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Pequeno momento nostálgico

Era um pequeno pedaço de papel estampado, geralmente quadrado ou retangular, com picotes em todos os seus vértices. Pássavamos cola em seu verso – outras vezes, num ato de paixão, era a língua que, como um pincel, liberava sua goma – e assim o colávamos nos envelopes e cartões postais. Cuidadosamente desenhado, com figuras variadas, o minúsculo papel tinha diferentes valores. Cada desenho ou cor continha em si uma espécie de tributo. Impossível atravessar uma fronteira sem ele. Muitos eram os colecionadores. Os caçadores de raridades. Os que iam em busca de carimbos distantes. Hoje, os selos continuam sendo impressos, mas se distanciam cada vez mais das palavras. Uma pena… (Paula Taitelbaum) 

Separamos alguns selos com estampas de escritores. Quem sabe você não se empolga e começa uma nova coleção? Aqui estão Edgar Allan Poe, Tolstói, Dostoiévski, Machado de Assis, Alexandre Dumas, Shakespeare, Rimbaud, Balzac, Kafka, Émile Zola, Allen Ginsberg, Jack London, Kerouak, Stefan Sweig, Tennessee Williams, Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Christie.

O romance de Agatha Christie com William Shakespeare

Acaba de chegar à L&PM o livro Ausência na primavera de Mary Westmacott, pseudônimo escolhido por Agatha Christie para publicar uma série de romances escritos entre 1930 e 1956.  Poucos conhecem este outro lado da Rainha do Crime. O livro, publicado em 1944 na Inglaterra, explora a alma humana, seus conflitos e emoções.

Uma curiosidade interessante desta obra: Agatha buscou em William Shakespeare inspiração para o romance. Além do Soneto 98 From you I have been absent in the spring, que dá nome ao livro, há várias citações de Shakespeare na trama. “O mercador de Veneza”, “Cimbeline” e os Sonetos 18 e 116 estão por lá. Um dos personagens centrais da trama, chama-se…adivinhem! William! Seria uma homenagem? A escritora Paula Taitelbaum fez uma tradução livre do soneto 98. Deleitem-se!

 

Soneto 98 – De você estive ausente na Primavera

 

De você estive ausente na Primavera

Quando abril chegou e despediu-se de suas heras

Vestindo com espírito jovem tudo o que via

Rindo e saltando como se Saturno fosse pura alegria

 

Tão indefinível o quente canto adocicado das aves

O odor e a cor das flores que surgiam suaves

Nenhuma história de verão poderia isso contar

Pois seu orgulho a brandura do colo iria arrancar

 

Nem mesmo sei por que o lírio branco eu escolhi

Por que a vermelhidão da rosa eu não preferi?

Troquei a doçura pela soma do prazer

Terminamos em empate, ser versus não ser

 

No entanto, o inverno ainda geme e você continua ausente

Somente sua sombra brinca em minha frente

Homem é condenado por ocultar original de Shakespeare

Vamos evitar clichês e não começaremos este texto com “a justiça tarda mas não falha” – mesmo porque às vezes ela falha. Mas não foi esse o caso do julgamento de Raymond Scott, aquele sujeito estranho preso em 2008  sob a acusação de roubar um original de Shakespeare da Universidade de Durham. Contamos a história toda nesse post, do dia 23 de junho.
Pois bem, agora, no início de agosto, Scott foi finalmente inocentado do roubo. Ainda assim, foi condenado a oito anos de prisão por ocultar um objeto roubado e tirá-lo do território britânico. Segundo o promotor, ele ainda teria rasgado a encadernação, a capa e as páginas do manuscrito. Para o juiz, Scott  praticou “vandalismo cultural de um tesouro da Inglaterra”.

Com informações da Folha de São Paulo

Felipe Melo & Shakespeare

Ivan Pinheiro Machado

O Brasil ficou melancolicamente de fora da parte quente da Copa do Mundo de 2010. Antiga protagonista temida e respeitada, a seleção brasileira virou inofensiva coadjuvante da grande festa do futebol.
Felipe Melo foi eleito o saco de pancada.
Ele deu o passe genial para Robinho fazer o gol do Brasil contra a Holanda e pouco depois amputou as chances de reação do time ao colaborar no empate da Holanda e ir pra rua ao pisotear um holandês. Como diria William Shakespeare em Julio César: “o bem que os homens fazem quase sempre é enterrado com seus ossos…”

Veja outras frases do grande dramaturgo que estão em Shakespeare de A a Z, da Coleção L&PM POCKET, e que também podem ser aplicadas a certas cenas (dramáticas ou não) do futebol brasileiro:

– Muitos passam para outro amo pisando no primeiro.
– Foge de entrar na briga; mas se acaso brigares, faz com que o competidor te tema sempre.
– Poucos gostam de ouvir falar nas faltas que com prazer praticam.
– A impaciência só fica bem para um cachorro louco.
– Quem gosta de ser adulado é digno de adulador.

Diretor de 2012 vai levar às telas teoria de que Shakespeare não teria escrito suas peças

Já não é de hoje que, vez por outra, alguém surge com a teoria (que a maioria considera absurda) de que William Shakespeare não teria escrito suas peças. Tem até quem diga que ele nem existiu. Pois a controversa história será levada às telas por Roland Emmerich, diretor de 2012, Stargate, Godzilla, Independence Day e outros filmes catástrofes. Com esse currículo nas costas, parece um pouco difícil acreditar que Anonymous, nome do filme, faça jus à obra de Shakespeare. Mas provavelmente nem seja esse o objetivo de Emmerich. O roteiro, cercado de suspense, é centrado na ideia de que o verdadeiro autor de Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth, Otelo e todos os clássicos shakespearianos teria sido o 17º Conde de Oxford, Edward de Vere, sucessor da Rainha Elizabeth I. Filmado em Berlim, Anonymus tem estreia prevista para 2011 e traz Vanessa Redgrave como Rainha Elizabeth. Abaixo, uma das fotos já divulgadas.

Roland Emmerich durante gravações de Anonymous / Divulgação

Acusado de roubar obra de Shakespeare vai a julgamento

Em 1998, o First Folio (Primeiro Fólio), publicado em 1623 e considerado uma das obras mais importantes da literatura inglesa, foi roubado da Universidade de Durham. Só reapareceu 10 anos depois, quando um playboy chamado Raymond Scott se apresentou na Folger Shakespeare Library de Washington tentando vendê-lo. Ele alegava, e ainda alega, que o livro foi presente de um amigo cubano. O fato é que os funcionários da Biblioteca não acreditaram muito nessa história, ligaram para a polícia e a perícia confirmou que se tratava da obra roubada.

Edição publicada em 1623 reapareceu em público / Reprodução The Independent

Scott foi preso em janeiro de 2009, mas pagou a fiança e foi solto pouco depois. Agora, em junho de 2010, o julgamento teve início. Começou na semana passada e deve se estender até julho. No último sábado, 19, o First Folio foi levado ao tribunal e mostrado em público pela primeira vez desde 1998. Já Scott, o acusado, quer mesmo é aparecer. Chegou ao tribunal de limusine, usando um chapéu panamá e fazendo o V de vitória para os fotógrafos…

Veja todas as obras de Shakespeare publicadas pela L&PM.

A solução para os amores difíceis em Shakespeare

Algumas das melhores e mais dramáticas histórias de amor foram escritas por Shakespeare, todos sabem. De Romeu e Julieta até A comédia dos erros, são muitas as paixões conturbadas e os obstáculos a serem enfrentados pelos pombinhos em busca de um final feliz.

E como mostra A megera domada, o maior amor também exige determinação, e a prova está no rústico Petrúquio. Determinado a se casar com a rebelde Catarina, ele elabora as maiores artimanhas para conseguir levá-la ao altar, ainda que todos tentem dissuadi-lo da ideia.

A confiança de Petrúquio, em uma frase dita a seu futuro sogro, é a prova de que ele conhece sua amada e está determinado a tê-la:

“O que acontece é isto, caro pai: o senhor e todos que falam de Catarina não a compreenderam. Ela é violenta apenas por política, pois seu temperamento nada tem de insolente. Ao contrário, é manso como o de uma pomba. Não é afogueada, mas fresca como a aurora”.

Se você está apaixonado por uma Catarina, ainda dá tempo de ter uma aulinha com Petrúquio até o dia 12. Comece lendo um trecho de A Megera Domada aqui. Também dá pra conhecer a história pela adaptação da obra, feita por Leon Garfield.

Insultos shakespereanos


Você é daqueles estressadinhos que se irritam por qualquer coisa? Já usou todos os xingamentos que conhecia e está a procura de novidades? O site Shakespearean Insulter certamente pode te ajudar. Clicando em “Taunt me a second time” você será ofendido um sem fim de vezes apenas com insultos retirados das obras do dramaturgo inglês.

*O Shakespearean Insulter foi descoberta do ótimo Desculpe a Poeira

Ler Hamlet agora ou daqui a pouco: eis a questão

Ao digitar “Hamlet” no Google, o resultado soma aproximadamente 20 milhões* de citações. E não é preciso ir muito longe: mesmo aqueles que nunca leram Shakespeare (e que não sabem o que estão perdendo), já ouviram falar do Príncipe Hamlet.
Escrita entre 1599 e 1601, a peça, com seu denso enredo, mistura traição, vingança, incesto e corrupção para formar uma teia trágica de acontecimentos. E se Shakespeare realmente se baseou na lenda de Amleto (ou Amleth) – que depois se transformaria numa peça de teatro isabelino conhecida hoje como Ur-Hamlet – , ninguém sabe ao certo. De certeza mesmo, só que Hamlet é um clássico obrigatório aos amantes do bom texto e da boa trama. E também que a ótima tradução de Millôr Fernandes oferece o prazer de ler Shakespeare em português. Mas enquanto você não vai correndo buscar o seu Hamlet da Coleção L&PM POCKET, que acaba de sair em nova edição, divirta-se assistindo a versão de Os Simpsons para o clássico. E veja que, mais de 400 anos depois, Hamlet continua sendo a inspiração e o deleite de muitos:

*Atualização: em 9 de agosto de 2011, se você buscar por “Hamlet” no Google, o número de resultados já ultrapassa os 51 milhões!

Shakespeare em 140 caracteres

A peça Romeu e Julieta foi encenada pela primeira vez em 1594, e nos últimos 416 anos foram muitas as versões para cinema, televisão e óperas. Mas agora, em 2010, o clássico está recebendo sua adaptação mais inusitada. Seis atores da Royal Shakespeare Company são os encarregados de “interpretar” os papéis principais no… twitter.

A experiência deve durar cinco semanas e os tweets são feitos em tempo real, ou seja, se determinada ação no texto original acontece às 8h, os atores atualizam suas contas às 8h. Para acompanhar a representação e saber mais sobre o projeto, é só acessar o site www.suchtweetsorrow.com
 

* Essa dica foi retirada da coluna ConexãoZH.