450 anos de William Shakespeare

No dia 23 de abril, o mundo literário celebra os 450 anos de William Shakespeare, um dos maiores dramaturgos que o mundo já conheceu. Para homenageá-lo, a Cultura Inglesa promove uma série de 12 eventos, dentre eles peças de teatro, shows, eventos gastronômicos. O destaque da programação é a Noite de Leitura de Poesias com a participação de Arnaldo Antunes e do ator britânico Ian Flintoff na noite do aniversário, dia 23, a partir das 20h, seguido da apresentação do Coral Cultura Inglesa, que interpreta músicas inspiradas nos textos do escritor. Toda a programação tem entrada gratuita e acontece entre 3 e 25 de abril.

As peças teatrais serão apresentadas em inglês de 3 a 24 de abril no Teatro Cultura Inglesa de Pinheiros: A Midsummer Night’s Dream/Sonho de uma noite de verão (às quintas-feiras) e The Merchant of Venice/O mercador de Veneza (às sextas-feiras).

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Toda a programação será divulgada em breve no site do Cultura Inglesa. Fique de olho!

(via Catraca Livre)

 

A arte de Ivan Pinheiro Machado

Há mais de três décadas, Ivan Pinheiro Machado exerce, simultaneamente com sua atividade de editor da L&PM, o ofício de pintor. Como artista gráfico, ele já criou 1000 capas de livros e suas telas já participaram de mais de 20 mostras individuais no Brasil e no exterior. Agora, de 7 de abril a 6 de junho de 2014, Ivan estará com uma nova exposição no Espaço Cultural Citi, em São Paulo, com a curadoria de Jacob Klintowitz, onde apresentará 28 novas pinturas.

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Veja mais imagens da exposição e acompanhe o trabalho de Ivan Pinheiro Machado no Facebook -> www.facebook.com/IvanPinheiroMachadoPinturas

Martha Medeiros autografa em SP

Nesta sexta, dia 4, a escritora Martha Medeiros estará em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, para uma sessão de autógrafos de toda a sua obra recente como Feliz por nada, Um lugar na janela, A graça da coisa e Doidas e santas. Ela começa a autografar às 18h e, às 21h, começa a sessão de estreia da peça Tudo que eu queria te dizer, baseada no livro homônimo de Martha, no Teatro Eva Herz, que fica dentro da livraria. Estão todos convidados!

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Aline em nova fase

O cartunista Adão Iturrusgarai volta a publicar as tirinhas com as histórias da Aline no caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo, em comemoração aos 20 anos de existência da personagem. A nova série se chama “Aline, 40” e ela passa a ter 40 anos de idade e uma fila chamada Luna – que não sabe ao certo quem é seu pai, se é Pedro ou se é Otto.

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Aline foi criada em 1993 e em sua última aparição, em 2009, ela mantinha seus 20 e poucos anos e dividia o apartamento – e a cama – com seus dois namorados. “A ideia é tratar do relacionamento deles. Ela está mais poliamor do que antes”, conta Adão. Sobre a nova personagem, Luna, o cartunista lava as mãos: “O legal é que ninguém sabe quem é o pai. Eu não sei se isso vai ser contado um dia. Nem eu sei de quem ela é”, ri o autor.

A L&PM publica as tirinhas da Aline em 5 volumes na Coleção L&PM Pocket e, em 2011, publicou Antrologia, uma seleção das melhores séries de tiras da personagem publicadas entre 2003 e 2010 nos jornais Folha de São Paulo e O Liberal (Americana-SP), inéditas em livro até então.

1º de abril de 1964: Jango deixa o Rio e parte para o RS

Os acontecimento do dia 1º de abril de 1964 são rememorados em detalhes pelo jornalista Flavio Tavares no livro 1964 – O Golpe. Leia um trecho:

JangoAo chegar no meio da tarde de 1º de abril, Jango foi direto ao Palácio do Planalto, reuniu-se com o chefe da Casa Civil, Darcy Ribeiro, combinou um encontro com os líderes do governo no Congresso e conversou com o general Ladário e com Brizola, em Porto Alegre, pela radiofonia da Casa Militar. Telefonou a Maria Thereza para que preparasse as crianças e as malas para viajar urgente ao Sul. Tudo tão rápido que ela não entendeu nem percebeu que saía para jamais voltar e mandou arrumar poucas mudas de roupa.

Brasília é o terceiro movimento, ou o terceiro compasso de algo que já é quase uma dança macabra.

O cabeleireiro Virgílio chegava nesse exato momento para penteá-la e ela o dispensou. Ele insistiu, com aqueles trejeitos teimosos em que imitava as birras ou denguices das artistas de cinema, com os quais costumava dobrar a primeira-dama. Ofereceu-se para penteá-la no Sul e pediu carona no avião da Presidência da República. E, sem saber que a passagem era só de ida, embarcou no Avro turboélice, que decolou dali mesmo, do campinho da residência presidencial. Quatro passageiros apenas: Maria Thereza, as duas crianças e o cabeleireiro. A ordem de Jango fora terminante: ela viajara de imediato, para que ele se reunisse em intimidade com os mais achegados lá mesmo, na Granja do Torto, evitando o palácio.

Eduardo Galeano no Brasil

O escritor Eduardo Galeano é o homenageado da 2ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura, que acontece em Brasília, entre 11 e 21 de abril. O autor do clássico As Veias Abertas da América Latina fará o discurso inaugural na noite do primeiro dia do evento e, no dia 15 de abril, segue para o Rio de Janeiro, onde fará uma leitura do livro Os filhos dos dias no auditório RDC da PUC-Rio. As atividades da Bienal de Brasília e a leitura de textos no Rio são atividades gratuitas.

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1º de abril de 1964

No Palácio das Laranjeiras, Jango merece a confirmação de que, em São Paulo, seu compadre, o general Amaury Kruel, aderiu à revolta. Com isso, também o governador Adhemar de Barros se pronuncia “a favor de Minas Gerais e contra o comunismo”. Na manhã de 1º de abril, tudo é rápido e muda em minutos. O coronel Rui Moreira Lima, comandante da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio, também poderia ter mudado tudo em minutos. Após vencer a tempestade e a chuva, localizou os revoltosos de Mourão na estrada e fez um voo rasante sobre eles, de segundos, com seu jatinho desarmado.

(…)

No Rio, o brigadeiro Francisco Teixeira, comandante da III Zona Aérea, insiste em resistir, mas precisa de “ordem superior”. No início da tarde de 1º de abril, o ministro da Aeronáutica reúne seus principais comandados e dá a notícia:

– Tristonho, o ministro nos informou que tudo tinha terminado. ‘O presidente saiu do Rio, onde tinha nosso apoio, foi para Brasília e de lá irá a Porto Alegre. Disse que não quer derramamento de sangue e que tudo está terminado. Vamos voltar para nossos portos e entregá-los a quem nos suceda.’ E assim foi feito! – recordou o então comandante da Base Aérea de Santa Cruz, Rui Moreira Lima, 46 anos depois.

A situação se repetiu no Exército e na Marinha.

Por que Jango deixou o Rio assim tão inesperadamente? Só muitas décadas após 1964 – com a difusão da documentação secreta dos EUA sobre o golpe no Brasil – aparece um detalhe que ajuda a explicar muito do que esteve oculto naqueles dias. Uma mensagem “urgente” do embaixador Gordon a Washington, expedida às 12 horas de 1º de abril, informa que “o ministro da Guerra Jair Dantas Ribeiro, notificou o presidente Goulart que sua colaboração constante e direta com os sindicatos e com os comunistas é insuportável.”

(trecho do livro 1964: O Golpe, de Flávio Tavares)

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Sergio Faraco no Vestibular 2015 da UFRGS

O livro Dançar tango em Porto Alegre, de Sergio Faraco, é uma das leituras obrigatórias do Vestibular 2015 da UFRGS. São 18 contos reunidos no volume, que faz parte da Coleção L&PM Pocket.

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Além da coletânea de contos de Sergio Faraco, fazem parte da lista os clássicos Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio Almeida, Esaú e Jacó, de Machado de Assis, e O guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro/Fernando Pessoa, todos publicados na Coleção L&PM Pocket. Clique aqui e confira a lista completa de leituras obrigatórias para o Vestibular 2015 da UFRGS.

Há 50 anos, os militares davam início à ditadura no Brasil

capa_1964_golpe_flavio_tavares.inddNa manhã do dia 31 de março, um furioso editorial de primeira página do Correio da Manhã, do Rio, é a senha que alerta os conspiradores comandados por Castello Branco, que ainda não tinham data para se rebelar: “Basta!” é o título. “Até que ponto e até quando o presidente da República abusará da paciência da nação?” – pergunta-se no texto, imitando o discurso de Cícero contra Catilina no Senado romano – a “Catilinária”, que passou à História como símbolo do poder violento e persuasivo da oratória e que o jornal carioca adotava em suas páginas. A grande imprensa do Rio e São Paulo atira-se contra Jango, participando assim da revolta de Mourão. A única exceção é Última Hora, com edições em seis capitais estaduais, mas solidária na oposição ao golpe. (1964 – O Golpe, de Flávio Tavares)

* * *

Capa - Golpe ou contragolpe.inddNo dia 31 de março, o general Amauri Kruel dirigiu-se ao QG do 2º Exército, às primeiras horas da manhã, como de costume. Seriam 7 horas quando o general Linfoldo Ferraz, em gozo de férias na estância mineira de São Lourenço, telefonou-lhe para anunciar movimento anormal de tropas e a saída do Batalhão da Polícia Militar, sediado naquela cidade. Kruel compreendeu que o movimento revolucionário, em Minas Gerais, fora antecipado. (…) Ainda na manhã de 31, o comando do  2º Exército enviou à Guanabara um oficial com a missão de informar aos comandantes dos 5º e 6º Regimentos de Infantaria, localizados no Vale do Paraíba, o levante de Minas. Deveriam, tão somente, receber ordens dele, comandante do 2º Exército e nas forças sob seu comando, no sentido de enfraquecer ou fazer abortar a revolução. Não foi possível ao chefe da nação localizar o general Kruel em suas primeiras tentativas. Atendendo afinal ao chamado, aquele militar apelou para o presidente como seu amigo pessoal e repetindo advertências anteriores, para que se libertasse do cerco das forças populares. Essas ponderações não encontraram acolhida. (1964: Golpe ou Contragolpe?, de Hélio Silva)

 

Fanatismo por Florbela Espanca

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver.
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No mist’rioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!…

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:

“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu é como Deus: princípio e fim!…”

(De Poesia de Florbela Espanca – Volume 2Coleção L&PM Pocket)

Na poesia da portuguesa Florbela Espanca (1894-1930) pulsa um verdadeiro e ousado diário íntimo que emociona quem tem contato com seus versos. Entre os fãs da poeta está o cantor Raimundo Fagner que já musicou várias de suas criações. O primeiro foi justamente o poema acima, de um álbum de 1981, que virou um grande sucesso na época. Depois disso, Fagner já musicou o “Soneto I”, “Chama quente”, “Tortura”, “Frieza”  – em que  o cantor fazia um dueto com Amelinha – e ainda “Impossível” em parceria com a cantora espanhola Ana Belém.

Abaixo, Fagner e Zeca Baleiro cantando “Fanatismo”. Acompanhe lendo o poema: