jardim da frente.

Enquanto alguns apreciam a companhia dos gatinhos, outros não ficam sem seus fiéis companheiros: os cachorros. A exemplo de Machado de Assis, que tinha verdadeira adoração por Graziela, outros escritores deixaram registrado todo seu carinho pelos cãezinhos nas fotos a seguir, reunidas pelo blog Dog Art Today.

Gertrude Stein no pátio de casa com Pepe e Basket

Kurt Vonnegut com seu pequeno Pumpkin no colo (1982)

Jack London tinha vários cachorros!

John Steinbeck e Charley (1962)

Bob Dylan e sua nova casa

Por Paula Taitelbaum*

Ler ao som de Forever Young

Bob Dylan sete vezes dez. “Like a Rolling Stone Age”. Setenta anos na ativa. Altivo: Forever Young. Bob Dylan que nasceu Robert Allen Zimmerman em 24 de maio de 1941. Mas mudou. Inventou fases e faces. Fez, tez, não perdeu a vez. Bob Dylan nos anos setenta. Oitenta. Noventa. Cem. Sem máscaras, sem mordaças, sem…pre mordaz. Bob Dylan americanamente desamericano. Talvez insensato, mas jamais insano. Bob Dylan declaradamente leitor influenciado por Arthur Rimbaud, ThoreauBaudelaire, Jack Kerouac. Amigo de Allen Ginsberg. E amante de Joseph Conrad, Franz Kafka, Mark Twain, John Steinbeck, Lawrence Ferlinghetti, William Shakespeare e até Sun Tzu. Bob Dylan que é L&PM: Lyric, Poet, Master. E que por isso, com certeza, aqui se sentiria em casa… E não apenas na casa dos setenta – esta na qual ele entra hoje como uma pedra que rola.

Bob Dylan e Allen Ginsberg junto ao túmulo de Jack Kerouac em 1976

* Paula Taitelbaum é escritora, coordenadora do Núcleo de Comunicação da L&PM e fã confessa de Bob Dylan.

A biblioteca de Marilyn Monroe

Uma coleção de diários que está prestes a ser lançada nos Estados Unidos deixa no ar se Marilyn Monroe era mesmo um típico exemplar de “loira burra”. Nos escritos inéditos, a atriz revela admiração por escritores como Samuel Beckett, Walt Whitman e, acreditem, James Joyce. Seu exemplar de Ulysses inclusive chegou a ser vendido por quase 10 mil dólares em um leilão promovido pela Christie’s em 1999.

Da biblioteca de Marilyn também faziam parte obras de Tennessee Williams, Ernest Hemingway, Francis Scott Fitzgerald e John Steinbeck.  Não foram poucas às vezes que a loira posou para os fotógrafos fazendo o gênero “intelectual”.  Agora, se ela admirava mais os escritos ou os escritores em si, isso já é outra história.