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Para ler… Jack Kerouac, com Claudio Willer

Para falar sobre o escritor norte-americano, a Saraiva Conteúdo convidou o poeta, ensaísta e tradutor Claudio Willer, autor do livro Geração Beat, uma das obras brasileiras mais completas sobre o tema. Willer fala sobre On The Road (Pé na Estrada), obra que tornou Kerouac conhecido em todo o mundo e inspirou o filme do diretor Walter Salles, Na Estrada.
 
Claudio Willer é o tradutor de Uivo, de Allen Ginsberg e, no momento, está trabalhando na tradução do livro de haicais de Jack Kerouac que será publicado ainda este ano pela L&PM.

“O grande Gatsby” cheio de novidades

Faltam poucas semanas para a estreia do filme O grande Gatsby, baseado no livro homônimo de F. Scott Fitzgerald, na abertura do Festival de Cannes. E as últimas novidades sobre a adaptação dirigida por Baz Lurhmann nos deixam ainda mais ansiosos pelo grande dia!

Depois de uma linda coleção de cartazes apresentando cada um dos personagens principais da história, foram divulgados mais dois com cenas do filme – tão lindos quanto os anteriores!

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Na semana passada, foram divulgadas as músicas que farão parte da trilha sonora do filme, incluindo hits de Jay Z, Beyoncé, will.i.am, Lana Del Rey, Florence and the Machine e outros:

  1. 100$ Bill – JAY Z
  2. Back To Black – Beyoncé x André 3000
  3. Bang Bang – will.i.am
  4. A Little Party Never Killed Nobody (All We Got) – Fergie + Q Tip + GoonRock
  5. Young And Beautiful – Lana Del Rey
  6. Love Is The Drug – Bryan Ferry with The Bryan Ferry Orchestra
  7. Over The Love – Florence + The Machine
  8. Where The Wind Blows – Coco O. of Quadron
  9. Crazy in Love – Emeli Sandé and The Bryan Ferry Orchestra
  10. Together – The xx
  11. Hearts A Mess – Gotye
  12. Love Is Blindness – Jack White
  13. Into the Past – Nero
  14. Kill and Run – Sia

Uma opinião sobre “América”, de Andy Warhol

Revista Le Monde Diplomatique Brasil – Abril de 2013 – Por Fabian Jimenez Alonso*

Pode soar a sacrilégio, mas nunca fui muito fã das obras de Andy Warhol, nem sequer do movimento pop art que ele tão bem personifica. Mas tudo isso foi antes de ter a oportunidade de devorar América. Warhol nos oferece, nesse livro, uma compilação de mais de dez anos de compulsivos cliques, nos quais comprime em inúmeras fotos e relatos suas maiores obsessões: as celebridades, a exótica fauna nova-iorquina e sua visão pessoal do “sonho americano”. Ele sempre estava presente com sua câmera, garimpando qualquer acontecimento que o fizesse estar próximo das celebridades que ele tanto admirava e das quais, ironicamente, se sentia excluído.

A maioria das fotografias do livro não se destaca pela técnica ou preciosismo estético, e sim por um olhar especial, uma forma de ver as coisas que nos convida a mergulhar no passado e reviver o instante exato do clique. O que mais surpreende nesse livro são os textos, como se pudéssemos ouvir a voz em off do autor adereçando cada uma das páginas com um relato ingênuo, pessoal, divertido e deliciosamente inseguro sobre suas próprias convicções.

Na última parte da obra, descobrimos um Warhol analítico, intimista, irônico e que despeja um delicioso bom senso repleto de bofetadas à sociedade norte-americana. Divaga sobre uma América fora de Nova York, sobre o provincianismo, as trivialidades do American way of life, o isolamento intelectual e o hermético umbigo dos norte-americanos. Chega a se expor, num exercício de autoflagelo, ao contar anedotas e pensamentos pessoais de um frágil e inseguro geniozinho que escondia sua timidez atrás de uma câmera e um gravador.

Warhol é considerado um dos artistas mais importantes do século XX, não somente por sua hiperativa e multidisciplinar produção, mas também por ter sido uma tremenda figura, repleta de excentricidades e obsessões que genialmente se veem retratadas nessa publicação. Warhol afirmou, um dia, que “todas as pessoas teriam no futuro 15 minutos de fama”, e esse futuro já chegou.

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*Fabian Jimenez Alonso é designer de conceito, consultor criativo e fundador do núcleo de criação AssaltoCultural.

“O médico e o monstro” no Festival de Teatro de Curitiba

Começou no dia 26 de março e termina no domingo, 7 de abril, o Festival de Teatro de Curitiba. Ao todo, esta que é a 22ª edição do evento, somará 32 espetáculos com ingressos que vão de R$ 60,00 a R$ 30,00. A dica para hoje (05/04) e amanhã (06/04) é a peça “O médico e o monstro”, a partir do texto de Robert Louis Stevenson. A montagem é carioca, tem direção de Cesar Augusto e ganhou uma boa pitada de comédia, já que, na peça, a poção de Dr. Jekyll é misturada ao café intragável da empregada Minerva. As apresentações acontecem às 21 horas no Teatro da Reitoria. Os ingressos podem ser comprados pelo site do Festival.

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“O fim”, de Allen Ginsberg

Eu sou Eu, velho Pai Olho de Peixe que procriou o oceano,
o verme no meu próprio ouvido, a serpente enrolada na árvore,
Eu me sento na mente do carvalho e me oculto na rosa, eu sei se
alguém desperta, ninguém a não ser minha morte,
vinde a mim corpos, vinde a mim profecias, vinde a mim agouros,
vinde espíritos e visões,
Eu recebo tudo, eu morro de câncer, eu entro no caixão para
sempre, eu fecho meu olho, eu desapareço,
Eu caio sobre mim mesmo na neve de inverno, rolo em uma
grande roda pela chuva, observo a convulsão dos que fodem,
carros guincham, fúrias gemem sua música de fagote, memória
apagando-se no cérebro, homens imitando cães,
Eu gozo no ventre de uma mulher, a juventude estendendo seus
seios e coxas para o sexo, o caralho pulando para dentro
derramando sua semente nos lábios de Yin, feras dançam no
Sião, cantam ópera em Moscou,
meus garotos excitados ao crepúsculo nas varandas, chego a
Nova York, toco meu jazz num Clavicórdio de Chicago,
Amor que me engendrou eu retorno a minha Origem sem nada
perder, eu flutuo sobre o vomitório
empolgado por minha imortalidade, empolgado por essa infinitude
na qual aposto e a qual enterro,
vem Poeta, cala-te, come minha palavra e prova minha boca em
teu ouvido.

O poeta Allen Ginsberg morreu em 5 de abril de 1997, aos 70 anos, mas escreveu os versos acima em 1960. “O Fim” está no livro Uivo, Kaddish e outros poemas que tem tradução de Claudio Willer. Ele certamente não foi o único poema escrito de Ginsberg no qual a morte estava presente. Quando seu pai faleceu, o poeta beat dedicou a ele Father Death Blues.  Abaixo, o emocionante vídeo em que Ginsberg, já em idade avançada, canta este poema:

Recentemente, a L&PM lançou Allen Ginsberg e Jack Kerouac: as cartas, livro que traz a troca de cartas entre os dois amigos beats ao longo de 25 anos.

“Kill all Enemies” em destaque na Fnac

Kill all Enemies, de Melvin Burgess, em destaque. Livro que vem encantando – e arrepiando – leitores que vão dos 15 aos 80 anos, ele está com 20% de desconto em toda a rede Fnac.

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Um belo livro, capaz de arrepiar, emocionar e fazer pensar. Estamos falando de emoção pura, à flor da pele, provocada pelas histórias de Billie – a menina sem pai nem mãe, boa de briga, que enfrenta o mundo na base da porrada –, de Rob – o gordinho boa-praça, fã de heavy metal, atormentado pelo padrasto em casa e pelo bullying na escola – e de Chris – o cara rebelde, em pé de guerra com a escola e que odeia fazer lição de casa. Depois de conhecer o dia a dia desta turma, é difícil imaginar como tantas coisas erradas, tanta tristeza, revolta e angústia cabem nos corações de pessoas tão jovens. Eles estão perdidos em meio a conflitos sem saída: pais controladores ou violentos, mães ausentes ou alcoólatras, mais preocupadas com namorados vagabundos do que com os filhos. Melvin Burgess conduz com maestria esta história pungente e verdadeira. Mostra como jovens que recebem do mundo toda a maldade que ele é capaz de proporcionar – de abandono e desprezo até violência sexual – insistem em sobreviver, amar e ser generosos. Generosidade. Esta é a palavra-chave que define esta obra magnífica. Se por um lado Burgess mostra a face escura, oculta e sórdida das relações familiares, por outro deixa uma porta luminosa aberta para a esperança. (Ivan Pinheiro Machado na apresentação do livro)

Aplausos de pé

Zero Hora – Contracapa Segundo Caderno – 04/04/2013 – Por Roger Lerina

Coisa raríssima: o documentário brasileiro “O Dia que Durou 21 Anos” vem sendo ovacionado pela plateia de sete capitais desde que foi lançado na noite da última sexta-feira. O filme dirigido por Camilo Tavares e produzido pelo jornalista e escritor Flávio Tavares está comovendo o público de Brasília, Rio, São Paulo, Salvador, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre – que silencia durante a projeção e bate palmas ao final.

O longa reúne documentos e diálogos da época do golpe de 1964, em que gravações secretas da Casa Branca mostram as vozes dos presidentes John F. Kennedy e Lyndon Johnson dando o sinal verde para o movimento militar no país.

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Quem é essa menina com seu cãozinho?

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Parece a Dorothy do Mágico de Oz, mas na verdade é Agatha Christie. Na foto, ela segura seu cachorrinho, presente dado pelo pai e batizado por ele de George Washington. Em sua autobiografia, Agatha conta que ficou tão feliz ao ganhá-lo que não conseguiu pronunciar nenhuma palavra – o que fez com que o pai pensasse que a menina não tinha gostado do presente:

“Minha mãe contou-me mais tarde que meu pai ficara muito desapontado com a recepção que fiz a seu presente. (…) Mas minha mãe, sempre compreensiva, disse-lhe que eu precisava de tempo. Esse cachorrinho Yorkshire-terrier, de quatro meses de idade, vagueava desconsoladamente pelo jardim, onde se afeiçoara ao nosso jardineiro, um homem mal-humorado chamado Davey. O cão fora criado por um jardineiro e a visão de uma enxada entrando na terra fê-lo sentir-se em casa. Sentou-se no atalho do jardim e ficou contemplando com ar muito atento o homem que cavava. Foi aí que o encontrei e travamos conhecimento. Éramos ambos tímidos e só fizemos algumas tentativas de aproximação. Mas no final da semana Tony e eu já éramos inseparáveis. Seu nome oficial, dado por meu pai, era George Washington – Tony era o apelido, contribuição minha. Tony era um cão admirável para uma criança: bem-humorado, afetuoso, acompanhava de bom grado todas as minhas fantasias. (…) Laços, fitas e outros adornos passaram a ser aplicados em Tony, que os aceitava de boa vontade, como se se tratasse de sinais de apreço, e , ocasionalmente, comia pedaços deles, além de sua ração de chinelos.”

A primeira vez de “Os Miseráveis” de Victor Hugo

Em 3 de abril de 1862, foi lançada a primeira edição de “Os Miseráveis“, de Victor Hugo. Mais de 150 anos depois, este romance épico segue encantando o mundo. E Cosette, a menina pobre que, depois de perder a mãe, é criada por Jean Valjean, continua sendo uma das figuras mais conhecidas da grande obra. Para comemorar esse aniversário de publicação, aqui vão algumas imagens da menina, eternizada pelos mais variados artistas:

A primeira imagem de Cosette, de Emile Bayard, edição de 1862 de "Os Miseráveis", de Victor Hugo

A primeira imagem de Cosette, de Emile Bayard, na primeira edição de “Os Miseráveis”, de Victor Hugo

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A pequena Cécile d’Aubray viveu Cosette no teatro em 1878. Foto de Étienne Carjat

Le petite Cosette de Pompon - Escultura do século XIX

Le petite Cosette de Pompon – Escultura do século XIX

A bela Cosette abraçada em sua boneca, pintada ´pr Leon Comerre

A bela Cosette abraçada em sua boneca, pintada por Leon Comerre

Antiga ilustração de Cosette cobiçando a boneca

Antiga ilustração de Cosette cobiçando a boneca

A Cosette que está na adaptação de "Os Miseráveis" para a HQ publicada pela L&PM

A Cosette que está na adaptação de “Os Miseráveis” para a HQ publicada pela L&PM

Encontrada carta em que Oscar Wilde dá conselhos a um aspirante a escritor

Uma carta nunca antes revelada, escrita pelo irlandês Oscar Wilde (1854-1900), foi descoberta em uma caixa empoeirada na parte de trás de um velho guarda-roupas, na Inglaterra.

O documento tem 13 páginas e não está datado, mas estima-se que tenha sido escrito por volta de 1890, quando Wilde estava se tornando um dos dramaturgos mais famosos de Londres.

Dirigida a um aspirante a escritor não identificado – que pede conselhos de como ser bem sucedido – Wilde escreveu que “o melhor trabalho na literatura é sempre feito por aqueles que não dependem dela para ganhar o pão de cada dia”. Outro conselho do autor de O retrato de Dorian Gray é “faça algum sacrifício por sua arte e você será reembolsado…”

Duas das páginas da carta de Oscar Wilde

Duas das páginas da carta de Oscar Wilde

Junto com a carta foi encontrado o primeiro rascunho do soneto “The New Remorse” (“O novo remorso”), publicado por Oscar Wilde – sob outro título – em 1887. O esboço do poema foi escrito por Wilde para seu novo amante na época, Lord Alfred Douglas, depois de terem acabado de se conhecer em 1891.

O rascunho de "The New Remorse", escrito por Oscar Wilde

O rascunho de “The New Remorse”, escrito por Oscar Wilde

Os dois documentos pertenceram a Lawrence Hodson (1864-1933), dono de cervejaria vitoriana que recolheu cartas autografadas e manuscritos durante sua vida. Eles foram deixados de herança ​​para sua neta e encontrados por peritos na antiga propriedade da família, em Shippon, perto de Abingdon, Oxon, depois que ela faleceu em novembro passado.

Mike Heseltine, um dos leiloeiros da Bloomsbury de Londres, especializado em manuscritos, disse: “A carta é desconhecida até agora e é completamente fascinante, enquanto a primeira versão de um de seus poemas mais importantes é igualmente emocionante.”

Tanto a carta quanto o esboço do poema irão a leilão esta semana, no dia 4 de abril, junto com outras preciosidades literárias de Hodson. A estimativa é de qua carta de 13 páginas seja vendida por 12.000 libras e o poema por 7.500 libras.

Quem dá mais?