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Terror quadro a quadro

"Black Swan" em versão Lego

O cartaz de "Black Swan", vencedor do Oscar 2011, em versão Lego

Faz tempo que os divertidos brinquedos Lego deixaram se ser somente coisa de criança e foram apropriados por criativos de todos as áreas. Reproduzir cartazes e cenas de filmes, por exemplo, já virou praxe. Desde os clássicos até os recém-lançados que concorreram ao Oscar este ano, vários já ganharam a sua versão montável.

Um pouco mais raro – devido, certamente, ao longo e minucioso trabalho que demanda – são os stop motions, animações feitas à mão, geralmente com fotografias quadro a quadro. Imagine o trabalho que teve o autor do vídeo a seguir, com mais de 8 minutos sobre a história do Frankenstein:

Para os amantes das histórias de terror, esta animação em Lego do Drácula também impressiona:

Bem-vindos ao mundo de Alice!

O país das maravilhas já tem endereço! Na verdade, não é bem um país, mas um restaurante da rede japonesa Dimond Dining, em Ginza, no Japão, que se inspirou na história de Lewis Carroll para decorar seus vários ambientes. Já na entrada, garçonetes vestidas de Alice recebem os convidados numa sala com livros gigantescos:

O local tem até um labirinto igualzinho àquele onde Alice e o Coelho Branco se encontram pela primeira vez:

Também não podia faltar nesta história um ambiente inspirado no exército de cartas de baralho da Rainha de Copas:

A decoração foi concebida pelo estúdio Fantastic Design Works Co., de Tóquio. Tem mais fotos do ambiente aqui.

via Zupi

O eterno Leonardo da Vinci

Em 2 de maio de 1519, ele escreve no seu caderno: “Continuarei…”, seguido de um “etc.” cheio de esperança. Após o chamado de Mathurine [a cozinheira que o serviu desde a chegada à França] para tomar a sopa antes que esfrie, ele perde os sentidos e cai. Battista, Melzi e Mathurine [seus empregados] correm até ele. Os olhos do mestre não se abrem mais. Caído sobre a mesa onde tomava notas, ele está morto.

Leonardo tinha quase 70 anos de idade e, apesar dos sinais físicos de que o dia derradeiro estava próximo, ele estava plenamente consciente. Pouco antes de morrer, mandou chamar o notário de Amboise, cidade francesa onde passou seus últimos anos, e ditou-lhe seus últimos desejos. Mandou dividir seus bens com os empregados e os pobres da comunidade. Seus quadros – inclusive A Gioconda – foram deixados de herança para o rei Francisco I, que no dia da morte de Leonardo, estava em outra cidade, desmentindo assim o célebre quadro de Dominique Ingres, que faz o artista morrer nos braços do rei.

"Morte de Leonardo da Vinci" (1818), de Jean-Auguste-Dominique Ingres

Ele também planejou seu funeral nos mínimos detalhes, com toda a pompa que tinha direito. Sua despedida está descrita no trecho a seguir, extraído do livro Leonardo da Vinci, da Série Biografias:

Este famoso artista, humilde e chistoso, simples e irônico, apaixonado pela glória e pela opulência, organizador de solenidades reais e brincadeiras desconcertantes, que adorava tanto o grotesco  e o mostruoso dos rostos populares, quanto a beleza do rosto e das roupas dos rapazes, providenciou um funeral com grande pompa, à altura de sua fama. Sua última festa. Talvez ele tenha imaginado que sua pessoa, admirada por Francisco I, equivalia a de um rei…

O cortejo é impressionante. Toda a corte acompanha seu ataúde atrás do rei, seguida pelo povo da aldeia. Como para um príncipe, todo o clero de Ambroise participa do funeral. (…) Serão a seguir celebradas três grandes missas e trinta missas gregorianas.

Mas após o funeral, não há notícia do paradeiro do corpo de Leonardo.

Alguns afirmam que o corpo de Leonardo estava enterrado sob uma das lajes do coro [da igreja de Saint Florentin, destruída durante a Revolução Francesa e demolida em 1808]. Um jardineiro diz ter recolhido alguns ossos que seriam dele, e com os quais as crianças da aldeia brincavam até então!

Assim Leonardo pregou a sua última peça.

Nenhuma sepultura real ou figurada existe para o maior artista do Renascimento. Nada, nem o menor vestígio. Ele, que não cessou de embaralhar as pistas enquanto viveu, vê seus desejos literalmente cumpridos na morte.

Não repousa em parte alguma. Assim a lenda pode continuar. E ela continua

Ernesto Sábato: a morte de um humanista

Morreu dia 30 de abril, aos 99 anos na Argentina, Ernesto Sábato, um dos maiores escritores latinoamericanos de todos os tempos. Foi um dos poucos a enfrentar a perigosa e assassina ditadura argentina. Neste embate, confrontou-se com outro gênio, Jorge Luis Borges, que apoiava a ditadura.

Curiosamente, Sábato começou a vida como cientista. Formou-se em física pela Universidade de Buenos Aires, fez doutorado e teve uma passagem pelo reconhecido Laboratório Curie de Paris e pelo Instituto Tecnológico de Massachussets, onde realizou trabalhos sobre radiações atômicas. Após a segunda guerra, abandonou a ciência e passou a dedicar-se exclusivamente à literatura. Deixou entre muitos outros livros, três romances geniais: O túnel (1961), Entre Heróis e Tumbas (1961) e Abadon, o exterminador (1971).

Humanista, auto intitulado anarquista, teve a coragem de fazer o grande levantamento da tragédia causada pela ditadura argentina. Seu célebre livro Nunca Mais foi um marco nas lutas democráticas na América Latina, quando 90% dos países eram dominados pelas ditaduras. Publicado no Brasil em 1985 pela L&PM Editores, ele faz um inventário emocionado dos crimes da ditadura argentina, narrando episódios de sequestros, torturas e assassinatos com os respectivos nomes das vítimas. Por questões de trabalho, trocamos intensa correspondência com Sábato. Ele sempre nos atendeu, gentil e atencioso. E no alto de suas cartas, impressionava poeticamente o nome de sua cidade no interior da Argentina: Santos Lugares.

Ernesto Sábato viveu um século. Uma vida muito longa onde esteve próximo de todo o mal que os homens podem causar aos seus semelhantes. Talvez por isto tenha sido este grande humanista, defensor intransigente das liberdades e dos direitos da pessoa humana. (Ivan Pinheiro Machado)

Dilbert e o dia-a-dia do trabalho

Hoje é Dia do Trabalho, feriado nacional (na verdade, mundial). Pena que por aqui… caiu num Domingo. Imagina o que Dilbert não está achando disso… Logo ele, que “adora” seu trabalho e seus colegas, esses que aparecem aí abaixo:

Dilbert foi criado em 1989 pelo americano Scott Adams. É engenheiro, tem trinta e poucos anos e trabalha em uma empresa de tecnologia. Com Dogbert, o Chefe e outros personagens, ele está aí para satirizar a burocracia e os absurdos do mundo corporativo. As tiras Dilbert são publicadas em mais de 1.500 jornais em todo o mundo e em seis volumes na Coleção L&PM POCKET.

A omelete do Comissário Maigret

Sábado tem sempre uma “Receita do dia” vinda diretamente dos livros da Série Gastronomia L&PM. A receita de hoje é especialíssima e vem de um livro que se encontra esgotado em nosso catálogo: À Mesa com Simenon e Maigret (Receitas de Madame Maigret). Lançado em 1999, ele traz, como o título sugere, receitas que são citadas nos livros de Georges Simenon por seu principal personagem, o Comissário Jules Maigret.  A receita escolhida, Omelete com ervas finas é citada em dois livros de Maigret: O mistério das jóias roubadas (“O que você vai comer? Uma omelete com ervas finas?”) e em O amigo de infância de Maigret (“Havia uma omelete com ervas finas, bem apetitosa, e Maigret não prestava mesmo atenção…)

OMELETE COM ERVAS FINAS

Ingredientes:

6 ovos, 50g de manteiga, 3 colheres de sopa cheias de ervas finas (salsa, cerefólio, estragão e cebolinha em partes iguais)

Modo de fazer:

Quebre os ovos separando as gemas das claras, em duas tigelas. Bata as gemas com um garfo juntando 10g de manteiga em pedaços bem pequenos, sal e pimenta. Bata as claras em neve ligeira. Misture o conteúdo das duas tigelas. Derreta 30g de manteiga em uma frigideira grossa. Quando começar a dourar, jogar, de uma só vez, no meio da figideira, os ovos batidos. Segurar o cabo da frigideira com uma mão e, com outra, ir mexendo os ovos com o garfo, soltando as beiradas. Logo que os ovos estiverem com a consistência de ovos mexidos, agitar levemente a frigideira para desgrudar o fundo. Deixar cozinhar por mais alguns segundos. Desmanchar as ervas e espalhar pela superfície da omelete. Com dois garfos, dobrar um terço da omelete sobre o centro e depois dobrar o outro lado por cima, como se dobra um guardanapo, em três partes sobrepostas. Levantar ligeiramente a omelete dobrada e deslizar por baixo um pouquinho de manteiga. Pegar com um garfo um outro pedaço de manteiga e passar por cima da omelete para que fique brilhante. Servir.

Com esta omelete francesa, Maigret bebe um vinho branco seco Vouvray.

Londres: terra de princípes e de dinossauros

Se você está em Londres, mas não teve a honra de ser convidado para o Casamento Real, tem a opção de conhecer o Dinossaurs Unleashed, um parque temático com réplicas em tamanho real de algumas das maiores e mais antigas criaturas da Terra. O passeio é ideal para toda a família, mas os mais entusiasmados são sempre os pequenos, que nutrem verdadeiro fascínio pelos gigantes pré-históricos.

No vídeo a seguir, um apresentador de TV (que também adora dinossauros) conduz um grupo de crianças em um passeio pelo parque:

No canal do parque no Youtube, há vários outros vídeos que dão uma amostra do clima do lugar. Mas se você não está em Londres e não tem planos de ir até lá nos próximos dias, poderá entrar nesse mundo com Dinossauros, o recém lançado livro da Série Encyclopaedia.

Picasso e a ciência

Desde a exposição que homenageou Picasso no MoMA em 1939, o quadro Jeune fille endormie, que retrata Marie Thérèse Walter, a jovem amante do pintor espanhol, nunca mais foi visto. Logo após a exposição, a obra foi vendida e o novo dono tratou de mantê-la longe do público e dos holofotes da mídia por mais de 60 anos. Até que uma causa nobre o fez mudar de ideia.

O quadro de cores vibrantes em que Marie Thérèse aparece dormindo sobre seus próprios braços cruzados será leiloado pela Christie’s no dia 21 de junho e o valor arrematado (algo em torno de 10 milhões de euros) será integralmente doado à Universidade de Sidney para ser investido em pesquisas científicas sobre diagnóstico e tratamento de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares.

Jeune fille endormie, de Pablo Picasso

Marie Thérèse foi, sem dúvida, uma das grandes paixões da vida de Picasso. Eles se conheceram por acaso, na rua, como ela mesma contou, quarenta anos depois, em entrevista à revista Life. Esta passagem está descrita no livro Picasso, da Série Biografias:

Em 8 de janeiro de 1927, uma moça muito bonita sai das Galerias Lafayette. (…) Está sozinha, ou talvez acompanhada da irmã. Tem apenas dezessete anos [Picasso tinha 45], mas parece ter saído há muito da adolescência. Sua beleza vai entrar na história da arte. Pablo Picasso, no mesmo momento, passa pelo Boulevard Haussmann. O homem é seduzido, o pintor, fascinado.

(…) Picasso a teria abordado, pegando-a pelo braço, apresentando-se, dizendo-lhe a intenção de fazer dela um retrato e proclamando que eles realizariam “grandes coisas juntos”.

Feliz Dia da Sogra!

Pobres sogras…lado a lado com papagaios e portugueses, elas são personagens de piadas das mais maldosas. E geralmente por parte dos próprios genros e noras! Veja só a sogra do Hagar, por exemplo:

(clique na imagem para ampliar)

Já os que acham que umas piadinhas não fazem mal a ninguém, vale renovar o repertório com as anedotas do livro Piadas para sempre, da Coleção L&PM Pocket. No livro 4, há um capítulo inteiro só com piadas sobre sogras.

O que Richard Prince tem que você não tem

Richard Prince

Discreto e taciturno, quem vê o artista Richard Prince nas ruas da pequena cidade de Rensselaerville, Nova York, onde mora há 15 anos com a esposa e a filha, não imagina que ele é dono de uma das mais incríveis coleções de relíquias relacionadas à literatura moderna dos Estados Unidos. Entre os milhares de objetos, livros e fotos que ele guarda em casa estão o exemplar de On the road com dedicatória de Jack Kerouac a Neal Cassady e os manuscritos de O poderoso chefão, de Mario Puzo. Sentiu o nível da coleção?

Graças aos milhões que ganha com a venda de seus quadros – em geral, grandes pinturas que já foram arrematados por até 8 milhões de dólares em leilões pelo mundo – Richard Prince possui o que muitos idolatram. Cheques devolvidos de Jack Kerouac, as famosas cartas de Truman Capote a Perry Smith, cuja correspondência deu origem ao célebre A sangue frio, os originais de Naked Lunch com anotações de William Burroughs, esboços das músicas de Jimmy Hendrix e uma excitante coleção de cartoons eróticos também fazem parte do acervo particular de Prince, que foi obrigado a adquirir novos espaços só para acomodar as peças que não param de chegar.

Em meio a tudo isso, uma ótima notícia: já é possível ver todas estas relíquias de perto! Parte do acervo de Richard Prince compõe a exposição American Prayer, em cartaz na Bibliotèque Nationale de France até o dia 26 de junho.

Mas se você não tem planos de ir à França nas próximas semanas, estas fotos dão um gostinho de como está a exposição.