Millôr e seu ufanismo às avessas no Dia do Descobrimento do Brasil:
(do livro Millôr definitivo – a bíblia do caos)
Millôr e seu ufanismo às avessas no Dia do Descobrimento do Brasil:
(do livro Millôr definitivo – a bíblia do caos)
Foi como uma miragem em um deserto de águas salgadas. Após 44 dias entre o mar e o céu, o horizonte deixou de ser uma linha longínqua na qual o azul-celeste imaculado encontrava o azul revolto de um oceano sem fim. No último ponto que os olhos podiam vislumbrar, erguia-se, agora, a silhueta verdejante de uma pequena serra, pontilhada pelo cume de um monte “mui alto e redondo”. Em breve o aroma das flores e dos frutos não precisaria mais ser imaginado: seria sentido. Os homens acotovelaram-se na amurada das naus, com os olhos postos de encontro ao céu crepuscular. A terra, enfim, estava à vista, como uma visão do paraíso. Parecia miragem – mas era real.
Com as cores do entardecer tingindo a cena de dourado, os 12 navios da frota comandada por Pedro Álvares Cabral prosseguiram seu avanço. Era 22 de abril de 1500, e a maior esquadra já enviada para singrar o Atlântico encontrava-se a cerca de 60 quilômetros de uma costa desconhecida. Seria ilha ou terra firme? Provavelmente ilha, julgaram os marujos mais experientes – uma das tantas, reais ou lendárias, que povoavam as imensidões do chamado Mar Tenebroso. A frota avançou cautelosamente a uma média de cinco quilômetros por hora e lançou âncoras. Elas mergulharam 34 metros antes de se acomodarem nas claras areias do fundo. Estava descoberto o Brasil. Um novo mundo amanhecia.
(Assim começou a nossa história, assim tem início o livro Brasil: Terra à Vista, de Eduardo Bueno, uma aventura sobre o descobrimento (Coleção L&PM Pocket).
Em Porto Alegre
Biografias Colecionáveis
Peça inspirada nas vidas das escritoras e irmãs Charlotte Brontë (Jane Eyre) e Emily Brontë (O Morro dos Ventos Uivantes). A peça costura fragmentos das vidas das Brontë com a vida das atrizes Natália Karam e Gabriela Steinhaus – que encarnam as irmãs – mais fatos inventados. No Teatro de Arena às 20h.
Em São Paulo
Dama da Noite
Monólogo com texto de Caio Fernando Abreu. O ator Luiz Fernando Almeida encarna a personagem e as angústias de um homem que se sente fora do mundo em que vive. O espetáculo tem entrada Catraca Livre. Até 29 de junho no Espaço Cultural Pinho de Riga, sexta às 21h30 e sábados às 21h.
Em Belo Horizonte
Hamlet
Montagem que tem Thiago Lacerda no papel principal da peça de Shakespeare. São 15 atores para encenar a tragédia sobre o fantasma que clama ao filho por vingança. Em cartaz no Sesc Palladium. Nesta sexta-feira e sábado, às 21h; domingo, às 19h.
Em Brasília
Peter Pan
Uma versão para adultos do clássico menino que não quer crescer e vive na Terra do Nunca.
Com trilha sonora original e ao vivo Peter, Wendy e seus irmãos voam para a ilha onde tudo pode acontecer. Até dia 21 de abril no Teatro Garagem (SESC 913 Sul) às 20h com entrada franca.
Em comemoração aos 90 anos de Lygia Fagundes Telles, a Fundação Biblioteca Nacional inaugurou uma exposição sobre a trajetória da escritora com documentos do setor de Obras Gerais da BN, seus livros publicados, além de fotos e reproduções de periódicos referentes a sua carreira.
A mostra fica no segundo andar do prédio da Biblioteca Nacional no Rio até o dia 10 de junho (segunda à sexta-feira das 9h às 20h, sábados das 9h às 17h e domingos e feriados das 12h às 17h) e a entrada é franca.
A L&PM publica 16 contos de Lygia na coletânea Pomba enamorada da Coleção L&PM Pocket.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado. Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas. (Iracema, José de Alencar)
Iracema é a índia mais romântica da literatura. É pura poesia. E merece ser lida – não apenas na escola.
O fotógrafo espanhol Eugenio Recuenco fez uma bela homenagem a Pablo Picasso nesta série de fotos que reproduz com modelos e vestimentas alguns dos quadros mais famosos do pintor:
via Feature Shot
Depois de rodar por vários lugares do mundo, começando pela França, passando pelo Brasil e estacionando por um tempo nos EUA, “On the road”, o filme, acaba de chegar a Barcelona. O Le Cool, que traz o melhor da programação da cidade catalã, publicou um texto em que convida a todos para assistir ao filme baseado no romance homônimo de Jack Kerouac e dirigido por Walter Salles:
Desde que foi divulgada a notícia de que o lendário romance de Kerouac sairia no cinema, foi como se batessem com um pau em um vespeiro. Expectativa, desconfiança, polêmica, boatos e vários tremores cercaram o filme muito antes de sua estreia. Agora que você está aqui, pode verificar por si mesmo a razão de toda balbúrdia. Bem, falem o que falem, “On the Road” é um must-see. E vem pelas mãos de Walter Salles, um dos diretores de filmes de estrada mais interessantes do cinema. Como em “Diários de Motocicleta”, Salles tenta capturar a humanidade, inocência e aquele brilho nos olhos dos que não se detém por nada. Os “loucos” de Kerouac – que não são colocados nem no pedestal, nem no divã – parecem acreditar na pureza da alma e na força da amizade muito mais do que em fórmulas épicas e manuais psiquiátricos. Em sua melancolia, “On the Road” é uma mistura imperfeita, mas bonita, que não quer ser mais do que um olhar sincero sobre esta inquietude indefinível que tanto marcou os beatniks.
No Brasil, o Blu-Ray e o DVD de On the Road/Na Estrada já chegaram às locadoras e, breve, estarão disponíveis para venda. Para deixar o DVD mais atrativo para o público, a distribuidora Playarte vai colocar, entre os extras, o primeiro capítulo de On the Road/Pé na estrada, publicado pela L&PM e com tradução de Eduardo Bueno, para ser lido na tela.
Além de estar em Os filhos dos dias, de Eduardo Galeano, o genial Albert Einstein é um dos títulos da Série Biografias L&PM
Vale a pena conhecer a Série Encyclopaedia L&PM, que já tem quase 50 títulos! Com linguagem direta e acessível, cada volume é um mergulho em alguns dos grandes temas da história, da filosofia, da política, da economia e da religião no mundo. Olha só:
“São ótimos mesmo – traduzi pelo menos uma meia dúzia deles – especialistas de primeira linha, em linguagem acessível e boa visão geral.” (Denise Bottmann, a tradutora de Nietzsche, Maquiavel, Guerra da Secessão, Jesus, Rousseau e Kant. da Série Encyclopaedia, pelo Facebook)
Abre no dia 26 de abril mais um leilão virtual das obras de Andy Warhol na Christie’s: são 125 peças a preços relativamente acessíveis (a partir de US$ 1.500) e o valor obtido será usado pela The Andy Warhol Foundation for the Visual Arts para financiar bolsas de estudo para jovens artistas. Não custa dar uma olhadinha, né? -> http://warhol.christies.com/ 😉