Noite de autógrafos e de muitos encontros

A noite do lançamento de 1961 – O golpe derrotado, foi um grande sucesso. Cerca de trezentas pessoas estiveram por lá para receber seu autógrafo de Flávio Tavares, jornalista que testemunhou e participou do Movimento da Legalidade junto a Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. O livro, que conta todas as peripécias da rebelião, é um relato que resgata um importante momento histórico, ao mesmo tempo em queleva o leitor a mergulhar em uma emocionante aventura. A sessão de autógrafos foi precedida por um bate-papo com Flávio e o também jornalista e escritor David Coimbra. O ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra, o prefeito de Porto Alegre José Fortunati, além da neta de Brizola, Juliana Brizola, e o neto de Jango, Christopher Goulart, também foram prestigiar o lançamento.

Dia 20 de março tem mais: Flávio autografará seu livro na Livraria Argumento no Rio de Janeiro.

A noite abriu com um bate-papo entre Flávio Tavares e David Coimbra

Flávio contou histórias da Legalidade como a vez em que, ao telefone, ligou para o arcebispo fingindo ser o Comandante do 3º Exército, General Machado Lopes, e logo depois ligou para este mesmo general fingindo ser o arcebispo para assim marcar um encontro entre eles.

A multidão assistia atenta. Em primeiro plano, segurando alguns livros, a neta de Leonel Brizola, Juliana Brizola

Assim que o bate-papo terminou, as pessoas correram para pegar seu autógrafo

A fila ficou comprida...

E nem o prefeito José Fortunati deixou de pegar a sua dedicatória

A editora das mulheres

Para quem não sabe, a L&PM Editores é a editora das mulheres. Elas estão por tudo. Dominam a produção, a divulgação e a venda. Influem nos lançamentos, na escolha editorial, na escolha dos fornecedores, nas estratégias, enfim, as mulheres são importantes em todos os passos dados pela editora. Em cada livro que você tem em mãos com o selo da L&PM pode ter certeza de que 90% do esforço total que o produziu, veio das mulheres. Então, eu quero homenagear as mulheres da L&PM. Convencionou-se estabelecer o Dias das Mulheres, que é hoje. Para nós este dia é apenas honorífico. Aqui na editora as mulheres nos dominam (os poucos homens que aqui trabalham) 365 dias por ano (em 2012, 366 dias). E graças a elas a L&PM tornou-se a importante editora que é. (Ivan P. M.)

As mulheres da L&PM fotografadas no Dia Internacional da Mulher de 2012 (parte delas, já que algumas estão em São Paulo) / Foto: Ivan Pinheiro Machado

Eba, chegou o Iba

Ontem, 6 de março, a loja virtual Iba, do Grupo Abril, entrou oficialmente no ar e já está entre as maiores de livros eletrônicos do Brasil. A plataforma, que desde o ano passado funcionava em versão experimental, abriu seus trabalhos oferecendo nada menos do de seis mil e-books. Os livros digitais da L&PM agora também podem ser encontrados por lá. “Queremos estar entre as grandes do mercado de e-books”, diz Ricardo Garrido, diretor de operações da Iba. O executivo espera um “aumento gigantesco” na oferta de livros digitais brasileiros nos meses que vêm por aí. A Iba recebeu investimento de R$ 10 milhões e, nos próximos cinco anos, deve consumir um total de R$ 60 milhões. Vai lá dar uma olhada… Tem Jack Kerouac, Agatha Christie, Bukowski e dezenas de outros autores dos cerca de 400 títulos da coleção de e-books L&PM.

Um chope + um livro = dois chopes

Se você for a até a nossa WebTV verá um belo vídeo produzido aqui na casa sobre o lançamento da  “Coleção 64 páginas”. A ideia é passar para os nossos leitores que esta nova série é muito, mas muuuuuuito barata, considerando que é uma escolha editorial de primeiríssima qualidade e os livros têm um acabamento industrial quase de luxo.

Se você paga 6 reais, 7 reais ou, na melhor das hipóteses, 5 reais (me avisem onde) pelo fugaz prazer de um bom chope, imagine pagar os mesmos 5 reais por um livro do seu autor predileto. Nada contra o chope. Nós queremos apenas destacar o fato extraordinário de que você encontra, no País do Livro Caro, um magnífico livro por… 5 reais! Não é ponta de estoque, encalhe, promoção caça níquel. Não. Com o know how, o pioneirismo e a experiência de 15 anos no ramo do livro barato, a L&PM Editores tem inovado sempre quando se trata de livro de bolso. São mais de 1.000 títulos que formam a maior coleção de livros de bolso do Brasil. Portanto, temos autoridade para propor novos e diferenciados produtos visando a satisfação do nosso leitor. Pois foi o leitor, e ninguém mais, que viabilizou esta aventura maravilhosa que é a coleção L&PM POCKET com mais de 20 milhões de livros vendidos na última década.

Para viabilizar este novo e importante projeto, criamos um procedimento industrial que possibilita um custo gráfico excelente, além do fato de serem livros de 64 páginas. São novelas curtas, ensaios, seleção de contos, antologias de poemas de alguns dos grandes autores nacionais e estrangeiros, clássicos e modernos. De Conan Doyle à Bukowski, passando por Tolstói, Tchékhov, Kerouac, Poe, Fernando Pessoa, Mauricio de Sousa e muitos outros, você vai sentir de forma concreta o prazer de ler. Mais do que uma degustação, você terá a plena condição de conhecer obras importantes que fatalmente vão conduzi-lo a vôos mais longos, livros mais alentados que você vai encontrar na própria coleção L&PM POCKET.

Os doze primeiros títulos da “Coleção 64 páginas” já estão a disposição do público em algumas grandes cidades. Mas a partir de 12 de março estará nas melhores casas do ramo e nos milhares expositores da coleção L&PM POCKET por este Brasil a fora. (Ivan Pinheiro Machado).

Os primeiros 12 títulos da "Coleção 64 Páginas"

Testemunha ocular

Por Juremir Machado da Silva*

Flávio Tavares é um jornalista que dispensa apresentações. Está na cena brasileira há mais de 50 anos. Esteve preso no Brasil e no Uruguai. Viveu no exílio. Em 1961, como diz a fórmula consagrada, foi testemunha ocular dos episódios da Legalidade. Mais do que isso, como jornalista de Última Hora, foi protagonista da grande aventura, entrincheirado no Palácio Piratini, ombreando com os heróis do momento. Com base nesse currículo altamente legitimador, Tavares não poderia deixar de apresentar a sua visão do que aconteceu quando o doido do Jânio Quadros renunciou e os reacionários e não menos doidos ministros militares tentaram impedir a posse de Jango, o rico fazendeiro visto como comunista, sendo frustrado pela reação comandada pelo intrépido e desconcertante Leonel Brizola. O relato de Flávio Tavares está em “1961, O Golpe Derrotado – Luzes e Sombras do Movimento da Legalidade” (L&PM), que será lançado hoje à noite em Porto Alegre.

A primeira página do livro de Flávio Tavares já diz tudo com um “efeito credencial”, um altamente legitimador “eu estava lá”, “eu fui parte dos acontecimentos”, “eu vi tudo”, um fac-símile de uma carta enviada pelo autor, no calor da refrega, ao governador Brizola avisando-o da interceptação de uma mensagem de Brasília ordenando (ou sugerindo) a sua prisão em nome da “normalização da ordem pública”. As 231 páginas do livro são uma narrativa minuciosa e sem fissuras dos 13 dias que sacudiram o Brasil, colocaram o Rio Grande do Sul, mais uma vez, na linha de frente das questões nacionais e despertaram o interesse de boa parte do mundo por mais uma tentativa de golpe militar ao Sul do Equador. O golpe em si seguia os padrões tradicionais. A resistência é que se mostrou diferente. Flávio Tavares põe essa diferença em destaque.

Disposto a jogar luz em cima das sombras que encobrem a Legalidade, Flávio dá detalhes de acontecimentos que testemunhou. Por exemplo, dois encontros de Brizola com Che Guevara, em Montevidéu, poucos dias antes da crise brasileira. Essas conversas teriam influenciado Brizola, que teria ficado impressionado com o charme, o carisma e a aura romântica do guerrilheiro argentino convertido em alto mandatário cubano. Depois de churrasquear com Che e vê-lo desafiar publicamente os Estados Unidos no discurso na reunião para a oficialização da Aliança para o Progresso, em Punta del Este, o destemido e idealista Leonel não poderia deixar por menos no seu terreiro de atuação.

O livro começa com uma curiosa descrição de uma situação entre Flávio e um soldado da Brigada Militar dentro do Palácio Piratini. Flávio mostra sua voz de comando: “Um martelo e uma escada comprida, que chegue ao teto. Mas rápido”. O soldado obedece. Flávio sobe, quebra três vitrais na janela oval e abre espaço para instalar uma metralhadora. Guerra é guerra. A grande batalha, como em 1930, não aconteceria. O golpe seria adiado para 1964. O “soldado” Flávio apresentou suas armas naquele dia. Ficaria em guerra por muitos anos. Talvez ainda continue.

*Este texto foi publicado originalmente na coluna de Juremir Machado da Silva no jornal Correio do Povo, na edição de 7 de março de 2012.

Autógrafos do livro 1961: o golpe derrotado

Em Porto Alegre:
HOJE, 7 de março, às 19h, na Saraiva Megastore do Shopping Praia de Belas

No Rio de Janeiro:
20 de março, às 19h, na Livraria Argumento

Neal e Jack e eu

Já divulgamos aqui neste blog algumas canções inspiradas em Jack Kerouac e Neal Cassady. Mas faltou uma das mais conhecidas (e importantes): “Neal and Jack and me”, música da banda inglesa King Crimson que faz parte do álbum Beat, de 1982. Beat tem a marca da banda liderada por Robert Fripp: uma mistura de rock progressivo e new wave. Aqui, Fripp e o guitarrista e vocalista Adrian Belew tocam ao vivo a sua ode aos personagens principais de On the road. Abaixo, a letra para que você possa cantar junto.

I’m wheels, I am moving wheels
Eu sou as rodas, estou movimentando as rodas
I am a 1952 studebaker coupe
Eu sou um cupê Studebaker 1952
I’m wheels, I am moving wheels moving wheels
Eu sou as rodas, estou movimentando as rodas movimentando as rodas
I am a 1952 starlite coupe…
Eu sou um cupê starlite 1952…
En route… les Souterrains
Na rota … dos subterrâneos
Des visions du Cody…Sartori a Paris…
Das visões de Cody … Satori em Paris …
Strange spaghetti in this solemn city…
Estranho espaguete nesta solene cidade…
There’s a postcard we’re all seen before…
Há um cartão postal que todos havíamos visto antes
Past wild-haired teens in dark clothing
Antigos selvagem de cabelos adolescentes em roupas escuras
With hands-full of autographed napkins we
Com as mãos cheias de guardanapos autografados
Eat apples in vans with sandwiches … rush
Comer maçãs em vans com sanduíches … pressa
Into the lobby life of hurry up and wait
Dentro do lobby da vida de apressar e esperar
Hurry up and wait for all the odd-shaped keys
Apresse-se e espere por todas as chaves de formas estranhas
Which lead to new soap and envelopes…
Que levam a novos sabonetes e envelopes…
Hotel room homesickness on a fresh blue bed
Saudades de casa no quarto de hotel com uma fresca cama azul
And the longest-ever phone call home…..no
E o mais-longo telefonema para casa….. não
Sleep no sleep no sleep no sleep and no mad
Durma não durma não durma não durma e não pire
Video machine to eat time… a cityscene
Vídeo cassete para comer o tempo… uma cena da cidade
I can’t explain, the Seine alone at 4am
Eu não posso explicar, o Sena sozinho às 4 da manhã
The Seine alone at 4a.m….Neal and Jack and me
O Sena sozinho às 4 da manhã … Neal e Jack e eu

Mais duas fotos inéditas do filme On the road!

Conforme anunciado, eis as duas fotos que prometemos compartilhar com os fãs de On the road. A ideia inicial era divulgar as imagens no dia do aniversário de 90 anos de Jack Kerouac, 12 de março, mas a ansiedade era grande e para que a foto chegasse o quanto antes ao maior número de pessoas, lançamos um desafio: quando um link fosse retuitado 300 vezes, as fotos seriam liberadas. Portanto, promessa cumprida!

Ambas estão ligadas ao diretamente ligadas ao filme de Walter Salles. A primeira foto “Dean on bennies” foi feita por Greg Smith numa estrada do Texas durante a viagem “cross-country” que a equipe do filme realizou para a filmagem da segunda unidade, percorrendo os caminhos de On the road.

A segunda foto foi clicada dentro do Hudson também por Greg Smith. Entre San José e São Francisco. Garrett dirige o carro, com Al Hinkle (que ajudou Neal Cassady a comprar o Hudson 1947 que aparece em OTR) no banco de trás. 55 anos depois da aventura original, Al Hinkle ,Garrett Hedlund e John Cassady, filho de Neal, levaram o Hudson do sul da Califórnia até São Francisco, para entregar o carro da filmagem ao Beat Museum – sua nova morada.

E aí, curtiram as fotos? Clicaram sobre elas para vê-las bem grande? Então espalhem!

Com o amor de Neal Cassady e Jack Kerouac

Foram divulgados nesta segunda-feira, dia 5, os filmes selecionados para as mostras competitivas do É Tudo Verdade / It´s all true 2012. Entre os destaques da 17a edição deste festival internacional de documentários está Com amor, Carolyn (Love always, Carolyn) que centra sua narrativa em Carolyn Cassady, mulher de Neal Cassady que também foi amante de Jack Kerouac. Se em On The Road ela é uma das personagens de Kerouac, aqui a história é contada sob a ótica de Carolyn, abordando a convivência íntima com dois dos maiores ícones da geração beat (o cartaz do filme traz a frase “A film about Kerouac, Cassady and me”). Sueco, filmado nos Estados Unidos e na Inglaterra, o filme é dirigido por Maria Ramstrom e Malin Korkeasalo. Veja o trailer abaixo e, se puder, assista ao filme. O É tudo verdade  acontece simultaneamente em São Paulo e no Rio a partir de 22 de março e depois segue em mostras itinerantes para Brasília e Belo Horizonte. A programação deste ano ainda não está disponível do site oficial do festival, mas segundo a assessoria de imprensa do evento, será divulgada a partir do dia 12 de março. 

Na trilha de On the Road

Agora que On the road, de Walter Salles, começa a tomar forma – com cartaz e promessa de estreia no primeiro semestre – ficamos aqui imaginando como será a trilha sonora do filme. Enquanto ela não chega, compartilhamos algumas músicas inspiradas na viagem de Jack Kerouac e Neal Cassady, essa que deu origem ao mais famoso livro da geração beat.

“Neal & Cassady”, canção composta por Tom Waits em 1977:

“The Persecution & Restoration of Dean Moriarty (On the road)”, da banda Aztec two step, de 1972:

“Neal Cassady”, de 1989, do álbum “Fair and Square” da banda Washington Squares:

Além de On the road, a L&PM publica uma série inteira com autores da geração beat.

O 50º livro de Agatha Christie

Convite para um Homicídio foi o 50º livro de Agatha Christie e seu lançamento deu origem a uma grande festa de comemoração no Hotel Savoy em Londres, em junho de 1950. Durante o evento, a escritora teria posado feliz para os fotógrafos ao lado de Sir William Collins, da Editora Collins, junto a um bolo cuja cobertura era igual à capa do livro. Convite para um Homicídio é considerado um dos dez melhores romances policiais de Agatha Christie e o melhor dos títulos de Miss Marple. Em paralelo à trama policial, o livro também oferece uma boa descrição da Inglaterra recém saída da austeridade do pós-guerra. Não há mais mordomos e coquetéis de recepção, nada de roupas de gala para o jantar, nenhum álibi de noites passadas em óperas. Há, ao contrário, desertores e cadernetas de racionamento.*

Convite para um homicídio e Assassinato no beco são os mais recentes títulos da Série Agatha Christie L&PM.

* Fonte: Os diários secretos de Agatha Christie, de John Curran (Ed. Leya, 2009)